É um livro muito interessante, que utilizo bastantes vezes como referência. Acredito tratar-se de incompetência e medo.
O facto que refere, diz respeito ao periodo de 1950, antes de se receberem os aviões a jacto.
O problema era a visão anacrónica dos responsáveis portugueses que não tinham a mais pequena ideia do que queria dizer o termo "divisão" e ainda funcionavam em termos de divisões da primeira guerra, ou então das guerras napoleonicas.
O grande problema era, do meu ponto de vista, a impressão por parte das chefias, de que Portugal não tinha técnicos para incorporar equipamentos modernos nas F.A. e dai, pensar em trocar Hurricanes e Spitfire por Mustangs.
Depois, o outro problema, ao integrar novos meios, os novos oficiais íam inevitavelmente demonstrar o seu valor. Ora a velha guarda, gosta de estar por cima, mas não gosta de trabalhar. Portanto, para manter o lugar, sem fazer nenhum, o melhor é continuar com o material velho, que com esse a gente entende-se, e evita-se que gente mais jovem e competente, mostre serviço e (pior que tudo) mostre que é melhor.
Felizmente o bom senso prevaleceu e os americanos acabaram por fazer uma revolução silenciosa na F.Aérea (aliás, praticamente criaram a Força Aérea Portuguesa). É nessa altura que oficiais como Humberto Delgado aparecem e os americanos ficaram agradados com o facto de os portugueses terem tido capacidade de rapidamente se adaptarem ás novas situações. (embora tenha sido muito complicado pôr a funcionar a primeira esquadra de F82). Pelo menos acho que essa diferênça é considerável nos dias de hoje. O bichinho continua lá, mas não é tão grave como era.
Enfim...
Nem tudo vai mal, no Reino de Portugal