Vejam só a parelha...F310 norueguesa e F104 espanhola, juntinhas hoje em Ponta Delgada.
Daniel Fernandes, tem 22 anos e vive numa «pequena cidade flutuante» de cinco mil habitantes que hoje chegou a Lisboa para uma visita de quatro dias. A cidade flutuante é o porta-aviões USS Eisenhower, da marinha dos Estados Unidos, e Daniel Fernandes, filho de pais portugueses de Arcos de Valdevez, é um dos tripulantes do porta-aviões que enche a paisagem da barra do Tejo numa escala recreativa após uma missão de seis meses e meio no Golfo Pérsico. Daniel Fernandes sempre viveu nos Estados Unidos, apesar de passar férias em Portugal, e está prestes a completar uma comissão de quatro anos na marinha, incluindo o último meio ano como mecânico no porta-aviões.Para o luso-descendente, o «já longo» tempo de serviço no USS Eisenhower foi «uma lição de vida» e deixou-lhe a vontade de, se abandonar a marinha, acabar os estudos e tirar engenharia mecânica.«Orgulhoso» é a palavra que Daniel escolhe para definir o seu sentimento por estar em Portugal e poder apresentar o seu país aos seus colegas. «É uma oportunidade para mostrar a nossa cultura e o nosso país às pessoas que ainda não tiveram oportunidade de vir cá antes», explicou. Quais os locais a visitar, os museus, o que comer são as questões com que Daniel tem sido bombardeado nos últimos dias, desde que a tripulação sabe que Lisboa foi o local escolhido para o USS Eisenhower parar por uns dias para que pudessem descansar e visitar um local novo antes de voltarem à base na Virgínia. Com o comprimento de cerca de três campos de futebol, o USS Eisenhower, que prestou apoio às forças da coligação no Afeganistão e no Iraque a partir do Golfo Pérsico, tem tudo o que existe numa pequena cidade.«Temos quase tudo o que há em casa, realmente somos uma cidade flutuante», diz Matt Baker, chefe de operações do porta-aviões, construído em 1977 e baptizado com o nome do 34.º presidente dos Estados Unidos.Um posto de correios, ginásios, pontos de acesso à Internet e televisão satélite, feiras com vendedores que são convidados a subirem a bordo, são alguns dos serviços a que a tripulação tem acesso.Com a missão de prestar apoio aéreo a forças em terra, o porta-aviões norte-americano tem actualmente 65 aviões a bordo, mas tem capacidade para 80 e desloca cerca de 97 mil toneladas à velocidade de 30 nós (55,5 quilómetros por hora). De acordo com o chefe de operações do porta-aviões, a missão no Iraque e no Afeganistão não teve incidentes.«Não houve nenhum problema com nenhum avião, apenas algumas avarias normais, que resolvemos aqui no USS Eisenhower», explicou Matt Baker.Desde Outubro do ano passado sem sair do navio, a tripulação vai ter este fim-de-semana oportunidade para visitar a capital portuguesa e descontrair antes de voltar aos Estados Unidos.