Eu acho que não se pode ser tão linear e dizer isto está mal, ou pode-se cortar x pessoas ali, ou aquela unidade/orgão é desnecessária, porque actualmente é assim que estamos organizados, e para a organização que existe actualmente há certos gastos e não quer dizer obrigatoriamente que seja despesismo.
Ainda não vi o debate todo, mas numa parte afirmam que isso de se gastar 80% em pessoal, 15% em operações e 5% noutas coisas (equipamentos, etc), só está assim porque as FA já sofreram cortes brutais no passado, pois antes os gastos eram 50% em pessoal, 25% em operações e 25% noutras coisas, e quando se fizeram cortes foi em força nos 2 ultimos items, basta lembrar-nos que já chegamos a mandar um agrupamento para Timor, com helicopteros Alouette III, uma Fragata, uma companhia de fuzileiros, agora temos 1 companhia no Afeganistão e 1 companhia no Kosovo e que cancelamos vários programas de modernização das FA, os NH-90, os Pandur, os NPO, as espingardas automáticas, etc.
Acho é que, tal como o ministro tem dito, as FA organizadas como estão em breve não tem orçamento para operações, com as restrições orçamentais que o pais tem não se quer ou não se pode aumentar o valor desse orçamento para o que existia nos anos 90 em que conseguiamos enviar batalhões inteiros para missões, o que se pode fazer? Ou passamos a admitir que agora só temos capacidade financeira para enviar companhias, ou reorganizamos as FA para um modelo diferente, qualquer modelo que exista terá sempre vantagens e desvantagens.
Existem tantos modelos diferentes, Há paises que tem SMO, o pais dividido em regiões militares, tem reservas operacionais, tem a administração das FA unificadas, ou a logistica unificada, ou a instrução unificada, a saude unificada, nas unidades operacionais há paises que nas Brigadas só tem as unidades de infantaria e cavalaria, as outras unidades estão separadas, outros acabaram com as forças mecanizadas, outros acabaram com os submarinos, outros acabaram com os aviões de patrulhamento maritimo, nós tivemos (se calhar ainda temos) Batalhões a 5 companhias, 3 de atiradores, 1 de comando e serviços e 1 de apoio de combate, depois apareceçam os BIParas a 4 companhias, 3 de atiradores e 1 de comando e apoio, os Fuzileiros tem uma organização completamente diferente em que todas as unidades estão separadas e depois unem-se num Batalhão com a organização que se achar necessária à missão que se vai executar, já tivemos esquadras de caças a 20 aviões, agora a ideia é esquadras de caças a 12 aviões.
Qual é o modelo mais despesista?
A verdade é que certos modelos tem mais ou menos despesas que outros, e certos modelos tem mais ou menos capacidades que outros, temos que encontrar o modelo em que a despesa seja a suportável pela nação e consiga ter as capacidades que se achem necessárias.