Mísseis de Concepção Portuguesa

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Luso

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Mísseis de Concepção Portuguesa
« em: Outubro 12, 2006, 05:06:51 pm »
Serve este tópico para enquadrar as contribuições a ele dedicadas.

TOMKAT:

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Por este debate de tanques se estar a tornar abrangente a mísseis e outro tipo de armas anti-tanque (não "vivem uns sem os outros"), alguém sabe em que estado está o desenvolvimento do anunciado míssil português que está (estava?) a ser desenvolvido pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda?

Citação:
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO DA GUARDA DESENVOLVE MÍSSIL DE CURTO ALCANCE
No passado dia 4 de Abril do presente ano teve início na ESTG do Instituto Politécnico da Guarda a primeira fase de construção de um míssil de curto alcance para aplicações militares. O sistema possuirá propulsão sólida, um alcance de quatro km e capacidade de transporte de uma ogiva de dois kg de tritonal. A fuzelagem, interfaces de controlo electrónico e todo o software estão a ser desenvolvidos na ESTG. O projecto foi concebido e está a ser executado por docentes dos Departamentos de Engª Informatica, Engª Mecânica e Matemática da ESTG.


http://www.ipg.pt/estg/candidaturas2006/projectos.asp

Terá sido mais um projecto nado-morto?

Luso:

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Só sei que essa é mais uma excelente notícia.
Havia outro projecto - que deve ter ido para a Cesta Secção - o do míssil de muito curto alcance (600m) lançado (o projecto!) no tempo do Fernando Nogueira.

Antoninho:

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É verdade essa do míssil, na altura até foi salientado que havia mercado para esse dito "cujo", por não ter nenhum concorrente, mas lembro-me que passado uns anos os "ibéricos" aparecerem com um, ou seja os Lusitanos deram a dita ideia e eles nada de perder tempo.
Não me recordo foi que míssil da Santa Barbara era ou é????
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Spectral

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« Responder #1 em: Outubro 12, 2006, 05:51:55 pm »
Interessante a notícia, desconhecia. Acho que o mercado (nacional e internacional) a haver não é propriamente num míssil AT, mas sim num sistema mais ligeiro e de menor alcance ( os <600m referidos) para substituir os LAWs.


No qual se enquadra precisamente o sistema referido pelo antoninho, o Alcotan-100, desenvolvido e adoptada por Espanha.

http://www.instalaza.es/eng/productos3.html
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

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antoninho

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« Responder #2 em: Outubro 12, 2006, 07:16:55 pm »
Mas isso nem é história virgem nas nossas forças armadas.
Recordo-me de uma entrevista de um cientista português, muito famoso na rtp, pois era ele quem comentava tudo o que era transmitido em questões ao vivo da nasa, era na altura o nosso cientista lá e ao que parece unico, em que ele afirmou que nos anos 50 e tais, houve na marinha (isto se a memória não me atraiçoa) um projecto no qual ele esteve envolvido, em que chegou a haver testes!!!!!
Mas que tudo foi por aguas de bacalhau, porque um dia um alto cargo nas nossas forças armadas, se lembrou de levar colegas da nato a assistir e espanto..... os amaricanos exigiram o imediato fim dessas experiências.....
Conclusão, não houve mais nada....o melhor cientista foi mais tarde trabalhar para a nasa......estou a dar esta noticia como a escutei e nunca vi provas de tal, mas como a pessoa que o contou foi um dos envlovidos e agora seria interessante investigar tal facto, enquanto à testemunhas, porque daqui a uns anos......
Mas se isto for comprovado, nem tenho palavras para esta história....

p.s. - Não me recordo do nome mas era um Sr. de oculos de cara bonacheirona e de uma idade entre os 50/60 anos....
Spedy... andas por aí vê lá se vais à Torre do Tombo....
Caramba olhei pras prateleiras e vi um livro do HERCULANO

Prof. Eurico da Fonseca era isso....
 

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Lancero

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« Responder #3 em: Outubro 12, 2006, 07:26:13 pm »
EDITADO: Prof Eurico da Fonseca, ok.... My bad
« Última modificação: Outubro 12, 2006, 07:33:24 pm por Lancero »
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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antoninho

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« Responder #4 em: Outubro 12, 2006, 07:29:58 pm »
O Senhor em questão e descobri isto num site....

Eurico da Fonseca
Graças ao Guilherme de Almeida que descobriu este link, podemos ver uma das últimas entrevistas do Eurico da Fonseca senão mesmo a última.

Para quem não conhece era uma presença regular na RTP de outros tempos comentando assuntos de astronomia e exploração espacial. Eurico da Fonseca tinha o antigo Curso Industrial de Mecânica de Automóveis, mas desde cedo começou a interessar-se pelo espaço e a comentar o assunto em jornais e rádio. Em 58 teve um convite para o Centro de Estudos Astronáuticos do Ministério da Educação, depois mais tarde entrou para o Centro de Estudos Especiais da Armada onde esteve envolvido no desenvolvimento de foguetes.

Mas manteve sempre a sua actividade de divulgador e foi nessa função que o conheci já no início dos anos 90 num encontro de astronomia em Coimbra. Era uma pessoa simples, cheia de histórias e com uma grande bagagem na área espacial. Afinal viveu o tempo em que tudo começou. Acompanhou tudo na época e até ao final da vida.

Mas a maior memória que guardo dele é obviamente da RTP. Num tempo em que mais ninguém falava do assunto a presença dele era frequente e fixava os espectadores. Foi ele que comentou a Apollo 11 num directo memorável e fascinante naquele tempo. Já não vivi esse tempo, mas às vezes tenho pena. Faço hoje o mesmo que ele, mas numa escala maior, que é o andar de escola em escola a falar do espaço. Mas na altura quando o via nunca pensei. Que um dia pudesse também estar ali no ecrã a fazer o mesmo.
 
posted by Jose Matos at 04:35 | Permalink |


o link em questão, amigo Luso tens razão por vezes as cerejas são muito boas temos é que saber em que loja as comprar

http://www.ajc.pt/cienciaj/n11/consciencias.php3
 

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PereiraMarques

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« Responder #5 em: Novembro 13, 2006, 05:45:45 pm »
Citar
Investigação: Escola de Tecnologia da Guarda
Míssil made in Portugal
 
Nuno Ferreira

O ‘cérebro’ do míssil está ligado a um computador que realiza vários testes
Uma equipa de professores dos departamentos de Informática e Matemática da Escola de Tecnologia e Gestão (ESTG) da Guarda está a desenvolver um projecto de construção de um míssil de curto alcance para aplicações militares. O projecto, inédito em Portugal, ainda está numa fase embrionária, mas segundo os promotores estará pronto para o teste definitivo dentro de oito meses.
 
O objectivo dos investigadores é provar que Portugal tem potencialidades para “dar cartas” na indústria aeronáutica, bastando, para isso, que “haja vontade” dos investidores e “abertura” do Estado.

Se tudo decorrer como o previsto e se o projecto for bem sucedido, Luís Tenedório, mentor da iniciativa, não tem dúvidas em afirmar que “a cidade da Guarda pode avançar para a construção da primeira fábrica de mísseis do País”. Em paralelo, a equipa desenvolve conhecimentos científicos nunca antes colocados em prática.

Por agora, a construção do míssil terra-terra desenvolve-se no laboratório de fluído e dinâmica e na sala do departamento de Informática, onde a parte que será o ‘cérebro’ da munição está ligada a um computador portátil. Por agora, o artefacto não passa de um protótipo. É a fase mais importante do projecto onde se fazem todos os testes do comportamento do míssil, que vai ter um alcance de quatro quilómetros.

Luís Tenedório, professor de Informática, já tinha este projecto em mente “há mais de seis anos”, mas, por diversas circunstâncias, entre elas a falta de tempo, foi obrigado a adiá-lo até ao ano passado, altura em que convenceu mais três professores a acompanhá-lo “na aventura”. O projecto foi também abraçado pela direcção da ESTG, que lhe disponibilizou apoio logístico e financeiro.

Antes da execução do míssil, que terá 30 quilos e 90 centímetros de comprimento, os docentes vão construir dois de dimensões mais pequenas que serão experimentados em túneis de vento – um dos quais com 800 metros – e que servirão de testes prévios de como o engenho se comporta perante os factores endógenos, como o vento e a gravidade, e outros não previstos.

Tal como nos negócios, também nestes projectos de grande envergadura, onde é necessário um casamento perfeito entre a Matemática e a Tecnologia, o segredo “é a alma da ciência”. Por isso, Luís Tenedório não entra em grandes pormenores para explicar o projecto, mas sempre adianta que o comportamento e a trajectória do míssil estão a ser testados tendo por base fórmulas matemáticas e programas informáticos de alguma complexidade. “Estamos a construir um sistema operativo que possuirá propulsão sólida e que determinará o comportamento do engenho em quaisquer circunstâncias”, afirma o docente, salientando que a complexidade dos programas informáticos não permite o envolvimento dos alunos na iniciativa.

“Ao longo destes meses fomos confrontados com grandes problemas operativos e temos de lidar com questões que ultrapassam o nível de conhecimentos dos nossos alunos”, adianta Luís Tenedório. O professor de Matemática Paulo Vieira, de 36 anos, defende a sua ‘dama’ e afirma que sem os modelos matemáticos “este projecto não teria viabilidade. A Matemática e a Física são essenciais para o desenvolvimento da ciência”, adiantou.

O míssil, que terá capacidade de transportar uma ogiva de dois quilos de explosivo tritonal, terá um sensor giroscópio que o vai guiar até ao alvo e protegê-lo de interferências alheias, naturais ou não. “Pretendemos a exactidão plena”, afirma o docente, que desde muito pequeno se “apaixonou” pela aeronáutica, o comportamento dos aviões e pelos conceitos de navegação aérea.

SUCESSO DEPENDE DA VONTADE DO ESTADO

Luís Tenedório e os quatro docentes envolvidos no projecto – Paulo Vieira (Matemática), António Martins (informático especialista em engenharia do controlo) e Carlos Carreto (especialista em sistemas rotativos) – estão convencidos de que a ideia terá “consequências reais”, sendo aproveitada por entidades privadas, públicas ou por empresas.

No entanto, essa fase já está “fora do alcance” dos promotores. “Tudo depende da vontade do Estado ou das Forças Armadas em agarrar aquele que será um passo de gigante na construção de material de guerra”, diz o professor de Informática. “Se tudo correr bem o nosso trabalho vai ser compensado”.

Para Luís Tenedório, o projecto “é mais um exemplo claro” de que o ensino “tem de aproximar-se do mundo industrial”. “Basta olhar para o que se passa perto de nós, em Espanha e França, para se ver como se trabalha e se investe na alta tecnologia que se desenvolve nos estabelecimentos de ensino”, adianta o docente.

Se tudo decorrer como previsto, o primeiro míssil de curto alcance, construído em Portugal, estará pronto para ser testado dentro de oito meses. Nessa altura, os mentores do projecto terão de contactar as entidades militares para arranjar um espaço para lançamento e rebentamento do engenho e fornecimento do explosivo tritonal. Quando o míssil estiver no ar, é o ponto alto de um projecto que custou cerca de dez mil euros.

PERFIL

Luís Tenedório, professor de Informática, 48 anos, é natural de Aveiro mas reside na Guarda há sete anos. Antes de se dedicar ao ensino exerceu funções de engenheiro electrónico em várias empresas de material militar e na Força Aérea Portuguesa. Considera-se um “apaixonado” pela matéria e um “viciado” em novas tecnologias e aeronáutica, epítetos que já lhe valeram “muitos problemas familiares”, afiança.

Luís Oliveira, Viseu

Fonte: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... dCanal=219
 

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Get_It

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« Responder #6 em: Novembro 13, 2006, 07:01:15 pm »
O mais provável é o governo ignorar esse projecto por completo. :roll:

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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papatango

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« Responder #7 em: Novembro 13, 2006, 09:52:07 pm »
Infelizmente, e peço desculpa pelo meu pessimiso neste caso, não vejo nada de especial nesta ideia.

Quando alguém escreve coisas como
Citar
Estamos a construir um sistema operativo que possuirá propulsão sólida e que determinará o comportamento do engenho em quaisquer circunstâncias
eu normalmente fico de pé atrás.

É evidente, que o mais provável é que seja gralha do jornalista, e isso é evidentemente o pão nosso de cada dia, no entanto, mesmo que seja, noto que o tal míssil, que é um míssil terra-terra é construido por "amantes" da aéronautica :shock:

O peso do míssil, será segundo os entrevistados de 30Kg e terá uma ogiva com 2Kg de TNT.

Sinceramente, não entendo o que é que se pretende com um missil, que tem utilização apenas contra veículos não blindados e pessoas, ou então contra edificios não blindados ou protegidos.

O míssil anti-tanque de ogiva dupla TOW-2, por exemplo, tem cerca de 18 a 21.5Kg e duas ogivas.

Portanto:

É provavelmente uma iniciativa muito interessante, mas não é nenhum nascimento de uma industria, à volta de um conceito revolucionário que permitirá a Portugal dar cartas em alguma coisa.

Toda a questão está mal explicada e seria necessário que explicassem que diacho de sistema de navegação "especial de corrida" é que inventaram

Poderiam pelo menos dar alguma indicação genérica sobre o assunto, em vez de dizer que "o segredo é a alma do negócio".
Demasiado segredo, às vezes serve apenas para ocultar que não há na realidade grande coisa.

Isto faz-me lembrar o estardalhaço do POSAT-1, que era quase um satélite comprado num catálogo de compras por correspondência, e enviado a uma empresa especializada para o lançamento.

No entanto, o desenvolvimento deste tipo de sistemas é importante, não por causa do dito "míssil" que provavelmente nunca passará de um projecto, mas por causa de formar pessoas e de lhes dar know-how que pode ser utilizado noutros campos.

Qualquer aluno de uma Universidade/Instituto Superior, que tenha colaborado no desenvolvimento de um míssil com potênciais aplicações militares, estará muito melhor preparado que outros que não o tenham feito e aí a Escola de Tecnología da Guarda está a dar uns sopapos na cara dos seus congeneres das regiões de Lisboa e do Porto.

Só por isso vale a pena e é de realçar o esforço.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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pedro

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« Responder #8 em: Outubro 03, 2007, 05:57:21 pm »
Sobre este projecto alguem tem noticias? :?:
Cumprimentos
 

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pedro

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« Responder #9 em: Outubro 05, 2007, 09:53:12 pm »
So uma pergunta sera um missil de 10 mil euros bom??? :roll:
Cumprimentos
 

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JP Vieira

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« Responder #10 em: Outubro 06, 2007, 03:24:46 pm »
Um sistema de armamento como este poderia ser uma boa idea: existe sempre mercado para este tipo de armas.

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Nitrox13

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« Responder #11 em: Outubro 18, 2008, 06:51:06 pm »
já agora alguém sabe o ponto da situação deste projecto???
A necessidade aguça o engenho !!!!

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