O Almirante disse.
O contrato de construção está assinado.
O Almirante cumpriu.
O resto é treta.
Se o PESCADOR é ou já foi marinheiro, e se o Almirante lhe aparecesse á frente, batia-lhe continência.
Este tema, salvo novos desenvolvimentos, está esgotado.
Não entendo porque razão o tema deveria estar encerrado, quando o navio ainda nem sequer começou a ser construido.
Se há coisa de que todos podemos estar certos, é que o tema ainda agora começou a dar razão para ser tratado e o almirante CEMA não sai bem na fotografia.
As continuas trapalhadas do senhor Melo Gomes, têm-se transformado numa norma, desde a imbecilidade cretina e incompetente com que tratou o motim a bordo do Mondego até às mentiras sobre o verdadeiro estado do navio, passando pelas mentiras e manipulação torpe quando disse aos portugueses que tinha não sei quantos navios prontos para ia para o oceano (esquecendo que íam mas tinham que voltar em menos de seis horas).
E eu aqui dou de barato, que a culpa nem sequer é do almirante CEMA, a culpa é do poder político – governo e oposições.
A questão neste assunto nem sequer é o navio em si. É um conceito, que tem os seus pontos interessantes, como o tem todo o navio.
Não sabemos o seu deslocamento máximo carregado, não sabemos que motores serão instalados, não conhecemos a sua velocidade de cruzeiro operacional, ou seja, não sabemos praticamente nada.
O que sabemos é que o software de desenhar navios dos estaleiros Damen, é extremamente eficaz e que consegue desenvolver projetos base com grande rapidez.
Isto associado a uma boa impressora 3D e temos um navio pronto a ir para o estaleiro.
A Damen tem a marinha agarrada pelas partes (se a marinha quiser investir mais em navios deste tipo), porque nestes casos quem tem o software na mão manda no barco.
DisruptivoTodos estes conceitos, metem tanta água por tanto lado, que é impossível neste fórum, desmontar sequer parte dos disparates, no entanto, vamos ficar pelo disruptivo...
Ora, afinal o que vem a ser isto ?
Disruptivo, é um tipo de navio que, quando aparece, coloca em causa os poderes vigentes, ou dá a uma força militar naval uma força e uma capacidade que anteriormente esta não possuía.
O caso mais conhecido de navio disruptivo que podemos apontar na história de Portugal, chama-se Caravela.
Sim, a caravela foi um navio disruptivo e a sua capacidade para navegar à bolina, permitiu as longas viagens dos descobrimentos, antes que as Naus se transformassem no navio de transporte base do comércio com a India.
Já no inicio do terceiro quartel do século XIX, há navios disruptivos. O primeiro navio de madeira com couraça de metal, foi um, mas rapidamente se tornou obsoleto e a partir daí a madeira foi desaparecendo dos cascos e cobertas dos navios de guerra.
Depois surge outro navio disruptivo, a lancha-torpedeira. Um minúsculo navio com pouco mais de 100 toneladas de deslocamento, colocava em causa os navios couraçados, que se tinham tornado pesados e lentos.
A França não conseguia competir com o Reino Unido na construção de couraçados, mas podia construir dezenas de lanchas-torpedeiras, e vai daí... «toca a produzir lanças para afundar ao navios ingleses».
A resposta também foi disruptiva, e veio na forma do contra-torpedeiro. Com um navio barato, um pouco maior e armado com torpedos e canhões, era agora possível proteger os grandes couraçados.
Depois vai aparecer o cruzador, para reinar sobre contra-torpedeiros cada vez maiores e mais rápidos. A história não tem fim, e as grandes marinhas são elas próprias uma coleção de navios disruptivos e contra-disruptivos.
O disruptivo, é apenas uma certeza de que a seguir vem a resposta. Estas coisas funcionam ao nível de marinhas dominantes, como era a marinha portuguesa no século XVI, no Indico.
(continua)