Berardo testa exploração de petróleo em Portugal
A Mohave realiza estudos de sísmica para explorar reservas que podem atingir 500 milhões de barris.
O sonho do empresário Joe Berardo de encontrar petróleo em Portugal está mais perto de se tornar realidade. A Mohave Oil & Gas, empresa canadiana que tem o comendador como principal accionista, deu início aos estudos de sísmica tridimensional na concessão que detém na zona de Aljubarrota, acreditando que poderá encontrar petróleo ainda este ano.
"O petróleo pode vir a ser a salvação do nosso país", revelou o empresário, mostrando-se optimista quanto a um resultado positivo. É a primeira vez que se realizam em Portugal estudos de sísmica tridimensional, que servem para apurar as formas geométricas das estruturas geológicas. Esta pesquisa é necessária para que a perfuração dos poços avance até ao final do ano. Neste particular, a Mohave está à frente da Galp, da Petrobras e de outras empresas que vão realizar estudos idênticos nas suas concessões ao largo da costa nacional.
"A Petrobras e a Galp vão investir 300 milhões de dólares em Portugal e vão usar a mesma tecnologia. Ninguém seria louco para investir isto se não existisse petróleo! O desafio é conseguir extraí-lo", salientou Berardo.
Antes de arrancar com os investimentos na exploração de petróleo em Portugal, a Mohave Oil & Gas pediu um estudo à Sed Strat Geoscience, empresa que trabalha com gigantes como a Petrobras ou a Chevron, para avaliar a quantidade de crude que poderá existir no subsolo nacional. E os resultados não podiam ser mais animadores: segundo a Sed Strat, há 50% de probabilidades de os dois blocos detidos pela Mohave conterem 486,8 milhões de barris, o suficiente para abastecer o país durante quase cinco anos e cerca de dez vezes menos do que as gigantescas reservas brasileiras do Tupi, que a Galp explora no Atlântico Sul.
Aos preços actuais, este filão valerá 30,6 mil milhões de euros. Na estimativa mais pessimista da Sed Strat, serão 18,2 milhões de barris de crude, o que à cotação actual equivale a 1,1 mil milhões de euros, um valor que garante a viabilidade comercial do projecto. O crude que for extraído será vendido à Galpenergia.
Diário Económico