Atenção que quando se fala em defesas anti-aéreas, não é propriamente para defender de ataques nucleares (que é uma brincadeira bem mais complexa).
Eu estava a pensar nesta notícia, já aqui divulgada:
https://www.nato.int/cps/en/natohq/news_208103.htmQuando estes países europeus consideram a necessidade de sistemas de defesa anti-aérea, eles não estão certamente a pensar nos aviões russos, ou em mísseis convencionais russos.
A única verdadeira ameaça sobre a Europa, a acreditar nas palavras do Putin, do Medvedev e dos extremistas russos, é a ameaça nuclear.
Mas ... A ameaça nuclear tática, que permite aos russos achar que não levará necessariamente a uma resposta com armas estratégicas.
Os russos acham que as democracias não querem acabar com o planeta, mesmo que eles ataquem algumas cidades com armas atómicas.
A solução, é criar sistemas de defesa antiaéreos que possam por em causa a ameaça russa, e complicar os cálculos Kremlin.
Como Portugal não pode ser atacado por esses mísseis, (ao contrário por exemplo da Espanha, em que Madrid e Barcelona estão ao alcance) os governos podem alegar que não há problema.
Aliás, em teoria os mísseis russos podem atingir Bragança, mas não chegam a Vila Real.
Em Portugal sempre se brincou com a defesa anti-aérea. Como já aqui disse, só na década de 1930 recebemos um sistema eficaz para defender Lisboa (os sistema era por exemplo muito mais eficaz que o que os holandeses tinham para defender Rotterdão)
Só que não tinhamos as munições...
Até à década de 1960 ainda havia algumas peças de artilharia anti-aérea controladas por radares, na defesa de Lisboa, mas era mais por medo dos espanhóis que dos russos, obviamente.
Na guerra em África, foi o que se viu, com o medo dos aviões MiG-17 da Guiné-Conakry, contra os quais não teriamos nada...
Os mísseis Redeye nunca chegaram a Portugal...
Depois foram os Chaparral ... que eram uma proteção para uma unidade militar móvel, mas mais nada.
Isto parece ser uma doença.
E a acreditar na qualidade técnica de alguns dos generalecos que aparecem na televisão, talvez se perceba porquê.
NaviosUma das formas de criar alguma tipo de capacidade de defesa, é através de navios com essa capacidade, mas esses navios são extraordinariamente caros. Como disse noutro lugar, com sorte poderíamos desenterrar dinheiro para dois, mas mesmo isso, pelos preços e prováveis alterações resultado da atual guerra, será difícil, o que em Portugal quer dizer ...
Não vai acontecer.Ficaremos com umas corvetas (e se lhe chamarem fragatas o pessoal fica todo contente) mas o problema da defesa aérea nunca vai ser resolvido e estaremos sempre dependentes dos aliados da NATO.
É deprimente ... ?
--- É !