Fala-se muito em ordenamento.
Mas ainda não ouvi ninguém falar num facto conhecido (referido há uns meses pelo Expresso). É que 28% das familias portuguesas têm pelo menos uma segunda casa. Normalmente são pessoas que vivem em Lisboa e no Porto (regiões metropolitanas) e que têm a casinha na terrinha, para os fins de semana.
Claro que toda a gente quer estar longe da poluição, do barulho e do stress, e toda a gente quer uma casa num ermo escondido, nos cafundós de Judas, onde o Diabo perdeu as botas.
Quando há un incêndio, por muito "cafundó" que seja o lugar onde está a casa de campo, há que haver sempre um carro dos bombeiros.
O nosso patrimonio florestal está a arder. Mas é politicamente incorrecto dizer que está a arder, porque antes, temos que apagar os incendios nos lugares onde estão as casas.
Visto de cima, Portugal virou um queijo suiço, tudo queimado, com umas pequenas áreas redondas, com uma casinha no meio.
O problema está muuuito fundo. Estas familias esticaram os orçamentos para construirem as casinhas, mas são gente da cidade, que a ultima coisa que tem na cabeça, é limpar a área circundante. O campo está meio deserto, e pedir a uma pessoa para fazer o serviço custa cerca de €75 por dia. Fica caro.
Há uma grande quantidade de questões destas, como o empobrecimento das pessoas que vivem no campo (aqueles que não têm casa na cidade), que não têm dinheiro para pagar a quem faça, e em muitos casos não têm forças (pessoas idosas) para o fazer.
Há trinta anos, não havia luz electrica nem aquecimento electrico nas casas, e a maioria das pessoas andava pelos campos a "catar" galhos secos para fazer fogueiras. Hoje, ninguém faz isso, e o sistema de "limpeza" natural, desapareceu. Os galhos agora são inuteis. Só servem para arder.
Sem equacionar todos estes pequenos problemas, não adianta comprar helicopteros e aviões. Não temos dinheiro que chegue para isso. O ordenamento do território é o que é, e como sempre ninguém tem culpa. A oposição acusa o governo de não ter feito aquilo que a própria oposição quando era governo deixou por fazer. E isto continua assim, mude o governo ou o partido que está no governo. Os desleixados (quando eram governo) passam a eficazes criticos quando as eleições lhes correm mal.
enfim
E la nave vá...
PS:
LUSO
jeqete?
eu ?