1940: O plano de Franco para invadir Portugal

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VICTOR4810

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COMO DIVERTIMENTO
« Responder #90 em: Junho 29, 2009, 02:54:30 pm »
Como idea (o ideota) jocosa de alguien pues tiene sentido, pero no pasa de ser eso, algo que se ha puesto por ponerlo y para distraer y divertir a una parte del foro y para enfadar y disgustar a la otra parte.
    Franco no tuvo nunca idea de invadir Portugal, y el actual gobierno español, puedo asegurar que tampoco.
    S.M. El Rey siente un cariño muy especial por Portugal donde hallaron hospitalidad en los años de la dictadura y fue en Estoril donde D. Juan fue de verdad feliz.¡¡
    Los españoles invadimos Portugal pacíficamente todos los años y todos los meses y esencialmente en verano para pasar nuestras vacaciones, principalmente el Algarve y Troia (sin olvidar a Lisboa Menina y Moça).¡¡
1.492, DESCUBRIMOS EL PARAISO.
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papatango

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(sem assunto)
« Responder #91 em: Junho 29, 2009, 05:15:58 pm »
Citação de: "Onurb"
Papatango, disse que a força aerea espanhola ia ter problemas de combustivel.
uma força de 250 mil homens com uma consideravel componente blindada não teria os mesmos problemas?

Felizmente Franco não deu a ordem para a invasão, Portugal pagaria bem caro em vidas civis.
Mas julgo que mesmo com uma força muito superior á Portuguesa as forças de Franco não teriam vida facil.

Já agora uma pergunta offtopic alguma vez entraram em Lisboa forças de Castelha/Espanha?


Em primeiro lugar, é evidente que o problema de combustível é sempre complicado para um exército mal preparado para a logística.
O outro problema, é que os tanques não utilizam o mesmo tipo de combustível que os aviões.

Um exército pode ter combustível para fazer andar uma força blindada e não ter uma gota de combustivel para «alimentar» as aeronaves.

A importância dos carros de combate é normalmente localizada. Uma força que queira utilizar os carros de combate com vantagem, pode utiliza-los em grupos ou pode utiliza-loa para apoiar forças de infantaria móvel, ou forças melhor treinadas e de elite.

A capacidade de utilizar os tanques é sempre uma vantágem táctica, especialmente contra uma força que pura e simplesmente não tinha grandes meios para se defender dos tanques.

Isto, embora existissem peças de artilharia de campanha com essa capacidade como os canhões franceses de 75mm.

Já se Portugal teria capacidade para movimentar forças no campo de batalha, isso é outra história. Nas grandes manobras que se realizaram em 1943, por exemplo, houve unidades militares que mesmo durante exercicios não receberam comida.

Os espanhóis no entanto, não eram melhores. Na prática estaríamos perante uma guerra entre tropas fandangas, com a vantagem do lado dos espanhóis.

O verdadeiro perigo seria a possibilidade de se realizar a operação Felix, que implicava a entrada na Peninsula Ibérica de um corpo de exército (três divisões, uma blindada uma mecanizada e outra de infantaria, com destacamentos de artilharia)

Não pode haver a mais pequena dúvida de que Franco queria anexar Portugal e que a anexação de Portugal foi uma das questões discutidas com Hitler em 1940 em Hendaya.

Se Hitler tivesse aceite as exigências da Espanha em termos de equipamentos e material, Franco teria entrado definitivamente na guerra. Só não entrou porque os generais espanhóis foram comprados pelos ingleses e produziram planos para demonstrar a Franco que a Espanha estaria condenada.

Além disso, os bombardeamentos ingleses contra a Alemanha fizeram Franco pensar duas vezes, pois se os ingleses conseguiam bombardear Berlim, também conseguiriam bombardear cidades espanholas, mas acima de tudo, teriam capacidade para apoiar movimentos republicanos, nomeadamente nas Asturias



- - - -

Técnicamente, houve tropas castelhanas em Lisboa ou arredores várias vezes, nomeadamente a cercar a cidade. A partir da construção das fortalezas de defesa do Tejo, os navios já não passavam na zona estreita, mas as tropas de Filipe-II desembarcaram em Cascais e dirigiram-se para Lisboa a pé.

Já se as tropas do Habsburgo, que já tinha sido declarado rei de Portugal e que eram constituidas na sua maioria por alemães e italianos podem ser consideradas «tropas castelhanas estrangeiras» isso é discutivel.

Durante as invasões napoleónicas, nomeadamente durante a invasão de Massena, havia tropas espanholas em Lisboa, mas do lado de dentro das linhas de Torres, e que portanto estavam lá para defender a cidade.


Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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VICTOR4810

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COMO IDEA PARA UN CÓMIC.
« Responder #92 em: Junho 29, 2009, 09:04:29 pm »
Las divagaciones pseudohistóricas sobre este tan manido tema, no tienen precio, en lo demás son descabelladas al límitte.
   llegan a rozar el absurdo total.¡
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(sem assunto)
« Responder #93 em: Junho 29, 2009, 10:24:46 pm »
Obrigado pelo esclarecimento, Papatango. De facto é pena haver tão pouca informação acerca destes primeiros tanques (Vickers 6-ton e Renault) em Portugal.
Já agora, referiste que os Panzer IV eram resposta aos Valentine, não seriam os Centauro resposta a estes?
Cumprimentos
 

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papatango

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« Responder #94 em: Junho 29, 2009, 10:27:48 pm »
Victor 4810 -> Se você é honesto, explique o que é uma divagação pseudo-histórica e onde é que ela está.

Nada do que eu afirmo, deixa de ter base em documentos publicados e em opiniões avalizadas.
A ideia de que Franco tinha a intenção de entrear na Guerra foi até apresentada no insuspeito canal espanhol «Canal História».
A operação Felix está documentada
A conferencia de Hendai está documentada
O facto de os generais espanhóis terem sido comprados pelos ingeses está descrito em várias publicações, já foi há muito tempo aqui referido e há muito menos tempo foi objecto de uma publicação britânica editada em Espanha.

Não estou à espera que conteste nada.
Pelas razões conhecidas.

No entanto, você não tem o direito de de forma desonesta tentar por em causa o que os outros afirmam e podem explicar e fundamentar.
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papatango

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« Responder #95 em: Junho 29, 2009, 10:40:18 pm »
Bom, o Centaur era muito superior ao Valentine, mas não era capaz de enfrentar um Panzer-IV com peça de 75mm.
Não creio que na altura houvesse já uma lógica de acção-reação.

Em 1943, o pedido aos alemães foi demasiado coincidente com a chegada a Portugal dos primeiros tanques a sério. Mas com a derrota da Alemanha e o isolamento internacional da Espanha, o perigo tinha deixado de existir.
De notar que os americanos desembarcaram em Casablanca e tinham fronteira com a Espanha desde o fim de 1942 e nessa altura a Espanha não pediu tanques aos alemães.

Não deixa de ser engraçado comparar as datas...

Salazar e os militares portugueses temiam no entanto a possibilidade de um reacender da guerra civil espanhola, numa altura em que Franco não teria Alemanha nem Itália para ajudar.
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(sem assunto)
« Responder #96 em: Junho 29, 2009, 10:49:35 pm »
Algumas fotos do Vickers 6-ton, retiradas de um tópico antigo:
Citação de: "Lynx"
Criei este tópico á semelhança de outros tópicos relativos á Marinha e Força Aerea na possibilidade de colocarmos imagens de armamento do exercito português ao longo da sua história.
Começo por colocar algumas imagens de carros de combate Vickers Mk da decada de 20/30





Cumprimentos
 

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Imortals

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Franco pretendia invadir Portugal
« Responder #97 em: Outubro 26, 2009, 06:12:45 pm »
Em 1940, o Alto Estado-Maior espanhol elaborou, a pedido de Franco, um plano de ataque a Portugal, com a ocupação de Lisboa e a tomada de toda a costa nacional. O documento foi descoberto pelo historiador espanhol Manuel Ros Agudo, que estará em Lisboa, na terça-feira, para dar uma palestra sobre o tema

Por Maria José Oliveira

O plano não permitia qualquer falha. Tudo começaria com um ultimato (impossível de cumprir) e um prazo limite de 24 horas ou 48 horas, findas as quais teria início a invasão de Portugal.

A operação incluía intervenções por terra, ar e mar e as primeiras incursões terrestres, realizadas por um contingente de 250 mil combatentes espanhóis, avançariam em direcção a Ciudad-Rodrigo, Guarda, Celorico da Beira, Coimbra, Lisboa, Elvas, Évora e Setúbal - a ocupação da capital e a divisão do país em três parcelas constituíam os passos fundamentais para a conquista de Portugal. Ao longo de quase 70 anos, o Plano de Campanha nº 1 (34), o grande projecto de Franco para invadir Portugal, delineado em plena II Guerra Mundial (1940), esteve "adormecido" nos arquivos da Fundação Francisco Franco. Os rumores da tentação franquista de conquistar Portugal há muito que circulam no meio historiográfico - até porque uma das grandes orientações da política externa de António de Oliveira Salazar, durante o conflito mundial, consistia na independência nacional face à ameaça da anexação espanhola. Mas só recentemente foi possível confirmar que os temores de Salazar tinham justificação.

Em 2005, o historiador espanhol Manuel Ros Agudo foi o primeiro investigador a aceder às cem páginas que compõem o plano de ataque contra Portugal, elaborado pela 1ª secção do Alto Estado-Maior (AEM) espanhol no segundo semestre de 1940. O ineditismo da descoberta levou o investigador, de 47 anos, a dedicar-lhe um capítulo na sua obra A Grande Tentação - Franco, o Império Colonial e o projecto de intervenção espanhola na Segunda Guerra Mundial, recém-editada em Portugal pela Casa das Letras. Na próxima terça-feira, Ros Agudo é um dos oradores da conferênciaA Península Ibérica na II Guerra Mundial - Os planos de invasão e defesa de Portugal, a realizar no Instituto de Defesa Nacional, a partir das 14h30, numa iniciativa conjunta com o Instituto de História Contemporânea.

Devastador e célere

O projecto de invadir Portugal não configurava uma "acção isolada", como se pode ler numa das alíneas dos documentos analisados por Ros Agudo. Tratava-se de uma operação preventiva, no âmbito da ambição franquista de declarar guerra à Inglaterra. Numa altura em que França já caíra sob o domínio da Alemanha nazi, Espanha, então com o estatuto de país não-beligerante, acalentava o sonho de um império norte-africano. Nem Hitler nem Mussolini podiam, em 1940, garantir a Franco a concretização deste desejo. Mas isso não fez esmorecer as ideias expansionistas e bélicas do "Caudilho".

A guerra contra a Inglaterra teria início com a tomada de Gibraltar. Porém, os estrategas do AEM prenunciavam que a primeira resposta britânica a este ataque fosse "um desembarque em Portugal com a ideia de montar uma cabeça-de-ponte para a invasão da península". Por isso, no plano ofensivo, determinava-se o emprego dos "meios necessários para bater o Exército português e o seu Aliado; ocupação do país e defesa das suas costas".

Tudo isto seria realizado sem o conhecimento prévio de Hitler e Mussolini. Porque Franco "queria manter o carácter secreto das operações, ter liberdade de manobra e também por questões de orgulho", explicou Ros Agudo ao P2. Contudo, após iniciados os ataques a Gibraltar e a Portugal, Espanha previa o apoio da aviação alemã, "nomeadamente com o reforço de bombardeiros e caças". A participação da aviação espanhola estava também definida no plano de ataque (com as missões de "destruir a aviação inimiga e as suas bases" e de "atacar os núcleos de comunicação, especialmente nas direcções da invasão, e os transportes de tropas"). Mas Espanha receava que o vasto contingente de homens em terra se confrontasse com a superioridade luso-britânica no ar. Neste âmbito, o reforço alemão seria indispensável. Assim como se afigurava prioritário um ataque terrestre devastador e célere.

Para a Marinha, o AEM planeara um conjunto de acções de defesa ("exercer acções com os submarinos sobre as comunicações inimigas", "proteger as comunicações com o Protectorado de Marrocos e Baleares"; "efectuar acções de minagem nos próprios portos") que pressupunham uma reacção rápida da Marinha britânica.


E Salazar?

Em Dezembro de 1940, quando Franco escreveu, assessorado pelo AEM, que decidira atacar Portugal - "Decidi [...] preparar a invasão de Portugal, com o objectivo de ocupar Lisboa e o resto da costa portuguesa" -, o Tratado de Amizade e Não Agressão, firmado pelos dois países em Março de 1939, não passava de um documento sem importância para o "Caudilho". Mas foi a partir desse acordo que os franquistas intensificaram as pressões diplomáticas para Portugal deixar de respeitar os compromissos da aliança luso-britânica: fizeram-no através de Nicolau Franco, irmão do ditador espanhol e embaixador em Lisboa; e também "aconselharam" o então embaixador português em Madrid, Pedro Teotónio Pereira.

Perante os planos de anexação, Espanha não desprezava apenas o pacto de não agressão, mas também a intervenção activa e material do Governo de Salazar no apoio aos franquistas durante a Guerra Civil de Espanha - três a cinco mil "viriatos" combateram nas fileiras das milícias da Falange, do Exército e da Legião espanhola, muitos deles recrutados através de anúncios nos jornais pagos pelo Estado; a rádio emitia propaganda franquista; e Salazar promoveu a mobilização anticomunista (recolhendo benefícios para a sustentação do Estado Novo).

Atentando no rigor e na determinação plasmadas no Plano de Campanha nº 1 (34), urge questionar qual o destino que reservava Franco para o ditador português, na eventualidade de a ocupação ter avançado.

A documentação descoberta por Ros Agudo cinge-se aos aspectos puramente militares e não contempla a "sorte pessoal" do presidente do Conselho. Mas o historiador, professor de História Contemporânea na Universidade San Pablo, em Madrid, avançou ao P2 duas hipóteses: "O destino de Salazar e do seu Governo, no caso de Portugal não conseguir resistir à invasão, seria estabelecerem-se nas colónias (Angola ou Moçambique); ou podiam exilar o Governo em Londres, como aconteceu com alguns países europeus ocupados pelo Eixo".


Palavras encomendadas

Quanto ao futuro de Portugal, não há qualquer referência nos documentos, ficando sem resposta a pergunta sobre se a ocupação seria ou não temporária. No entanto, Ros Agudo cita no seu livro as "inquietantes" palavras de Serrano Suñer, ministro dos Assuntos Exteriores espanhol, ao seu homólogo alemão, Joachim von Ribbentrop, datadas de Setembro de 1940: "(...) ninguém pode deixar de se dar conta, ao olhar para o mapa da Europa, que, geograficamente falando, Portugal na realidade não tinha o direito de existir. Tinha apenas uma justificação moral e política para a sua independência pelo facto dos seus quase 800 anos de existência".

Ros Agudo acredita que estas palavras, proferidas em Berlim, foram "encomendadas" a Suñer por Franco, com a intenção de averiguar "a reacção de Hitler perante a ideia de um Portugal integrado num futuro grande Estado ibérico". Mas "oFührer não quis fazer qualquer compromisso sobre este assunto", nota o historiador.

Apesar das declarações de Serrano Suñer, Manuel Ros Agudo não crê que Franco pretendesse "uma integração pura e dura num Estado ibérico" Porque isso arrastaria "muitos problemas". "É possível que, sob uma Nova Ordem europeia, na eventualidade da vitória fascista e da derrota da Grã-Bretanha, Franco tivesse permitido a existência de um Portugal marioneta, fascista e inofensivo", diz. E, continuando num exercício de História virtual, acrescenta: "Se a Rússia tivesse sido eliminada por Hitler, o grande confronto, ou a Guerra Fria dos anos 50 e décadas porteriores, teria acontecido entre os EUA, por um lado, o grande bloco euro-africano fascista, pelo outro, assumindo este último um papel semelhante ao bloco soviético que conhecemos. Tanto Espanha como Portugal teria feito parte desse bloco constituído pelas potências do Eixo".

Nos últimos meses de 1940, o Plano de Campanha nº 1 (34) esteve prestes a ser realizado. Franco ordenara a prontidão militar para o ataque. Mas o que lhe sobrava em meios operacionais faltava-lhe em condições políticas, nomeadamente a garantia dos apoios alemão e italiano e a concretização das ideias imperialistas. "Os requisitos políticos para dar esse passo - as garantias de obtenção de um império em África - acabaram por não ser dados", explica Ros Agudo.

O plano foi então depositado em arquivo e tornado inacessível durante quase sete décadas.

In: Publico

Não sei se já foi postado aqui no fórum esta noticia do publico mas aqui deixo o meu primeiro post no fórum.
 

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papatango

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Re: 1940: O plano de Franco para invadir Portugal
« Responder #98 em: Outubro 27, 2009, 10:18:35 pm »
Mais ou menos, é aquilo de que temos vindo a falar em vários tópicos.

Decorreu hoje no Instituto de Defesa Nacional uma conferência (creio) em que participaram o autor do livro, juntamente com o prof. Fernando Rosas e o prov. Antonio Telo, a que se juntou alguém que eu confesso desconhecer (Mestre  Jorge Silva Rocha) que terá falado sobre o dispositivo português na altura, que é aquilo que do meu ponto de vista seria mais interessante.

É pena que o Instituto de Defesa Nacional, ou quem de direito, uma vez que há situações em que apenas cede as instalações, não disponibilize este tipo de sessões em formato que permitisse a toda a gente aceder às informações e opiniões sobre o assunto, que é evidentemente interessante.

O que eu acho que não faz sentido, é a afirmação de que ninguém sabia disto.

É também de notar uma aparente tentativa (que conhecemos de diversas outras análises) de «melhorar» a imagem do ditador Franco, quando comparado com Serrano Sunher, (chamado de  «o Cunhadíssimo», porque era casado com uma irmã da mulher de Franco, Carmen Polo).
Esta tentativa parece estar directamente relacionada com a tentativa de entrar em conflito com o actual rei espanhol, que proíbe que, pelo menos em sua presença se fale mal ou se critique o genocida.

De qualquer forma, os planos de invasão de Portugal não são nem nunca foram exclusivos de Franco.
No livro «Debaixo de Fogo» que até tem prefácio do professor Fernando Rosas, faz-se referência a uma reunião de emergência em Lisboa, por causa de um comentário no jornal «Arriba» (orgão oficial dos nazistas espanhois) que previa e pedia exactamente a solução de Franco.
Solução que, diga-se em abono da verdade não é especialmente brilhante.
Um ataque a Portugal, se quer contrariar um desembarque, terá forçosamente que levar a que se tomem posições nas áreas onde é mais provavel o ataque. Tomar o porto de Setubal ou de Lisboa, é absolutamente importante. Em qualquer deles se poderia efectuar uma operação de desembarque com alguma facilidade.

O plano de Franco, que é bom lembrar - foi aqui negado por alguns espanhóis e mesmo portugueses quando eu o referi - existiu. É um facto! Mas não é um plano apenas de Franco.
É isso sim, mais um plano da Espanha, apenas mais um.
É igual ao plano de 1936, equivale ao plano de 1911, tem relação com os planos do final do século XIX, com os planos de invasão da era napoleónica, com os planos da fase final da guerra da restauração.
(Aqui - e falo de memória - só escapou a guerra fantástica do final do século XVIII)


Relativamente às nossas capacidades militares na altura, já foram aqui apresentadas algumas teses ou opiniões. Infelizmente não temos acesso à opinião ou análise que terá sido feita no IDN.

Seria provavelmente bastante interessante.

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VICTOR4810

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Re: 1940: O plano de Franco para invadir Portugal
« Responder #99 em: Outubro 28, 2009, 10:04:51 pm »
Franco era lo que era, un dicador como la copa de un pino y durante su mandato en Españaa no se andaba precisamente sobrado de libertades.
Tampoco se hallaba España sobrada de dinero tras tres años de guerra civil, con la destrucción de casi todos los medios de produción, el campo abandonado y el tesoro público esquilmado.
Tenía muchos defectos, si señor, pero entre ellos no se encontraba el de la ignorancia y -sabía- que era irrealizable una invasión española a Portugal, recordemos que en ese entonces Portugal era un Imperio estable y reconocido -con capacidad de movilizar tropas coloniales- y españa una nación empobrecida, por lo tanto, Franco nunca hubiese cometido ese error.
Hoy, aunque a algunos no les guste reconocerlo España es bastante superior en armas y hombres a Portugal, en ese tiempo pasado era al revés.
Por lo tanto, yo lo tomo como un "divertimento", creo que jamas se consideró ottra cosa que el mantener las mejores relaciones con nuestro vecinoo pais con el que nos unen muchas mas cosas que las que en un principio parece.
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papatango

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Re: 1940: O plano de Franco para invadir Portugal
« Responder #100 em: Outubro 29, 2009, 12:16:44 am »
A Espanha é superior aos portugueses hoje, como o era depois da guerra civil.

Alias, adianto mesmo, que a diferença era muito maior em 1940 que hoje.

Portugal não teria qualquer hipótese de resistir a uma invasão espanhola, que apenas não aconteceu, não por falta de vontade dos nazis espanhóis, mas por causa das circunstâncias.
Ao longo da segunda metade de 1940, a continua resistência dos ingleses deixou os nazistas na dúvida.
Serrano Sunher, era um extremista mais ligado aos nazis alemães não foi objecto de pressões por parte dos ingleses, mas de resto, quem podia influenciar Franco foi influenciado e «amaciado» com grandes quantidades de dinheiro pelos ingleses.

Depois temos os ataques de bombardeiros ingleses contra a Alemanha, e no final de 1940, temos os problemas que os italianos enfrentaram com a invasão da Grécia (que por acaso se comemorou ontem dia 28 de Outubro).

O problema, é que o plano de Franco, foi negado.
Foi negado quando variadíssimas fontes faziam referência a tal plano.
Mas além desse houve outros, alguns deles publicados ainda antes do inicio da guerra civil espanhola, como é o caso da referência ao publicado no jornal «Arriba», que é referido no livro do Telmo Faria «Debaixo de Fogo».

Não estamos portanto perante O PLANO dos espanhóis, estamos apenas perante mais um dos planos dos espanhóis.

Ele é resultado não das circunstâncias do momento, que eram favoráveis à invasão por parte dos nazistas, mas sim resultado de uma visão histórica distorcida, que leva os espanhóis a considerar que têm o direito de intervir em Portugal.

Outra coisa que fica claramente em causa, é a ideia de que Franco colaborava directamente com Salazar e que os dois ditadores eram unha e carne. Eles deviam ser unha e carne, só que unha de gato e carne de cão.

E esse é realmente o problema, ou a lição que se deve extrair de mais um caso que se confirma.


Não adianta tentar distorcer a História. A verdade acabará sempre por vir ao de cima.


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VICTOR4810

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Re: 1940: O plano de Franco para invadir Portugal
« Responder #101 em: Outubro 30, 2009, 10:01:37 pm »
Siempre ha contado Portugal con el paraguas británico y eso es lo que muchas veces ha elevado su potencial belico, este año al pasar al lado de la estatua del Marques da Figueira leí una pintada en portugues, que decía "Gracias por habernos convertido en un protectorado inglés", -yo eso no lo suscribo-, de ninguna de las maneras, pero de la misma manera que Portugal entró en la Guerra Mundial al lado de Inglaterra, este país hubiese ayudado en armas y hombres a Portugal (como en Aljubarrota, mismamente).
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PereiraMarques

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Re: 1940: O plano de Franco para invadir Portugal
« Responder #102 em: Outubro 30, 2009, 10:53:14 pm »
Quem é que foi o Marquês da Figueira? Isso é suposto estar escrito onde?
 

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papatango

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Re: 1940: O plano de Franco para invadir Portugal
« Responder #103 em: Outubro 31, 2009, 11:56:43 am »
Durante a sua História, todos os países, uns mais que outros foram influenciados por outros países, outras potências, ideias, religiões. O mundo não é constituído por unidades politicas e sociais completamente isoladas e imunes à influência externa.
Não teria nenhum problema afirmar que existiram influências inglesas, se a afirmação não fosse infelizmente resultado não de qualquer análise com pés e cabeça, mas sim do preconceito espanhol/castelhano contra Portugal e contra os portugueses.

Só para lhe mostrar quão patéticas são as suas afirmações, bastaria lembrar que do ponto de vista militar, a altura em que Portugal atingiu o «cume do poder militar» em termos de poder naval, foi durante os primeiros anos do século XVI.
A descoberta do caminho marítimo para a Índia, as conquistas navais e o domínio do Indico pelos portugueses nada tiveram que ver com a Inglaterra !!!

A Inglaterra serviu de apoio SIM, mas foi nos momentos de decadência.
Por outro lado, você deveria olhar para as criticas que se fazem em Portugal aos ingleses à luz das influências maçónicas que condicionaram a evolução da sociedade portuguesa, entre influências francesas e influências inglesas.

Mas para cúmulo do patético, as suas afirmações, quando vindas de um espanhol, raiam o anedótico e o boçal.
Poucos países como Castela foram mais dependentes do auxilio externo, nomeadamente da França. Desde o século XV, que passaram a ser um satélite do sacro-império, passaram a ser relativamente independentes durante o século XVI e XVII, por causa do ouro e da prata das Américas para logo no inicio do século XVIII terem novamente passado a ser pouco mais que um satélite dos franceses, com os Bourbon, que como símbolo do domínio francês sobre Espanha, ainda hoje mantêm o seu nome, como rei.

Diz o roto ao nú:
Porque não te vestes tú ?

Senhor Victor4810, o tema deste tópico, é o plano de invasão espanhol de 1940.
O mesmo que você disse que era uma mentira.
O mesmo que você disse que nunca tinha existido, afirmando que o pervertido assassino que você e os extremistas neo-nazis defendem, era uma boa pessoa.

 O plano de Franco, é ao mesmo tempo mais um dos inúmeros planos da Espanha.
Deixe-se de alusões insultuosas - porque a sua referência aos ingleses não foi mais que um dos muitos insultos encapotados que costuma proferir.

Seria interessante se se restringisse ao tema...

Talvez ainda possamos aproveitar alguma das coisas que escreve  :roll:

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gaia

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Re: 1940: O plano de Franco para invadir Portugal
« Responder #104 em: Novembro 01, 2009, 10:55:46 pm »
Como Papatango , disse , a relação entre Salazar , sempre foi tensa , ao contrário do que se tem dito , em documentários , por historiadores, ou por pessoas que foram influenciadas pela propaganda da esquerda, em ambos os países.
Salazar teve que ajudar Franco, por que não tinha alternativa, senão Portugal seria mais  uma das repúblicas ibéricas  tipo sovitético, não esquecer que Frente popular, estava controlada pelos soviéticos, diversos documentos vieram a lume , e o próprio Antony Beevor, mudou a opinião.
O tratado de 1939, foi uma forma formal , de Salazar , vincular Franco, mas Salazar já no fim da Guerra Civil , deu ordens aos jornais , par evitarem de noticiar, e as relações esfriaram , Portugal reforça a aliança com Inglaterra e própria Rainha visita o país.
Acho que Salazar estava ciente dos perigos da ala falagista, não deixa desfilar os viriatos, Rolão Preto em 1934 é expulso , e as sedes do movimento são encerradas ( tinha apoiantes que falage espanhola !!).
Salazar ao contrário do que é dito , tinha uma desconfiança , muito grande , em relação aos movimentos fascista Italiano e nazi , entra diversas vezes em choque com Alemanha , devido a expropriação de bens de judeus portugueses na Alemanha.
Acho que , tinha a noção dos perigos e das intenções de Franco, até porque a Inglaterra , subornou diversos generais espanhois.
Em 1942, Salazar com Serrano Suñer, em Lisboa, e este (nas memórias) ficou , estupefacto, com a curiosidade sistemática , em que teve que descrever com toda a minúcia as estadias e reuniões com Hitler e Mussolini, até parecia que queria conhecer as suas  mentes , Franco nunca teve qualquer interresse.
Salazar não estava desprevenido, em termos muilitares , fez alguns investimentos, mas Franco tinha uma tropa endurecida pela guerra ( a divisão azul tinha 50000 homens e tiveram um desempenho notável em Leninegrado) , e o apoio Alemão era crucial , e Portugal , pouco poderia contar com Inglaterra , só podia recuar, porque Portugal sempre foi um território de dificil defesa face a potencias continentais.
A aliança com Inglaterra , é algo natural, e defesa do constante cerco espanhol, em que Portugal perde a independencia no ponto mais alto do seu império, só porque tinha as suas forças navais terrestres a milhares quilómetros, e seu vizinho poderoso, aproveita a infelicidade da morte de D.Sebastião, mortes miseriosas de membros da familia real portuguesa , e própria morte do filho De Filipe II (morto pelo pai ?).
Seria importante , uma abordagem histórica , dos fins do século XVI, porque até que ponto muitos acontecimentos foram provocados ou acelarados.
Já no século XX Alfonso XIII , queria Portugal á força , em muitas negociações internacionais , porque cobiçavam o império portugues, já que tinham o seu império.