Estimados, não dispondo muito tempo por vários motivos, não quero deixar de contribuir um pouco para elucidar o jovem Piteira e lamento informar, com o devido respeito por todos, mas a maioria do que referem sobre o DAE está tudo desactualizado ou parte errado...
Caro Piteira, tem alguns conceitos e termos militares erradamente mentalizados, e uma ideia do que são missões do espectro das OE's um tanto quanto a roçar a utópica, mas quer é vencer, por isso força e coragem!
- O DAE está a anos-luz dos Ranger's OE's de Lamego, pese embora estes últimos tenham de facto melhorado, pois possuem todas as mesmas valências e outras coisas mais, não é por obra do Espírito Santo que já foram de longe muito mais vezes mobilizados para missões "quentes" no estrangeiro ou no nosso "quintal" (área de influência), não se limitam a ser uma mera componente de OE's de Unidades de manobra destacados em Missões de Paz, como infelizmente é o que mais sucede com os Ranger's.
Compare pelo menos os empenhamentos em missões conhecidas (segurança: CHARLIE e segurança: BRAVO) com os OE's de Lamego!
Aufere de tal reputação e prestígio a nível externo, que tal contribuiu, utilizando um exemplo possível de comentar, dado ser de conhecimento público, optar-se pelo DAE em detrimento de OE's de Lamego, para ombrear com outras OE's estrangeiras na componente das OE da "Task Unit" da EUFOR RD CONGO, organizados em TAC CP / TE de RE e uma TE de AD.
- Respondendo a um outro assunto aqui em diálogo, o facto do grosso dos elementos do DAE serem "maduros" e não putos de 18/ 20 anos; já terem presenciado e vivido muita coisa em termos de tempo, espaço e objectivos; no Curso de Sobrevivência, fuga e evasão, não se limitarem a morder o pescoço a galinha... traduz-se num alto nível de adestramento individual e colectivo e permanente melhoria de prestações operacionais e uniformização das TTP's da Unidade, coisa que pesa sempre até para um decisor muito marreta em assuntos militares, usando o seu senso comum.
- O CCF está a implementar uma nova estrutura orgânica, TTP's e outras coisas que não se justifica verbalizar ou dar a conhecer, DAE inclusivo.
- Quem autoriza em última instância missões específicas de Reconhecimento especial, Acção directa / indirecta e Assistência militar, não é o PR, e só se justificar dar conhecimento, será como o corno...ou porque os riscos de natureza político-militar e/ou diplomáticos para o Governo Português ultrapassam um certo patamar...
- As missões e formação específica do DAE, não está toda "catalogada" publicamente e, é um pouco mais extensa do que a maioria de vários foristas daqui, até bem informados, têm conhecimento.
Várias, infelizmente, os OE's de Lamego não possuem e nada tem haver com TTP em meio aquático ou uso do Mar como vector natural de inserção ou extracção, mas sim por ser fruto de muitos aninhos de intercâmbios e exercícios conjuntos e combinados com forças estrangeiras congéneres, originando estudos e desenvolvimento de questões operacionais.
- O DAE para envolvimento vertical no TO estão certificados ou em vias de: Curso de Parapente; Pára-quedismo táctico de combate com pára-quedas automático; Curso de Queda Livre Operacional; Heli-assalto; Helicast; Stabo; Spie rig; Fast-rope com helicópteros; Curso de abandono de aeronave em imersão "Dunker"; Técnicas de projecção e recolha a partir de aeronaves asa fixa e rotativa.
- Quanto ao ingresso, boa parte do processo de selecção é baseado no curso de admissão do SAS, escusado será dizer que contribuiu para a mítica restrita e criteriosa selecção do DAE.
Puxando a "brasa para a minha sardinha" e desculpem a ousadia:
https://olx.pt/anuncio/sas-foras-especiais-curso-de-admisso-IDyoBKJ.html#3b7f246fcdOs pré-requisitos para candidatura estão patentes no Despacho CEMA n.º 67/85 de 22 de Outubro, mas julgo que já sofreu ligeiras alterações devido ao COEMAR:
- ser voluntário; ter idade inferior a 32 anos; óptima aptidão e qualidades militares; satisfazer as provas de condição física específica; satisfazer as provas de condição psicológica específica; ser considerado apto num exame psicotécnico apropriado; ser qualificado com o nível 3 de adaptação ao meio aquático; ser qualificado como atirador de 1 ª classe com espingarda e de 2ª classe com pistola; a prestação de pelo menos de 2 ano numa Unidade de Fuzileiros.