Ora aqui está uma questão interessante.
Devo primeiro lembrar que, os COMANDOS são forças de Operações Especiais, vocacionadas para as operações especiais de acção directa. Por isso têm uma orgânica muito própria. (que mantêm, mesmo após o seu ressurgimento).
Os militares de Operações Especiais do CIOE, estão mais vocacionados para as operações especiais de acção indirecta. Quando o Regimento de Comandos foi extinto, assumiram as missões de operações especiais de acção indirecta dos Comandos.
Quais são os melhores??? Acho que a pergunta não chega a ter cabimento. Se existem, é porque se sente a necessiade de haver alguém com as capacidades que estas forças possuem, por isso existem tantas. Sem dúvida, os OE's são os mais polivalentes, todos os outros têm uma área de emprego muito especifica.
Dos Páraquedistas (vulgo Tropas Aerotransportadas) nem falo. São infantaria que salta de paraquédas, nada maisNem as tácticas nem as técnicas são difierentes das usadas pelo Infante, Artilheiro ou Cavaleiro comum..
Dos Fuzileiros também não digo nada, porque não conheço nem o treino nem a organização.
Cumprimentos.
Andava a pesquisar umas coisas pela net quando deparei com este fórum e esta thread em particular, pelo que não queria deixar de dizer algo em relação a isto…
Antes de tudo mais, antes de se falar deve-se ter algum conhecimento de causa pelo que seria produtivo saber se o autor desta resposta serviu nas forças armadas, em alguma tropa de elite ou de operações especiais, ou se tomou conhecimento das actividades das mesmas apenas pelo que leu na internet. Nada melhor do que experimentar e conhecer para poder ter legitimidade para falar ou comparar.
Vou dar um esclarecimento sobre o que conheço pessoalmente.
Estive 4 anos nos Páraquedistas de 95 a 99, onde concluí um CFS (Curso de Formação de Sargentos) que (incluindo o curso de Páraquedismo e cursos adicionais) teve como duração total aproximadamente 6 meses. O curso inicialmente de 90 formandos, foi concluído com pouco mais de 30 elementos (33% chegaram ao fim). Para mim, foi um desafio difícil de superar, para outros terá sido mais fácil, para outros foi impossível.
As provas de acesso (algumas delas únicas nas FA, como a prova de agressividade), grau de exigência da recruta e vários cursos complementares levavam (não sei como será hoje em dia) a uma taxa de eliminação elevada que simultaneamente levavam a que quem lá ficasse, tivesse um elevado sentido de dever, dedicação e “amor à camisola” ( neste caso, boina verde). A “infantaria de páraquedas” existe sim, são muitos dos sargentos e oficiais dos QP que lá vão fazer um curso de páraquedismo mas cujo espírito ou "entrega" não é o mesmo de um militar ali formado de raiz.
Um Páraquedista, Fuzileiro ou Comando partilham bases de formação comuns e sempre tiveram missões similares atribuídas, seja actualmente ou na guerra do ultramar. São todas elas tropas de infantaria de “elite” pela dureza do treino, motivação elevada dos seus elementos, capacidades físicas, resistência mental ao stress e fadiga. Conheci e trabalhei com bons militares Comandos, Fuzileiros e OE’s, mas garantidamente um bom militar Páraquedista não lhes fica atrás em nada, dentro de um mesmo patamar de formação ( e existem esses patamares dentro das várias forças).
As escassas unidades de forças especiais ( Operações Especiais, DAE, SOGAS / Precursores) benificiam do facto de serem estruturas mais pequenas, com indivíduos melhor treinados e acesso a melhores equipamentos derivado do seu baixo nº de efectivos e missões de carácter “especial”. Torna-os menos acessíveis ao conhecimento do público, mas mais “interessantes” ao olhar de que lê algumas coisas na net, com uma aura de “mistério” proporcional ao grau de desconhecimento sobre as mesmas. O DAE ganha a medalha de ouro nesse aspecto e pelo que sei, merecem essa medalha a todos os outros níveis operacionais, sendo provavelmente a nossa melhor unidade de operações especiais.