Efemérides

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Luso

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« Responder #150 em: Janeiro 21, 2008, 10:28:02 am »
- Oh plebe vil!
- Oh fraca chusma que faz fraco o forte Rei!
O vosso horizonte não passa além dos muros da vossa aldeola.
Quando eu deixar de ser moderador no Éfe Dê e o smog socrático e meneziano vos sufocar eu voltarei!
Primeiro Portugal.
Depois...
- Depois o Mundo!

*- Muahahahaha!* (gargalhada ecoando pelo V Império)

(Tá calado, oh Pessoa. E tu também, Agostinho...)
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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P44

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« Responder #151 em: Janeiro 21, 2008, 12:33:58 pm »
Ah Fadista!!!!! :lol:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Lancero

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« Responder #152 em: Janeiro 21, 2008, 02:18:01 pm »
Quem fala assim não é g..ga...g...go!
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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André

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« Responder #153 em: Janeiro 21, 2008, 11:18:19 pm »
22 de Janeiro de 1808  

Chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil - 200 anos



Lula da Silva assinala na Baía chegada da família real portuguesa

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Um desfile naval pelas águas da Baía de Todos Santos abrirá oficialmente na manhã desta terça-feira, as comemorações dos 200 anos da vinda da família real portuguesa para o Brasil.

O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assistirá ao desfile que terá a participação de 11 navios da Marinha brasileira. As embarcações partirão do antigo Porto da Barra, local onde aportou Dom João VI e parte da comitiva vinda de Lisboa, em vésperas da invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte.

O destino final do desfile será o Porto de Salvador. Portugal estará representado pelo embaixador Francisco Seixas da Costa.

Um selo comemorativo assinalando a data também será lançado pelo Presidente da República, que ainda estará presente no relançamento do livro A Abertura dos Portos do Brasil, do intelectual baiano Pinto de Alencar e que teve a sua primeira edição em 1960.

No livro, o autor ressalta as profundas transformações trazidas para a economia e modernização do Brasil, a partir do decreto de Dom João VI, abrindo os portos brasileiros às demais nações com as quais Portugal mantinha relações comerciais.

«Ao abrir os portos, Dom João VI inseriu o Brasil no que na época representa o que neste século XXI chamamos de mundo globalizado», analisa o presidente da representação na Baía da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, Eduardo Salles.

Embora a abertura oficial das comemorações só venha a acontecer na próxima terça-feira, vários eventos já ocorreram na Baía, alusivos aos 200 anos da vinda da família real portuguesa. O primeiro deles foi a Semana Portuguesa, ocorrida de 03 a 08 de dezembro, com a realização de diversos eventos culturais.

Na última sexta-feira, uma sessão solene com as presenças dos ministros da Saúde, José Gomes Temporão, e da Cultura, Gilberto Gil, marcou o início das comemorações dos 200 anos da fundação da Faculdade de Medicina da Baía, a primeira da América Latina, instituída em 28 de janeiro de 1808, por Dom João VI, iniciando o ensino universitário no Brasil.

Embora saudada efectivamente pela população que habitava Salvador, o desembarque de Dom João VI na Baía foi um acontecimento acidental.

A meio da viagem para o Brasil, uma tempestade acabou por dividir a frota que conduzia a corte portuguesa. Metade das embarcações seguiu a rota prevista, chegando ao Rio de Janeiro. A outra parte, na qual se incluía o navio em que viajava o rei, desviou-se do percurso e acabou atracando na capital baiana, onde Dom João permaneceu até 7 de Março, quando seguiu para o Rio.

As comemorações dos 200 anos da vinda da família real acontecerão em diversas cidades do país. Na Baía uma comissão formada pelo Governo do Estado, Prefeitura de Salvador e Associação Comercial está a elaborar uma programação que se estenderá até o final do ano, com a realização de diversos eventos.

Além abrir os portos e de implantar o ensino universitário, nos 13 anos em que governou o império português a partir do Brasil, Dom João VI, entre outras realizações, criou o Banco do Brasil, a Imprensa Régia, a Biblioteca Real, a Real Academia de Belas Artes, o Jardim Botânico, Real Junta de Arsenais do Exército e a Real Academia Militar.

«Hoje temos uma releitura do papel de Dom João VI na história do Brasil e reconhecemos a sua importância na inserção internacional do nosso país e na nossa consolidação como Nação», realça Eduardo Salles.

Diário Digital / Lusa



Emissão filatélica luso-brasileira assinala 200 anos da chegada da família real portuguesa

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Dois selos com design do arquitecto e pintor José Luís Tinoco vão ser lançados pelos CTT-Correios de Portugal e a sua congénere brasileira ECT, numa emissão filatélica conjunta evocativa da chegada da família real portuguesa ao Brasil, há 200 anos.

Segundo informação dos CTT, "o se-tenant composto por dois selos retrata a partida de Lisboa e o momento em que o Príncipe Regente D.João e o resto da corte desembarcaram no Brasil, na sequência das invasões napoleónicas".

Os selos serão apresentados quarta-feira em cerimónia marcada para as 16:30 no Palácio da Ajuda que contará com a presença da ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, e do presidente dos CTT, Luís Nazaré.

Foi precisamente do Palácio da Ajuda que a rainha D. Maria I e o Príncipe Regente partiram para o Brasil, a 27 de Novembro de 2007, três dias antes da entrada em Lisboa das tropas invasoras francesas comandadas por Junot.

D. João desembarcou em Salvador, na altura a capital do Brasil, a 23 de Janeiro de 1808, mas acabaria por se fixar na cidade do Rio de Janeiro, que transformou na sede da monarquia. Voltou a Portugal em 1821 e, um ano depois, o seu filho D.Pedro proclamou a independência do Brasil.

Em simultâneo com os selos, que terão tiragens de 180 mil exemplares, serão lançados sobrescritos de primeiro dia, ao preço de 55 cêntimos, e uma pagela no valor de 70 cêntimos.

Ilustra a capa da pagela uma foto de José Pessoa sobre um pormenor de "Embarque para o Brasil do Príncipe Regente D. João VI", patente no Museu dos Coches em Lisboa.

Lusa


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André

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« Responder #154 em: Janeiro 22, 2008, 11:32:10 pm »
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As comemorações oficiais dos 200 anos da chegada da corte portuguesa ao Brasil começaram hoje em Salvador, com navios da Marinha brasileira a refazer pela Baía de Todos os Santos o mesmo percurso que conduziu D. João VI em 1808.

Doze embarcações ancoraram no antigo Porto da Barra, onde em 22 de Janeiro de 1808 atracaram os navios que dois meses antes tinham deixado Lisboa, trazendo para a Baía a família real e toda a sua corte, em vésperas da invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte.

Representantes do governo português e autoridades brasileiras, entre as quais o governador da Baía, Jacques Wagner, participaram numa reconstituição do desembarque do então príncipe regente Dom João, e em seguida embarcaram num dos navios, seguindo para o porto de Salvador.

Estava prevista a presença no desfile naval do Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, mas a sua vinda a Salvador foi adiada para a próxima terça-feira, dia 28, quando participará das comemorações do segundo centenário da abertura dos portos brasileiros, outro evento relacionado com a presença da corte portuguesa no país.

No Palácio Rio Branco, construído no local onde existia o prédio em que Dom João instalou o seu gabinete nos 20 dias em que permaneceu em Salvador, o governador da Baía e o cônsul português, João Sabido, representando o Estado Português, presidiram ao lançamento da série de selos dos Correios, alusivos às comemorações.

Foram lançados dois selos, retratando a partida da corte de Lisboa e a sua chegada à Baía, ambos de autoria do artista português José Luiz Tinoco.

Simultaneamente, os selos foram também lançados no Rio de Janeiro e quarta-feira, às 17h, serão lançados no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

Outros 14 selos, que integram a série serão lançados no Brasil e em Portugal, até o final do ano.

"Estamos agora, com estas comemorações, a aprender a ter uma visão diferente de Dom João, vendo a sua participação na construção de um país importante como o Brasil", disse o vice-presidente do Conselho Administrativo dos Correios de Portugal, Pedro Amadeu de Albuquerque Coelho.

Para o governador da Baía, Jacques Wagner, a vinda da corte portuguesa para o Brasil foi o acontecimento histórico mais importante a seguir o Descobrimento, em 1500, e as comemorações que oficialmente começaram hoje, na Baía, contribuem para o processo de maior aproximação entre os dois países.

"Estamos a viver um momento de reencontro, inclusive ao nível económico, com empresários brasileiros investindo em Portugal e empresários portugueses buscando oportunidades de investimentos no Brasil", disse Wagner.

Lusa

 

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André

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« Responder #155 em: Janeiro 27, 2008, 12:21:59 am »
27 de Janeiro de 1945

Libertação do Campo de Concentração de Auschwitz - 63 anos



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Alemanha comemora Dia da Libertação

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A Alemanha comemora domingo a libertação dos prisioneiros do campo de concentração nazi de Auschwitz, em 1945, mas a evocação da memória das vítimas do Holocausto vai este ano decorrer no meio de protestos da comunidade judaica.

Um insólito incidente, a marcação de um desfile carnavalesco em Munique, capital da Baviera, para aquela data solene gerou protestos do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, que acusou os organizadores de «falta de sensibilidade», e os exortou a alterar a data das folias.

«A recordação não pode ter fim, e tem de servir para advertir as gerações futuras de que devem continuar vigilantes», disse há 12 anos o presidente alemão Roman Herzog, quando instituiu o 27 de Janeiro como Dia da Memória do Holocausto.

Os foliões bávaros, no entanto, não se deixaram comover pelos emotivos apelos da comunidade judaica, e mantiveram o seu desfile para 27 de Janeiro, alegando que todos os anos saem à rua em alegre cortejo no domingo anterior ao início do Carnaval.

Só que desta vez o tal domingo coincide com as comemorações em honra dos seis milhões de judeus exterminados pelos nazis em campos de concentração.

Outro episódio, a inauguração, na quarta-feira passada, de uma exposição em Berlim sobre o papel da Deutsche Bahn (caminhos-de-ferro alemães) no transporte de prisioneiros para os campos da morte nazis, também deu que falar este ano.

Inicialmente, a administração da Deusche Bahn opôs-se à ideia de montar a referida exposição numa grande estação ferroviária, alegando «motivos de segurança».

Mas a insistência da judia francesa Beate Klarsfeld, filha de judeus assassinados durante o Holocausto, acabou por dar frutos, e a exposição acabou por ser erguida.

Só que não foi na nova e grandiosa estação central de Berlim, como pretendiam os seus promotores, mas sim num piso intermédio da estação de Potsdamer Platz, onde será vista por muito menos gente.

A escolha do local deveu-se, segundo a Deutsche Bahn, a «razões de segurança», mas a justificação foi alvo de muitas críticas, e considerada pouco convincente.

A par destas dissonâncias, a Alemanha continua a punir severamente, com todo o peso da lei, os incorrígiveis que negam a existência do Holocausto, a saudação nazi ou a ostentação de símbolos nazis é proibida e dá lugar a processos-crime.

Recentemente, Sylvia Stolz, a advogada de um conhecido ideólogo neonazi, Ernst Zuendel, foi condenada a três anos e meio de prisão por ter afirmado na sala de audiência que Hitler foi «o redentor do povo» alemão, e que o Holocausto «não passa de uma mentira dos judeus para continuarem a escravizar os alemães».

A repressão à ideologia neonazi não tem impedido, no entanto, o recrudescimento na Alemanha das actividades da extrema-direita, incluindo os actos de violência xenófoba de caceteiros neonazis contra estrangeiros.

Mais preocupante, porventura, segundo vários sociólogos, é a complacência de muitos cidadãos comuns, sobretudo no leste do país, perante as consignas nacionalistas e anti-democráticas do NPD, que se tem revelado ultimamente o mais agressivo dos movimentos neonazis germânicos.

Diário Digital / Lusa

 

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André

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« Responder #156 em: Janeiro 27, 2008, 09:11:17 pm »
Parlamentares portugueses prestaram homenagem ás vítimas em Auschwitz

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As comemorações do Dia da Memória das Vítimas do Holocausto é uma chamada de atenção à humanidade para que uma tragédia semelhante não se volte a repetir, disse hoje Luís Campos Ferreira, que representou os parlamentares portugueses.

"É uma chamada de atenção à humanidade de que nada disto se pode voltar a repetir", sublinhou o deputado do PSD à agência Lusa, acrescentando que "se calhar já está a acontecer em Darfur".

Luís Campos Ferreira e João Soares, que integram a associação de parlamentares europeus Deputados pela Paz, participaram hoje nas comemorações dos 63 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz, na Polónia.

"É necessário estarmos atentos ás movimentações que existem no mundo. Auschwitz aconteceu hoje, não foi no século passado, e foi uma tragédia feita por um povo [alemão] culto e preparado", afirmou o deputado português.

"Tendo acontecido hoje e por um povo preparado há a possibilidade de uma repetição", sustentou Campos Ferreira.

Cada delegação de parlamentares europeus acendeu uma vela pelas vítimas de Auschwitz, exactamente na zona das câmaras de gás, onde milhares de judeus foram mortos.

A cerimónia ocorreu também junto ao muro de fuzilamento, situado entre o hospital onde as mulheres eram esterilizadas e a prisão.

Aqui, a delegação israelita içou a bandeira de Israel, num sinal que quiseram dar ao mundo de que foi um povo que sobreviveu e que continua vivo, considerou Luís Campos Ferreira.

"Estamos aqui para festejar a vida e não a morte", foram as palavras proferidas pelos representantes de Israel.

Campos Ferreira adiantou à Lusa que teve a oportunidade de falar com sobreviventes do Holocausto, entre os quais um homem com mais de 80 anos que fez duas marchas da morte, uma das quais de 50 quilómetros, e que "teve a sorte e fortaleza física de ter sobrevivido".

O observador da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) salientou toda a actualidade que Auschwitz representa, pois "há imensas toneladas de cabelo" que têm sido mantidas até hoje, o que prova que algo de chocante se passou naquele local.

Cerca de sete mil judeus foram libertados pelas tropas soviéticas do campo de Auschwitz, na Polônia, a 27 de Janeiro de 1945.

Lusa

 

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André

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« Responder #157 em: Janeiro 30, 2008, 07:05:59 pm »
30 de Janeiro de 1948

Assasinato de Mahatma Gandhi - 60 anos



 :Soldado2:  :Soldado2:



Índia assinala 60º aniversário do assassinato de Gandhi

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A Índia celebra hoje o 60º aniversário do assassinato de Mahatma Gandhi, cujos seguidores reivindicam a necessidade de «reinventar» a sua figura num país que parece estar a esquecer-se dos ideais do seu pai fundador.

O Mar Árabe recebeu hoje as últimas cinzas de «Mahatma» (grande alma) Gandhi, numa cerimónia nas águas em frente à cidade de Bombaim, onde estiveram presentes familiares e autoridades.

As cinzas encontravam-se no Museu Mani Bhawan de Bombaim, as quais foram cedidas há dois meses por Bharat Narayan, um habitante do estado de Gujarat, de onde era natural Gandhi.

Depois da morte de Gandhi, as suas cinzas «foram depositadas em urnas que estavam destinadas a serem repartidas por várias regiões do país, como Maharashtra, Gujarat e Tamil Nadu (sul)», mas nem todas foram, disse à agência de notícias espanhola EFE o presidente do conselho de peritos do museu, Dhiru Netha.

Os pais de Narayan, colaboradores próximos de Gandhi, «não puderam espalhar as cinzas quando o »Mahatma« morreu, ficando com a urna», explicou.

Uma anterior urna tinha sido encontrada em 1997 no estado oriental de Orissa e depositada no rio Ganges pouco tempo depois.

«Que eu saiba, estas (as que foram hoje espalhadas) são as últimas cinzas de Gandhi», acrescentou Netha.

Em Nova Deli, a presidente indiana, Pratibha Patil, e outras autoridades prestaram tributo a Gandhi no memorial de Rajghat, lugar onde foi assassinado por Nathuram Godse, um radical hindu que o acusava de ignorar os interesses dos hindus para agradar às minorias e da fragmentação do país.

Seis décadas depois, os seguidores do «bapu» (pai), como muitos chamam a Gandhi na Índia, lamentam que os seus ideais e princípios estejam a morrer lentamente.

«Nathuram Godse matou-o fisicamente uma vez, mas o povo, os intelectuais, os políticos e os funcionários corruptos estão a matá-lo todos os dias», afirmou o subdirector do Museu Nacional de Gandhi, A.D.Mishra.

A Índia é uma potência económica «em alta, mas está cada dia mais subdesenvolvida», disse, aludindo às enormes desigualdades entre ricos e pobres no país.

Gandhi fez da «não violência» uma estratégia na luta contra o Império Britânico e contra a injustiça que o sistema de castas causava.

Sessenta anos depois da sua morte, o sistema de castas, apesar de legalmente abolido, ainda persiste na vida política deste país que actualmente possui armas nucleares e um poderoso Exército.

Mishra defende o «reinventar da figura do »Mahatma« e incutir de novo entre as pessoas os seus valores esquecidos», isto para ressalvar que é no Ocidente que tem crescido o interesse pela figura de Gandhi.

«Agora, voltamo-nos para o Ocidente à procura de informação sobre ele. É como se estivéssemos a importar (o nosso) Gandhi do estrangeiro», ironizou.

Netha, por outro lado, pensa que a Índia «ainda recorda Gandhi»: «os seus ensinamentos são eternos, impregnam a vida da Índia. Levamo-lo sempre connosco».

Para Debes Vijay, professor de História da Universidade de Deli, a Índia continua a dever a Gandhi um grande legado: o de ser um país democrático.

Diário Digital / Lusa

 

(sem assunto)
« Responder #158 em: Janeiro 30, 2008, 07:16:20 pm »
S.A.R. o Príncipe Filipe das Astúrias faz hoje 40 anos de idade.
http://deepestsolitude.blogspot.com/
Exceptis excipiendis.
Est autem fides credere quod nondum vides; cuius fidei merces est videre quod credis.
Mea mihi conscientia pluris est quam omnium sermo.
 

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André

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« Responder #159 em: Janeiro 30, 2008, 08:56:26 pm »
30 de Janeiro de 1933

Chegada ao poder de Adolf Hitler - 75 anos
Luís Naves



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A 30 de Janeiro de 1933, faz hoje 75 anos, viveu-se um dos dias mais sombrios do século XX. Numa tentativa desesperada de resolver a crise política na Alemanha, o Presidente Paul von Hindenburg, na altura com 84 anos, usou poderes de emergência e nomeou o líder nacional-socialista, Adolf Hitler, para chefiar o novo Governo de coligação, que incluía conservadores católicos.

Hindenburg detestava Hitler e as razões da escolha são complexas. Mas ninguém poderia imaginar as consequências de uma decisão que hoje pode ser avaliada como um dos maiores erros políticos da História. No dia 30 de Janeiro de 1933 foi posta em marcha uma máquina de morte que provocaria dezenas de milhões de vítimas nos 12 anos seguintes.

A Alemanha estava no ponto mais difícil de uma complexa crise. Isto acontecia devido a uma depressão económica sem precedentes (um terço da população activa no desemprego), ao choque ainda vivo de uma derrota militar sem explicação, mas também ao medo do crescimento de outra força radical, o Partido Comunista.

Alguém que dissesse, em 1919, que apenas 14 anos depois os nacional-socialistas de Hitler chegariam ao poder, seria internado num manicómio. O partido fora formado por um grupo de soldados de baixa patente, desempregados e arruaceiros. E, no seu interior, ascendeu a figura de demagogo com discursos electrizantes, Adolf Hitler, de origem austríaca, e que fizera a sua fama num levantamento organizado de forma incompetente, em Munique, em 1923.

Passados dez anos, do ponto de vista dos industriais nos círculos do poder, Hitler quase parecia ter as habilitações para assumir o cargo de chanceler. Havia dois motivos para a benevolência da elite: o partido nacional-socialista tornara-se o maior da Alemanha, após conquistar as classes médias, e os políticos que orbitavam em torno de Hindenburg pensavam que podiam manipular o novo chanceler. Para alguns, ele não passava de um desordeiro da classe baixa, em queda de popularidade.

O mal triunfa quando é subestimado. Hitler aproveitou para se livrar dos partidos, começando pelos comunistas, que aprisionou no mês seguinte, após o incêndio do Reichstag, incidente atribuído a um comunista holandês que a Alemanha reabilitou apenas no mês passado. As perseguições aos judeus começaram logo em 1933 e, no fim do ano, a democracia estava exterminada.

Diário de Notícias

 

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André

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« Responder #160 em: Fevereiro 02, 2008, 02:52:49 pm »
2 de Fevereiro de 1943

Rendição Alemã em Estalinegrado - 65 anos



Com a capitulação das tropas do Marechal Friedrich Von Paulus, às forças do exército vermelho em 2 de Fevereiro de 1943, termina um dos capítulos mais conhecidos da II guerra mundial, e aquela que é considerada como a mais sangrenta batalha na História da Humanidade, onde as perdas totais dos dois lados atingiram 1.500.000 de mortos.

Estalinegrado, é o ponto de viragem da II guerra mundial, marcado pela amarga derrota e destruição de parte das forças do III Reich, na sua tentativa começada em 1941 de tomar a União Soviética e de ocupar o território daquele país até aos montes Urais.

Embora se possa determinar quando é que de facto caiu Estalinegrado, há várias interpretações sobre quando efectivamente começou a batalha.

Vários historiadores militares apontam o inicio da ofensiva alemã para leste em 21 de Agosto de 1942 como o inicio da batalha, enquanto que outros afirmam que a batalha de Estalinegrado, começa efectivamente com a «operação Urano», quando uma ofensiva relâmpago das forças soviéticas iniciada a 19 de Novembro, lança as suas pinças a norte e a sul da cidade, conduzindo ao cerco do VI exército alemão de algumas unidades do IV e de forças romenas em apenas 3 dias.

Desde 22 de Novembro até 2 de Fevereiro, as forças alemãs ficam cercadas por contingentes cada vez maiores de forças soviéticas.
Se para muitos o sacrificio do VI exército em Estalinegrado foi uma batalha sem sentido entre Hitler e Estaline, outros afirmam que sem a resistência do VI exército, as forças alemãs que retiravam do Cáucaso, também teriam ficado cercadas, porque a ofensiva soviética não teve força suficiente para atingir o Mar Negro, exactamente porque grande parte delas se encontravam a combater em Estalinegrado.

Estalinegrado marca claramente um ponto de viragem, porque quando Hitler se referiu ainda em 30 de Janeiro em discurso a Estalinegrado, já fala pela primeira vez desde que subiu ao poder, não na consolidação e expansão do III Reich. As palavras de Hitler, permitem concluir que até Hitler sabia que após a derrota em Estalinegrado a Alemanha já não lutava pela vitória, mas sim pela sobrevivência.

http://www.areamilitar.net/HistBCR.aspx?N=89

 

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André

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« Responder #161 em: Fevereiro 06, 2008, 01:43:34 am »
6 de Fevereiro de 1606

Nascimento do Padre António Vieira - 400 anos



:Bajular:   :Soldado2:  :Soldado2:
 
Citar
Foi um religioso, diplomata, escritor e orador português da Companhia de Jesus. Um dos mais influentes personagens do século XVII em termos de política, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu infatigavelmente os direitos humanos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização. Era por eles chamado de "Paiaçu" (Grande Padre/Pai, em tupi).

António Vieira defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos à época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os católicos tradicionais), e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição.

Na literatura, os seus sermões possuem considerável importância no barroco brasileiro e as universidades frequentemente exigem sua leitura.

Wikipédia


Comemorações arrancam esta quarta-feira

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As comemorações do IV centenário do nascimento do Padre António Vieira, que decorrem ao longo de todo o ano, arrancam oficialmente quarta-feira, na Academia das Ciências de Lisboa, com uma conferência de Eduardo Lourenço, um dos maiores pensadores portugueses vivos.

A sessão, marcada para as 18:00 no dia em que se cumprem 400 anos sobre o nascimento do jesuíta português - em Lisboa, a 6 de Fevereiro de 1608 - contará com a presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e do Cardeal Patriarca de Lisboa, José da Cruz Policarpo, bem como do presidente da Academia das Ciências de Lisboa, Adriano Moreira, e do presidente da Comissão Organizadora de 2008 Ano Vieirino, o professor Manuel Cândido Pimentel.

Além da conferência de Eduardo Lourenço, subordinada ao tema «Vieira: do Império do Verbo ao Verbo como Império», estão previstas outras iniciativas no mesmo dia, como a leitura de alguns dos seus célebres sermões por cinco escritores - Rodrigo Guedes de Carvalho, António Mega Ferreira, Gonçalo M. Tavares, José Tolentino Mendonça e Armando Baptista-Bastos - em vários espaços do Centro Cultural de Belém (CCB), que se juntou às comemorações dedicando ao Padre António Vieira a sua programação desse dia.

Seguir-se-á, no foyer do CCB, pelas 18:30, a exibição da longa-metragem «Palavra e Utopia» (2000), de Manoel de Oliveira, - filme incluído também no ciclo que a Cinemateca Portuguesa realiza este mês sobre o jesuíta - e, para terminar, às 21:30, um concerto da orquestra Divino Sospiro e do Coro Officium, intitulado «Foi-nos um Céu Também», no pequeno auditório.

À mesma hora, na capela da Universidade de Coimbra, realiza-se um Recital de Órgão e Pregação do «Sermão de Quarta-feira de Cinzas» - este ano o dia 6 de Fevereiro coincide com a quarta-feira de cinzas -, promovido pelo Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos e pelo Centro Inter-Universitário de Estudos Camonianos daquela universidade.

Também nesta quarta-feira, será inaugurada na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, uma exposição iconográfica e bibliográfica do Padre António Vieira, coordenada e organizada pelo professor Arnaldo do Espírito Santo, presidente da Comissão Científica de 2008 Ano Vieirino.

Na capital, um eléctrico chamado Vieira - um dos que fazem a carreira número 28, que liga o Largo de Camões à Graça - fará a sua viagem inaugural quarta-feira, às 15:00, transportando especialistas que falarão aos passageiros sobre a vida e obra do jesuíta do século XVII cujo IV centenário do nascimento nessa data se assinala.

Trata-se de uma iniciativa do Centro Nacional de Cultura e da Carris, que se estenderá até 12 de Fevereiro, pelo menos.

Ainda no mesmo dia, pelas 11:00, um memorial ao Padre António Vieira, feito com azulejos da Fábrica Cerâmica Viúva Lamego, será descerrado na rua do Correio Velho, freguesia da Sé, aproximadamente no local onde se pensa que terá nascido.

Ao longo de todo o ano, serão organizados pequenos roteiros pela capital, com visitas guiadas aos locais por onde Vieira passou, pregou e ensinou, para evocar a sua figura e obra e descobrir hoje a Lisboa de seiscentos.

O jornal Correio da Manhã também decidiu assinalar a efeméride, distribuindo com a sua edição de 6 de Fevereiro uma biografia e um volume com os Sermões do Padre António Vieira.

Por sua vez, o CEFi - Centro de Estudos de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa vai promover, através da Universidade Católica Editora, a edição de um conjunto seleccionado de Sermões do jesuíta português, sob o título «Os 25 mais belos sermões do Padre António Vieira».

Entre 7 e 9 de Fevereiro, realiza-se em Roma um Congresso Internacional sobre a sua vida e obra, organizado pela Universidade Romana «La Sapienza», em colaboração com o Instituto Camões, a Universidade de Lisboa, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e a Universidade Federal do Pará.

Os temas em debate serão: Religião, Filosofia e Ciência no Pensamento de António Vieira; António Vieira em Roma (1669-1675) e nas Cortes Europeias; As Missões Jesuíticas no Brasil e no Novo Mundo; e O Cânone das Obras de Vieira e a Questão dos Inéditos.

Em Lisboa, no dia 9, decorrerá no auditório do Colégio de S. João de Brito o Encontro Fé & Justiça - «Padre António Vieira: Os Mesmos Desafios, Quatro Séculos Depois», que abordará temas como Os Direitos Humanos, O Diálogo Intercultural e Inter-religioso, Um Desígnio para Portugal e O Serviço da Fé.

Organizado pelo Centro Universitário Padre António Vieira, em conjunto com o Círculo Vieira e o Instituto Padre António Vieira, o debate, com início às 09:30, contará com a participação de Diogo Freitas do Amaral, Pedro Roseta, José Souto de Moura, Guilherme Oliveira Martins, Esther Mucznik, Roberto Carneiro, António Vaz Pinto, Marcelo Rebelo de Sousa, Paula Moura Pinheiro e António Vitorino, entre outros.

Em ano do IV centenário do nascimento do Padre António Vieira, considerado um dos maiores prosadores portugueses de sempre, a 2ª edição do Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva, uma iniciativa do Instituto Camões e da FUNARTE (Fundação Nacional da Arte, no Brasil) em parceria com a Direcção-Geral das Artes e o Teatro Nacional D. Maria II, tem como temática inspiradora a vida e obra do Padre António Vieira.

O vencedor do galardão, no valor de 15 mil euros e que inclui a edição do texto em Portugal e no Brasil e a sua apresentação cénica nos dois países, será conhecido até ao final de Abril.

Diário Digital / Lusa


Adriano Moreira enaltece "actualidade" do seu pensamento

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O presidente da Academia das Ciências de Lisboa, professor Adriano Moreira, apelou hoje a "uma meditação colectiva" sobre o Padre António Vieira, salientando a "actualidade" do seu pensamento.

"A meditação a que somos chamados nesta circunstância do centenário de Vieira e de viragem do milénio ensina uma vez mais que não são os impérios que duram, são as culturas que têm a vocação da eternidade", disse Adriano Moreira.

"O Vieira mestre da língua e da oratória, a brasilidade de Vieira, a determinação perante a adversidade, o universalismo que para ele seria católico, mais Igreja Império em todo o mundo do que império nacional, tudo são referências que definiu a partir de antigas cogitações mas que encontram réplica em exigências prementes deste milénio", acrescentou.

Adriano Moreira falava na sessão de abertura das Comemorações do IV Centenário do nascimento do Padre António Vieira, realizada na Academia das Ciências de Lisboa, com a presença do presidente do Republica, Aníbal Cavaco Silva, e uma conferência de Eduardo Lourenço intitulada "Vieira: do Verbo como Império ao Império do Verbo".

O Padre António Vieira, o "Imperador da Língua Portuguesa", como lhe chamou Fernando Pessoa, nasceu em Lisboa no dia 06 de Fevereiro de 1608.

Lusa

 

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André

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« Responder #162 em: Fevereiro 06, 2008, 08:49:14 pm »
Padre António Vieira terá estátua em Lisboa



:Soldado2:  :Soldado2:

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Uma estátua do Padre António Vieira será colocada no Largo de São Roque, em Lisboa, numa iniciativa da Santa Casa da Misericórdia destinada a homenagear o jesuíta português, cujo IV centenário do nascimento hoje se assinala.

O anúncio foi feito hoje pelo presidente da Comissão Organizadora de 2008 Ano Vieirino, Manuel Cândido Pimentel, na sessão solene de abertura das comemorações do IV centenário do nascimento de Vieira, realizada na Academia das Ciências de Lisboa, na presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e do Cardeal Patriarca de Lisboa, José Policarpo.

Em data ainda a determinar - indicou o responsável -, a colocação da estátua do homem que ficou para a história como orador, missionário, diplomata e um dos maiores prosadores da língua portuguesa insere-se no projecto de requalificação daquele largo, já aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa.

O Padre António Vieira, o «Imperador da Lingua Portuguesa», como lhe chamou Fernando Pessoa, nasceu em Lisboa no dia 06 de Fevereiro de 1608.

2008 Ano Vieirino é uma iniciativa da Universidade de Lisboa, da Universidade Católica Portuguesa e da Província Portuguesa da Companhia de Jesus para recordar «o inexcedível escritor, orador e pensador Padre António Vieira, glória da cultura nacional, desta pátria de muitas pátrias que, pela sua vida, acção e obra ultrapassou as fronteiras de Portugal e se avantajou no mundo», sublinhou Manuel Cândido Pimentel.

Por ter sido, no século XVII, aquilo que actualmente se designa como um «globetrotter», a efeméride será igualmente celebrada em Itália, no Brasil, em Espanha, França e Bélgica.

Em Portugal, foi hoje dado o primeiro contributo para criar uma rede internacional de universidades para o estudo da obra de Vieira, com o lançamento da do Tomo I da edição nacional crítica dos Sermões do Padre António Vieira (Imprensa Nacional - Casa da Moeda e CEFi - Centro de Estudos de Filosofia).

O programa completo das comemorações, que se estendem ao longo de todo o ano e incluem diversas áreas de actividade, será divulgado em Março, precisou o presidente da Comissão Organizadora de 2008 Ano Vieirino.

Diário Digital / Lusa

 

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Luso

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« Responder #163 em: Fevereiro 06, 2008, 09:57:39 pm »
Outra obra também disponível em .pdf  :wink:

"Esperanças de Portugal - V Império do Mundo"
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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André

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« Responder #164 em: Fevereiro 06, 2008, 10:33:43 pm »
Jesuíta protagonizou acção militante em sentido radical - Eduardo Lourenço

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A vida do Padre António Vieira, que se distinguiu como orador, diplomata e missionário, foi "uma acção militante no sentido mais radical da palavra", defendeu hoje o ensaísta Eduardo Lourenço.

O jesuíta português do século XVII foi o "sonhador de uma reconquista universal" que caberia aos portugueses, povo escolhido, segundo Vieira, para espalhar a palavra divina e construir o Quinto Império, disse Lourenço na conferência de abertura das Comemorações do IV Centenário do Nascimento do Padre António Vieira (1607-1697), realizada ao fim da tarde no salão nobre da Academia das Ciências de Lisboa.

"António Vieira é um pregador da palavra divina - é mesmo o pregador maior dessa palavra", sublinhou.

Mas foi também, contrapôs, "um homem do mundo, quando a situação ameaçava ou o reclamava", transformando-se "numa espécie de James Bond jesuíta, com a sua espada".

Segundo o pensador, "a verdadeira originalidade do Quinto Império é o facto de Vieira achar que um novo mundo podia ser construído - uma espécie de paraíso reencontrado".

Declarando-se admirador de Vieira mas não "o que se chama um vieirista" - "sou, no sentido próprio, apenas um amador", referiu - Eduardo Lourenço salientou que Fernando Pessoa encontrou em Vieira uma das suas referências mais poderosas.

"Pessoa celebrou a grande certeza sinfónica da prosa de Vieira", a quem chamou "Imperador da Língua Portuguesa", afirmou o ensaísta, destacando a sua "autonomia do verbo", o verbo como "corpo visível, sonoro, da verdade".

"Os limites do nosso pensamento são os limites da nossa linguagem", sustentou Lourenço, que encara o Padre António Vieira como "um louco de Deus", "um profeta num tempo de profecias" e, ao mesmo tempo, "um implacável observador da realidade", "como se fosse um Voltaire inconsciente (...), com uma lucidez destemida, nesse utopismo, nessa busca de um mundo tão profundamente humano".

"Em sentido literal, os seus sermões são propaganda, teatralização", observou.

Para o pensador, "tudo em António Vieira é extraordinário" mas "a coisa mais extraordinária é uma espécie de anacronismo sublime: a realidade é medida, explicada, lida, em termos de sentido".

A realidade é vista "em função da única coisa que lhe importava: não só, como a 'Hamlet', 'ser ou não ser', mas 'ter sentido ou não ter sentido', frisou.

"O Antigo Testamento foi para ele uma espécie de romance em que ele se nutriu", uma "espécie de geometria ideal onde tudo nasce já certo, como se fosse uma geometria da ordem do coração e não da ordem das verdades, do espaço", indicou.

Isso fazia com que reagisse perante as injustiças, como a escravização dos negros e a exploração dos índios no Brasil, "com indignação, como se o próprio Deus tivesse abandonado a história", prosseguiu.

António Vieira era "apóstolo de um Deus ao mesmo tempo omnipresente e insondável" e revoltou-se contra isso, defendeu Eduardo Lourenço.

"O século XVII, na Península Ibérica, foi, por excelência, o século do desengano, o século do Dom Quixote e do seu combate perdido e ganho no céu da nostalgia. E Vieira parece sentir um enorme prazer em contribuir para esse desengano", comentou.

Lusa