Acho que de forma generalizada, não tem havido grandes mudanças no que diz respeito ao virar para o mar. Geralmente é QB e pouco mais. Ao fim destes anos todos, continuamos com F-16 sem mísseis anti-navio, grande parte da Marinha desactualizada e/ou encostada, e de forma generalizada, uma estratégia de defesa do mar praticamente inexistente e inteiramente assente em "não temos ameaças". Caso as coisas corram mal, já vamos reagir tarde, o que é sinónimo de perda de vidas e quiçá território.
Mas acho que grandes mudanças no Exército para ganhar uma maior capacidade de operação a partir do mar, não traria grandes vantagens. Ora se queremos ter maior mobilidade do Exército por via marítima, é fazer como os Espanhóis, e arranjar 1 Ro-Ro, mesmo isto, pode ser feito com recurso a navios civis. Se tivéssemos LPD, também creio que seria burrice não tirar partido do navio para treinar manobras conjuntas entre os 3 ramos. No fim de contas, os Fuzos são uma unidade demasiado pequena e "leve", para um TO de alta de intensidade, precisariam sempre de ser complementados pelo Exército, seja em número, seja pelas capacidades que este ramo tem.
Mesmo assim, podemos ter toda a mobilidade marítima do mundo, mas sem real capacidade de combate no mar e no ar, de nada adianta. Na minha óptica, a melhor maneira que o EP pode contribuir para a "estratégia do mar", é através de baterias de mísseis anti-navio, e baterias AA de curto e médio alcance. De resto, pede-se é mais investimento na Marinha e FAP.
Quanto à organização do EP, é essencial cortar nas gorduras. É também necessário dar prioridade à qualidade e não quantidade. Os meios são poucos, e o efectivo idem, então há-que potenciar o que temos. Quando há RWS que podem disparar mísseis anti-tanque, para que é que andamos com versões especializadas ACar? Se há torres para blindados médios/pesados com capacidade ACar, AA e anti-pessoal (IM SHORAD, ou outras das variantes da torre RIwP), para quê comprar mais uma vez meios especializados? Para quê continuar com uns 150 ou mais M-113, quando 30 a 50 IFVs modernos chegavam, apoiados por algumas versões especializadas do M-113 (ambulância, SHORAD, PM, etc)? Porque não uniformizar a frota de viaturas tácticas médios/pesadas, tudo o que for veículos logísticos?