Acabou o "papel moeda"?

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SeaKaffir

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Acabou o "papel moeda"?
« em: Outubro 18, 2008, 12:25:55 pm »
Acabou o "papel moeda"

Traçados os caminhos para a hiperinflação

O sistema bancário esteve nas últimas semanas à beira do colapso. Agora os governos atuam com enormes garantias estatais para os bancos. No momento explodem nos EUA a dívida pública e o balanço do FED. Portanto, estão monetarizando aplicadamente. A Europa faz o mesmo. O final chama-se agora hiperinflação e a conseqüente falência do Estado. Em breve não existirão mais títulos de valor onde seja possível deixar os bens em segurança, incluindo aqui também os Títulos do Tesouro.

Corrida aos bancos e garantias das poupanças

Desde meu último artigo “A luta final”, a situação piorou de forma dramática. Mais bancos precisaram ser salvos ou salvos novamente (HRE). Também houve relatos da Alemanha, que anunciavam o limite de saque em várias agências de alguns bancos. A crise atingiu nesta última semana principalmente a Europa.

Então veio a corrida aos bancos. Primeiro na Irlanda e Grécia. Os governos destes países garantiram todas as poupanças para poder parar a corrida. Então isso aconteceu também na Alemanha, Áustria etc.
Os saques se multiplicaram, além disso houve também uma “corrida lateral aos bancos” para bancos “mais seguros”, como na Suíça ou Áustria. Os bancos ligados na rede internacional foram vistos como inseguros. Alguns “bancos receptores” reportam não saber mais onde alocar o dinheiro que entra.

A falência da Islândia

Quem mais foi atingido pela crise foi a Islândia, o “Hedge-Fond nórdico”. Ali o governo teve que absorver todos os grandes bancos e fechar de facto. O próprio Estado está falido, a moeda desvalorizada. Tentou-se desapropriar o credor estrangeiro. Os britânicos, que foram mais atingidos, ativaram sua lei Anti-Terror e ameaçaram confiscar todos os bens islandeses na Grã-Bretanha. Iniciou na própria Islândia uma corrida aos últimos gêneros alimentícios, como reportou Bloomberg. Como nada mais pode ser importado, logo vem a fome.
A próxima nação a escorregar para a bancarrota será a Hungria, seguida então pelos outros países da Europa do leste, como os países do Báltico até a Ucrânia. Uma conseqüência do salvamento dos bancos pelo Estado. O Fundo Monetário Internacional (FMI) já está ativo.

A reunião européia para salvamento de 11-12 de outubro
Na semana de 5 de outubro iniciou por toda a parte uma queda brusca da bolsas, culminando na sexta-feira com o pior dia (sexta-feira negra?). Algumas bolsas, como a de Viena, tiveram que suspender temporariamente suas atividades, tão forte foi a queda, principalmente de ações financeiras. As más línguas dizem que este pânico nas ações foi iniciado pelos bancos, a fim de pressionar os políticos ao seu salvamento estatal.

No mesmo dia, os ministros da fazenda do G-7 se reuniam em Washington. A seguir, o presidente francês Sarkozy fazia um apelo aos chefes de governo da zona do Euro para uma “reunião de emergência” em Paris. Trabalhou-se lá, durante o final de semana, na elaboração de um “plano de ajuda”. O elemento mais importante do momento é uma garantia estatal do mercado inter-bancário. Desde o verão de 2007, este não vinha operando corretamente. Também não foram mais emitidas Cartas de Crédito para o mercado internacional, expondo a grande perigo o comércio mundial. Se estas medidas terão efeito, primeiro elas terão que mostrar.

Nos bastidores desta reunião vieram à tona rumores sobre congelamento de contas até reforma cambial. Mas estas medidas tinham que ser evitadas por todos os meios, pois senão eclodiria por toda parte uma revolta popular contra os políticos. Ou seja, optou-se pelas garantias estatais.

No total, na Europa, foi anunciado uma garantia de 1 trilhão de Euros, de acordo com cada um dos países:

Alemanha

Aqui foram distribuídos 500 bilhões de Euros para os bancos. Isto corresponde a cerca de 20% do PIB anual ou cerca de 1/3 da Dívida Pública.

Embora este pacote seja quase tão grande como o norte-americano (700 bilhões) de algumas semanas, nada representa para o caso de crise nos CDS ou outros Derivativos do Deutsche Bank. Este banco contabilizou apenas em Derivativos algo em torno de cinco vezes o PIB alemão. No caso de um acidente nesta área, Joe (Josef Ackerman, presidente do Deutsche Bank – NR) esgotará sozinho estas garantias estatais.
Este pacote não salvará os bancos alemães, mas levará o Estado à falência.

Áustria

Aqui foi anunciada uma garantia do Estado em mais de 100 bilhões. A distribuição per capita deste valor é o dobro que na vizinha Alemanha. Respectivamente maior deve ser a perda real dos grandes bancos em atividade na Europa do leste. Mesmo assim os políticos dizem, os bancos estão “saudáveis”. Aqui o leite derrama. Em todo o caso aconteceu na semana passada uma corrida aos “bancos orientais”.
Provavelmente, à vista do tamanho, este pacote será suficiente, porém, ele transformará seguramente a águia do brasão em um urubu da falência.

EUA

Ali, qualquer instituição “too big to fail” recebe agora dinheiro do Estado ou do FED. Também a indústria automobilística e o gigante industrial-financeiro General Eletric, o qual quer para isso se transformar em banco. Ben Bernanke não exige mais, entrementes, qualquer garantia para tomada de crédito no Banco Central, tão desesperada é a situação por lá. Hank Paulson trabalha no próximo Bailout e quer estatizar os bancos, como os britânicos estão fazendo neste momento.
Foge de palha e então a fuga

O que nós vemos após estes pacotes de ajuda, são cursos explosivos das bolsas mundo afora. Isso será um pequeno fogo de palha, após alguns dias volta a “normalidade da crise”.
Vem ainda mais uma coisa: o mesmo destino, que atingiu Nações como Islândia ou Hungria, golpeará agora por toda parte:

    * fuga dos Títulos do Tesouro

    * fuga da moeda

    * fuga dos bancos devido à desvalorização da moeda

    * Títulos do Tesouro e outros papéis vendidos serão monetarizados pelos Bancos Centrais, a quantidade de dinheiro explodirá como acontece agora nos EUA

    * controle da circulação de divisas para evitar a fuga da área da moeda – certamente com o ouro – venda proibida

    * provavelmente limitação de saque nos bancos para evitar a fuga

    * fuga para o ouro, a ação de segurar o preço do ouro acabará no momento em que o Big Money fugir maciçamente – então o preço do ouro explodirá para valer

    * fuga em mercadorias com valor real, de todos os tipos, as despensas vão lotar até o teto

    * os preços dos bens reais explodirão

    * colapso do comércio mundial, pois as moedas não serão mais convertidas

    * Bancarrota dos Estados por toda a parte com colapso terminal da Economia

Estes acontecimentos se estenderão por meses ou anos, pois previsões são difíceis de fazer. Uma coisa é certa: a próxima fuga não será devido ao perigo de um banco cair, mas sim devido ao perigo de queda da moeda e será muito mais intensa.
Por ora, o emprego dos políticos e banqueiros foram salvos mais uma vez com imensas garantias estatais. Quando a fuga citada acima começar, denomina-se segundo Ludwig von Mises “Crack-Up-Boom”, acontecerá uma breve fúria para compras, onde as pessoas querem se desfazer de seu dinheiro.
Neste caso, as medidas dos políticos serão bem mais duras:

    * limite de saque para impedir a fuga em bens com valor real

    * controle de divisas para impedir a fuga em Francos suíços ou fugir para a Suíça – quem chega tarde é mordido pelo cão estatal

    * pelo menos uma proibição de venda de ouro (parece que já se aplica a muitos bancos), eventualmente na proibição de posse do ouro

Estas medidas não salvarão os políticos, somente aumentarão demasiadamente o pânico.

Resumo

Por todo o mundo de papel não existe mais uma aplicação segura. Tudo está ameaçado pelo Crash e pela hiperinflação. É preciso sair do sistema.
Os botes salva-vidas ouro e prata já se esgotaram e não são mais acessíveis para as massas. Por isso: guarde alimentos e (principalmente importados) utensílios de todos os tipos!

A hiperinflação que se inicia será muito pior do que uma simples quebra de banco. As poupanças estão irremediavelmente perdidas. Empobrecimento generalizado e fome serão as conseqüências.

Walter Eichelburg, Engenheiro.
hartgeld.com
14 de outubro de 2008
O autor do artigo não é um consultor finaceiro, mas sim um investidor em Viena - NR.
 

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Miguel

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« Responder #1 em: Outubro 18, 2008, 10:15:30 pm »
Esta crise é muito pior que a de 1929.

Os "subprime" foi o aperitivo, agora vai vir o resto. :x
 

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legionario

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« Responder #2 em: Outubro 18, 2008, 10:19:40 pm »
Oh Miguel ja foste pra bicha do ouro ? :):):)
 

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Miguel

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« Responder #3 em: Outubro 18, 2008, 10:23:54 pm »
So visto amigo

Trabalho ao lado da famosa rua de Paris ( perto da bolsa, e da AFP) que vende o ouro...

O preço da moeda ouro Napoleao de 5 grammas vale quase 190 euros!!!!!!

No ano passado nesta altura valia ums 90 euros......

Soube que chegou mesmo a esgotar-se as moedas....

E com o novo desastre da Caisse Epargne, com os 640 milhoes perdidos, vamos ver as pessoas atrapalhadas.......

Cada vez melhor :shock:
 

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SeaKaffir

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SeaKaffir

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« Responder #5 em: Outubro 21, 2008, 06:18:08 pm »
Este senhor previu a crise em 2006:

http://br.youtube.com/watch?v=LfascZSTU4o

http://br.youtube.com/watch?v=4-sbp0y8c-s&eurl


Peter Schiff Calls Fed Reserve Chief Ben Bernanke A Liar

http://br.youtube.com/watch?v=drJ6QxSO5gw&NR=1


Jim Rogers on CNBC on 2008.10.10

http://br.youtube.com/watch?v=G0u1-uUIWAw
 

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ShadIntel

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« Responder #6 em: Outubro 21, 2008, 08:46:26 pm »
Tópico movido para a área: Economia/Mundo

 :arrow: http://forumdefesa.com/forum/viewforum.php?f=24
 

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rafafoz

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« Responder #7 em: Outubro 23, 2008, 04:43:20 pm »
Citação de: "legionario"
Oh Miguel ja foste pra bicha do ouro ? :):):)


kkkkk, me desculpem mais voces sabem o que bicha significa no Brasil né :].. sacanagem hehehe. Bem nao sei como esta a situação na europa, mais não sei se é para se assustar ou não por que no Brasil esta tudo normal por enquanto, claro nao tem as mesmas linhas de creditos de antes, mais basicamente para cidadaos esta normal, o sistema bancario Brasileiro até a crise ser anunciada, batia records de lucro e liquides e crescendo a niveis altos, o Brasil ja possui 2 principais bancos publicos (que por sinal estão em greve por aumento de salário, justificavel), tirando outros 3 maiores bancos privados brasileiros que nao acredito que venha a quebrar ou a ter problemas serios com a crise como vem ocorrendo com bancos mundiais a fora, esta normal, o problema sao os bancos pequenos que nao tem o mesmo poder que os grandes bancos e que o Brasil precisa cuidar para que estes não quebrem.