Portugal pode ser alternativa à entrada de gás na Europa
O projecto é defendido pelo presidente da Partex. Costa e Silva alerta para o défice de produção de gás no Velho Continente e diz que Portugal pode ser uma entrada alternativa para o resto da Europa.
Ana Maria Gonçalves com Catarina Beato
Portugal deve posicionar-se como plataforma de entrada de gás natural na Europa. Quem o defende é o presidente da Partex, António Costa e Silva, que alerta para o défice de 70 mil milhões de metros cúbicos de gás natural que o velho continente irá registar entre 2010 e 2011. Previsões que têm por base os números da Agência Internacional de Energia e que equivalem ao actual consumo da França e da Espanha e a cerca de um terço da procura total da Europa em gás importado nesse período.
Esta carência é atribuída à falta de investimentos em infra-estruturas gasistas, que se têm situado 20% abaixo do que seria necessário.
Para assegurar a liderança do processo, afirma o responsável pela participada da Fundação Calouste Gulbenkian, o Governo tem que negociar com Bruxelas o reforço da rede de gasodutos entre a Península Ibérica e o resto da Europa, sublinhando que “Portugal tem condições para se tornar uma plataforma giratória de gás, não sendo de descartar uma aliança com Espanha nesta matéria”.
O território nacional está ligado ao gasoduto do Magreb por via terrestre, de onde chega hoje cerca de 60% do gás natural consumido, com base num contrato de longo prazo entre a Transgás, do universo Galp, e a Sonatrach. Os restantes 40% são assegurados pela Nigéria e pelo mercado ‘spot’, chegando ao terminal de gás natural liquefeito (GNL) de Sines através de navios metaneiros e depois introduzido na rede de gasodutos.
Outras das suas preocupações incide na forte dependência europeia do gás russo, estimada em cerca de 30%. Situação que é particularmente sensível nos países do Centro da Europa e que se irá agravar com o decréscimo de produção de gás proveniente do Mar do Norte, lembra este responsável. Isto numa altura em que é expectável um aumento do consumo, para o qual contribuirá o reforço do parque gerador de electricidade com centrais de ciclo combinado a gás.
Para garantir consistência ao projecto, defende António Costa e Silva, deve ser colocado em cima da mesa o cenário de construção de um segundo terminal de gás natural liquefeito. Uma hipótese que chegou a ser equacionada no passado, mas que acabou por ser abandonada. Recorde-se que Espanha tem já prevista a construção e reforço do seu parque de terminais de GNL.
“Só se conseguirá contrabalançar a hegemonia russa através do recurso à bacia atlântica, como Trinidad e Tobago, Nigéria, Brasil e Angola”, refere o mesmo responsável.
Preocupação semelhante foi recentemente demonstrada pelo presidente da ENI, parceira estratégica da Galp Energia. Paolo Scaroni chamou a atenção para a carência de gás no início da próxima década, previsão que diz levar em conta o funcionamento de todos os gasodutos e terminais de GNL, cuja construção estava planeada, tais como as novas infra-estruturas que ligarão a Noruega, a Rússia e o Norte de África com a União Europeia.
Paulo Scaroni acredita que uma das soluções passa pela construção de 12 terminais para receber GNL, garantindo assim abastecimento de gás junto de fornecedores no Médio Oriente, tais como o Catar, ou a países do atlântico tais como a Nigéria e Trinidad e Tobago. Refere ainda que enquanto a Europa discute a perspectiva de aumentar o número de terminais de GNL, a China e a Índia estão já a construí-los, tendo assinado contratos para garantir a produção adicional.
de:
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/ ... 87186.htmlBem...isto em termos de Marketing é a chamada..OPORTUNIDADE, mas e capital e tomates para avançar para isto?
Era num ultimo dia antes de a Galp ser privatizada, o Estado português transferir algum "dinheiro de bolso" para esta usar num novo terminal GNL, ou expansão do actual!
A Espanha está a fazer isso..mas nós provavelmente vamos ficar a ver os navios a passar..