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Energia Nuclear

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Votação encerrada: Março 19, 2006, 12:21:35 pm

Energia Nuclear

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antoninho

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« Responder #60 em: Abril 25, 2006, 09:58:42 pm »
Como parece que esta energia é um empecilho para as eolicas(os balurdios que se está a meter nela) começa a sentir-se que a estão a esconder...o relatorio que eu li falava nos açores numa zona que parece ir ser agora transformada numa reserva ecologica maritima...agora depois de aprovada quem vai lá mexer?

para os entendidos militares reparem neste simples exemplo e depois falem,quanto ao relatorio desapareceu, o mais estranho estão la os outros do dito debate cientifico acerca dos recursos naturais do país, era em formato pdf...estranho muito estranho...

http://www.ceeeta.pt/RIERA/exemplos_geotermica.htm
 

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Marauder

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« Responder #61 em: Abril 26, 2006, 10:00:08 am »
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Chernobil: Quercus aponta custos ocultos da energia nuclear

Os reduzidos investimentos nas energias renováveis, os custos de controlo da energia nuclear e os riscos inerentes a este recurso são apontados pela Quercus na véspera dos 20 anos do acidente de Chernobil.
Num comunicado hoje divulgado, a Associação Nacional de Conservação da Natureza critica «o secretismo que sempre tem rodeado a energia nuclear a nível mundial» e propõe-se revelar os «custos ocultos» relacionados com esta opção energética.

Segundo a associação, «não obstante a prioridade que os políticos dizem atribuir às energias renováveis», estas recebam «apenas uma pequena parte dos subsídios disponibilizados para a área da energia».

«Numa análise dos fundos disponíveis no âmbito dos últimos três programas quadro de apoio da UE, a energia nuclear (nas suas duas componentes - fusão e fissão) recebeu mais do que as outras energias todas juntas», lamenta a direcção nacional da Quercus.

De acordo com os ambientalistas, a componente de investigação e desenvolvimento na área da energia do 5º Programa Quadro comunitário «indica que as energias renováveis receberam cerca de 392 milhões de euros, ao passo que a fusão nuclear recebeu 788 milhões de euros e a fissão 472 milhões de euros».

«Ou seja, as energias renováveis receberam três vezes menos do que a energia nuclear, muito embora estejam em fase de desenvolvimento», aponta a associação ecologista.

No que diz respeito aos custos, «a necessidade de existir um papel regulamentador, fiscalizador, de controlo e de monitorização do Estado» sobre a energia nuclear exige «um enorme investimento» e como Portugal não domina a tecnologia «fica dependente do estrangeiro nesta matéria sensível», arriscando-se a uma derrapagem dos custos indirectos «a suportar pelos contribuintes», afirma ainda a Quercus.

O impacto do recurso ao nuclear para as alterações climáticas é também sublinhado pelos ambientalistas, segundo os quais, «em comparação com a energia renovável, a energia nuclear liberta quatro a cinco vezes mais dióxido de carbono».

Uma central nuclear é «uma importante fonte de emissões de gases de efeito de estufa responsáveis pelas alterações climáticas», algo para o que «a exploração do urânio e o transporte dos resíduos para processamento ou armazenagem acabam por contribuir significativamente», afirma a associação.

A Quercus revela-se ainda preocupada com os custos que, no futuro, terá o desmantelamento das centrais em fim de vida, assegurando que serão «valores muito superiores aos que são investidos em energias renováveis».

O facto de o sistema de seguros aplicado às centrais nucleares atribuir responsabilidades a três intervenientes - ao operador (47%), ao Estado (33%) e às convenções internacionais (20%) -, e não exclusivamente aos seus promotores, leva também a organização a questionar se os riscos serão, afinal, tão mínimos como os defensores do nuclear afirmam.

Ainda de acordo com os ecologistas, a opção pela energia nuclear faria passar a mensagem de que «o problema estava resolvido com mais uma forma centralizada de produzir energia, quando o foco deverá ser no papel que cada um pode e deve ter na transformação da realidade energética de Portugal».

Por último, a Quercus refere que, face à ameaça terrorista, seriam necessárias medidas de segurança ao longo de todo o ciclo de produção nuclear, e deixa a questão: «Alguém imagina um ataque terrorista a um parque eólico?».

As apreensões da Associação Nacional de Conservação da Natureza foram expressas no âmbito dos 20 anos do acidente nuclear ocorrido a 26 de Abril de 1986 na central de Chernobil (originalmente chamada Vladimir Lenin), na Ucrânia (então parte da União Soviética).

Considerado o pior acidente nuclear na história desta energia, a catástrofe produziu uma nuvem de radioactividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido.

O acidente causou, directa ou indirectamente, 9.000 mortes, de acordo com dados da ONU que têm sido vivamente contestados por várias organizações ambientalistas, nomeadamente a Greenpeace, que indica um total de 93.000 mortes.

Uma das causas de morte na sequência da radioactividade é o cancro e tanto a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) como a Organização Mundial de Saúde (OMS) fixaram em 4.000 o número de mortos causados por um cancro na sequência do acidente nuclear.

Na passada sexta-feira, foram divulgados os resultados de um estudo que apontam para que o número de mortes suplementares devido a cancro provocado pela catástrofe atinja as 66.000 pessoas, 15 vezes mais do que as previsões das Nações Unidas.

O estudo, realizado pelos cientistas britânicos Ian Fairlie e David Sumner a pedido dos Verdes no Parlamento Europeu, revela ainda que 3,9 milhões de quilómetros quadrados em toda a Europa foram contaminados após o acidente de Chernobil.

Diário Digital / Lusa

25-04-2006 18:05:00
 


de:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=225015

Nada que a gente já não tenha falado mais ou menos aqui no fórum...
 

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TOMKAT

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« Responder #62 em: Abril 26, 2006, 05:22:49 pm »
Pondo de lado o que diz a Quercus para mim uma organização pouco credível de ecologistas dependentes do mediatismo das suas iniciativas (poderia explicar porquê mas estaria fora do contexto), hoje ouvi algo que me deixou a pensar...

Segundo o que ouvi, dito por um especialista(?) numa rádio, as centrais nucleares enfrentam nos países do sul da Europa um problema difìcil de ultrapassar que é o da refrigeração dos reatores, devido ás temperaturas e ao reduzido caudal dos rios durante o verão.
O mesmo especialista (?) afirmava que em Espanha, o ano passado foi necessário desligar reactores devido à elevada temperatura ambiente, em que a própria água usada para refrigeração dos reactores tinha uma temperatura que não conseguia arrefecer convenientemente os ditos  reactores.

Outro caso ainda não abordado nesta discussão é o da hipotética lodalização de uma central nuclear em Portugal.

Na zona do Douro???

Segundo dados da própria Quercus essa zona parece não ser geológicamente estável para a construção de uma central, todavia os japoneses constroem centrais em cima de falhas sismicas.
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
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Marauder

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« Responder #63 em: Abril 26, 2006, 06:30:05 pm »
Citação de: "TOMKAT"
Pondo de lado o que diz a Quercus para mim uma organização pouco credível de ecologistas dependentes do mediatismo das suas iniciativas (poderia explicar porquê mas estaria fora do contexto), hoje ouvi algo que me deixou a pensar...

Segundo o que ouvi, dito por um especialista(?) numa rádio, as centrais nucleares enfrentam nos países do sul da Europa um problema difìcil de ultrapassar que é o da refrigeração dos reatores, devido ás temperaturas e ao reduzido caudal dos rios durante o verão.
O mesmo especialista (?) afirmava que em Espanha, o ano passado foi necessário desligar reactores devido à elevada temperatura ambiente, em que a própria água usada para refrigeração dos reactores tinha uma temperatura que não conseguia arrefecer convenientemente os ditos  reactores.

Outro caso ainda não abordado nesta discussão é o da hipotética lodalização de uma central nuclear em Portugal.

Na zona do Douro???

Segundo dados da própria Quercus essa zona parece não ser geológicamente estável para a construção de uma central, todavia os japoneses constroem centrais em cima de falhas sismicas.


Os estudos em Portugal apontaval para Ferrel, Peniche, com a água a ser bombeada do mar, logo acho que não existe esse problema, pelo menos relativo a esse hipotético projecto.
 

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emarques

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« Responder #64 em: Abril 27, 2006, 02:16:07 am »
Essa história da temperatura ambiente parece-me muito mal contada, francamente. Uma busca rápida sobre dados do clima diz que a média da temperatura máxima em Kiev durante o Verão é semelhante à das cidades costeiras portuguesas, e pouco mais baixa que, por exemplo, Zaragoza. Uns 3 ou 4 graus. Não parece credível que isso vá fazer assim tanta diferença quanto a operar um reactor (usei Kiev por ser próximo de Chernobyl). Nos EUA há reactores, por exemplo, no Texas e na Florida, que são bem mais quentes que a península Ibérica.

Essa teoria parece ainda mais estranha quando se vê que a temperatura normal de operação de um reactor anda à volta de 300ºC, e há alguns tipos de reactores em estudo que operam a temperaturas mais altas (há um que deverá operar a 1000ºC).
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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sierra002

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« Responder #65 em: Abril 28, 2006, 07:52:52 pm »
¿Tiene Portugal centrales nucleares?
 

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Lightning

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« Responder #66 em: Abril 28, 2006, 08:17:25 pm »
Citação de: "sierra002"
¿Tiene Portugal centrales nucleares?


Não.
 

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Azraael

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« Responder #67 em: Abril 28, 2006, 11:01:25 pm »
Citação de: "Hélder"
Citação de: "sierra002"
¿Tiene Portugal centrales nucleares?

Não.


Temos 1 (dois?) reactor nuclear de pesquisa em Santarem.
 

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pedro

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« Responder #68 em: Abril 28, 2006, 11:04:49 pm »
Caro Azraael ha algum site sobre esses reactores de pesquisa?
E ja agora o que e que fazem?
Cumprimentos :lol:
 

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Jorge Pereira

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« Responder #69 em: Abril 29, 2006, 12:24:52 am »
Citação de: "pedro"
Caro Azraael ha algum site sobre esses reactores de pesquisa?
E ja agora o que e que fazem?
Cumprimentos :arrow: http://www.itn.pt

Neste instituto podemos encontrar o único reactor nuclear de investigação da Península Ibérica, o chamado RPI (Reactor Português de Investigação).

Visita virtual ao reactor:  :arrow: http://www.itn.pt/pt/visvc/pt_visvrpi.htm
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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pedro

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« Responder #70 em: Abril 29, 2006, 12:24:41 pm »
Com esse reactor nem uranio tinhamos para fazer uma bomba nuclear.
Cumprimentos :lol:
 

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TOMKAT

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« Responder #71 em: Abril 30, 2006, 05:47:39 pm »
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Espanha encerra hoje a sua primeira central nuclear
30.04.2006 - 10h35   PUBLICO.PT
 
A central nuclear espanhola José Cabrera, conhecida como "Zorita", em Guadalajara, encerra hoje às 23h30. É uma vitória para os ambientalistas mas um problema para os trabalhadores e para as autarquias locais, que cuja povoação depende economicamente da central.

A decisão de encerrar a central foi tomada pelo governo de José Maria Aznar em 2002 e põe fim a um ciclo de vida de uma central com 38 anos. É a central mais antiga de Espanha e a primeira a ser encerrada de forma programada.

Hoje a central será desligada da rede, progressivamente. A produção de energia do reactor já está a diminuir e deve chegar aos 118 megawatts negativos à tarde, para que esteja a zero megawatts na hora do encerramento.

Dentro de uma semana, o reactor, que até aqui era refrescado com águas do rio Tejo, será inundado e serão retiradas as 69 barras de urânio.

A empresa Unión Fenosa, proprietária da central nos próximos três anos, vai supervisionar as operações complexas para desmantelar a fábrica, que só devem terminar em 2015 e custarão 170 milhões de euros.

"Zorita" fecha e deixa uma povoação de 800 pessoas, de Almonacid de Zorita, a desejar o seu regresso. Os habitantes desta povoação a três quilómetros da central não temem a energia nuclear e a sua economia depende da estrutura que se criou em torno da central. Outras vilas, como Albalate de Zorita e Pastrana, também serão afectadas pelo fim da central.

O encerramento da central nuclear José Cabrera não agrada, portanto, a todos. Os ambientalistas, os grandes vencedores da batalha contra a energia nuclear, organizaram-se em plataformas como a "Zorita nem mais um ano", e contaram com o apoio de políticos de várias forças, sobretudo da esquerda espanhola, sindicatos, comissões de moradores. Todos vão hoje brindar, às 13h00 locais (12h00 em Lisboa), ao encerramento da central.

"Zorita" fecha em pleno debate sobre o regresso da aposta na energia nuclear e dias depois do aniversário dos 20 anos do desastre de Tchernobil, na Ucrânia.


Mais uma "acha para a fogueira" nuclear em Portugal...
O encerramento desta central vai servir de arma de arremesso para os que são contra o nuclear.

Não foi dito no artigo, mas o Governo espanhol ainda não sabe o que fazer às 69 barras de urânio.
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
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Marauder

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« Responder #72 em: Abril 30, 2006, 06:02:20 pm »
Sim, mas o fecho da central ia acontecer de uma forma ou de outra. O ciclo de vida era de 40 anos....ao fim de 38 anos a produzir é que fecha.

  No seu lugar vão construir uma central de ciclo combinado, que produz 5 vezes mais electricidade  :?:

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Espanha encerra definitivamente central nuclear de Guadalajara
As autoridades espanholas vão hoje encerrar definitivamente a central nuclear mais antiga do país, em Guadalajara, por decisão do governo e na sequência de apelos de organizações ambientalistas, que a consideram pouco segura.

A central José Cabrera, propriedade da Unión Fenosa, é uma das sete existentes em Espanha e o seu encerramento está previsto para as 21:30 de Lisboa.

A central, situada em Almocinad de Zorita, próximo de Guadalajara, está em funcionamento há 38 anos, mas a Fenosa garante que estaria em perfeitas condições de cumprir o ciclo produtivo de 40 anos e fechar portas apenas em 2008, como inicialmente previsto.

No seu lugar, a eléctrica irá construir uma central eléctrica clássica de ciclo combinado, com dois grupos geradores de 400 megawatts e uma potência cinco vezes superior à da sua antecessora.

Esta é a primeira vez em Espanha que uma central nuclear é encerrada por decisão política.

As centrais nucleares espanholas geram actualmente 22,8% da produção eléctrica do país e a questão tem sido alvo de debate entre vários sectores da sociedade.

O ministério da Indústria espanhol tem organizado sessões de trabalho mensais entre industriais, ecologistas e diversas entidades públicas e pretende apresentar brevemente as suas conclusões sobre o futuro da energia nuclear em Espanha.

Diário Digital / Lusa

30-04-2006 15:22:00


de:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=225642

Claro que o governo espanhol (tal como outros países), à medida que as suas centrais nucleares vão chegando ao fim de vida , vão ter que tomar decisão de continuar a investir no nuclear ou tentar alterar para um outro tipo de energia. Gostaria era de saber que tipo de combustível é que vai ser usado como input nessa futura unidade..

http://en.wikipedia.org/wiki/Combined_cycle
 

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Marauder

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« Responder #73 em: Maio 24, 2006, 10:24:50 am »
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Apoiantes da energia nuclear criticam limites do Protocolo de Quioto à economia

DE com Lusa


Os limites impostos pelo Protocolo de Quioto à emissão de dióxido de carbono foram considerados hoje "demasiado exigentes" para o país por Pedro Nunes e Sampaio Nunes, dois investigadores e apoiantes da introdução da energia nuclear.

"Uma das opções em aberto é não cumprir (o protocolo) dada a situação de gravidade da economia portuguesa", afirmou Clemente Pedro Nunes, administrador do Grupo CUF e investigador na área de energia, que apelou ao Governo para renegociar o acordo, que impõe limitações muito restritivas à emissão de dióxido de carbono (CO2).

Este responsável admitiu a introdução da energia nuclear em Portugal para evitar a dependência energética, mas também para aliviar a pressão existente sobre as licenças de emissão de dióxido de carbono que o país dispõe.

Mais entusiasta do nuclear, Pedro Sampaio Nunes, sócio de Patrick Monteiro de Barros e ex-secretário de Estado da Ciência e
Inovação, recordou que a instalação de uma única central iria produzir o mesmo que as duas centrais de carvão, as principais responsáveis pela emissão de gases de efeito de estufa em Portugal.

Caso a energia nuclear não seja aceite pelo Governo "estamos metidos numa alhada" porque "somos dos países que produz menos CO2 e não podemos aumentar" as emissões devido aos constrangimentos dos acordos de Quioto, salientou.

Em todo o mundo, existem 440 reactores em funcionamento e na Europa o único problema verificou-se nos anos 80, pelo que "aquilo que para nós é novidade (a energia nuclear) é corrente" no resto do continente, considerou Sampaio Nunes.

Para o sócio do grupo de investidores liderado por Patrick Monteiro de Barros que quer instalar uma central em Portugal, "o
problema da segurança dos reactores está completamente resolvido", mesmo no que respeita aos resíduos, já que os custos de vigilância são inferiores aos prejuízos ambientais causados pelos combustíveis fósseis.

Os dois docentes universitários, que foram convidados pela Associação Empresarial da Região de Santarém para realizar um debate sobre energia nuclear em Torres Novas, concordam que a central pode ser construída em qualquer ponto do país, mas Sampaio Nunes aponta o interior devido à possibilidade de entrar no mercado espanhol de energia.

No entanto, a opção pela central nuclear, cujo "project-finance' "é viável sem qualquer apoio público", é uma "janela (de negócio) aberta que se pode fechar" já que o Governo espanhol "está também a discutir" a possibilidade de construir novas centrais.

Actualmente, o preço da energia em Espanha é mais baixo do que em Portugal devido a uma "subsidiação escondida" do Governo aos agentes, nomeadamente às energias renováveis, uma situação que deveria justificar uma queixa de Portugal da Comissão Europeia, defendeu Sampaio Nunes.

A aposta nas energias renováveis está a ser paga com aumentos dos preços para os pequenos consumidores, ao contrário do que sucedeu com Portugal, que penalizou fortemente as indústrias numa estratégia que Sampaio Nunes considera "errada" para o país.

O preço pago pela Rede Eléctrica Nacional às energias renováveis e fortemente apoiado mas "não é aceitável" porque "garante lucros" aos seus promotores, em comparação com os outros agentes do sector, concordou Pedro Nunes.

Este investigador recordou que o preço do petróleo tem tido um grande efeito nas decisões políticas quanto às opções de energia.

"A energia nuclear é fundamental como ferramenta alternativa ao estrangulamento energético da Europa", até porque "nenhum país deve ter uma dependência acima de 40% de uma fonte de energia e Portugal tem 70,8% em relação ao petróleo", considerou.

O peso da factura energética atinge os 60% no défice do país, uma situação que tem vindo a ser agravada com os aumentos do
preço do barril do petróleo, que leva os portugueses a pagarem adicionalmente seis mil milhões de euros por ano devido a essa variação, apenas desde 2000.

"Claramente é necessário um novo paradigma energético para Portugal", defendeu Pedro Nunes, apelando aos poderes públicos para estabelecerem um plano de desenvolvimento do sector, que deve incluir a energia nuclear.

"Portugal é o país mais vulnerável ao preço do petróleo na Europa a 25", afirmou este responsável, que considerou ainda insuficientes os resultados de produção da energia eólica que contribuir com apenas 0,038% da produção de energia em Portugal  apesar dos fortes investimentos feitos pelo sector.

No entanto, Pedro Nunes teme que a opção pela energia nuclear ou por outras estratégias de produção energética seja limitada por condicionantes políticas ou da opinião pública à semelhança do que sucedeu no passado.

"Portugal tem sido óptimo a discutir coisas e é péssimo a realizar", resumiu.


de:
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/ ... 52083.html
 

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Marauder

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« Responder #74 em: Maio 24, 2006, 10:25:19 am »
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Apoiantes da energia nuclear criticam limites do Protocolo de Quioto à economia

DE com Lusa


Os limites impostos pelo Protocolo de Quioto à emissão de dióxido de carbono foram considerados hoje "demasiado exigentes" para o país por Pedro Nunes e Sampaio Nunes, dois investigadores e apoiantes da introdução da energia nuclear.

"Uma das opções em aberto é não cumprir (o protocolo) dada a situação de gravidade da economia portuguesa", afirmou Clemente Pedro Nunes, administrador do Grupo CUF e investigador na área de energia, que apelou ao Governo para renegociar o acordo, que impõe limitações muito restritivas à emissão de dióxido de carbono (CO2).

Este responsável admitiu a introdução da energia nuclear em Portugal para evitar a dependência energética, mas também para aliviar a pressão existente sobre as licenças de emissão de dióxido de carbono que o país dispõe.

Mais entusiasta do nuclear, Pedro Sampaio Nunes, sócio de Patrick Monteiro de Barros e ex-secretário de Estado da Ciência e
Inovação, recordou que a instalação de uma única central iria produzir o mesmo que as duas centrais de carvão, as principais responsáveis pela emissão de gases de efeito de estufa em Portugal.

Caso a energia nuclear não seja aceite pelo Governo "estamos metidos numa alhada" porque "somos dos países que produz menos CO2 e não podemos aumentar" as emissões devido aos constrangimentos dos acordos de Quioto, salientou.

Em todo o mundo, existem 440 reactores em funcionamento e na Europa o único problema verificou-se nos anos 80, pelo que "aquilo que para nós é novidade (a energia nuclear) é corrente" no resto do continente, considerou Sampaio Nunes.

Para o sócio do grupo de investidores liderado por Patrick Monteiro de Barros que quer instalar uma central em Portugal, "o
problema da segurança dos reactores está completamente resolvido", mesmo no que respeita aos resíduos, já que os custos de vigilância são inferiores aos prejuízos ambientais causados pelos combustíveis fósseis.

Os dois docentes universitários, que foram convidados pela Associação Empresarial da Região de Santarém para realizar um debate sobre energia nuclear em Torres Novas, concordam que a central pode ser construída em qualquer ponto do país, mas Sampaio Nunes aponta o interior devido à possibilidade de entrar no mercado espanhol de energia.

No entanto, a opção pela central nuclear, cujo "project-finance' "é viável sem qualquer apoio público", é uma "janela (de negócio) aberta que se pode fechar" já que o Governo espanhol "está também a discutir" a possibilidade de construir novas centrais.

Actualmente, o preço da energia em Espanha é mais baixo do que em Portugal devido a uma "subsidiação escondida" do Governo aos agentes, nomeadamente às energias renováveis, uma situação que deveria justificar uma queixa de Portugal da Comissão Europeia, defendeu Sampaio Nunes.

A aposta nas energias renováveis está a ser paga com aumentos dos preços para os pequenos consumidores, ao contrário do que sucedeu com Portugal, que penalizou fortemente as indústrias numa estratégia que Sampaio Nunes considera "errada" para o país.

O preço pago pela Rede Eléctrica Nacional às energias renováveis e fortemente apoiado mas "não é aceitável" porque "garante lucros" aos seus promotores, em comparação com os outros agentes do sector, concordou Pedro Nunes.

Este investigador recordou que o preço do petróleo tem tido um grande efeito nas decisões políticas quanto às opções de energia.

"A energia nuclear é fundamental como ferramenta alternativa ao estrangulamento energético da Europa", até porque "nenhum país deve ter uma dependência acima de 40% de uma fonte de energia e Portugal tem 70,8% em relação ao petróleo", considerou.

O peso da factura energética atinge os 60% no défice do país, uma situação que tem vindo a ser agravada com os aumentos do
preço do barril do petróleo, que leva os portugueses a pagarem adicionalmente seis mil milhões de euros por ano devido a essa variação, apenas desde 2000.

"Claramente é necessário um novo paradigma energético para Portugal", defendeu Pedro Nunes, apelando aos poderes públicos para estabelecerem um plano de desenvolvimento do sector, que deve incluir a energia nuclear.

"Portugal é o país mais vulnerável ao preço do petróleo na Europa a 25", afirmou este responsável, que considerou ainda insuficientes os resultados de produção da energia eólica que contribuir com apenas 0,038% da produção de energia em Portugal  apesar dos fortes investimentos feitos pelo sector.

No entanto, Pedro Nunes teme que a opção pela energia nuclear ou por outras estratégias de produção energética seja limitada por condicionantes políticas ou da opinião pública à semelhança do que sucedeu no passado.

"Portugal tem sido óptimo a discutir coisas e é péssimo a realizar", resumiu.


de:
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/ ... 52083.html