Forças Armadas em risco: já há mais sargentos e oficiais do que praças
Penso que com a profissionalização de nossas FA isso mais tarde ou mais cedo acabaria por ocorrer e a maioria dos países em grande parte europeus que optaram pela mesma via não devem andar muito longe disso.A Alemanha é um dos casos mais mediáticos pois até cogitam contratar estrangeiros (embora residentes no país) e o caso específico da Suécia de reativar o SMO em parte pela dificuldade de motivar e recrutar seus jovens para suas FA e mais concretamente pela instabilidade real nas regiões bálticas.
Quanto a nós é o que sabemos,pós Guerra do Ultramar o papel de nossas FA perdeu protagonismo porque teria de ser assim mesmo e com o tempo devido a felizmente vivermos numa região de ausência de conflitualidade e por não termos um inimigo visível e inquietante por perto aliado á extinção do SMO e termos encarado a profissionalização contudo ainda muito assente no organograma anterior chegamos a este ponto.
Para mim e não sabendo se a profissionalização é um erro ou se pelo contrário reflete um contexto completamente distinto do nosso tipo de sociedade que totalmente diferente do em antes da Revolução o certo é que em pleno auge desta última crise chegamos a ter uma taxa de desemprego de 16% e nem assim o poder de recrutamento para nossas FA conseguiu tapar os buracos e acredito que jamais ocorrerá.
Ativarmos o SMO embora eu confesse que do ponto de vista social e com tudo que isso envolve seria o mais justo contudo em nosso contexto e também devido á sofisticação dos meios bélicos empregados é completamente disparatado,a questão que temos de repensar é que modelo se ajusta á nossa realidade e que tem sentido ter.
Nosso exército basicamente tem 3 Brigadas operacionais mas que ainda geram um monte de capelinhas na suposta ideia que são unidades de suporte ou seja temos mais suporte ao pouco que existe que operacionalidade em si.
As Brigadas Mecanizadas e de Reação Rápida penso que terão sempre de existir com mais ou menos meios envolvidos mas com este modelo que temos vejo um futuro sombrio para a Brigada de Intervenção que ou muda seu conceito e papel ou acabará por não ter muito sentido,não tenho absolutamente nada contra a Brigada em si e digo mais eu queria que ela fosse maior e que tivessemos mais regimentos operacionais,no fundo termos uma Brigada Territorial,contudo nosso contexto e modelo de FA não tem muito a ver com esse conceito.Ela não deve acabar mas vai ter que se reinventar até para justificar sua existência.
O tema é complexo ,não se esgota nada é conclusivo e é de difícil avaliação e qualquer tomada de posição nunca será consensual e ninguém tem a fórmula mágica para mudar muita coisa.
O maior problema de nossas FA é a ausência de um inimigo claro e presente e por mais que se queira inventar a roda vamos sempre bater no mesmo.