O Capitão Júlio da Costa Pinto

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Lancero

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« Responder #45 em: Março 12, 2009, 06:39:12 pm »
Citação de: "SmokeOn"
Você tem formação em alguma "Ciência Exacta" ? eu tenho sabia, coloquei artigos de economia fundamentados em livros. A minha área é Matemática Aplicada e a ela dedico a minha vida ... quanto a você não é preciso ser muito inteligente basta ler que você não contra-argumenta nada é como a oposição ao PS :

- nada de novo, só bota abaixo !

Enterre-se, a sua verticalidade de princípios em vez de ser de 90º é de 180º ou melhor talvez 360º porque nunca chega a conclusão nenhuma ... mas se calhar nem sabe do que estou a falar ... LOL

Divirta-se ...


Mais uma vez, muito escreve (ou vomita como um cobarde) sem nada acrecentar. Não puxe do cartão das habilitações sem saber com quem está a falar. Mas também não lhe satisfaço a curiosidade  :mrgreen:
Repito, artigos que analizam a década de 1910's sem levar em conta eventos como a I Guerra Mundial e a Gripe Espanhola (só estes dois, para não me alongar muito) atestam por si só a parcialidade e competência dos economistas que diz citar. E sobre como isto é possível ainda não li uma linha vinda de si.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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PereiraMarques

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« Responder #46 em: Março 12, 2009, 09:24:47 pm »
Desde quando a Economia é uma ciência exacta?
 

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Luso

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« Responder #47 em: Março 12, 2009, 09:31:56 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Desde quando a Economia é uma ciência exacta?


Por acaso é bastante exacta, como se poderá ver (recomendado)
http://www.youtube.com/watch?v=CmGTnveyG7E
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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SmokeOn

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« Responder #48 em: Março 12, 2009, 10:27:38 pm »
Citação de: "Lancero"
Citação de: "SmokeOn"
Você tem formação em alguma "Ciência Exacta" ? eu tenho sabia, coloquei artigos de economia fundamentados em livros. A minha área é Matemática Aplicada e a ela dedico a minha vida ... quanto a você não é preciso ser muito inteligente basta ler que você não contra-argumenta nada é como a oposição ao PS :

- nada de novo, só bota abaixo !

Enterre-se, a sua verticalidade de princípios em vez de ser de 90º é de 180º ou melhor talvez 360º porque nunca chega a conclusão nenhuma ... mas se calhar nem sabe do que estou a falar ... LOL

Divirta-se ...

Mais uma vez, muito escreve (ou vomita como um cobarde) sem nada acrecentar. Não puxe do cartão das habilitações sem saber com quem está a falar. Mas também não lhe satisfaço a curiosidade  :)) Enfiou bem o barrete ... frígido não é ?
« Última modificação: Março 12, 2009, 10:29:47 pm por SmokeOn »
 

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SmokeOn

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« Responder #49 em: Março 12, 2009, 10:28:50 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Desde quando a Economia é uma ciência exacta?


É como os vetos do presidente Cavaco ... são vetados pelo Parlamento LOL Daí que perante a exactidão do discurso dele perguntamos "afinal o que ele está lá a fazer ?"

Uma boa grade parte da teoria económica é modelada sobre a forma de equações diferenciais que são uma das bases da Matemática Aplicada f2x2x
 

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Lancero

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« Responder #50 em: Março 12, 2009, 11:07:54 pm »
Citação de: "SmokeOn"
Citação de: "Lancero"
Citação de: "SmokeOn"
Você tem formação em alguma "Ciência Exacta" ? eu tenho sabia, coloquei artigos de economia fundamentados em livros. A minha área é Matemática Aplicada e a ela dedico a minha vida ... quanto a você não é preciso ser muito inteligente basta ler que você não contra-argumenta nada é como a oposição ao PS :

- nada de novo, só bota abaixo !

Enterre-se, a sua verticalidade de princípios em vez de ser de 90º é de 180º ou melhor talvez 360º porque nunca chega a conclusão nenhuma ... mas se calhar nem sabe do que estou a falar ... LOL

Divirta-se ...

Mais uma vez, muito escreve (ou vomita como um cobarde) sem nada acrecentar. Não puxe do cartão das habilitações sem saber com quem está a falar. Mas também não lhe satisfaço a curiosidade  :)) Enfiou bem o barrete ... frígido não é ?

Mais uma vez prefere o insulto a rebater como pessoa formada que diz ser.

Citação de: "SmokeOn"
Estamos à espera dos documentos da gripes espanhola Lancero ... por uma questão de coerência intelectual

Citar
Citar
1918: Pneumónica,ou a Gripe Espanhola

Citar
A Luta, 4 de Outubro de 1918:Pode dizer-se que já alastrou por todo o País, e em Lisboa grassa ela com intensidade.Mandou o governo que não prosseguissem os exames nos liceus, e que todos os estabe-lecimentos d’ensino não funcionem, até nova ordem.É certo que os teatros e os animatógrafos continuam abertos, e ahi a multidão, para efeitos de contágio, é mais perigosa que nas escolas.Divergem as opiniões quanto à natureza da doença …(…)
Conveniente seria (…) que até que a epidemia cesse, não atravessem processionalmente
os cadáveres a cidade, em longos comboios fúnebres, repetidos a cada hora.(…)A Luta, 10 de Outubro de 1918:A gripe pneumónica. A epidemia continua a alastrar.Moncorvo, 7. Continua aumentando extraordinariamente (…)Samora Correia, 7. Continuam prolongando-se os casos da gripe pneumónica, havendo casas onde se encontram todas as pessoas da família atacadas do terrível mal. (…)Coimbra, 9. A terrível epidemia da gripe pneumónica vai declinando um pouco nos mi-litares (…)Miranda do Douro, 6. Estamos a braços com uma temerosa epidemia gripal (…) Quase metade da população do concelho está enferma (…)Aljustrel, 8. A epidemia da gripe pneumónica bate-nos à porta. (…)Ericeira, 8. Nesta vila está grassando com grande intensidade (…) sendo o número de pessoas atacadas diariamente 20 a 30, estando a população num verdadeiro pânico.

Citar
Faz agora 90 anos que a pneumónica matou
mais de 50 mil pessoas em Portugal, entre
as cerca de 70 mil que pereceram por epidemias entre 1918 e 1919

Citar
Em Portugal, a epidemia deflagrou e propa-gou, potenciando a já tétrica trilogia da mi-séria, da guerra e da morte. A sua história deve ser contada considerando o contexto do País que éramos, tomando em devida conta a economia e a sociedade portuguesas de então e a sua evolução sob o signo da I Guerra e do sidonismo; as políticas e estra-tégias dos poderes públicos (ou sua ausên-cia) inscritas no quadro republicano, em geral, e no tempo de guerra, em particular, compreendendo o cenário de instabilidade política e financeira, a situação endémica de
crise económica e social, a agudização da ins-
tante “questão das subsistências” e o cres-cendo em miséria e descontentamento so-cial e político; tudo isso num contexto in-ternacional e de mundialização em que a Guerra, a situação económica e social e a própria condição epidémica, se enquadram e decorrem.

Maria Fernanda Rollo ( Investigadora do Institutode História Contemporânea Professora do Departamento de Históriada Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa)
http://www.scribd.com/doc/9923405/Gripe-Espanhola
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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Luso

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« Responder #51 em: Março 12, 2009, 11:41:05 pm »
Citação de: "SmokeOn"
Citação de: "PereiraMarques"
Desde quando a Economia é uma ciência exacta?

É como os vetos do presidente Cavaco ... são vetados pelo Parlamento LOL Daí que perante a exactidão do discurso dele perguntamos "afinal o que ele está lá a fazer ?"

Uma boa grade parte da teoria económica é modelada sobre a forma de equações diferenciais que são uma das bases da Matemática Aplicada f2x2x


Fosga-se, Lancero!
Tenha respeito pelo Sr. Doutor!

Só me interrogo numa coisa: com tantas ilustres inteligências matemáticas/económicas/estatísticas, como é que chegámos a este ponto? :shock:  :shock:
Não são esses que mandam?
O pinto de Sousa não é engenheiro?
O Cavaco não é economista?
O Guterres não é engenheiro?
O Barroso e o Santana são doutores em Ladaínha mas pouco significativos.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Lancero

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« Responder #52 em: Março 12, 2009, 11:50:06 pm »
Citação de: "Luso"
Fosga-se, Lancero!
Tenha respeito pelo Sr. Doutor!


Eu vou é deixar de dar pão a malucos.  :P
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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Luso

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« Responder #53 em: Março 13, 2009, 12:02:21 am »
Citação de: "Lancero"
Citação de: "Luso"
Fosga-se, Lancero!
Tenha respeito pelo Sr. Doutor!

Eu vou é deixar de dar pão a malucos.  :wink:
Comece por ignorar a mocidade atrevida... :twisted:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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teXou

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« Responder #54 em: Março 13, 2009, 11:17:22 pm »
Citação de: "SmokeOn"
...  uma questão de coerência intelectual ...
Citar
Vale melhor permanecer silencioso e passar para um imbecil que falar e não deixar nenhuma dúvida.
 Abraham Lincoln

 :festa:
"Obviamente, demito-o".

H. Delgado 10/05/1958
-------------------------------------------------------
" Não Apaguem a Memória! "

http://maismemoria.org
 

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oultimoespiao

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« Responder #55 em: Março 14, 2009, 04:12:27 am »
Citação de: "SmokeOn"
Citação de: "PereiraMarques"
Desde quando a Economia é uma ciência exacta?

É como os vetos do presidente Cavaco ... são vetados pelo Parlamento LOL Daí que perante a exactidão do discurso dele perguntamos "afinal o que ele está lá a fazer ?"

Uma boa grade parte da teoria económica é modelada sobre a forma de equações diferenciais que são uma das bases da Matemática Aplicada f2x2x


Aqui o sr tem toda a razao. a ciencia economica e diferencial e nao linear
 

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SmokeOn

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« Responder #56 em: Março 17, 2009, 12:57:36 pm »
Vá explicar isso ao Xico Lancero LOL ainda não percebemos como a gripe Espanhola aumentou o pão de 1910 a 1926 em 21 vezes heheheheh

Toda a gente apanhou a gripe ... até os padeiros heheheheh
 

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Lancero

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« Responder #57 em: Março 17, 2009, 06:00:30 pm »
Citar
Júlio da Costa Pinto nasceu na freguesia de Salvador, Torres Novas, em 1883, sendo o segundo filho do casal Delfina de Jesus Costa e Manuel Pinto da Costa. Pouco tempo depois, a família mudou-se para Santarém onde nasceu a filha mais nova, Isaura Pinto da Costa, em 1890. A partir do ano lectivo de 1895-96, passou a frequentar o Colégio Militar onde foi colega e amigo do Príncipe D. Luís Filipe. A 26 de Outubro de 1899, obteve o diploma do Real Colégio Militar relativo ao 4.º ano. A tragédia do incêndio no Club Artístico em Santarém, no Carnaval de 1896, levou-o ao primeiro contacto com a Rainha D. Amélia quando esta visitou as vítimas e os olhos do jovem e da sua mãe se cruzaram com os da mulher que serviria ao longo de uma vida. Nascera monárquico e monárquico morreria, mesmo que isso significasse abdicar de muito em prol de pouco. O pai, capitão do Corpo de Almoxarifes e a prestar serviço no Presídio Militar de Santarém, adquiriu um prédio com casa e quintal no sítio do Monte, com extrema a nascente com o adro da Igreja, a Rosalina da Conceição por 13750 réis, segundo escritura lavrada no Notário Público Manuel José Machado Júnior, em Santarém, de 21 de Outubro de 1901. O local e especialmente a Capela tornaram-se num marco de recordações na vida de Júlio da Costa Pinto que o perseguiram ao longo dos anos: “Conhece que a minha devoção à Capela da Senhora do Monte tem raízes velhas; e também conhece que a missa foi paga por mim mesmo quando eu não tinha um tostão na algibeira; à custa de muitos sacrifícios; e só deixou de se rezar, por falta absoluta de clero!”2. O jovem oficial de cavalaria e lanceiro, a elite da arma de cavalaria, seguiu a sua carreira militar. Em Novembro de 1907, propôs ao Ministério da Guerra a alteração do regime das escolas e a 22 de Maio de 1908 embarcou para Angola onde foi ajudante de campo do major Alves Roçadas, oficial às ordens de Henrique Paiva Couceiro e de João de Almeida. Numa carta de 4 de Outubro de 1908, o major Joaquim António Pereira propôs ao Governador Interino da Província de Angola que o alferes de infantaria Júlio da Costa Pinto fosse agraciado com a Ordem da Torre e Espada do Valor e Lealdade e Mérito por feitos de heroísmo. Em 1910, ainda em Angola, participou nas grandes reparações na estrada de Quifangongo ao Alto Dande, passou o Carnaval em Moçamedes e a partir de Agosto deslocou-se para Luanda. Após o 5 de Outubro de 1910, demitiu-se das suas funções militares em Angola acabando por ser expulso do exército pelo Governo Provisório em 1911. Numa atitude de desafio, mandou celebrar missa por alma do rei D. Carlos e do Príncipe D. Luís Filipe na Igreja da Misericórdia em Luanda, a 1 de Fevereiro de 1911. Durante a década de 10, Costa Pinto envolveu-se em incursões, revoltas, movimentos tendo sempre em vista a causa monárquica. O ano de 1913 foi trágico na sua vida familiar. A irmã mais nova, Isaura, faleceu no Presídio Militar, onde o pai era o 2.º Comandante, a 18 de Maio, provavelmente de uma epidemia como a pneumónica, uma vez que foi sepultada no mesmo dia por determinação médica. A 26 de Setembro, faleceu o pai, major Manuel Pinto da Costa, vítima de um volvo quando era transportado de carro para uma Casa de Saúde em Lisboa a fim de ser operado. A 2 de Novembro de 1914, Costa Pinto foi preso na Guarda sob a acusação de conspirador. Daí, foi enviado para Lisboa onde ficou preso e incomunicável. A 27 de Agosto de 1915, participou na conspiração liderada por Miguel de Sotto Maior juntamente com Manuel Costa Alemão e um grupo substancial de militares contra o Governo de Pimenta de Castro. A conspiração consistiu num assalto sem sucesso aos quartéis de Infantaria 29 em Braga e Infantaria 20 em Guimarães e teve como objectivo a sublevação militar e a ocupação de todo o norte do país. A 31 de Janeiro de 1916, encontrava-se preso na Cadeia da Relação. Em Dezembro de 1916, envolveu-se no Movimento de Machado dos Santos que tentou unir as forças que se opunham aos democráticos e pretendia impedir o envio de homens para o campo de batalha em França (I Guerra), combater a crise económica e o governo. O fracasso do Movimento levou-o à prisão onde não recebia visitas e era interrogado constantemente. Sobre esse período escreveu: “do que tenho desgosto é de ver que houve no exército português alguém que julgasse que a atitude digna e briosa mantida pela maioria esmagadora dos oficiais presos a bordo fosse obra política monárquica em vez de ser o já evidente sintoma de altivez e energia de carácter que a sociedade de amanhã há-de ter.”3. A 31 de Maio de 1917, encontrava-se detido nos calabouços do Governo Civil de Lisboa acusado de agitação e assaltos juntamente com o ex-sargento José Lourenço Flores, Sebastião Eugénio e Francisco Paneiro. A 12 de Novembro desse ano foi preso no Presídio da Trafaria sob a acusação de ter distribuído e possuir alguns exemplares do folheto o “Rol da Deshonra”4. Costa Pinto “… que estava a ser vigiado, viajou no comboio Lisboa-Porto, saindo do comboio em várias estações para distribuir maços do panfleto a “vários indivíduos que pareciam aguardá-lo, e alguns deles oficiais do exército fardados””5. Indignado, escreveu uma carta ao Ministro da Guerra Norton de Matos a contestar a acusação. A 21 de Novembro de 1917, Costa Pinto recebeu uma contra-fé do director da Polícia de Investigação Criminal de Lisboa, Adolfo Augusto de Oliveira Coutinho, assinada pelo agente de polícia, António Augusto a expulsá-lo de Portugal durante a guerra. Seguiu da Cadeia da Trafaria para a estação de Campolide e daí para Madrid. O exílio terminou com a chegada de Sidónio Pais ao poder. Provavelmente, tal como outros monárquicos, legitimou a presidência de Sidónio Pais nos primeiros meses para depois tentar derrubar a República Nova de forma a desacreditar a República, levando à restauração da Monarquia. Até Setembro de 1918, trabalhou na Livraria Ferreira na rua Áurea, em Lisboa. A partir daí tornou-se secretário da redacção e editor do jornal monárquico tradicionalista “O Liberal”, do qual era director António Telles de Vasconcelos. Nesse período também foi explicador de instrução secundária. A 21 de Novembro de 1918, Machado dos Santos escreveu uma carta para o General Aguiar, Director Geral da Secretaria da Guerra, a pedir a reintegração de Júlio da Costa Pinto no exército. Este nunca entregou a carta. Após o assassinato de Sidónio Pais, Costa Pinto redigiu apontamentos preparativos das revoltas que se lhe seguiram e nas quais participou activamente. A 16 de Janeiro de 1919, envolveu-se na Revolta de Santarém. O boletim de propaganda republicana A Vitória indicava que Santarém não se rendera e que Júlio da Costa Pinto estava em combates no Cartaxo juntamente com Aníbal Soares, José Sucena, Rocha Martins e o Conde de Arrochela. A 19 de Janeiro, participou no Movimento de Monsanto onde comandou os combatentes civis, a chamada “Real Coluna Negra”. A coragem e determinação de Costa Pinto foram alvo de admiração de outros companheiros em Monsanto como D. José de Almeida e Vasconcelos, Hipólito Raposo, Félix Correia, António Alvarenga e que com ele partilharam a fome, ferimentos e o fogo republicano. A 25 de Janeiro foi preso pelas forças republicanas que o espancaram violentamente nas ruas de Lisboa enquanto conseguiu gritar: “Viva a Monarquia! Viva Portugal!”. A Junta Governativa do Reino de Portugal, liderada por Paiva Couceiro, conhecida como Monarquia do Norte manteve-se em funções no Porto até 13 de Fevereiro. Entre 7 de Abril e Agosto de 1919, esteve preso no Presídio Militar de Lazareto, ilha da Madeira, onde se manteve no isolamento. A 22 de Agosto de 1919, foi julgado no Tribunal Militar de Santa Clara, acusado de envolvimento no Movimento de Monsanto. Em Setembro encontrava-se preso na Cadeia Nacional de Lisboa. A 9 de Abril de 1921 foi libertado do presídio da Trafaria juntamente com treze outros presos políticos e após ter cumprido dois anos de prisão por envolvimento em Monsanto. Em Agosto de 1921, o seu meio de subsistência era vender latas de azeite “Âmbar” à comissão. No mês seguinte começou a vender seguros da “Atlas”, o que o levou a viajar frequentemente por todo o país. Essas viagens permitiam-lhe estabelecer contactos com apoiantes monárquicos e dedicar-se à sua paixão pela fotografia. Entretanto ia escrevendo para alguns jornais e passava algum tempo “a politicar”. A “Noite Sangrenta” de 19 de Outubro de 1921, em que perderam a vida Machado dos Santos, Carlos da Maia e António Granjo, apanhou-o em viagem no Algarve, onde faltavam as comunicações e abundavam os boatos. A 28 de Outubro de 1921, faleceu em S. Tiago de Cassurrães, Mangualde, a sua irmã mais velha Maria Albertina Pinto da Costa, vítima de tuberculose. As eleições de 29 de Janeiro de 1922, levaram-no a envolver-se na montagem da máquina eleitoral e a fazer uma conferência na sede das Juventudes Monárquicas, em Faro. Manteve contactos com apoiantes monárquicos como Satúrio Pires, Luís de Magalhães, Luís Vieira de Castro. Em Fevereiro desse ano participou na constituição do Centro Monárquico em Olhão e em reuniões políticas, como a de Moncarapacho que terminou em tiroteio. A vida de vendedor de seguros aborrecia-o perante o vazio de acção nesse acto de sobrevivência, “recomecei a vida de sempre, horrível”6. Sempre que visitava Santarém encontrava-se com alguns dos seus amigos como João Arruda e Laurentino Veríssimo com quem participou na preparação do Congresso Ribatejano. Em 1922, conheceu Homem Cristo Pai e Pedro Homem de Melo de quem se tornou amigo. Nos momentos livres, dançava, ia ao animatógrafo, dormia, lia Balzac “o eterno mestre da vida, o mais assombroso conhecedor da alma humana”7 e cobrava as cotas da Associação de Auxílio aos Monárquicos. Em Outubro de 1923, abandonou a Companhia de Seguros Atlas para, mais tarde, iniciar actividade na Vacuum Oil, companhia que o homenageou em 1942. Na sequência da morte de D. Manuel II, em 1932, acabou por se envolver em polémica com Alfredo Pimenta a partir de um artigo no jornal República, em Fevereiro de 1933. A sua mãe, Delfina de Jesus Costa, faleceu em Lisboa a 20 de Janeiro de 1935. O falecimento da sua única familiar directa abalou-o profundamente. O dia 20 de Janeiro tornou-se um dia de culto na vida de Júlio da Costa Pinto que se fotografava como que para perpetuar o momento. Após o incêndio que devastou o Santuário da Penha a 16 de Fevereiro de 1939, envolveu-se na sua reconstrução oferecendo uma imagem de Nossa Senhora e de um crucifixo em pau-santo e marfim do século XVIII. Com o início da II Guerra Mundial e a na consequência da entrada dos alemães em França, telegrafou a Salazar: “Respeitosamente peço licença a V. Ex.ª actual situação Sua Majestade Rainha Senhora D. Amélia em risco Versailles pois decerto coração português acolhê-la-á Portugal neste momento tão angustioso.”8. Em 1942, o Irmão da Irmandade da Senhora do Monte decidiu recuperar a degradada Capela do Monte em Santarém assim como algumas casas envolventes destinadas ao sacristão e às merceeiras. Apesar das adversidades, o seu lema era “Desistir, não.”9. A 14 de Junho de 1943, foi homenageado num almoço na Quinta das Ómnias, em Santarém. Nesse mesmo ano, integrou a Comissão que inventariou os bens pertencentes à Fundação Casa de Bragança. Entre 1945 e 25 de Outubro de 1951, tornou-se secretário da Rainha D. Amélia, acompanhando-a no Château de Bellevue, Chesnay, França, com a devoção de estar a prestar um serviço à sua Rainha e à causa em que acreditava. Em Novembro de 1946, o Ministro das Colónias, Marcello Caetano, atribui-lhe a medalha de serviços relevantes, quando este já tinha sido reintegrado na carreira militar com o posto de capitão. A 15 de Dezembro de 1953 foi admitido como Irmão da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, instituição a quem doou os seus bens imóveis. Nas décadas de 30, 40 e 50 proferiu diversas conferências sobre as suas actividades em prol da monarquia, África, defesa do património (Capela do Monte, Torre da Trindade). Também colaborou com as Comissões da Feira do Ribatejo ao acompanhar comunidades estrangeiras (belga, francesa, italiana). No Verão de 1957, deslocou-se a S. Tomé e a Angola onde encontrou velhos amigos e percorreu a terra que conhecera na sua juventude. No regresso, proferiu a conferência “Angola na Saudade de um Velho Pioneiro” na Associação Académica de Santarém e na Casa da Madeira. Júlio da Costa Pinto defendia o império ultramarino português não hesitando em oferecer-se para combater todos o que o perigassem, como sucedeu no caso da Índia. O Professor Joaquim Veríssimo Serrão publicou em 18 de Julho de 1964, no Correio do Ribatejo, o artigo “Júlio da Costa Pinto Amigo de Santarém”, onde enalteceu a figura do padrinho e sugeriu que a Câmara Municipal de Santarém o distinguisse com a medalha de ouro da cidade pelos serviços prestados em favor do património e pelas visitas que orientou na cidade quer a nacionais quer a estrangeiros. Júlio da Costa Pinto faleceu a 24 de Julho de 1969, no Hospital de S. José em Lisboa onde se encontrava doente há vários dias. O seu funeral saiu da Igreja das Mercês em Lisboa para o jazigo n.º 229, no Cemitério de Santarém onde se uniu aos pais e irmãs para na “Minha Terra, doce Terra, deixa-me em ti descansar”.10 —————————— NOTAS: 1 Arquivo da Misericórdia de Santarém, Carta de Júlio da Costa Pinto para Carlos de Azevedo Gomes, Conservador do Registo Predial em Torres Novas, Évora, 25/10/1944, fl. 2. 2 BMS-JCP, XX, 10, Carta de Júlio da Costa Pinto para o Padre José da Silva Garcez, 18/6/1942. 3 AHM, Lisboa, 1.ª Divisão, 35.ª Secção, Cx. 1279, relatório sobre correspondência censurada dos conspiradores presos no Tejo. 4 O “Rol da Desonra” foi atribuído a um grupo de oficiais na frente de guerra em França que descreviam as condições de vida nas trincheiras assim como os sacrifícios vividos pelos portugueses. Os familiares e amigos dos democráticos eram acusados de nem sequer visitar a frente pois encontravam-se em Paris, como era o caso de Sebastião Costa, filho de Afonso Costa, que era interprete no Corpo Expedicionário Português. 5 Miguel Nunes Ramalho, Sidónio Pais Diplomata e Conspirador (1912-17), Lisboa, Edições Cosmos, 2001, p. 309. 6 BMS-JCP-XIX-2. 7 BMS-JCP-XIX-2. 8 Eduardo Nobre, Amélia Rainha de Portugal, [s.l.], Quimera Editores, 2006, p. 160. 9 BMS-JCP-XX, 13. 10 Inscrição no Jazigo. – Teresa Lopes
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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SmokeOn

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« Responder #58 em: Março 18, 2009, 02:15:50 pm »
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Noventa anos da Revolta de Santarém assinalados na cidade
Janeiro 16, 2009
in: O Mirante semanário regional online de 15-01-2009

Noventa anos da Revolta de Santarém assinalados na cidade

Capítulo da História recente resgatado do esquecimento durante uns dias



As comemorações dos 90 anos da Revolta de Santarém iniciam-se sexta-feira, 16 de Janeiro, com a inauguração de uma exposição evocativa do capitão Júlio Costa Pinto na Biblioteca Municipal de Santarém. A sessão está marcada para as 17h00 e estão previstas intervenções do presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores, e do provedor da Misericórdia de Santarém, António Garcia Correia. Pelas 17h45, Jorge da Costa Rosa vai falar sobre “O conceito da Monarquia em Portugal”. Segue-se uma vista guiada ao arquivo da Misericórdia de Santarém, onde se encontra o segundo pólo da mesma exposição.

No dia 20, pelas 15h00, realiza-se uma romagem ao jazigo de Júlio Costa Pinto no cemitério de Santarém e deposição de flores. Às 17h00 a capela de Nossa Senhora do Monte recebe uma eucaristia e a apresentação de documentação relativa à extinta irmandade de Nossa Senhora do Monte e às obras executadas em 1942 nesse templo.

No dia 22 de Janeiro, o historiador Joaquim Veríssimo Serrão (afilhado do homenageado) profere uma palestra sobre “Júlio Costa Pinto – Um homem uma causa”, pelas 21h00 na sala do definitório da Misericórdia de Santarém. Para dia 24, sábado, a partir das 16h00, está prevista a visita dos duques de Bragança aos dois pólos da exposição.

Tentativa de restauração

da monarquia

A 12 de Janeiro de 1919 começa a revolta de Santarém com Álvaro de Castro, Cunha Leal e Jaime de Figueiredo, os quais declaram querer acabar com a influência monárquica no poder, depurar o exército, defender em todos os campos e inalteravelmente a República, ao mesmo tempo que defendem a nomeação de um novo governo. Os revoltosos de Santarém rendem-se incondicionalmente quatro dias depois, devido à acção da coluna negra vinda da Covilhã e comandada pelo tenente Teófilo Duarte, governador de Cabo Verde. O grupo segue sob um pavilhão de seda negra onde com letras brancas, se lê Glória a Sidónio Pais. Ironicamente, a acção de Teófilo e dos seus sequazes, impede que a cidade seja tomada pelas tropas das juntas monárquicas, comandadas por Silva Ramos.

Num cenário de guerra civil entre republicanos e monárquicos, no dia 22 à noite, tropas pró-monárquicas começam a deslocar-se para Monsanto, em Lisboa. Os monárquicos, em cujas fileiras se notabiliza o capitão Júlio Costa Pinto, resistem até à tarde do dia 24. A escalada de Monsanto ficou como uma data histórica e por alguns considerada mais relevante que a própria proclamação da República em 5 de Outubro de 1910. Desse combate resulta a escolha do ribatejano José Relvas (Golegã 1858 – Alpiarça 1929) para chefiar o Governo, depois do assassinato de Sidónio Pais em Dezembro do ano anterior.
 

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« Responder #59 em: Março 18, 2009, 02:26:51 pm »
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Dia 22, o historiador Joaquim Veríssimo Serrão, afilhado do capitão, falará sobre "Júlio da Costa Pinto - Um homem, uma causa", estando prevista, para dia 24, uma visita dos Duques de Bragança aos dois pólos da exposição.
A directora da Biblioteca Municipal de Santarém, Teresa Lopes Moreira, disse à agência Lusa que a homenagem a Júlio da Costa Pinto, homem "completamente dedicado à monarquia" e que sempre se envolveu activamente na vida da cidade e do distrito, mostra o outro lado da celebração do centenário da República, que a autarquia tem vindo igualmente a assinalar.
Aproveitando os bens doados por Júlio da Costa Pinto à cidade - à Misericórdia deixou os bens imóveis e todos os documentos com eles relacionados, tendo deixado ao município o jazigo e um acervo significativo de documentos, entre os quais numerosa correspondência -, a autarquia decidiu dar a conhecer uma personalidade que quase caiu no esquecimento e os documentos "interessantíssimos" que tem em sua posse, disse.
Como exemplo, apontou fotografias tiradas durante a Revolta de Santarém, que teve "um movimento militar fantástico", envolvendo até meios aéreos - uma das fotografias mostra o avião que aterrou no Campo Sá da Bandeira, outra uma missa campal realizada na altura.
A Revolta de Santarém começou a 12 de Janeiro de 1919 por iniciativa de republicanos liderados por Álvaro de Castro, Cunha Leal e Jaime de Figueiredo, que declaram querer acabar com a influência monárquica no poder, depurar o exército e defender a República, querendo a nomeação de um Governo presidido por Nunes da Ponte.
Quatro dias depois, os revoltosos rendem-se incondicionalmente, devido à acção da "coluna negra" (assim designada por transportar uma seda negra com a inscrição, a branco, "Glória a Sidónio Pais"), vinda da Covilhã e comandada por Teófilo Duarte.
Esta acção impediu que a cidade fosse tomada pelas tropas das juntas monárquicas, que tencionavam pedir a Paiva Couceiro (às ordens de quem Júlio da Costa Pinto servira em Angola) para encabeçar o movimento.
Costa Pinto e os restantes monárquicos envolvidos na Revolta de Santarém refugiaram-se em Monsanto, onde se entrincheiram para preparar a revolta monárquica em Lisboa (de 22 a 24 de Janeiro), de apoio à restauração da monarquia no Porto, liderada por Paiva Couceiro, no que ficou conhecida como a Monarquia do Norte (que se manteve em funções no Porto até 13 de Fevereiro).
A reacção dos republicanos em Lisboa foi violenta e Costa Pinto foi preso e quase linchado. Colocado num navio foi enviado para a Madeira, onde ficou detido no Presídio Militar de Lazareto, tendo sido transferido em Setembro para a Cadeia Nacional de Lisboa.
Libertado dois anos depois, sobreviveu a vender latas de azeite à comissão e depois seguros, o que lhe permitiu restabelecer contactos um pouco por todo o país, voltando a envolver-se politicamente nas eleições de 29 de Janeiro de 1922.
O trabalho na companhia Vacuum Oil devolveu-lhe a estabilidade económica, tendo, no início da Segunda Guerra Mundial, intercedido junto de Oliveira Salazar no sentido de ser permitido o regresso a Portugal da rainha D. Amélia, de quem foi secretário pessoal entre 1945 e 1951.
Reabilitado - o ministro das Colónias, Marcello Caetano, atribuiu-lhe a medalha de serviços relevantes em 1946, quando já tinha sido reintegrado na carreira militar com o posto de capitão -, Júlio da Costa Pinto morreu em 1969, aos 86 anos.