Regionalização - nova vaga

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Lancero

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Regionalização - nova vaga
« em: Abril 26, 2007, 04:56:45 pm »
Assistimos nos últimos dias a um ressurgimento do tema regionalização (e um referendo à dita cuja).
Porei algumas notícias em seguida, mas gostava de saber a opinião dos membros do Fórum.
A minha opinião é um redondo Não!

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Regionalização: Autarca da Covilhã defende referendo "quanto mais cedo, melhor "

Covilhã, Castelo Branco, 26 Abr (Lusa) - O presidente da Câmara da Covilhã  e da Comunidade Urbana das Beiras (Comurbeiras), Carlos Pinto (PSD), defende qu e um novo referendo sobre a regionalização deve ser feito o "mais depressa" pos sível.

   "Quanto mais depressa for feito o referendo à regionalização melhor", caso  contrário, "o país vai atrasar-se muito", disse Carlos Pinto à Agência Lusa, no dia em que o Movimento Cívico "Regiões, Sim!" foi constituído em Coimbra, tend o como principal dinamizador o social- democrata Mendes Bota.

   Para Carlos Pinto, "justifica-se plenamente um referendo, porque há coisas  novas e negativas na política portuguesa e que só a regionalização pode dar opo rtunidade a que se redefinam".

   Já na quarta-feira, em discurso comemorativo do 25 de Abril, defendeu publi camente a regionalização e deixou a ideia de que, se os municípios tivessem mai s dinheiro, "talvez Abril fosse mais fácil de concretizar".

   Hoje, em declarações à Agência Lusa, defendeu também uma "administração do  território mais equilibrada".

   "Já não há meias medidas, nem meias tintas que possam resolver isto", refer iu o autarca que, por várias vezes, ao longo dos mandatos à frente do município da Covilhã, tem criticado o centralismo na gestão territorial.

   Carlos Pinto alerta para "a vigorosa e determinada gestão política que exis te do outro lado da fronteira, em Espanha" e conclui que "a única forma de nos  posicionarmos é fazendo a regionalização política e administrativa".

   Apesar de "noutras fases" ter acreditado em estruturas de administração que evoluíssem a partir de organizações intermédias fortes, como a Comurbeiras, a  que preside, confessa "não encontrar vontade política para dotá-las de meios e  poderes".

   Segundo Carlos Pinto, a transferência de competências da administração cent ral merece uma profunda reanálise. "Nascem já com o pecado original: não são fe itas com uma visão de boa gestão do território, mas sim porque o Estado está ap ertado e tem que fazer economias".

   "Se a administração central pudesse, transferia todas as competências, desd e que não tivesse que transferir meios financeiros".

   Ou seja, "hoje, esta é matéria que se baseia na alienação de responsabilida des para aliviar o peso da dívida pública e não no princípio da subsidiariedade ", disse.

   Para o social-democrata, o financiamento das regiões não esconde segredos.  "Devem ser financiadas da mesma forma que em todo o mundo regionalizado: aproxi mando os recursos que já existem da população, tornando a administração mais pr óxima das pessoas".

   "O diagnóstico está feito. É necessária a oportunidade de dar voz ao país p ara se definir um novo modelo de organização e, ao fim e ao cabo, dar aplicação a um preceito constitucional", resumiu.

   Carlos Pinto considera que o mapa proposto no referendo sobre a regionaliza ção, em 1998, foi "o motivo do chumbo". "Agora, sociedade civil e partidos polí ticos devem sobre essa matéria ser sensatos e fazer propostas. Mas o princípio  deve ser sufragado, independentemente do modelo", afirmou.


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Regionalização: Alentejo pode enfrentar polémica da divisão, com 500 mil pessoas  

   Évora, 26 Abr (Lusa) - Com pouco mais de 500 mil habitantes, o Alentejo pod erá envolver-se numa nova polémica com o processo de regionalização, uma vez qu e, apesar de existir uma maioria favorável à criação de uma única região, há vá rias vozes dissonantes.

   Autarcas e dirigentes socialistas e comunistas vêem com bons olhos uma só r egião Alentejo, agrupando os 47 concelhos dos distritos de Évora, Portalegre e  Beja e do litoral alentejano, mas da parte do PSD levantam-se dúvidas, com a di strital de Beja a inclinar-se para duas regiões e os autarcas de Portalegre a l ançar mais interrogações.

   Defendendo o avanço da regionalização, que considerou "o patamar que falta  para ligar efectivamente o poder decisório central e as populações", o presiden te da distrital de Beja do PSD, Amílcar Mourão, disse à agência Lusa estar incl inado para a criação de duas regiões administrativas no Alentejo.

   Apesar de salientar que "ainda não tem" uma "posição fechada" sobre o assun to, Amílcar Mourão propõe uma divisão do Alentejo, região com um total de 47 co ncelhos e 535.753 habitantes, segundo os Censos de 2001 do Instituto Nacional d e Estatística (INE).

   A região do Alto Alentejo, incluindo os distritos de Évora e Portalegre, e  a região do Baixo Alentejo, agrupando o distrito de Beja e os quatro concelhos  do Litoral Alentejano (Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Alcácer do Sal) são as divisões sugeridas pelo líder dos sociais-democratas de Beja.

   A lançar mais "achas para a fogueira", estão os autarcas social-democratas  do norte alentejano, com o presidente da Câmara de Fronteira a afirmar-se contr a a criação de regiões administrativas, alegando que a desconcentração para as  regiões vai prejudicar e esvaziar o mundo rural.

   Dúvidas e interrogações apresenta também o autarca social- democrata de Por talegre, Mata Cáceres, que admite mesmo juntar-se a concelhos da Beira Interior , em detrimento dos vizinhos alentejanos.

   "Portalegre aparece sempre numa posição subalterna nas políticas que dizem  respeito a todo o Alentejo", justificou.

   Sem posição oficial, aparece o PSD de Évora, uma vez que, segundo o líder d istrital, António Costa Dieb, a regionalização "não é um tema prioritário" e "n ão está na ordem do dia".

   Na única região que deu a vitória ao "Sim" no referendo sobre a regionaliza ção em 1998, há ainda a destacar a posição de Luís Pita Ameixa, actual deputado e presidente da Federação Regional do Baixo Alentejo do PS.

   Apesar de na campanha para o referendo ter despoletado polémica local a sua defesa de duas regiões, Luís Pita Ameixa disse hoje à agência Lusa não ter, ac tualmente, "nenhuma posição pessoal e fechada sobre o assunto".

   Mostrando-se "favorável" à criação de regiões administrativas, Luís Pita Am eixa, considerou "prematura" a discussão sobre a regionalização, alegando que s e trata de um assunto que "só deverá ser discutido na próxima legislatura (depo is de 2009)".

   "Actualmente, é mais importante o actual processo de descentralização de se rviços e desconcentração de decisões, que irá beneficiar as autarquias", salien tou.

   Mais pacíficos são os socialistas de Évora e Portalegre, "adeptos incondici onais" da regionalização, que reiteram uma opinião unânime em torno da criação  de uma única região no Alentejo, embora com a distribuição de serviços pelas pr incipais cidades.

   Posição idêntica têm os comunistas, desde o Alto ao Baixo Alentejo, preconi zando uma "região polinucleada" e sem sede regional, segundo disse à Lusa Diama ntino Dias, do Comité Central do PCP.

   "Não só defendemos, como há muito tempo exigimos a criação de regiões admin istrativas", lembrou o responsável da Direcção da Organização Regional de Beja  (DORBE) do PCP, José Catalino, que considerou a regionalização "uma das medidas necessárias para o desenvolvimento do Alentejo".

   "Queremos uma única região Alentejo polinucleada, sem centralismos e com os principais serviços desconcentrados do Estado espalhados pelas quatro sub-regi ões (Beja, Évora, Litoral Alentejano e Portalegre)", defendeu.

   José Catalino sugeriu ainda que o Alentejo "deveria funcionar como região p iloto para a criação das regiões administrativas", lembrando que "foi a única r egião que deu a vitória ao 'Sim' no referendo sobre a regionalização", realizad o em 1998.


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Regionalização: Álvaro Amaro (PSD) remete assunto para 2009

Gouveia, Guarda, 26 Abr (Lusa) - O presidente da Câmara Municipal de Gouvei a, Álvaro Amaro (PSD), reafirmou hoje ser um "regionalista convicto", mas defen de que a regionalização do país só deverá ser discutida na campanha das eleiçõe s legislativas de 2009.

   Afirmando desconhecer o lançamento da Associação Movimento Cívico "Regiões, Sim", que liderará o processo conducente à proposta de um referendo, Álvaro Am aro defende que "não tem sentido estar a discutir esse assunto a meio desta leg islatura".

   "Não se pode alterar a governação de um país a meio de um 'campeonato'", di sse à Agência Lusa.

   "Estarmos agora a discutir o assunto é estarmos a contribuir para que os po rtugueses se distraiam dos temas importantes da nossa sociedade, resultado de u ma governação socialista autoritária, com desprezo total pelas pessoas", refere o também presidente da Comissão Política Distrital do PSD da Guarda.

   "Por isso - acrescenta Amaro -, acho que os partidos devem apresentar-se na s eleições de 2009 a dizer o que pensam sobre a regionalização".

   "Eu defenderei que o PSD apresente a proposta de referendo logo no primeiro ano da próxima legislatura. Ou seja, se as eleições forem em Outubro de 2009,  que no ano de 2010 nós estejamos a fazer um novo referendo sobre a regionalizaç ão", disse em declarações à Lusa.

   O autarca social-democrata justifica a sua posição sobre a regionalização - "regionalista convicto" - por considerar que "é a reforma política, em termos  de reorganização do Estado, que importa fazer".

   "Através dela e da força cívica em cada uma das regiões, é possível, de uma vez por todas, esbater as diferenças entre as zonas para onde o investimento d o Estado e o investimento privado foi canalizado ao longo destes 30 anos", afir mou.

   "Acredito, há muitos anos, numa Região Centro forte e, por isso, foi também com a mesma convicção de regionalista e apoiante claro das cinco regiões plano que, em 1998, combati aquele desastrado mapa socialista no respectivo referend o", recorda.

   Álvaro Amaro diz que ainda é cedo para se pronunciar sobre quais as funções do Estado e das autarquias que devem passar para as regiões e como podem ser f inanciadas.

   Defende que os partidos devem discutir a questão "tranquila e seriamente" n a campanha eleitoral das próximas legislativas e "devem dizer o que pensam".

   Questionado sobre se a reestruturação da Administração Central em curso é c ondição prévia à regionalização, o autarca afirma que "nunca se pode confundir  uma desconcentração de serviços com uma verdadeira reforma política que é a des centralização que resultará da autonomia que a lei há-de consagrar a cada uma d as cinco regiões".

   "PRACE, reformas de Estado, extinção, fusão de serviços, mudança de nome, n ão serão impeditivos da regionalização", admite.

   Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Joaquim Valente (P S), defende que o Governo devia avançar com a regionalização administrativa do  país, sem necessitar de submetê-la a novo referendo.

   Segundo o autarca socialista, a regionalização "não devia ser referendada,  mas antes implementada com base na própria constituição da República".

   Joaquim Valente considera ainda que a Região Centro, "reúne condições geogr áficas e caminhos de desenvolvimento que justificam a sua criação", tendo por b ase o território da actual Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional  (CCDR).

   No entanto, ressalva que a criação da futura Região Centro só faria sentido se fosse "consolidada e suportada pela elaboração de planos de ordenamento de  território regionais, que pudessem contribuir para que houvesse uma diminuição  das assimetrias regionais".

   Sobre o futuro mapa regional, do ponto de vista do autarca do PS, o país de veria ficar dividido em região Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.

   "O mapa das regiões não andará longe disto", admitiu o autarca da Guarda à  Agência Lusa.

   Sobre a escolha dos órgãos directivos das futuras regiões, Joaquim Valente  opina que "devem ser eleitos".



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Regionalização: Metro e Aeroporto reavivaram sentimentos regionalistas - Rui Rio  

   Porto, 26 Abr (Lusa) - O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, considerou hoje que processos como os do Metro do Porto e do Aeroporto Francisco Sá Carne iro "reavivaram" sentimentos regionalistas, mas alertou para o perigo de uma re gionalização feita à pressa.

   "O Metro do Porto é um projecto que funciona bem e agora querem levar a sua gestão para Lisboa", afirmou o autarca, que também preside à Junta Metropolita na do Porto, entidade está a negociar com o governo um acordo para a expansão d aquela rede de transportes.

   A esse respeito, Rui Rio escusou-se a fazer qualquer comentário, remetendo  os jornalistas para o final da reunião da Junta Metropolitana que está marcada  para sexta-feira.

   Para o autarca, as sucessivas declarações públicas que têm sido feitas sobr e o processo negocial criam "confusão" nas pessoas e "transmitem a ideia de que (governo e junta metropolitana) não se entendem".

   Relativamente à regionalização, Rui Rio reafirmou as declarações prestadas  à Lusa, considerando que a atitude "mais centralista" do actual governo pode es tar na origem do despertar de novos sentimentos regionalistas.

   Para o autarca, "vale a pena pensar numa solução que aproxime os centros de decisão das populações", mas frisou que "não parece oportuno marcar um referen do à pressa".

   Apesar disso, Rio considerou que "era bom que o país começasse a pensar com o pode aumentar a credibilidade da democracia", nomeadamente na definição de um modelo de regionalização que sirva os interesses nacionais.

   "Tem que haver um consenso largo para vermos se existe ou não um modelo que sirva os interesses do país", frisou, frisando que "dividir o país a régua e e squadro, segundo a vontade de cada partido, não responde aos problemas de Portu gal".

   Rui Rio falava aos jornalistas no final de um encontro com o novo Bispo do  Porto, D. Manuel Clemente, que tomou posse há cerca de um mês.
 


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Regionalização: Governo centralista desperta sentimento regionalista - Rui Rio

Porto, 26 Abr (Lusa) - O presidente da Câmara e da Junta Metropolitana do P orto, o social-democrata Rui Rio, atribuiu ao maior "centralismo" do actual Gov erno socialista o crescimento entre os portugueses de um sentimento regionalist a.

   "Este Governo é mais centralista ainda [do que os anteriores], o que tem de spertado mais o sentimento da regionalização nas pessoas", disse à agência Lusa Rui Rio.

   O autarca reafirmou, contudo, que não quer que o excessivo centralismo do G overno de José Sócrates sirva de pretexto para se fazer "a correr" um novo refe rendo sobre a regionalização, pelo que defendeu que a nova consulta seja feita  só depois de um amplo debate nacional, para o qual prevê serem necessários "mai s de dois anos".

   "Já estamos quase a meio de 2007. Acho difícil fazer o referendo em 2009 en cavalitado nas eleições autárquicas e legislativas. Devemos amadurecer aquilo q ue queremos", salientou.

   Na opinião do autarca, é necessário saber como é que o país vai organizar-s e em regiões, que competências vão ser transferidas e como é que as regiões vão ser financiadas.

   Rui Rio frisou que não adianta criar regiões "e depois andar pendurado no O rçamento de Estado à espera que o Governo transfira as verbas" para essas regiõ es.

   O presidente da Câmara do Porto defendeu que devem ser transferidas para as regiões competências nas áreas da educação, saúde e infra-estruturas, mantendo -se no governo central as "funções de Estado", como a defesa e os negócios estr angeiros.

   O autarca considerou que a educação, até ao Ensino Secundário, deve passar  a ser gerida pelas regiões, mas admitiu que também o Ensino Superior possa ser  transferido para a esfera regional, à semelhança do que acontece na Alemanha.

   Na saúde, defendeu que "uma importante parte" seja transferida para as regi ões, podendo o Estado central manter competências sobre os grandes hospitais.

   Quanto às infra-estruturas, referiu que "umas deverão ser [transferidas] e  outras não", incluindo nestas últimas as auto-estradas, por serem "transversais ao país".

   Rui Rio disse não ter ainda a certeza sobre qual será o melhor mapa da regi onalização, mas sublinhou que "o modelo das cinco regiões é mais ou menos conse nsual na sociedade portuguesa".

   O autarca admitiu, contudo, que poderá ser preferível adoptar um modelo que dê "mais autonomia ao interior", parte do país que, para Rui Rio, é "clarament e" a que mais sofre os efeitos do centralismo.


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Regionalização: Jaime Ramos acusa "macrocefalia" de Lisboa de empobrecer país

Coimbra, 26 Abr (Lusa) - O médico Jaime Ramos, antigo deputado do PSD, defe ndeu hoje a regionalização do país e acusou a "macrocefalia implantada em Lisbo a" de ser o "principal factor de crescente pobreza de Portugal".

   "Portugal continua a atrasar-se em relação aos restantes países da União Eu ropeia", declarou Jaime Ramos à agência Lusa.

   Na sua opinião, "só a regionalização permitirá garantir um modelo de desenv olvimento sustentável, com coesão social e com uma economia competitiva".

   "Estamos melhor do que há 30 anos, mas muito pior do que devíamos estar", t endo-se "agravado na última década o distanciamento de Portugal em relação aos  outros países da Europa".

   Jaime Ramos entende que a criação de cinco regiões administrativas no Conti nente, coincidindo com o mapa das regiões- plano lançadas ainda antes do 25 de  Abril de 1974, deve avançar "rapidamente, com ou sem referendo".

   "Nos últimos anos, Portugal tem acentuado as assimetrias regionais. As nova s estradas e auto-estradas têm servido sobretudo para levar as pessoas do inter ior para o litoral e Lisboa e de novo, recentemente, para o estrangeiro", lamen tou.

   O antigo governador civil de Coimbra, que foi também presidente da Câmara M unicipal de Miranda do Corvo, nos anos 80 e 90, alertou, no entanto, para os "f alsos regionalismos", que constituem na sua opinião "um dos riscos deste debate ".

   "Os falsos regionalismos acentuam rivalidades entre terras relativamente pr óximas, favorecendo os centralistas - que estão em todos os partidos, na esquer da e na direita - que tentam depois dividir para reinar e criar modelos assente s nas clientelas", disse, numa alusão ao desfecho do primeiro referendo da regi onalização, em que eram propostas aos eleitores nove regiões.

   Nessa altura, Jaime Ramos dinamizava em Coimbra um grupo de figuras pública s de diferentes quadrantes políticos que defendiam o modelo das regiões-plano,  entre eles os constitucionalistas Gomes Canotilho e Vital Moreira e o sociólogo Boaventura Sousa Santos.

   "Regionalizar é criar um poder regionalizado assente no controle das pessoa s, como factor de aperfeiçoamento da democracia dentro dos órgãos descentraliza dos", disse.


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Regionalização: ANMP mantém-se favorável sem prejuízo de novas competências

Lisboa, 26 Abr (Lusa) - A Associação Nacional de Municípios Portugueses (AN MP) mantém-se favorável à regionalização, mas espera que essa discussão não vá  apagar ou prejudicar a transferência de novas competências para as autarquias q ue está a ser negociada com o Governo.

   Em declarações à agência Lusa, o presidente da ANMP, Fernando Ruas (PSD) co nsiderou hoje que os dois processos são compatíveis e que o tema da regionaliza ção nunca esteve morto para a associação.

   "Nunca deixámos de ser favoráveis em todos os momentos", afirmou Fernando R uas, quando questionado sobre a oportunidade de realizar um novo referendo, nes ta ou na próxima legislatura e tendo em conta que está a ser acordada a transfe rência de novas competências para as autarquias, nas áreas de saúde, acção soci al e educação.

   Foram estas as três áreas definidas pelo Governo, tendo a ANMP sugerido tam bém mais poderes para os municípios no ambiente e ordenamento do território.

   "É sempre a tempo, quando o povo disse não à regionalização (no último refe rendo), não disse sim à centralização", defendeu Fernando Ruas, referindo que p ara a ANMP é indiferente a altura de reanimar o processo.

   "Para nós nunca teve momentos baixos, sempre discutimos isso nos nossos for uns", sublinhou.

   O presidente da associação manifestou-se ainda favorável à eleição dos pres identes das cinco Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

   "Sempre pugnámos por isso, este Governo é que não abdicou do facto de os po der indigitar", declarou Fernando Ruas, recordando que estes responsáveis já fo ram anteriormente eleitos de forma indirecta por um colégio de presidentes de c âmara.

   "Com este Governo deu-se um passo atrás", considerou.

   Relativamente à constituição de um movimento cívico com elementos de várias sensibilidades políticas que tenciona apresentar ao Parlamento uma proposta pa ra um novo referendo, o presidente da ANMP afirmou que não teve conhecimento pr évio formal, ressalvando que a associação tem uma posição de princípio favoráve l à regionalização, mas, pelas suas características e amplitude, a nível nacion al, "não deve associar-se a qualquer movimento".

   "Este movimento tem toda a legitimidade de existir, mas a ANMP tem um camin ho próprio, aprovado em congresso", acrescentou.

   O movimento é hoje apresentado na sede da ANMP, em Coimbra, mas a associaçã o afirma que apenas cede o espaço.


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Regionalização: Rui Moreira (ACP) diz que processo deve avançar quanto antes

Porto, 26 Abr (Lusa) - O presidente da Associação Comercial do Porto (ACP), Rui Moreira, defende que a regionalização deve avançar quanto antes, rejeitand o que o momento mais adequado seja na próxima legislatura, como defende o Gover no.

   Em entrevista à agência Lusa, Rui Moreira diz que não concorda com a calend arização da regionalização proposta pelo Partido Socialista (PS), com o preside nte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Ca rlos Lage, a dizer que Portugal tem "encontro marcado" com a regionalização em  2010, após as próximas eleições legislativas.

   Para o presidente da ACP, "seria bom que a regionalização andasse mais cedo ", nomeadamente à luz da redução das despesas correntes do Estado.

   Rui Moreira defende que algumas áreas devem manter-se centralizadas, nomead amente as que dizem respeito à segurança e à defesa do país, bem como as respon sabilidades fiscais, mas todas as outras componentes devem ser regionalizadas.

   Para Rui Moreira, o actual Governo tem dado passos contraditórios em matéri a de regionalização, porque se por um lado avança, no âmbito do programa PRACE, no sentido de dotar as CCDR de mais competências, e isso denota "um bom sintom a", por outro lado "este é o Governo mais centralista desde Cavaco Silva".

   O comportamento do Executivo no dossier do Metro do Porto é disso um exempl o, acrescentou.

   Rui Moreira tem considerado que existe uma "discriminação escandalosa" entr e o tratamento dado ao metro do Porto e ao de Lisboa.

   "Quando vemos que vai chegar um novo quadro comunitário de apoio e que o Go verno não aproveita esta altura, sabendo que podemos ir buscar cerca de 80 por  cento de investimento e sabendo que, se calhar, não há outros grandes projectos onde investir esse dinheiro que vem da União Europeia, eu acho que o Governo t em tido uma atitude irresponsável relativamente ao Metro do Porto", sustentou o responsável.

   Para Rui Moreira, o Estado assumiu sempre na empresa Metro do Porto a posiç ão de accionista com uma 'golden-share', mas que, ao mesmo tempo, não está inte ressado no desenvolvimento do produto.

   "O Metro do Porto foi sempre visto por Lisboa como um projecto que era prec iso acabar depressa", considerou o presidente da ACP, sublinhando que todos os  sistemas integrados de transporte urbano devem ser "evolutivos".

   Segundo ainda o presidente da ACP, o modelo de privatização da ANA - Aeropo rtos de Portugal, com o qual Rui Moreira não concorda, seria certamente um proj ecto que deveria ser reanalisado à luz de um processo de regionalização no país .


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Regionalização: Movimento pelo referendo é criado hoje em Coimbra

Coimbra, 26 Abr (Lusa) - O Movimento Cívico "Regiões, Sim!" constitui-se ho je em escritura pública, em Coimbra, e o principal responsável, o deputado soci al-democrata Mendes Bota, manifestou-se convicto de que um referendo à regional ização será aprovado no Parlamento.

   Os estatutos e objectivos da nova associação são apresentados hoje, em conf erência de imprensa.

   O principal rosto do Movimento Cívico "Regiões, Sim!" é o deputado Mendes B ota, líder do PSD-Algarve.

   Em declarações à agência Lusa, José Mendes Bota, que é também líder do PSD- Algarve, afirmou que "há uma esmagadora maioria de deputados a favor da regiona lização", que inclui "todo o PS", parlamentares de partidos à esquerda e do PSD .

   O presidente da Comissão Política Distrital de Faro do PSD lidera a comissã o instaladora do Movimento Cívico "Regiões, Sim!" que integra mais seis cidadão s que Mendes Bota vai identificar hoje, num encontro com os jornalistas, na sed e da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).

   Nesta fase, o movimento congrega uma centena de pessoas de todo o país e di ferentes quadrantes ideológicos, cuja lista será também divulgada esta tarde.

   Os 100 fundadores do movimento são maioritariamente "pessoas não muito acti vas politicamente em Portugal", disse Mendes Bota.

   "Eu decidi avançar porque ninguém avançava. É um direito que ninguém me pod e tirar", adiantou.

   O deputado social-democrata explicou que o Movimento Cívico "Regiões, Sim!" "teve a sua génese na sociedade civil".

   "Não estou nada preocupado se o meu partido apoia ou não", confessou, frisa ndo que "existe muita gente a favor da regionalização no PSD, ou que, no mínimo , aceita discuti-la".
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito