Famílias procuram pilotos russos em Angola

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Lancero

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Famílias procuram pilotos russos em Angola
« em: Outubro 29, 2006, 12:48:03 pm »
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Angola/Rússia: Familiares de pilotos russos desaparecidos querem saber paradeiro  

          José Milhazes, da Agência Lusa

          Moscovo, 29 Out (Lusa) - Familiares e amigos de pilotos russos desapa recidos em território angolano esperam que a visita a Moscovo do presidente de A ngola, José Eduardo dos Santos, lhes traga notícias sobre o assunto.

        Serguei Kudrichov, dirigente da organização humanitária russa "Pelo Reg resso a Casa" - que desenvolve esforços para determinar o paradeiro dos pilotos  e aviões desaparecidos -, admitiu, em declarações à Agência Lusa, que o tema pos sa ser excluído dos contactos, mas não desiste de ver a questão esclarecida.

         "Receio que outros temas bilaterais possam marginalizar a questão dos  pilotos, mas iremos continuar a lutar para que este tema não saia da agenda do d ia", afirmou Kudrichov, piloto emérito da Rússia.

          Diversos pilotos e aviões civis, pertencentes a empresas da Rússia e  de outros países da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), desapareceram no território de Angola durante 1997 e 1998, sem que as investigações realizadas p elas autoridades angolanas tivessem esclarecido os desaparecimentos, o que provo cou desagrado em Moscovo.

        No passado mês de Setembro, o Presidente russo, Vladimir Putin, durante o seu périplo por África, em que visitou a África do Sul e Marrocos, deveria te r também passado por Angola, mas tal não aconteceu, o que Kudrichov disse estar  relacionado com "o desagrado do Kremlin quanto à questão dos pilotos".

        O primeiro avião civil russo desapareceu a 22 de Dezembro de 1997. Um A ntonov 72, pertencente a uma empresa moldava, voava de Abidjan, capital da Costa do Marfim, para Runda, na Namíbia. O aparelho de carga e seis membros da tripul ação deixaram de dar sinais de vida quando sobrevoavam território angolano.

       Em apenas um ano, desapareceram nos céus de Angola cinco aviões de carg a, levando consigo mais de 20 pilotos e membros das tripulações.  :shock:

        No Antonov 12, que desapareceu depois de levantar voo do Aeroporto de N zaje, a 26 de Outubro de 1998, encontrava-se o cidadão português António Horta,  que transportava uma soma significativa de dinheiro para a aquisição de diamantes.

        A organização "Para o Regresso a Casa", que reúne também familiares dos pilotos desaparecidos, tem procurado por todos os meios e contra muitos obstácu los colocados tanto pelas autoridades angolanas, como russas, determinar o parad eiro dos aviadores.

        A 08 de Fevereiro de 2000, depois de conversas intensas com a UNITA, re alizadas por diversos canais, o movimento chefiado por Jonas Savimbi libertou ci nco pilotos russos.  

        "Porém, depois da morte de Savimbi (em Fevereiro de 2002) não sabemos a quem nos dirigir, porque desconhecemos quem retém os restantes pilotos", referi u à Lusa Serguei Kudrichov

        Periodicamente, a organização "Pelo Regresso a Casa" recebe informações sobre lugares onde teriam sido vistos alguns dos pilotos desaparecidos.

        Numa carta escrita a Vladimir Putin, Serguei Kudrichov considera que em Angola, RDCongo (ex-Zaire) e noutros Estados africanos "actuam organizações (.. .) que se dedicam à extracção ilegal de diamantes e realizam actividades terrori stas, nomeadamente em relação a cidadãos russos, ucranianos, moldavos e bielorru ssos que constituíam as tripulações dos aviões desviados e são mantidos como esc ravos".

        Kudrichov recorda que em Abril de 2001, num encontro entre familiares d os pilotos desaparecidos e o general Roberto Leal Ramos Monteiro "Ngongo", então embaixador de Angola em Moscovo, informou que "os serviços de controlo aéreo an golanos tinham interceptado uma comunicação de Gueorgui Stadnik, comandante da t ripulação do Antonov 12, desaparecido em Outubro de 1998, em que este informava  que estavam a trabalhar como escravos, com um cano de metralhadora encostado à n uca".

        Porém, mais tarde, o general desmentiu tais afirmações e o assunto fico u por ali.

        Posteriormente, um grupo de jornalistas da NTV (Televisão Independente  da Rússia) tentou entrar em Angola para investigar o paradeiro, mas não consegui u sair do Aeroporto de Luanda.

        "Resta-nos a esperança de que Vladimir Putin revele firmeza no diálogo  com o seu homólogo angolano. Só assim a investigação poderá avançar e dar result ados palpáveis", concluiu Kudrichov.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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