Invasão da Ucrânia

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papatango

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6480 em: Abril 29, 2024, 08:10:15 pm »
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All equipment included in the pledge is to be ordered from industry, not drawn from US stocks — meaning it could take years for the weapons to arrive in Ukraine.

Esta afirmação foi já desmontada em vários orgãos de comunicação social, e às vezes as traduções atrapalham.

Ao afirmar que as armas dadas à Ucrânia não vão sair dos stocks, quer dizer que se a América tem 100 unidades em Stock e vai fornecer 10 à Ucrânia, o stock americano não pode ser afetado, ou seja, não pode passar a ser de 90.

O stock não ser afetado, não implica no entanto, que se fique à espera que os americanos fabriquem o equipamento ou as munições. Isso seria aliás totalmente absurdo e completamente contrário ao modus operandi dos americanos.

Nunca em circunstância alguma os americanos forneceriam material mais moderno que aquele que possuem em Stock.
Os americanos fornecem o material diretamente dos stocks e colocam a encomenda. Quando o material for entregue pelos fabricantes, ele será entregue como pagamento pelo que ficou em falta no stock americano.

Poderá haver excepções, mas tem sido sempre este o método utilizado.

Há casos em que, o aumento das encomendas por parte das autoridades americanas, está a fazer atrasar o prazo para a entrega dos últimos lotes de uma encomenda em até dois anos.

Isso afetaria os ucranianos, se os americanos dessem precedência às suas próprias encomendas, ficando com material antigo e com menor prazo de validade em stock, entregando o material novo aos ucranianos. Isso não faria o mais pequeno sentido.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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dc

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6481 em: Abril 29, 2024, 10:58:08 pm »
Toda a lógica diz que os EUA irão despachar primeiro material que já tenham em inventário, e cujos prazos de validade estejam mais ou menos próximos do fim, fazendo uma rotação do stock por material com uma validade estendida.

Teria sido interessante fazermos algo parecido com os Harpoon, com renovação dos stocks, mas o mais provável é tal não acontecer.
 

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os_pero

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6482 em: Abril 30, 2024, 10:20:43 am »
Toda a lógica diz que os EUA irão despachar primeiro material que já tenham em inventário, e cujos prazos de validade estejam mais ou menos próximos do fim, fazendo uma rotação do stock por material com uma validade estendida.

Teria sido interessante fazermos algo parecido com os Harpoon, com renovação dos stocks, mas o mais provável é tal não acontecer.

Nós não temos o problema com a renovação dos stocks  :mrgreen: pk eles não existem  :mrgreen:  :mrgreen:

Mas a sério se fossemos enviar o material antigo (fim validade próximo) depois como é que iamos fazer um exercicio com munição real de 10 em 10 anos?  :mrgreen:  :mrgreen:

PS: Hoje sinto-me demasiado cáustico, vou parar por aqui
« Última modificação: Abril 30, 2024, 10:21:56 am por os_pero »
 

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os_pero

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6483 em: Abril 30, 2024, 10:35:46 am »
Um vídeo interessante de testes de um drone a "eliminar" outro drone.

https://twitter.com/doggehhh/status/1785221577295946118

Com o aumento da complexidade e do custo (por via da automatização recorrendo a AI e ao hardware necessário para o seu processamento) torna-se cada vez mais necessário/desejável desenvolver drones que não sejam descartáveis.

No vídeo de referir que a procura e o lock do alvo deve ainda recorrer a um fator humano, contudo a mira e o disparo deve já ser automatizado.
 

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Viajante

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6484 em: Abril 30, 2024, 01:31:58 pm »
Pilotos ucranianos usam iPads para lançar mísseis ocidentais (vídeo)

A Força Aérea Ucraniana está a utilizar iPads nos cockpits dos seus jatos da era soviética para permitir uma rápida integração das modernas armas ar-terra ocidentais. Estas informações são confirmadas nas imagens que mostram o tablet instalado em cockpits durante missões de combate.



iPads "de guerra"

Apesar do iPad não ser um equipamento talhado para utilização em guerra, é utilizado nos aviões comerciais para auxiliar os pilotos em várias tarefas relacionadas com informações relativas ao voo. Contudo, o cenário aqui é completamente diferente. O iPad está instalado no cockpit dos aviões de guerra para gerir armamento.

Este facto foi confirmado pelo Subsecretário da Defesa para a Aquisição e Manutenção, William LaPlante. Embora subsistam muitas dúvidas sobre o tablet e o seu funcionamento exato, existem agora imagens que o mostram instalado e em utilização de fogo real.

LaPlante falava no Fórum de Segurança Global anual do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), no passado dia 24 de abril de 2024, quando lhe foi pedido que desse exemplos de programas bem sucedidos que rapidamente desenvolveram capacidades e as colocaram nas mãos dos militares. Um exemplo que escolheu foi o dos tablets nos cockpits dos caças ucranianos:

    Há também uma série de... chamamos-lhe 'ar-terra', é o que lhe chamamos eufemisticamente... pensemos nos aviões que os ucranianos têm, não nos F-16, mas nos muitos aviões russos e da era soviética. Trabalhando com os ucranianos, conseguimos usar muitas armas ocidentais e pô-las a funcionar nos seus aviões, que são basicamente controlados pelo piloto através de um iPad. E eles começam a voar no conflito uma semana depois de lhas entregarmos.

O Subsecretário da Defesa não forneceu mais pormenores, mas é de salientar que um vídeo recentemente divulgado pela Força Aérea Ucraniana mostra um Su-27 Flanker equipado exatamente com este tipo de sistema - possivelmente um iPad, apesar de poderem usar outro tipo de tablet disponível no mercado.

    Ukrainian Air Force Su-27 Flanker Wild Weasel operations, seen here conducting multiple low level standoff strikes against Russian radars with US-supplied AGM-88 HARMs. O vídeo: https://twitter.com/Osinttechnical/status/1782067257813688539

    — OSINTtechnical (@Osinttechnical) April 21, 2024

Toque de modernidade nos aviões da era soviética

O vídeo em questão mostra o Su-27 a utilizar mísseis AGM-88 de alta velocidade antirradiação (HARMs) fornecidos pelos EUA, que proporcionaram a estes caças, bem como aos MiG-29 Fulcrums ucranianos, uma capacidade de supressão e destruição da defesa aérea inimiga (SEAD/DEAD).

Numa parte do vídeo, como podem ver na imagem de início, o tablet mostra um mapa de navegação, bem como outros dados não discerníveis. O facto de o tamanho do tablet, fixado horizontalmente, bloquear os principais instrumentos da cabina de pilotagem sugere que este apresenta uma variedade de dados críticos para o voo, para além de ser utilizado para navegação.



Com base nas observações de LaPlante, parece que o mesmo tablet é também vital para o emprego de várias armas ar-terra fornecidas pelo Ocidente.

Após a integração do HARM, os caças ucranianos da era soviética começaram também a utilizar bombas guiadas de precisão Joint Direct Attack Munition-Extended Range (JDAM-ER). Desde então, acrescentaram às suas listas de inventário as bombas Hammer assistidas por foguetões, fornecidas por França.

O Reino Unido também se comprometeu a enviar bombas guiadas de precisão Paveway IV de modo duplo, embora não se saiba atualmente quais os aviões que as transportarão.



No caso da HARM, da JDAM-ER e da Hammer, partiu-se do princípio de que são provavelmente utilizadas contra alvos com coordenadas conhecidas, sendo estas pré-programadas na linha de voo antes da descolagem do jato.

O piloto tem então de navegar para a área, talvez também auxiliado por um tablet com navegação GPS, e depois libertar a arma, que é guiada para o alvo utilizando o seu sistema de navegação inercial auxiliado por GPS.

https://pplware.sapo.pt/apple/pilotos-ucranianos-usam-ipads-para-lancar-misseis-ocidentais-video/
« Última modificação: Abril 30, 2024, 01:32:50 pm por Viajante »
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6485 em: Abril 30, 2024, 03:36:25 pm »
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The moment of yesterday’s russian attack on Odesa with a ballistic missile with a cluster warhead. They perfectly knew what they were doing. They wanted to kill and wound as many people as possible.

 :arrow: https://twitter.com/saintjavelin/status/1785237202869338518
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 
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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6486 em: Abril 30, 2024, 05:16:21 pm »
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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LuisPolis

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6487 em: Abril 30, 2024, 07:14:32 pm »
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The moment of yesterday’s russian attack on Odesa with a ballistic missile with a cluster warhead. They perfectly knew what they were doing. They wanted to kill and wound as many people as possible.

 :arrow: https://twitter.com/saintjavelin/status/1785237202869338518

Qual era o alvo?
 

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CruzSilva

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6488 em: Abril 30, 2024, 07:33:10 pm »
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The moment of yesterday’s russian attack on Odesa with a ballistic missile with a cluster warhead. They perfectly knew what they were doing. They wanted to kill and wound as many people as possible.

 :arrow: https://twitter.com/saintjavelin/status/1785237202869338518

Qual era o alvo?
Concordo - não estou a ver os russos a disparar sobre civis um único míssil caríssimo (nesta fase da guerra). Tenho poucas dúvidas que existia ali um alvo legítimo. Ogiva de fragmentação indicia alvos suaves.
« Última modificação: Abril 30, 2024, 07:37:05 pm por CruzSilva »
"Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis criam homens fracos - homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis criam homens fortes."
 

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LuisPolis

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6489 em: Maio 01, 2024, 02:20:07 pm »
Software no campo de batalha. Os dados sobre a eficiência das munições inteligentes de 155 [mm] são surpreendentes. Com as contra medidas electrónicas passaram a ter o mesmo uso que as munições convencionais (com a excepção do preço).

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Even changing a military unit's tactics now depends on a software update, not just a whiteboard planning session. And we need look no further than the battlefields of Ukraine to find evidence that units which are able to change their software more quickly see better outcomes.

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Ukrainian radios only last about three weeks before some countermeasure comes along, and they have to reprogram the radio or change a waveform.

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We see the Excalibur munition: its targeting system dropped from 70 percent effectiveness to 6 percent effectiveness over a matter of a few months as new EW mechanisms came out

https://www.defenseone.com/defense-systems/2024/03/todays-battles-happen-pace-software-pentagon-needs-hit-accelerator/394925/
 

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LuisPolis

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6490 em: Maio 01, 2024, 06:26:00 pm »
Bombas com o kit que torna tudo diferente. As bombas são do tempo da URSS (carradas delas em stock) e os kits ao preço da uva mijona.
 


https://www.lemonde.fr/en/international/article/2024/04/25/glide-bombs-russia-s-ultimate-weapon-or-a-sign-of-ukraine-s-under-equipment_6669544_4.html
 

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dc

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6491 em: Maio 01, 2024, 11:36:28 pm »
Não passam de uma versão improvisada/mais rudimentar, equivalente às JDAM-ER.



A vantagem que os russos têm, é simplesmente terem muito mais aeronaves disponíveis para as disparar que os ucranianos, e os ucranianos não têm sistemas AA suficientes para colocar alguns de longo alcance mais próximos da linha da frente (sem correrem o risco de ser destruídos).

O factor diferenciador, não é a bomba com asas, é a ausência de um caça opositor que não permita que a aeronave lançadora se aproxime tanto da linha da frente para as largar.
 

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papatango

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6492 em: Maio 02, 2024, 08:29:07 am »


Creio que continuo a ver demasiadas esperanças à volta dos caças F-16.
Em Portugal, recebemos os primeiros F-16, na versão F-16A em 1994 e as negociações começaram alguns anos antes.
Os F-16A eram aviões novos, mas sem grande sofisticação e capacidades (que já estavam disponíveis noutras versões do mesmo avião)

Até serem entregues os primeiros F-16AM modernizados, demorou nove anos. Sim. Nove anos.
E o avião era o mesmo, o que mudava era o miolo ...

É evidente que a energia do desespero, tem uma grande importância e pode cortar muito tempo. Uma estrutura industrial que está muito mais preparada também ajuda. No entanto será sempre um processo muito longo.

Ainda assim, os russos têm razões para preocupação. Eles nunca enfrentaram aeronaves realmente modernas nesta guerra.
As capacidades demonstradas pelos equipamentos russos em outras guerras, desde o Iraque às guerras entre Israel e os Arabes, mostram que estes países, ao contrário do que se poderia esperar, conseguiram muito mais do material russo que os proprios russos.

Hoje as perdas de material por parte dos iraquianos e dos egipcos, por exemplo, não parecem tão desastrosam, quando vemos os numeros das perdas russas na invasão da Ucrânia...

Ainda assim, o F-16 não é nenhuma panaceia milagrosa. Por outro lado, como diziam os americanos na guerra fria, a Ucrânia era o cérebro da União Soviética.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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LuisPolis

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6493 em: Maio 02, 2024, 10:44:59 am »

Ainda assim, o F-16 não é nenhuma panaceia milagrosa. Por outro lado, como diziam os americanos na guerra fria, a Ucrânia era o cérebro da União Soviética.

O problema é que a Ucránia como estado independente nunca capitalizou isso. Desinvestiram da educação. Os inúmeros professores e professoras Ucranianas (muitos deles recém-formados) que vieram para Portugal trabalhar nas obras e nas limpezas não augurava nada de bom para o futuro daquele país (e do nosso por arrasto porque nunca soubemos aproveitar essa malta).
 

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dc

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Re: Invasão da Ucrânia
« Responder #6494 em: Maio 02, 2024, 04:45:55 pm »
Até serem entregues os primeiros F-16AM modernizados, demorou nove anos. Sim. Nove anos.
E o avião era o mesmo, o que mudava era o miolo ...

Ainda assim, o F-16 não é nenhuma panaceia milagrosa.

O "miolo" aí faz uma grande diferença. É que passar de um caça que estaria limitado a AIM-9L/M, e AIM-7, para AIM-9X e AMRAAM, acaba por ser um grande salto. A isso, acrescenta-se a passagem de uma aeronave que estava limitada essencialmente aos Mavericks e a bombas "burras", para uma aeronave capaz de utilizar todas as munições inteligentes americanas e várias europeias, incluindo as JDAM-ER, SDB, StormBreaker, família JDAM e Paveway e JSOW. Acresce ainda a capacidade de lançar mísseis anti-radar, HARM e AARGM, mísseis anti-navio Harpoon, LRASM e JSM, e mísseis de cruzeiro JASSM, JASSM-ER e possivelmente Taurus.

Só fica a dúvida relativamente a que armamento será realmente fornecido. A certa altura até se falava da possível integração do Meteor nos F-16, e suponho que algo semelhante poderia ser feito para os SCALP/Storm Shadow e eventualmente outro armamento europeu.

Portugal é que sempre subaproveitou o potencial dos F-16 modernizados.

O grande defeito dos F-16 MLU, é o radar não ser equiparável aos mais modernos, assumindo que os que serão fornecidos, continuarão a usar o APG-66.

E é claro que nenhuma arma é milagrosa. Mas já é um belo upgrade, principalmente quando vemos as quantidades que estão a ser faladas. Depois fica a dúvida acerca da capacidade que terão para os manter "vivos" nas bases aéreas.