Dia da Marinha 2006

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Pedro Monteiro

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Dia da Marinha 2006
« em: Maio 21, 2006, 12:19:44 pm »
Notícia do evento publicada no jornal Correio da Manhã:

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Fuzos portugueses prontos para regressarem a África

A praia Vasco da Gama, em Sines, foi ontem palco de uma demonstração da Armada. Os Fuzileiros vão para o Congo
Uma centena de Fuzileiros estão prontos para participar na força da União Europeia (UE) que irá apoiar as eleições na República Democrática do Congo previstas para o próximo dia 30 de Julho. A participação dos Fuzileiros portugueses nesta força internacional foi confirmada pelo almirante Melo Gomes, chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) ontem, nas celebrações do Dia da Marinha, que decorreram em Sines.

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O contributo da UE integra-se numa força internacional de 17 000 militares e de 1500 polícias que a ONU quer para garantir o retorno à democracia deste país africano, com uma área idêntica a toda a Europa Ocidental e com cerca de 58 milhões de habitantes.

Neste momento, sabe-se que o comando operacional da força da UE será alemão e estará sediado em Berlim, enquanto que o comando no terreno vai estar a cargo dos franceses. Está prevista a participação de 500 soldados alemães e igual número de franceses, sendo o resto repartido entre as forças militares de outros países da União Europeia, entre eles Portugal e Itália.

“Só na próxima semana vai ficar decidido o número militares portugueses na missão, bem como a data de partida”, disse uma fonte da Marinha. A última missão internacional dos Fuzileiros decorreu em 2004, em Timor.

MARINHA EM FESTA

Com a renovação da esquadra, a Marinha de Guerra Portuguesa, apoiada em navios de patrulha oceânica, terá mais capacidade de intervenção dentro e fora do País, garantiu ontem, no Dia da Marinha, o CEMA. O almirante Melo Gomes, que defendeu a intervenção da Marinha “muito para além da geografia de proximidade”, criticou que a renovação dos meios da Armada não tenha ocorrido de forma gradual e faseada.

O almirante disse ainda que “o Governo correspondeu a esta imperativa necessidade com visão politico-estratégica, decidindo investir na renovação da esquadra mesmo em contra-ciclo económico”.

RENOVAÇÃO DA ESQUADRA A TODO O VAPOR

A esquadra da Marinha de Guerra portuguesa vê, finalmente, a sua renovação, depois de sucessivos atrasos no planeamento previsto na Lei de Programação Militar.

Dentro de dois anos, a Armada começa a receber os primeiros de dez navios de patrulha oceânicos, classe Viana do Castelo. Dois deles realizarão também tarefas de protecção ambiental, o primeiro dos quais, que será baptizado de ‘Sines’, está previsto que entre ao serviço em 2008.

Cinco lanchas de fiscalização costeira e a aquisição de mais um helicóptero ‘Linx’, bem como a programação da aquisição de dois submarinos em 2009 e o início da construção de um navio polivalente de logística, para o mesmo ano, são outros dos aspectos da renovação da esquadra.

Entretanto, as fragatas da classe ‘João Belo’ vão também ser substituídas por navios mais modernos.

Toda esta renovação assenta no conceito de ‘Marinha de duplo uso’, com flexibilidade das suas unidades para actuações em todo o espectro de missões ligadas à jurisdição e à preservação da segurança no mar.

O PERIGO DE UMA GUERRA CIVIL

A situação na República Democrática do Congo é delicada e fontes diplomáticas admitem ao CM “o perigo uma escalada da instabilidade que pode degenerar numa guerra civil, como já aconteceu num passado recente”.

Nas eleições previstas para 30 de Julho concorrem 33 candidatos à Presidência e 9650, de 213 partidos, para a Assembleia Nacional congolesa.

Não se sabe ao certo quantos portugueses vivem na República Democrática do Congo. Estima-se que cerca de um milhar. Há ainda um número indeterminado de portugueses que, ao longo dos últimos 40 anos, se instalou no interior do país, muitos na área do comércio, e que por aí constituíram família. As estes portugueses as autoridades ligadas à emigração perderam o rasto.

ACÇÕES EM 2005

HORAS DE NAVEGAÇÃO

Em 2005, uma média de dez navios em missões diárias fizeram um total de 23 255 horas de navegação, vistoriando 2814 embarcações em águas territoriais e na zona económica exclusiva (até 200 milhas da costa).

SALVAMENTOS NO MAR

Os navios da Armada e as embarcações salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos salvaram 587 pessoas, quer banhistas, quer náufragos, embora a Marinha queira aumentar a sua capacidade de apoio.

PRONTIDÃO NAVAL

A força naval portuguesa está pronta para zarpar do Tejo (Base do Alfeite) em 48 horas e a nível interno colabora com a PJ, SEF e PSP, estando ainda pronta a reforçar a cooperação com a Brigada Fiscal da GNR.

CHEGADA À ÍNDIA

O Dia da Marinha, comemorado a 20 de Maio, celebra a chegada da frota de Vasco da Gama à costa do Malabar, Índia, em 1498.

Falcão-Machado


Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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Pedro Monteiro

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Re: Dia da Marinha 2006
« Responder #1 em: Maio 21, 2006, 12:31:09 pm »
Algumas imagens do evento:

     
Pedro Monteiro, Maio de 2006

Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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typhonman

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« Responder #2 em: Maio 21, 2006, 08:31:26 pm »
Entretanto, as fragatas da classe ‘João Belo’ vão também ser substituídas por navios mais modernos.


Alguem me explica isto? LOL
 

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antoninho

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« Responder #3 em: Maio 21, 2006, 08:56:12 pm »
OHP

quando um governo de um país pede algo ao tio sam e este dá o sim não estou a ver o outro, mesmo que tenha mudado de cor, a recusar pois a idologia dos americanos é, muda o governo mas os interesses são mantidos e este governo não cancelou o pedido, só pediu adiamento( para setembro de 2006) na entrega (ou mais preciso na aceitação formal das ohp) ou serei que estou errado.....
« Última modificação: Maio 21, 2006, 09:01:41 pm por antoninho »
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #4 em: Maio 21, 2006, 09:01:33 pm »
Citação de: "antoninho"
OHP


Eu que estive ao pé do Ministro da Defesa quando lhe fizeram essa pergunta não o ouvi referir isso. E o CEMA, quando inquirido de que medidas concretas estavam previstas, também não clarificou. Note-se que o que o CM refere até pode corresponder à LPM, agora, não houve declarações a apontar claramente para essa opção.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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antoninho

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« Responder #5 em: Maio 21, 2006, 09:04:25 pm »
Então o presidente americano vai olhar de outra maneira para os actuais governantes deste paraíso de ... espertos...
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #6 em: Maio 21, 2006, 09:10:18 pm »
Citação de: "antoninho"
Então o presidente americano vai olhar de outra maneira para os actuais governantes deste paraíso de ... espertos...


Note-se que eu não disse que o Ministro da Defesa rejeitara essa opção.
Cumprimentos,
Pedro Monteiro
 

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antoninho

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« Responder #7 em: Maio 21, 2006, 09:30:03 pm »
O governo Português só as pode recusar, se explicar que tem outras mais vantajosas na calha e aqui podemos entrar em expeculações, novas, segunda mão, alemãs, inglesas, francesas, belgas ou vamos ficar com as ohp espanholas :twisted:
Com tanto espanha, espanha, espanha.....e como tem as f100 ...
 

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luis filipe silva

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« Responder #8 em: Maio 21, 2006, 11:28:46 pm »
Correio da Manhã:
Dentro de dois anos, a Armada começa a receber os primeiros de dez navios de patrulha oceânicos, classe Viana do Castelo. Dois deles realizarão também tarefas de protecção ambiental, o primeiro dos quais, que será baptizado de ‘Sines’, está previsto que entre ao serviço em 2008.
Em que é que ficamos!... Não era um ano?

Citar
Com a renovação da esquadra, a Marinha de Guerra Portuguesa, apoiada em navios de patrulha oceânica, terá mais capacidade de intervenção dentro e fora do País


Creio que os NPO darão protecção à esquadra. Ou fui eu que não percebi.
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saudações:
Luis Filipe Silva
 

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typhonman

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« Responder #9 em: Maio 22, 2006, 12:12:39 am »
O governo PS sempre quis comprar fragatas Lafayette para substituir as João belo...
 

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Rui Elias

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« Responder #10 em: Maio 22, 2006, 10:40:06 am »
Citar
Dentro de dois anos, a Armada começa a receber os primeiros de dez navios de patrulha oceânicos, classe Viana do Castelo. Dois deles realizarão também tarefas de protecção ambiental, o primeiro dos quais, que será baptizado de ‘Sines’, está previsto que entre ao serviço em 2008.

É bom que com limalhas e tudo o programa prossiga, embora me pareça que com um atraso significativo.

Citar
Cinco lanchas de fiscalização costeira e a aquisição de mais um helicóptero ‘Linx’, bem como a programação da aquisição de dois submarinos em 2009 e o início da construção de um navio polivalente de logística, para o mesmo ano, são outros dos aspectos da renovação da esquadra.

Entretanto, as fragatas da classe João Belo vão também ser substituídas por navios mais modernos.


Das 5 lanchas já se sabia, mas anteriormente sempre se falou em 2 ou 3 novos Linx.

Um heli Linx dá-nos a sensação de que será para substituir um dos 5 que esteja em mau estado, e não a acrescentar capacidades.

E se a Marinha quer manter 5 fragatas ao servioço, nomeadamente as misterioras fragatas que substituirão as João Belo, julgo que deveria ter 7, para que houvesse um rácio de mais do que um heli por fragata.

Quanto às fragatas, eu não tenho especial carinho pelas OHP dos início dos anos 80 que nos foram propostas (as FFG 12 e FFG 14).

Mas tendo Portugal protcolado com os EUA a sua aceitação, a posição de Portugal perante ma eventual recusa deixaria má a imagem do país.

Nunca mais Portugal teria cara para no futuro voltar a candidatar-se a aquisição de navios americanos.

Seria muito mau para a nossa imagem.

E alternativas às OHP?

Umas mais novas que entretanto sejam renegociadas com os EUA seria bom.

As últimas OHP datam de finais do anos 80.

Outra hipótese seria a compra de unidades navais usadas, mas o mercado dos usados está curto neste momento após as compras chilenas e belgas.

E comprar novo, demora mais uns anos largos.

Ora as 2 João Belo estrarão no activo apenas até 2008.

Uma nota para referir que infelizmente a início da construção do LPD esteja aparentemente programada apenas para 2009, o que atira a data da sua incorporação lá para 2015 (mesmo sem limalhas).

Ora se o projecto está quase concluido, porque não inciar a sua construção antes? Probelmas de planeamento orçamental?
 

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Rui Elias

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« Responder #11 em: Maio 22, 2006, 10:45:14 am »
Jorge Sotto-Maior:

As OHP espanholas, da Classe Santa Maria não estão para venda.

Foram sujeitas a modernização e adaptação para luta ASW recentemente e a Espanha pretende manter uma força constituida por 2 classes:

As Santa Maria por mais uns anos e as Alvaro de Bazán (F-100), de que que a 5ª unidade irá começar a ser construida em breve.

Só se fossem, as velhas Knox (classe Baleares) que eles ainda têm, mas essas nem o México as quis.

A nível de navios usados, actualmente não há muito por onde escolher.
 

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luis filipe silva

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« Responder #12 em: Maio 22, 2006, 11:57:22 am »
Rui Elias escreveu:

Citar
Um heli Linx dá-nos a sensação de que será para substituir um dos 5 que esteja em mau estado, e não a acrescentar capacidades.

E se a Marinha quer manter 5 fragatas ao servioço, nomeadamente as misterioras fragatas que substituirão as João Belo, julgo que deveria ter 7, para que houvesse um rácio de mais do que um heli por fragata.


Um Lynx mais os outros 5, perfaz 6 aparelhos. Se vier-mos a ter 5 fragatas, são 5 embarcados. Como uma ou duas estarão em estaleiro;
É só fazer as contas (como dizia o outro).
Embora as V.Gama tenham capacidade para dois hélis, raramente embarcam dois. Com as O.H.P. se passaria o mesmo, aliás a exemplo dos EUA e da Espanha que raramente embarcam dois hélis nas suas Perry.
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saudações:
Luis Filipe Silva
 

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papatango

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« Responder #13 em: Maio 22, 2006, 06:09:16 pm »
Se houvesse realmente intenção de adquirir um navio em segunda mão, creio que a opção mais lógica, seriam as Wielingen da Bélgica, que vão ser substituidas por fragatas holandesas mais modernas.

Das quatro originais sobram duas, (a última creio que foi para a Bulgaria) e os sistemas são em parte idênticos aos das VDG e alguns são exactamente os mesmos:
Sea-Sparrow / Mk.29
Creusot-Loire 100mm
Sonar SQS-510

Alguns dos sistemas de contramedidas são iguais e os radares são do mesmo fabricante.
A unica coisa diferente são os lançadores de torpedos (que podem ser trocados pelos Mk.32)

Realmente diferente, são os mísseis Exocet e claro, os motores.
Mas troca por troca...
Um sistema CODOG Diesel ou gás, é o mesmo das VDG.

Evidentemente que se ganhariam apenas 10 anos. As João Belo podem durar até 2010.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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luis filipe silva

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« Responder #14 em: Maio 22, 2006, 08:38:41 pm »
Por acaso seria caricato comprarmos as Wielingen. Este foi um dos projectos apresentados a concurso há mais de vinte anos, quando se pensava substituir as Pereira da Silva. Os outros foram: A Amazon inglesa, a Kortenaer holandesa e a Lupo italiana. Mais tarde concorreu o conceito Meko em competição com a Kortenaer.
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saudações:
Luis Filipe Silva