Substituição dos Allouette III

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #255 em: Março 29, 2017, 03:03:52 am »
Boas notícias:
Parece que em princípio já está decidido o sucessor do venerável Alouette III na FAP e virá da Belgica.
O negócio está praticamente concluido. O PM Costa e o governo não vê grande inconveniente nesta opção. O Marcelo esteve a ver no youtube uns vídeos e ficou radiante com a escolha. O ministro da defesa mandou as fotos do aparelho para o Jorge Mendes para este mostrar ao Ronaldo e ele dar uma opinião. No qual também já deu o aval e disse que se responsabilizava pelo pagamento das manutenções.
Está tudo bem encaminhado.

 Serão 5 (cinco), número suficiente para assegurar a operacionalidade e as necessidades da nossa Força Aérea. Talvez quem saiba no futuro e se o país continuar na senda do sucesso como tem vindo até aqui,  poderão vir mais 2 preciosas unidades. Também não precisamos de mais.

 Eis o eleito, o Dynali H3:

 
« Última modificação: Março 29, 2017, 03:23:33 am por Major Alvega »
 
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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #256 em: Março 30, 2017, 02:52:38 am »
Tranformaram um Império numa freguesia, e o Estado numa junta.
É o "pugresso".
PQP...

Nem tudo é negativo, agora já toda a gente sabe ler e escrever, diminuiu a mortalidade infantil, aumentou a esperança média de vida.

Meu caro continuamos a ser o país da Europa ocidental com a maior taxa de analfabetismo. Fora os analfabetos funcionais que hoje existem no nosso país em larga escala mas que frequentam ou frequentaram os vários tipos de ensino.
Também a evolução favorável desses indicadores na saúde está estritamente ligado exclusivamente ao avanço da medicina, das técnicas de tratamento, ao fabrico em larga escala dos medicamentos. Nada teve a ver com 25's da silva ou mudanças de regime. Se é aí onde está a querer chegar.
Saudações,
« Última modificação: Março 30, 2017, 02:55:31 am por Major Alvega »
 

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #257 em: Março 30, 2017, 06:30:41 am »
Caro Major, se a taxa de mortalidade infantil estivesse estritamente ligada aos avanços da medicina, como explicar então o facto de a taxa portuguesa ser menor do que a média da UE e de estarmos à frente de países mais ricos como a Itália, o RU, o Canadá, ou os EUA?
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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #258 em: Março 30, 2017, 03:59:23 pm »
Caro Major, se a taxa de mortalidade infantil estivesse estritamente ligada aos avanços da medicina, como explicar então o facto de a taxa portuguesa ser menor do que a média da UE e de estarmos à frente de países mais ricos como a Itália, o RU, o Canadá, ou os EUA?

A queda da taxa de mortalidade infantil começou a ocorrer em Portugal de forma gradual desde o início da década de 60 do séc. XX. E não recentemente como alguns pretendem fazer crer.

A taxa de mortalidade infantil não está correlacionada de forma exclusiva com factores de desenvolvimento económico e social. Senão estaríamos certamente nos últimos lugares europeus ou ocidentais.

Senão como é que explica que a Nova Zelândia, Austrália, Suiça, Reino Unido, a Holanda, a Irlanda, França, a Dinamarca, Bélgica, Austria e Alemanha (tudo países atrasados não é?) terem actualmente taxas de mortalidade infantil muito superiores ás registadas em Portugal?

A Estónia, Eslovénia e o Chipre que não são paradigmas nenhuns de desenvolvimento sócio-económico apresentam taxas inferiores a Portugal.

obs. Referiu que Portugal estava neste indicador à frente de Itália, tal não corresponde à realidade. Têm os dois a mesma taxa. O Luxemburgo (o país mais rico da Europa apresenta igualmente uma taxa idêntica à nossa)
(fonte: UN e Pordata)

Saudações

« Última modificação: Março 30, 2017, 04:03:52 pm por Major Alvega »
 

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #259 em: Março 30, 2017, 04:26:22 pm »
Ou seja, não é por uma coisa nem é pela outra...

Pelos vistos apesar de todas as falhas que o SNS tem, ainda consegue fazer muita coisa boa.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 
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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #260 em: Março 30, 2017, 05:49:29 pm »
Caro Major, se a taxa de mortalidade infantil estivesse estritamente ligada aos avanços da medicina, como explicar então o facto de a taxa portuguesa ser menor do que a média da UE e de estarmos à frente de países mais ricos como a Itália, o RU, o Canadá, ou os EUA?

A queda da taxa de mortalidade infantil começou a ocorrer em Portugal de forma gradual desde o início da década de 60 do séc. XX. E não recentemente como alguns pretendem fazer crer.

A taxa de mortalidade infantil não está correlacionada de forma exclusiva com factores de desenvolvimento económico e social. Senão estaríamos certamente nos últimos lugares europeus ou ocidentais.

Senão como é que explica que a Nova Zelândia, Austrália, Suiça, Reino Unido, a Holanda, a Irlanda, França, a Dinamarca, Bélgica, Austria e Alemanha (tudo países atrasados não é?) terem actualmente taxas de mortalidade infantil muito superiores ás registadas em Portugal?

A Estónia, Eslovénia e o Chipre que não são paradigmas nenhuns de desenvolvimento sócio-económico apresentam taxas inferiores a Portugal.

obs. Referiu que Portugal estava neste indicador à frente de Itália, tal não corresponde à realidade. Têm os dois a mesma taxa. O Luxemburgo (o país mais rico da Europa apresenta igualmente uma taxa idêntica à nossa)
(fonte: UN e Pordata)

Saudações

Diz, muito bem, que a baixa da mortalidade infantil está associada ao progresso da medicina. Mas os resultados actuais não se explicam simplesmente com o avanço da medicina. Se olhar para os números da taxa de mortalidade infantil mundiais, verá que mais importante que os avanços na medicina, sempre foram as políticas de educação e acesso à medicina. Se tudo fosse explicado através de avanços na medicina, Portugal que tinha uma taxa de mortalidade de 92.86 nados mortos por cada mil nascimentos, com a taxa de progressão que tiveram outros países ocidentais (nomeadamente os Paíse Baixos, por exemplo) devido à evolução da medicina (se tivermos em conta que os avanços na medicina são para todos), ainda hoje teria valores de mortalidade infantil elevados. O nível de educação -  tanto de profissionais de saúde como de utentes -  e o acesso à saúde é que mudaram muito depois do 25 de Abril e do estabelecimento do 25 de Abril.
Mais, o programa nacional de vacinação, que foi estabelecido em 1965, e ter sido um "avanço" médico para Portugal, e que teve bastante sucesso em Portugal, naõ conseguiu baixar a mortalidade abaixo de 61.21 mortes por 1000 nascimentos.
https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_infant_mortality_rate
https://www.uc.pt/ffuc/patrimonio_historico_farmaceutico/publicacoes/catalogosdeexposicoes/catalogo_3exp.pdf

Vou-lhe dar um exemplo muito simples. Um dos maiores feitos desconhecidos em Portugal que permitiram que houvesse uma redução muito grande de mortalidade infantil em Portugal, foi a decisão de abolir os nascimentos em "hospitais" que existiam nos municipios e outras chafaricas e concentrar os nascimentos em centros com todas as valências de apoio ao recém-nascido. Daí que hoje as crianças no interior não nasçam na vila , mas os pais terem de se deslocar para o hospital mais perto. É um transtorno para os pais, mas é uma segurança para a criança, uma vez que são atendidos por profissionais qualificados com todo o equipamento necessário para responder a situações de crise.


Portanto se me diz que o avanço não tem que ver com regime - talvez sim, talvez não. Pelos dados que tenho e pelas políticas de saúde seguidas pelo anterior regime parece-me que a sua afirmação está errada. As políticas que levaram ao rápido declinio da taxa de mortalidade infantil foram tomadas após a criação do SNS. Teriam sido tomadas pelo anterior regime - isso só entrando no maravilhoso mundo da especulação. Mas se tivermos em conta que o antigo regime continuava a utilizar os magros recursos que tinha para continuar a guerra do Ultramar, não tinha hipóteses de entrar na UE por não ser uma democracia e portanto receber fundos europeus para usar na modernização de infraestruturas, não sei onde é que ia arranjar dinheiro para a criação da sua versão do SNS e manter a guerra.
 
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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #261 em: Março 30, 2017, 06:11:48 pm »
Caro Major,

Não vou entrar em grandes detalhes relativamente ao avanço económico do país, mas qualquer indivíduo que estudou umas coisas de economia, quer a nível académico ou por mera curiosidade, sabe que a revolução industrial chegou tardiamente a Portugal — por altura dos anos 50 do século passado. Com a industrialização do país aumentou não só a riqueza, mas também outros indicadores da qualidade de vida. Outra coisa que também é sabida é que o aumento da riqueza tem sido consistente desde então — com alguns percalços pelo meio — aumentado até no pós 25 de Abril.

Quanto à Itália, dou-lhe razão, pois parece que as projecções correntes a colocam ao mesmo nível de Portugal, quanto à mortalidade infantil. No entanto, os dados que vi de anos anteriores (CDC) davam vantagem de 1 ponto a Portugal. No entanto, pegar num mero exemplo, de entre tantos outros como ponto de argumentação parece-me raiar o mesquinho e afastar-nos do essencial: a melhoria deste indicador aconteceu essencialmente no pós 25 de Abril. Pode não se gostar dos capitães, do sr. Silva, do sr. Soares, do sr. Carneiro, do sr. Guterres, do sr. Durao, ou do sr. Sócrates, mas todos eles contribuíram para a melhoria deste indicador.
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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #262 em: Março 30, 2017, 06:46:29 pm »
Um dos maiores feitos desconhecidos em Portugal que permitiram que houvesse uma redução muito grande de mortalidade infantil em Portugal, foi a decisão de abolir os nascimentos em "hospitais" que existiam nos municipios e outras chafaricas e concentrar os nascimentos em centros com todas as valências de apoio ao recém-nascido.

Muitos nasciam em casa, ajudados por parteiras.
 

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #263 em: Março 30, 2017, 10:28:11 pm »
Um dos maiores feitos desconhecidos em Portugal que permitiram que houvesse uma redução muito grande de mortalidade infantil em Portugal, foi a decisão de abolir os nascimentos em "hospitais" que existiam nos municipios e outras chafaricas e concentrar os nascimentos em centros com todas as valências de apoio ao recém-nascido.

Muitos nasciam em casa, ajudados por parteiras.

Faço parte desse lote.
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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Major Alvega

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #264 em: Março 30, 2017, 11:08:36 pm »
 Das respostas todas que li com atenção é que ninguém conseguiu explicar com é que os países mais ricos e desenvolvidos do mundo ocidental e da Europa têm uma taxa de mortalidade infantil mais elevada que Portugal. Será que lá nascem fora dos hospitais e só com ajuda das parteiras? E nós neste pequeno oásis de desenvolvimento social e económico somos os únicos em que as crianças nascem nos hospitais?

Há 1 semana os jornais e TV's não se cansaram durante dias seguidos de noticiar a morte de um bébé num hospital por negligência grosseira.
Eh pá não falem de SNS português que é o maior desastre financeiro e fonte de corrupção do país. Hoje já tem uma divida de 6 mil milhões aos fornecedores.

Eu por questões profissionais sou obrigado a trabalhar com muito dados económicos e estatísticos do séc.XX português. Alguns por favor não falem daquilo que não sabem totalmente. Apesar de não ter vivido no anterior regime, noto que o pessoal da minha geração levou uma enorme lavagem ao cérebro no qual lhe implantaram uma realidade alternativa em que o anterior regime era o inferno na terra e a III República o paraíso. Digo isto porque se nota claramente na vossa argumentação.

O verdadeiro desenvolvimento do bem estar social da população pós revolução só acontece com a entrada na CEE e com os 1ºs apoios comunitários. O actual regime recebeu o país com as contas equilibradas e com uma divida externa resídual. Entre 1974 e 1986 houve 2 bancarrotas, fome à séria em várias zonas do país, fuga de investimento e depósitos para o estrangeiro e taxas de inflacção de 35% ao ano etc. etc. A mudança de paradigma a todos níveis sócio-económicos dá-se com a adesão comunitária e não com a revolução. O período entre 74 e 86 foi de retrocesso e não de desenvolvimento.
« Última modificação: Março 30, 2017, 11:13:13 pm por Major Alvega »
 

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #265 em: Março 31, 2017, 08:03:26 am »
Talvez por ignorância ou inocência, sempre encarei os foruns (ou fora) da internet como espaços onde as pessoas discutem assuntos que não dominam totalmente e onde até se aprendem umas coisas. Claro que existe o reverso da medalha e por vezes levamos com trolls (ou trolhas) como o brasuca com personalidades múltiplas, temos uma ou outra discussão mais acesa e levamos com a ocasional dose de arrogância (mais ou menos justificada).

Mas para não fugir ao tópico... Os temas do desenvolvimento social e da economia portuguesa do século XX são algo que estou longe de dominar, mas com os quais tomei contacto por via de um barbudo e perigoso comunista, ali para os lados da Palma de Cima.  Confesso que nunca gostei muito do gajo, sempre a tentar impor a sua agenda comunista e a defender o 25 do 4, mas os papers e livros que escreve são bem fundamentados, a ponto de até ter conseguido enganar o Cavaco. A tese que referi anteriormente não é minha, é dele!
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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #266 em: Março 31, 2017, 09:38:33 am »
A mudança de paradigma a todos níveis sócio-económicos dá-se com a adesão comunitária e não com a revolução. O período entre 74 e 86 foi de retrocesso e não de desenvolvimento.

Isso até pode ser tudo muito verdade, mas a entrada na CEE só é possivel em democracia, logo não seria possivel no regime do estado novo.

E ai entramos no mundo das realidades alternativas "como estaria Portugal se não tivesse acontecido o 25 de Abril".
 

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #267 em: Março 31, 2017, 11:12:42 am »
À parte a substituição dos allouette's, acho que todos têem um bocado de razão, mas estão a confundir conceitos.

É verdade que a economia portuguesa cada vez cresce menos e de facto nunca crescemos tanto como antes do 25 de Abril (principalmente na década de 60), mas também não deixa de ser verdade que a base actual é de longe muito melhor e por conseguinte é cada vez mais difícil crescer. (http://www.pordata.pt/Portugal/Taxa+de+crescimento+real+do+PIB-2298)

Agora esquecendo a parte económica, o país deu o seu maior salto, não de 74 a 86, mas sim depois de 1986. Para o bem e para o mal não há sequer termo de comparação entre o que era o país antes de 1986 e depois desse ano e deixo alguns aspectos para comprovarem por vocês:
- Quantas auto-estradas havia antes de 86? Digo mais, com base num estudo académico, de 1945 até 1985 o país perdeu km de estrada (abandonadas)e só recuperou a seguir: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/61562/1/000148960.pdf

- O que era a nossa economia fechada (protegida) e obsoleta em 85 e depois dessa data? (sabem como se abriam as latas de conserva até 85?)
- Rede de água e esgotos com fundos comunitários a subsidiarem mais de 90% do custo.
- Telecomunicações. Todas as infraestruturas recentes, foram financiadas com fundos comunitários.
- A agricultura e pescas, apesar dos erros cometidos entre portas, é inegável a transformação e a modernização do sector.
E podia continuar, para onde quer que olhemos, vemos placas azuis do co-financiamento comunitário. Sem dúvida que os 5 mil milhões de euros que recebemos anualmente fazem a diferença. Mas há factores de crescimento e evolução do bem estar da população que aconteceram depois de 74, como é o caso dos municípios. Vejam as obras mais ou menos polémicas, mas sem dúvida melhoraram o bem estar da população, para quem está longe do poder central.

Mas verdadeiramente a importância da UE tem na origem a colaboração transfronteiriça em todas as áreas, incluindo a saúde e a educação, que tem permitido que os nossos quadros visitem todos os outros países europeus e copiem as suas melhores ideias para implementarem cá. Mais ou menos como fazem as Forças Armadas quando fazem exercícios com os restantes países da NATO.

E lembrem-se de uma coisa, o euro pode ter muitos defeitos, mas nunca mais vamos ter outra moeda com taxas de juro tão baixas. Quem tem empréstimo habitação, qual é a taxa de juro que paga? Eu neste momento pago ao banco 0,094% de taxa de juro ao ano ao banco!!!!!! (já com o spread e euribor incluídas).
 
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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #268 em: Março 31, 2017, 12:51:31 pm »
Das respostas todas que li com atenção é que ninguém conseguiu explicar com é que os países mais ricos e desenvolvidos do mundo ocidental e da Europa têm uma taxa de mortalidade infantil mais elevada que Portugal. Será que lá nascem fora dos hospitais e só com ajuda das parteiras? E nós neste pequeno oásis de desenvolvimento social e económico somos os únicos em que as crianças nascem nos hospitais?

Posso explicar a razão dos EUA facilmente: o não acesso universal a cuidados de saúde.
Na Europa os valores não apresentam diferenças relevantes. Estamos a falar na maioria de diferenças na casa das décimas.

E se formos ver alguns países do Leste da Europa apresentavam valores melhores ou quase ao mesmo nível dos de Portugal depois de entrarmos na UE. Logo a questão da mortalidade infantil estar ligado à UE não me parece muito correta. OS países que entraram em 2004 tinham uma situação equiparável a Portugal em termos de mortalidade infantil quando entraram para a UE. Como explicas isto?


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A generalização precipitada é um erro de lógica. Pegar num caso e achar que isso é o todo é no mínimo preguiça intelectual. Para quem trabalha com números então é um erro grosseiro.
O SNS tem uma dívida enorme a fornecedores (que qualquer grande empresa que pague contas a mais de 60dias terá sempre) e é fonte de fraude e corrupção. Não é a maior de certeza - alguém se lembra da banca? Alguém se lembra dos grandes projectos de construção civil? Os casos de fraude e corrupção seriam facilmente combatidos se houvesse interesse de quem manda. Portanto, tal como no resto do país, o problema não é do SNS, mas sim de quem manda.

Eu por questões profissionais sou obrigado a trabalhar com muito dados económicos e estatísticos do séc.XX português. Alguns por favor não falem daquilo que não sabem totalmente. Apesar de não ter vivido no anterior regime, noto que o pessoal da minha geração levou uma enorme lavagem ao cérebro no qual lhe implantaram uma realidade alternativa em que o anterior regime era o inferno na terra e a III República o paraíso. Digo isto porque se nota claramente na vossa argumentação.
No entanto, não te falta capacidade de falar dum tema que não entendes como o SNS e mortalidade infantil, etc. Mexer em dados económicos e estatísticos não te dá nenhuma capacidade superior de correlacionar dados com políticas de saúde. Devias estudar as políticas tomadas e depois olhar para os dados estatísticos para perceber se essas políticas foram eficazes ou não.
Não vi até agora ninguém demonizar o antigo regime e enaltecer a III República. Alguém com um conhecimento básico de história sabe que ao estudar os regimes têm de ter em conta o Zetgeist da época e o contexto histórico. O antigo regime tem de ser visto assim. Teve coisas boas e más.

O verdadeiro desenvolvimento do bem estar social da população pós revolução só acontece com a entrada na CEE e com os 1ºs apoios comunitários. O actual regime recebeu o país com as contas equilibradas e com uma divida externa resídual. Entre 1974 e 1986 houve 2 bancarrotas, fome à séria em várias zonas do país, fuga de investimento e depósitos para o estrangeiro e taxas de inflacção de 35% ao ano etc. etc. A mudança de paradigma a todos níveis sócio-económicos dá-se com a adesão comunitária e não com a revolução. O período entre 74 e 86 foi de retrocesso e não de desenvolvimento.
Continuas sem explicar como é que o antigo regime conseguiria elevar os níveis de desenvolvimento do país sem uma democratização...
 
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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #269 em: Março 31, 2017, 02:16:37 pm »
 Bom, penso que não vale a pena acrescentar mais nada, ainda por mais com pessoas que estão formatadas ideologicamente.
 Há muitas pessoas que vivem uma vida inteira enganadas e iludidas...

 Agora só vale a pena voltar ao tema em Junho ou Julho próximos, altura em que o BCE deixar de comprar a nossa divida (como já foi anunciado oficialmente) e ficarmos entregues aos "mercados" com taxas acima de 5, 6% ou mais e tivermos de outra vez ir pedir à Troika para nos salvar da 4ª bancarrota desde 1974. Fiquem bem e não se esqueçam de continuar a pagar o dizimo à Igreja Universal do Reino de Abril.
« Última modificação: Março 31, 2017, 02:19:53 pm por Major Alvega »