Substituição dos Allouette III

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Alvalade

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #90 em: Maio 01, 2016, 03:28:26 pm »
Acho que há alguma confusão de valores nesta discussão.
As FA são um dos pilares de um Estado, estão ao seu serviço, e não, o contrário!

Num cenário de guerra - não sei se já alguém reparou mas, não é o nosso - as FA sobrepõem se a outros sectores por serem a garantia (ou não) de independência ou existência. Num cenário como o actual, não há focos de potencial hostilidade à nossa Pátria, pelos menos externos.

Então, segundo a teoria de alguns neste fórum, como não há guerra, não há verdadeiras missões militares pelo que, não há necessidade de manter as FA em geral. Isto de distinguir missões civis de militares não faz sentido. Tal como pensar que num país com a nossa dimensão económica, existem mercado suficiente para a existência de uma aviação civil.. Não há. Os concursos para o INEM ou os fogos são ganhos pelas únicas empresas q se apresentam a concurso, não há concorrência.

É óbvio que estas empresas n ficariam contentes com a "nacionalização" do helitransporte de doentes mas, a mim enquanto cidadão contribuinte, o que me interessa é a melhor solução para todos nós. Se for mais barato e permitir à FAP ter mais helis e melhor operacionalidade não quero saber das empresas civis. Aliás, já não é a FAP que forma os pilotos de qualquer forma??

As soluções que eu apontei foram exatamente no sentido de aumentar o número de helis na FAP, aumentar as suas funções, repartir os custos pelos diferentes ministérios, e criar uma capacidade de formação, manutenção e operação que de outra forma não se justificam.
Em última análise isso permitiria à FAP ter 30 helis operacionais, isso não beneficia o País em caso de necessidade militar??

Esqueçam essas ideias de helis de ataque e delírios afins, ponham os pés na terra e esperem que quem decide faça o mesmo.

Cumpimentos!

O teu texto tem como base um raciocínio errado, tu não investes nas FA porque prevês uma guerra, tu investes para para que possas manter a paz.

Os conflitos que existem hoje alguém os previa há 20 anos ? Nós temos que estar preparados para qualquer eventualidade e não para o presente, porque o presente já o conhecemos.

Historicamente Portugal nunca esteve preparado para nenhum conflito, mas eu diria que a nossa situação tem piorado bastante, com a evolução tecnológica Portugal ficou para trás e nunca estivemos tão mal preparados como hoje em dia.
 

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Viajante

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #91 em: Maio 01, 2016, 04:55:24 pm »
Acho que há alguma confusão de valores nesta discussão.
As FA são um dos pilares de um Estado, estão ao seu serviço, e não, o contrário!

Num cenário de guerra - não sei se já alguém reparou mas, não é o nosso - as FA sobrepõem se a outros sectores por serem a garantia (ou não) de independência ou existência. Num cenário como o actual, não há focos de potencial hostilidade à nossa Pátria, pelos menos externos.

Então, segundo a teoria de alguns neste fórum, como não há guerra, não há verdadeiras missões militares pelo que, não há necessidade de manter as FA em geral. Isto de distinguir missões civis de militares não faz sentido. Tal como pensar que num país com a nossa dimensão económica, existem mercado suficiente para a existência de uma aviação civil.. Não há. Os concursos para o INEM ou os fogos são ganhos pelas únicas empresas q se apresentam a concurso, não há concorrência.

É óbvio que estas empresas n ficariam contentes com a "nacionalização" do helitransporte de doentes mas, a mim enquanto cidadão contribuinte, o que me interessa é a melhor solução para todos nós. Se for mais barato e permitir à FAP ter mais helis e melhor operacionalidade não quero saber das empresas civis. Aliás, já não é a FAP que forma os pilotos de qualquer forma??

As soluções que eu apontei foram exatamente no sentido de aumentar o número de helis na FAP, aumentar as suas funções, repartir os custos pelos diferentes ministérios, e criar uma capacidade de formação, manutenção e operação que de outra forma não se justificam.
Em última análise isso permitiria à FAP ter 30 helis operacionais, isso não beneficia o País em caso de necessidade militar??

Esqueçam essas ideias de helis de ataque e delírios afins, ponham os pés na terra e esperem que quem decide faça o mesmo.

Cumpimentos!

O teu texto tem como base um raciocínio errado, tu não investes nas FA porque prevês uma guerra, tu investes para para que possas manter a paz.

Os conflitos que existem hoje alguém os previa há 20 anos ? Nós temos que estar preparados para qualquer eventualidade e não para o presente, porque o presente já o conhecemos.

Historicamente Portugal nunca esteve preparado para nenhum conflito, mas eu diria que a nossa situação tem piorado bastante, com a evolução tecnológica Portugal ficou para trás e nunca estivemos tão mal preparados como hoje em dia.

Por acaso não tenho a ideia de que o país esteja agora no seu ponto mais baixo em termos de defesa do país e dos seus interesses. Acho que o nosso ponto baixo estende-se desde o início do século XIX, em que se deu o evidente declínio do país. Depois das invasões napoleónicas, a seguir perdemos o Brasil, etc...... até ao início do século XX, passando pelo ultimato Inglês devido ao mapa cor de rosa e passando também pela pálida e suicida passagem pela Iª Guerra Mundial. Esses foram para mim os 150 anos em que o país bateu no fundo.

Mas concordo contigo Alvalade, estamos a ficar para trás em alguns sectores chave. O que está a acontecer é a desindustrialização do ocidente!!!!! Qualquer equipamento electrónico é quase e sem excepção feito na Ásia!!!!!

Mas olha que temos muitos pólos de investigação tecnológica interessante. Parceria entre o MIT e Universidades portuguesas, Pólo tecnológico de Aveiro, do Minho, do Porto, do Técnico em Lisboa, etc...

Kalil? Sou gestor mas não sou tão liberal como tu :)
Há interesses que devem estar disponíveis para todos e não só para alguns e também há sectores que devem estar sujeitos ao interesse público de todos.....
Eu fico contente por saber que estou num país em que a ambulância que leva um milionário ao hospital é a mesma que leva a um sem abrigo!
 

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tenente

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #92 em: Maio 01, 2016, 06:20:00 pm »

Então, segundo a teoria de alguns neste fórum, como não há guerra, não há verdadeiras missões militares pelo que, não há necessidade de manter as FA em geral. Isto de distinguir missões civis de militares não faz sentido. Tal como pensar que num país com a nossa dimensão económica, existem mercado suficiente para a existência de uma aviação civil.. Não há. Os concursos para o INEM ou os fogos são ganhos pelas únicas empresas q se apresentam a concurso, não há concorrência.

É óbvio que estas empresas n ficariam contentes com a "nacionalização" do helitransporte de doentes mas, a mim enquanto cidadão contribuinte, o que me interessa é a melhor solução para todos nós. Se for mais barato e permitir à FAP ter mais helis e melhor operacionalidade não quero saber das empresas civis. Aliás, já não é a FAP que forma os pilotos de qualquer forma??

Cumpimentos!

Kalil se puderes clarifica as duas frases que eu salientei.


Não temos mercado suficiente para termos aviação civil/comercial ????
Só em LIS transitaram o ano passado cerca de vinte milhões de pax, no OPO e FAO soma mais cerca de treze milhões de pax, se isso não é razão para termos aviação civil Nacional então não sei a partir de que valores achas que é suficiente !

A questão dos Combates Aéreo aos incêndios florestais só acentua que algo tem de se fazer quanto aos concurso em defesa do interesse do Estado, logo dos contribuintes, neste fórum existe tópico onde se debate e defende que tais missões sejam efectuadas pela FAP, eu sou um dos que defende que a FAP sempre o deveria ter feito, e com que reforço de meios Aéreos, e mais importante,  para  ontem !!!!!!

Afirmas ou perguntas que A FAP não forma os seus Pilotos de Heli ?
Posso-te dizer que é a FAP que forma os seus Pilotos de Heli médio/Pesado e Lig.
É que os pontos de interrogação naquela frase, são um pouco fora de contexto!

Cumprimentos
« Última modificação: Maio 01, 2016, 06:26:13 pm por tenente »
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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mafets

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #93 em: Maio 01, 2016, 08:28:53 pm »
A fap assim como os restantes ramos das F.A. deve ter capacidade para efectuar missões de utilidade pública e humanitária se tal se justificar. Infelizmente como somos um pais de extremos temos a FAP e a Marinha, assim como exercito normalmente menos publicitado a assumirem funções que são de outras entidades porque estas não as fazem ou não existe possibilidade de as fazer. Uma coisa é o que está estabelecido por lei para cada ramo, outra é  aquilo que acaba por fazer porque mais ninguém faz ou quer fazer.
 
É normal colocar o exercito a limpar matas ou mesmo a construir pontes. Aceito que em determinados casos seja accionado, agora qual o meu espanto quando à uns anos em plena cidade vejo o Exercito  limpar um canavial. É caso para perguntar o que andavam a fazer os serviços Municipalizados da tal cidade.  ;)

Recordo-me de uma de várias noticias (esta de Julho de 2014, mas o  que não faltam são por aí do mesmo tipo), em que a FAP em um fim de Semana na Madeira e nos Açores fez 6 Evacuações Médicas. Ou seja, no continente é FAP , INEM e protecção civil, nas Ilhas é FAP, ou seja se os meios fossem necessários para outras situações  (como militares) deixavam de haver evacuações médicas?

Na minha opinião, actualmente existem outras organizações como a GNR a sobrepor funções à policia marítima/ Marinha. Na minha perspectiva ou fazem uns ou fazem outros. Agora diáriamente termos as mesmas entidades a fazer as mesmas funções.
 
Posto isto, uma boa máquina para Heli ligeiro da Fap. O As 350. Até já existem 3 na protecção civil.

Saudações
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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Lightning

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #94 em: Maio 01, 2016, 09:33:43 pm »
Citar
Afirmas ou perguntas que A FAP não forma os seus Pilotos de Heli ?
Posso-te dizer que é a FAP que forma os seus Pilotos de Heli médio/Pesado e Lig.
É que os pontos de interrogação naquela frase, são um pouco fora de contexto!

Cumprimentos

Acho que a afirmação é sobre os pilotos de empresas civis, que muitos são originários da Força Aérea.
 

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Kalil

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #95 em: Maio 02, 2016, 09:58:29 am »
Acho que há alguma confusão de valores nesta discussão.
As FA são um dos pilares de um Estado, estão ao seu serviço, e não, o contrário!

Num cenário de guerra - não sei se já alguém reparou mas, não é o nosso - as FA sobrepõem se a outros sectores por serem a garantia (ou não) de independência ou existência. Num cenário como o actual, não há focos de potencial hostilidade à nossa Pátria, pelos menos externos.

Então, segundo a teoria de alguns neste fórum, como não há guerra, não há verdadeiras missões militares pelo que, não há necessidade de manter as FA em geral. Isto de distinguir missões civis de militares não faz sentido. Tal como pensar que num país com a nossa dimensão económica, existem mercado suficiente para a existência de uma aviação civil.. Não há. Os concursos para o INEM ou os fogos são ganhos pelas únicas empresas q se apresentam a concurso, não há concorrência.

É óbvio que estas empresas n ficariam contentes com a "nacionalização" do helitransporte de doentes mas, a mim enquanto cidadão contribuinte, o que me interessa é a melhor solução para todos nós. Se for mais barato e permitir à FAP ter mais helis e melhor operacionalidade não quero saber das empresas civis. Aliás, já não é a FAP que forma os pilotos de qualquer forma??

As soluções que eu apontei foram exatamente no sentido de aumentar o número de helis na FAP, aumentar as suas funções, repartir os custos pelos diferentes ministérios, e criar uma capacidade de formação, manutenção e operação que de outra forma não se justificam.
Em última análise isso permitiria à FAP ter 30 helis operacionais, isso não beneficia o País em caso de necessidade militar??

Esqueçam essas ideias de helis de ataque e delírios afins, ponham os pés na terra e esperem que quem decide faça o mesmo.

Cumpimentos!

O teu texto tem como base um raciocínio errado, tu não investes nas FA porque prevês uma guerra, tu investes para para que possas manter a paz.

Os conflitos que existem hoje alguém os previa há 20 anos ? Nós temos que estar preparados para qualquer eventualidade e não para o presente, porque o presente já o conhecemos.

Historicamente Portugal nunca esteve preparado para nenhum conflito, mas eu diria que a nossa situação tem piorado bastante, com a evolução tecnológica Portugal ficou para trás e nunca estivemos tão mal preparados como hoje em dia.


Caro Alvalade, não estava a emitir a minha opinião mas, a resumir o que parece ser um pensamento mais ou menos constante. Por exemplo, ter meia dúzia de helicópteros de ataque, em vez de uma frota menos armada mas maior, mais capaz e funcional. Para que serve investir em coisas não essenciais?

Concordo plenamente com o investimento para manter a paz.
No entanto, desde a guerra colonial que os investimentos e a orientação das FA tem sido influenciados em demasia pelos problemas orçamentais. Não estamos tão mal quanto isso, tendo em conta esse aspecto.

 

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Kalil

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #96 em: Maio 02, 2016, 10:08:29 am »

Então, segundo a teoria de alguns neste fórum, como não há guerra, não há verdadeiras missões militares pelo que, não há necessidade de manter as FA em geral. Isto de distinguir missões civis de militares não faz sentido. Tal como pensar que num país com a nossa dimensão económica, existem mercado suficiente para a existência de uma aviação civil.. Não há. Os concursos para o INEM ou os fogos são ganhos pelas únicas empresas q se apresentam a concurso, não há concorrência.

É óbvio que estas empresas n ficariam contentes com a "nacionalização" do helitransporte de doentes mas, a mim enquanto cidadão contribuinte, o que me interessa é a melhor solução para todos nós. Se for mais barato e permitir à FAP ter mais helis e melhor operacionalidade não quero saber das empresas civis. Aliás, já não é a FAP que forma os pilotos de qualquer forma??

Cumpimentos!

Kalil se puderes clarifica as duas frases que eu salientei.


Não temos mercado suficiente para termos aviação civil/comercial ????
Só em LIS transitaram o ano passado cerca de vinte milhões de pax, no OPO e FAO soma mais cerca de treze milhões de pax, se isso não é razão para termos aviação civil Nacional então não sei a partir de que valores achas que é suficiente !

A questão dos Combates Aéreo aos incêndios florestais só acentua que algo tem de se fazer quanto aos concurso em defesa do interesse do Estado, logo dos contribuintes, neste fórum existe tópico onde se debate e defende que tais missões sejam efectuadas pela FAP, eu sou um dos que defende que a FAP sempre o deveria ter feito, e com que reforço de meios Aéreos, e mais importante,  para  ontem !!!!!!

Afirmas ou perguntas que A FAP não forma os seus Pilotos de Heli ?
Posso-te dizer que é a FAP que forma os seus Pilotos de Heli médio/Pesado e Lig.
É que os pontos de interrogação naquela frase, são um pouco fora de contexto!

Cumprimentos


Não me referia ao número de passageiros e rotas aéreas mas, ao facto de não existirem empresas de aviação em quantidade suficiente para se poder falar de mercado da aviação civil. Não há concorrência porque não temos dimensão geográfica e económica para tal. Mesmo a SATA julgo que só se mantinha activa com a  alavanca dos subsídios.
É natural que assim seja devido à dimensão de Portugal continental, nunca se apostou no transporte aéreo a não ser para os arquipélagos, inevitavelmente.

Julgo que a maioria dos pilotos são formados pela FAP. Por isso penso que faz sentido manter esse capital humano na estrutura, desde que haja investimento e se dê uma utilidade prática à organização.


Cumprimentos
 

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Lightning

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #97 em: Maio 02, 2016, 10:14:42 am »
ou seja se os meios fossem necessários para outras situações  (como militares) deixavam de haver evacuações médicas?

Eu penso que os meios existentes nos arquipélagos são os mínimos em tempo de paz, não se pensa que defendam as ilhas sozinhos, rapidamente meios do continente seriam enviados de reforço, tudo dependeria da ameaça, mais helicópteros, aviões de carga, P-3, F-16, o que fosse preciso.
« Última modificação: Maio 02, 2016, 10:21:04 am por Lightning »
 

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raphael

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #98 em: Maio 02, 2016, 12:11:44 pm »
ou seja se os meios fossem necessários para outras situações  (como militares) deixavam de haver evacuações médicas?

Eu penso que os meios existentes nos arquipélagos são os mínimos em tempo de paz, não se pensa que defendam as ilhas sozinhos, rapidamente meios do continente seriam enviados de reforço, tudo dependeria da ameaça, mais helicópteros, aviões de carga, P-3, F-16, o que fosse preciso.

A ameaça nas ilhas resume-se mais a catástrofes naturais que outra coisa qualquer. E claro sempre que algo do género ocorre há reforço de meios.
Agora F-16 e P-3 não precisam de estar baseados nos arquipélagos permanentemente, a componente logística não permite manter essas frotas muito tempo nos arquipélagos.
Mesmo as outras frotas têm algumas limitações.
De qualquer modo o nosso PM andou na semana passada pelo arquipélago dos Açores e nos movimentos inter-ilhas aproveitou o apoio da Força Aérea, a qual enviou para a região mais um avião de carga com kit vip para transportar toda a comitiva, não prejudicando assim as evacuações e as missões SAR.
« Última modificação: Maio 02, 2016, 12:16:17 pm por raphael »
Um abraço
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Clausewitz

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #99 em: Maio 02, 2016, 07:12:33 pm »
Vejo por aqui muita gente que apoia a ideia de transferir missões das Forças Armadas designadas de “interesse público”, nomeadamente SAR, para instituições civis e até privadas. Fico com um nó no estomago com esta ideia. O nó é ainda maior tratando-se de um fórum onde em principio os participantes apoiam a melhoria das capacidades militares do país e onde em principio sabem “do que é que a casa gasta” por cá...

Transferir estas missões para outras instituições públicas seria multiplicar estruturas, capacidades e provavelmente despesas, sem ganhos efectivos nenhuns e com o risco de a distribuição “dos bens pelas aldeias” diminuir o nível dos serviços actuais.

Quanto a privados, pior ainda. Não existem propriamente mercados para este tipo de serviços, são serviços públicos por excelência. Privatizar estas missões, para além dos problemas citados, abre um potencial enorme para negociatas turvas, que é o tipo de coisa de que não temos falta e que é de evitar ao máximo.

Pensar que se as Forças Armadas perdessem a característica de duplo uso poderiam manter e concentrar os meios materiais e financeiros actuais em missões puramente militares é completamente lírico.

Tenham presente que o pensamento de boa parte da população é tipo que os militares não servem para nada e deviam era andar a limpar as matas ou atrás de criminosos ou então acabar de vez. Por maioria de razão, este tipo de discurso tem alguma ressonância entre certos políticos, ainda mais em épocas de aperto financeiro, que no nosso país são crónicas. É evidente que é preciso desmontar estas ideias e mostrar o quanto estão erradas e são perigosas, o que em minha opinião não tem sido feito. No entanto, não é possível ignorar a realidade.

Em vez de pensarem que SAR é um peso para a FAP, que sem essa missão podia concentrar a utilização dos Merlin em missões puramente militares (resta saber quais seriam actualmente para além de treino, com os meios que temos de momento não vejo muitas possibilidades), tenham noção de que sem a missão SAR muito dificilmente a FAP teria uma esquadra de helicópteros deste tipo. A existência de missões de interesse público vai permitindo ter meios que possibilitam também aumentar as capacidades militares, o fim destas missões, mais do que um alívio para as Forças Armadas, pode significar uma séria ameaça às suas capacidades e relevância pública.
 
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Charlie Jaguar

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #100 em: Maio 02, 2016, 09:22:06 pm »
Ficarmos reduzidos num horizonte temporal de cinco anos ao EH-101 Merlin e a 5 Super Lynx modernizados, ao serviço das Forças Armadas, é muito, mas muito pouco. Deixar MEDEVAC, combate a incêndios e SAR de curto alcance a cargo dos problemáticos Ka-32, e dos escassos Ecureil e AW109, é um erro crasso. Se é necessário um aparelho de asa rotativa ligeiro e moderno para substituir o veterano ALIII na FAP, e para missões gerais no Exército, é também verdade que desde o abate do Puma que carecemos de um helicóptero médio de transporte. Temos, e caso se mantenha este cenário, continuaremos a ter meios pesados (Merlin) e ligeiros (Super Lynx e, eventualmente, o novo helicóptero ligeiro da FAP e UALE), sem nada no meio por assim dizer.

Há muitos cenários, e proporcionalmente outros tantos concorrentes, que podíamos ficar aqui o dia todo a citar exemplos. Tendo as FA's uma boa relação com o constructor AgustaWestland/Finmecannica , fabricante de Merlins e Super Lynxs, não creio ser coerente agora optar por aparelhos da concorrente Eurocopter/Airbus. Nessa hipotética perspectiva, teríamos como candidatos naturais a heli ligeiro os AW109/119, e a de médio porte os AW139/149. Faltam verbas face aos condicionalismos sobejamente conhecidos? Faltam. Falta visão para perceber que enquanto os países do terceiro mundo e em vias de desenvolvimento estão a apostar fortemente no rearmamento por uma série de razões, e que os aliados ocidentais, pelo contrário, continuam mergulhados em loucuras austeritárias? Falta, mas está a melhorar.

Sendo Portugal membro fundador da NATO, na eventualidade da participação num conflito, seja ele no Médio Oriente, Europa Oriental ou Ásia, a nossa contribuição com meios terá forçosamente de ser escassa, numa altura em que se aposta cada vez mais em capacidade expedicionária e, por conseguinte, no crescimento das frotas de helicópteros militares.
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #101 em: Maio 02, 2016, 10:52:46 pm »
ou seja se os meios fossem necessários para outras situações  (como militares) deixavam de haver evacuações médicas?

Eu penso que os meios existentes nos arquipélagos são os mínimos em tempo de paz, não se pensa que defendam as ilhas sozinhos, rapidamente meios do continente seriam enviados de reforço, tudo dependeria da ameaça, mais helicópteros, aviões de carga, P-3, F-16, o que fosse preciso.

A ameaça nas ilhas resume-se mais a catástrofes naturais que outra coisa qualquer. E claro sempre que algo do género ocorre há reforço de meios.
Agora F-16 e P-3 não precisam de estar baseados nos arquipélagos permanentemente, a componente logística não permite manter essas frotas muito tempo nos arquipélagos.
Mesmo as outras frotas têm algumas limitações.
De qualquer modo o nosso PM andou na semana passada pelo arquipélago dos Açores e nos movimentos inter-ilhas aproveitou o apoio da Força Aérea, a qual enviou para a região mais um avião de carga com kit vip para transportar toda a comitiva, não prejudicando assim as evacuações e as missões SAR.
Talvez não me tenha feito entender. Exemplifico com duas situações:

1 -  Numa situação em por uma qualquer razão, existe uma emergência de segurança em que é preciso transportar por via aérea rapidamente militares do Regimento de  Guarnição Nº 3 para por exemplo reforçar o Destacamento do Porto Santo.  Vamos esperar por meios do continente? E se for decidido avançar rapidamente usando o que a FAP tem na Madeira, se for necessário entretanto uma evacuação médica rápida quem faz? Ou vamos continuar a pensar que nunca vai acontecer?

2 -  No Funchal existe um terminal de Cruzeiro. Numa qualquer situação em que um destes navios obrigue os meios SAR (um Eh101 e um C295) a actuar, volto a questionar: É necessário uma evacuação médica quando os meios estão em uso, quem faz? Ou esperamos reforços do continente? Para o SAR ou a evacuação médica? (Nesta situação das cheias da Madeira, o Falcon sai do Porto e aterra no Funchal, 1 hora e 27 minutos depois, enquanto que o C130 do Montijo levou  2 horas e 22 minutos até aterrar no Aeroporto do Funchal ]http://www.prociv.pt/Publico/smaListDetails.asp?OcurId=12336&numOcorrencia=7])

Trata-se de ilhas atlânticas que recebem milhares de turistas ao ano, isto já para não falar nos acidentes naturais. Seja a FAP, INEM ou ANPC os meios vão sendo suficientes para o dia a dia, insuficientes para uma situação anómala. E aqui não se trata de ter privados a fazer SAR ou nas evacuações médicas, algo que a FAP pode fazer perfeitamente nas ilhas como já faz, mas com meios reforçados, nomeadamente se viessem os helis ligeiros, pelo , menos mais um.

Citar
Numa situação como a treinada no Mogadouro, se necessário agir rapidamente e com os meios existentes nas ilhas, sobrava o que para missões de evacuação médica ou SAR que ocorressem ao mesmo tempo?

http://www.mogadouro.pt/uploads/writer_file/document/261/comandos_exer.pdf
 
Citar
Numa situação como o Sewol com "apenas" 900 pessoas a bordo nem o próprio país está preparado quando mais as ilhas


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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #102 em: Maio 02, 2016, 11:53:03 pm »
Vejo por aqui muita gente que apoia a ideia de transferir missões das Forças Armadas designadas de “interesse público”, nomeadamente SAR, para instituições civis e até privadas. Fico com um nó no estomago com esta ideia. O nó é ainda maior tratando-se de um fórum onde em principio os participantes apoiam a melhoria das capacidades militares do país e onde em principio sabem “do que é que a casa gasta” por cá...

Transferir estas missões para outras instituições públicas seria multiplicar estruturas, capacidades e provavelmente despesas, sem ganhos efectivos nenhuns e com o risco de a distribuição “dos bens pelas aldeias” diminuir o nível dos serviços actuais.

Quanto a privados, pior ainda. Não existem propriamente mercados para este tipo de serviços, são serviços públicos por excelência. Privatizar estas missões, para além dos problemas citados, abre um potencial enorme para negociatas turvas, que é o tipo de coisa de que não temos falta e que é de evitar ao máximo.

Pensar que se as Forças Armadas perdessem a característica de duplo uso poderiam manter e concentrar os meios materiais e financeiros actuais em missões puramente militares é completamente lírico.

Tenham presente que o pensamento de boa parte da população é tipo que os militares não servem para nada e deviam era andar a limpar as matas ou atrás de criminosos ou então acabar de vez. Por maioria de razão, este tipo de discurso tem alguma ressonância entre certos políticos, ainda mais em épocas de aperto financeiro, que no nosso país são crónicas. É evidente que é preciso desmontar estas ideias e mostrar o quanto estão erradas e são perigosas, o que em minha opinião não tem sido feito. No entanto, não é possível ignorar a realidade.

Em vez de pensarem que SAR é um peso para a FAP, que sem essa missão podia concentrar a utilização dos Merlin em missões puramente militares (resta saber quais seriam actualmente para além de treino, com os meios que temos de momento não vejo muitas possibilidades), tenham noção de que sem a missão SAR muito dificilmente a FAP teria uma esquadra de helicópteros deste tipo. A existência de missões de interesse público vai permitindo ter meios que possibilitam também aumentar as capacidades militares, o fim destas missões, mais do que um alívio para as Forças Armadas, pode significar uma séria ameaça às suas capacidades e relevância pública.


Subscrevo inteiramente.

Nota ainda para algo mencionado num comentário anterior, um desperdício de fundos que tem de ser corrigido rapidamente. A sobreposição de funções entre polícias, serviços e institutos...

Para quem tiver dez minutos livres, aqui fica o link para o plano estratégico das FA norueguesas para os próximos anos. Não vale a pena comparar orçamentos mas, não é necessário um fundo multimilionário para programar e planear.
As palavras de ordem são racionalizar e optimizar.  O auxílio da NATO em caso de conflito está previsto de forma relevante, com ênfase na manutenção das estruturas que permitem o acesso da ajuda externa. Diminui-se o tamanho e concentram-se unidades e valências para maximizar a eficácia em geral.

https://forsvaret.no/en/ForsvaretDocuments/Strategic_Defence_Review_2015_abridged.pdf


Cumprimentos
 

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Lightning

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #103 em: Maio 03, 2016, 12:32:03 am »
Em relação ao conflito SAR/Evacuações médicas, o SAR ou operações militares tem sempre prioridade, as evacuações médicas são missão secundária pois estas não são ordens fdo governo central mas resulta sim de acordos entre Força Aérea e os governos regionais.

Oficialmente os meios que a FAP tem nas ilhas não são para evacuações, as evacuações médicas não são da responsabilidade do governo nacional mas dos governos regionais, nesse campo o que existe é um acordo entre FAP e governos regionais para o uso de meios militares quando estes estão disponíveis, infelizmente recentemente houve um caso em que esse conflito aconteceu, era necessário uma evacuação médica da ilha S.Jorge e os meios militares estavam ocupados, quando foi possível acorrer a essa situação já não foram a tempo , mas acredito que em 99% dos casos é possível conciliar. Deve ficar mais barato aos governos das regiões autónomas esta solução do que ter meios dedicados.

Em casos excepcionais como por exemplo o tal paquete  perto da Madeira com centenas de pessoas, iam logo um ou mais (os que se conseguisse) EH101 em alerta no Montijo para o local. E se ainda fosse preciso mais, pedia-se ajuda aos espanhóis, eles têm helicópteros nas Canárias, o oposto já aconteceu, um EH101 nosso já foi à Galiza participar numa operação SAR em reforço dos meios locais, acho que se nós precisassemos só lhes ficava bem ajudar.
« Última modificação: Maio 03, 2016, 01:04:20 am por Lightning »
 

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ACADO

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Re: Substituição dos Allouette III
« Responder #104 em: Maio 03, 2016, 01:38:25 am »
Acho que há alguma confusão de valores nesta discussão.
As FA são um dos pilares de um Estado, estão ao seu serviço, e não, o contrário!

Num cenário de guerra - não sei se já alguém reparou mas, não é o nosso - as FA sobrepõem se a outros sectores por serem a garantia (ou não) de independência ou existência. Num cenário como o actual, não há focos de potencial hostilidade à nossa Pátria, pelos menos externos.

Então, segundo a teoria de alguns neste fórum, como não há guerra, não há verdadeiras missões militares pelo que, não há necessidade de manter as FA em geral. Isto de distinguir missões civis de militares não faz sentido. Tal como pensar que num país com a nossa dimensão económica, existem mercado suficiente para a existência de uma aviação civil.. Não há. Os concursos para o INEM ou os fogos são ganhos pelas únicas empresas q se apresentam a concurso, não há concorrência.

É óbvio que estas empresas n ficariam contentes com a "nacionalização" do helitransporte de doentes mas, a mim enquanto cidadão contribuinte, o que me interessa é a melhor solução para todos nós. Se for mais barato e permitir à FAP ter mais helis e melhor operacionalidade não quero saber das empresas civis. Aliás, já não é a FAP que forma os pilotos de qualquer forma??

As soluções que eu apontei foram exatamente no sentido de aumentar o número de helis na FAP, aumentar as suas funções, repartir os custos pelos diferentes ministérios, e criar uma capacidade de formação, manutenção e operação que de outra forma não se justificam.
Em última análise isso permitiria à FAP ter 30 helis operacionais, isso não beneficia o País em caso de necessidade militar??

Esqueçam essas ideias de helis de ataque e delírios afins, ponham os pés na terra e esperem que quem decide faça o mesmo.

Cumpimentos!

Um helicoptero do Inem não é um helicoptero que sirva para operações militares!! Assim como um helicoptero de combate a incêndios também não o é!!
Portanto não teríamos 30 Hélis na mesma.

E como sabemos não é mais barato usar meios militares do que meios civis!! Aliás, tal como com empresas privadas e empresas públicas!! As empresas do estado são usualmente um buraco que só enterra o País.
Quanto acha que custa um EH à hora? Agora imagine as buscas a náufragos feita por Hélis normais contratados nesses casos? Já para não falar do desgaste que era poupado e poderia ser empregue em treino de missões militares!!

Hélis de ataque puros como o Apache também acho que não temos capacidade para isso, mas que precisamos de um heli de escolta para os EH isso precisamos de certeza, e isso não deixa de ser um heli de ataque, só que também faz outras funções.
E é esse heli que tem de ser escolhido para substituir os Allouette.
« Última modificação: Maio 03, 2016, 01:41:35 am por ACADO »
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