"O Nuno Rogeiro de facto é um asno, mas não percebo o que é que defines por sistema... É os sistema político? O sistema financeiro? Político-financeiro? É que o PCP é do sistema, tal como o PNR quando vai a eleições."
Para quem tanto escreve, e para tanta "geopolítica" não sabe o que é o "sistema"?
Já agora, alguém pode explicar porque é que a Catalunha, com tanta ânsia independentista, quer aderir à União Europeia?
Tal como os fervorosos independentistas da Escócia?
É que é estranho, saírem de uma para depois irem para outra.
Quanto a Portugal, quem é fraco alinha pelo discurso do mais forte. Se fossemos três vezes mais fortes aí talvez pudéssemos "bufar" se isso fizesse sentido.
Mas como é cómodo ser fraquinho...
Obviamente que eu tenho uma definição de "sistema" político, económico, etc. Estranho é quando é usado como termo vago para criticar tudo aquilo que não gostamos. Porque um partido que defende uma ideologia onde eu me revejo faz tanto parte do sistema como um partido que defende uma que eu abomino. Não deixo, no entanto, de defender o sistema que permite a coexistência dos dois e a livre expressão das suas visões políticas, desde que dentro da legalidade.
Em democracia, os valores e leis tendem a reflectir a vontade da maioria do povo duma Nação. Eu posso não gostar ou até achar uma carneirada uma determinada posição política, mas não deixo de a considerar legítima.
Há partidos políticos que vivem de questões fracturantes, e sem elas perdem capacidade de mobilização, o problema é quando os partidos do arco da governação vão na cantiga para ganhar votos e se põem a mexer em leis que não representam a vontade do povo ou quando usam estas questões para mandar areia para os olhos dos portugueses.
Para mim há questões mais importantes do que homossexualidade, aborto, etc. Mas essas não estimulam paixões nem ódios. E são muito incómodas porque poderiam levar a que se questionasse investimentos e a paragem de determinados fundos. Agora, o problema não é o sistema, é a iliteracia política dos portugueses que votam no clube e não nas políticas.
Agora vamos À parte dos valores... Até hoje ainda ninguém me mostrou que valores é que o Putin defende... até porque a maioria desta conversa da defesa da família, da cultura, da homossexualidade, etc. esbarra facilmente com a realidade, que é muito mais chata do que citar umas notícias da Sputnik ou dum site manhoso de extrema-direita.
Não vi nunca um político ocidental responsável ou com cargo de chefia defender o acto do aborto! O que foi defendido é que o aborto deve ser feito em segurança e a mulher deve ter o direito a decidir dentro dum prazo legal se quer ou não prosseguir com uma gravidez. O que se fez foi legislar uma situação que existia, que toda a gente sabia que exisitia, mas que era praticada na clandestinidade e que muitas vezes levava À morte das mulheres que o praticavam (aí já não conta a taxa de natalidade... mas a taxa de mortalidade). O aborto é hoje legal em determinadas circunstâncias, e pasme-se, desde 2008 que tem vindo a descer o número em Portugal.
Mais... de nada serve parir putos a torto e a direito para os deixar a passar fome ou entregá-los a Casas Pias. A forma de combater o aborto não é proibi-lo, mas sim criando condições para que os pais os queiram/possam criar.
Promover a homossexualidade é uma piada? Quem é que promove a homossexualidade? Os professores na escola? Os políticos que andam atrás das crianças para as desviar? É uma cena que põem nas vacinas?
Os migrantes? Antes da Expo98 Portugal recebeu milhares de imigrantes indocumentados e não se falava em nada, agora que vieram uma centena de refugiados para Portugal isto é que vai ser que vamos ser invadidos pelos monhés com bombas de caril!!!
Se estamos a falar de integração, isso é outra questão, que concordo que não tem sido feita de forma correcta. E na minha opinião isso acontece porque as elites normalmente vivem em mundos multiculturais e não entendem que entre a população as raízes contam, e quando estas são postas em cheque, levam a conflictos.
Não me parece ver grande culpa histórica aqui por Lisboa... E também não tenho visto muitas exibições de "feminismo" histérico. Talvez aí para os seus lados seja diferente...