Talvez esta opinião não seja muito popular aqui no fórum, mas francamente não vejo necessidade de se gastar um "balúrdio" de dinheiro em fragatas AAW.
Em que cenários é que esses meios seriam necessários? Será que são necessários para as missões que a Marinha tem para cumprir?
Quanto à primeira questão creio que esses meios seriam empregues preferencialmente na protecção de uma projecção de forças nacionais, quando (se?) o navpol estiver operacional ou integrando uma força multinacional no caso de um conflito ou potencial conflito de média/alta intensidade, já que não é previsivel ou sequer realista que entremos num conflito "a solo" com qualquer potencia naval.
Ora bem, no primeiro caso o cenário mais provável para a utilização do navpol e para uma projecção de forças nacionais "a solo", a costa oeste de África, não impõe, longe disso, a utilização de navios AAW. A potencial oposição não os torna necessários.
No 2º caso não competirá certamente a Portugal assumir um papel fulcral ou de lider em qualquer grande conflito regional ou global. Aí competir-nos-à colaborar com os nossos aliados e poderemos fazê-lo na vertente ASW, que bem necessária será. Nesse caso estaremos certamente inseridos numa força que nos dará a necessária protecção aérea.
Quanto à 2ª questão, se são meios necessários às missões da marinha? Se fossemos um país rico eu diria que sim. Acontece que não o somos e por isso digo que não.
As missões da marinha, já aqui foram descritas por vários foristas, e são matéria sobre a qual parece existir um grande consenso, neste fórum e fora dele (nalgum assunto isto havia de acontecer!!).
Quanto à participação em missões internacionais noutras partes do mundo já falei anteriormente. No que se refera à protecção e defesa da ZEE e do atlântico norte, creio que as ameaças existentes e perceptiveis para o futuro são de natureza irregular ou assimétrica, ou seja eventuais actos de terrorismo, ou de natureza submarina, alguma potencia hostil tentar impedir ou condicionar o trafego no atlantico através do uso ou da ameaça de usar a arma submarina.
A verdade é que realisticamente não existe hoje nem um futuro previsivel uma potencia hostil que possa constituir uma ameça, no âmbito da guerra aérea, para a NATO, na área do atlântico norte. Já do ponto de vista da ameaça submarina a questão muda totalmente de figura e por isso penso que é aí que devemos apostar e procurar reforçar as nossas capacidades.
Além do mais num cenário de confronto ou potencial confronto aéreo sobre o atlântico a nossa maior arma seriam sempre os F16 e não qualquer fragata AAW, mesmo que a tivéssemos.
Quanto a mim as prioridades da marinha estão definidas e foram muito bem identificadas. O problema tem sido a capacidade de realização. Os NPO, LFC, NPC e o Navpol, são autenticos "tiros na mouche", e se vierem todos ficaremos bem.
Quanto a mim ficam a faltar dois draga-minas, que francamente não percebo porque nem estão equacionados, e um bom MLU às fragatas.
Mesmo que pudessemos ter luxos, nem assim seria favorável às AAW, preferia mais um submarino.