Um militar no estrangeiro ganha bem, mas tambêm não é a exorbitância que toda a gente aproega.
Ou também vai-me dizer que o salário de recruta é bom?
m inquérito realizado pelo Estado-Maior das Forças Armadas a 42 mil participantes no Dia de Defesa Nacional, em 2005, revelou que a participação em missões de paz é o primeiro objectivo dos inquiridos (29%) que mostraram interesse em entrar para o Exército. E continua, em 2006, no topo das preferências dos candidatos a este ramo das forças armadas (F.A.), segundo confirmou ao Expresso fonte oficial do Exército.
“Obter um emprego fixo e seguro”, “adquirir formação profissional” e “integrar o quadro permanente das F.A.” seguem-se na lista de interesses. Mas no caso dos pretendentes à Força Aérea e à Marinha, estas últimas intenções surgem antes das missões internacionais.
Duarte Costa não estranha esta ambição dos jovens mancebos. “As missões de paz têm um alto grau de atractividade para jovens com espírito de aventura, que querem conhecer outros lugares e culturas e viver outras experiências. O Exército é uma porta para isso”, assinala.
Este oficial destaca que, “apesar de, com o fim do serviço militar obrigatório, em finais de 2004, ter havido uma redução global dos candidatos, o facto de agora serem voluntários constitui uma mais-valia sem precedentes, pois estão mais motivados”.
O treino que recebem é intenso e diversificado e, segundo o comandante do batalhão de formação, tenente-coronel Gomes da Silva, “há uma grande preocupação em dar aos jovens apetências para a reintegração na sociedade civil, como a informática, acrescentada ao novo programa de formação para os voluntários”. Depois da recruta os jovens podem optar por ficar um ano em regime de voluntariado ou fazer um contrato num mínimo de dois anos e um máximo de seis. Nesta fase, a remuneração anda perto dos 800 euros.
“Não temos dúvidas de que as forças armadas são cada vez mais uma opção para os nossos jovens”, sublinha Gomes da Silva. Mesmo que não queiram seguir a carreira, beneficiam no fim do serviço militar de uma série de incentivos, como prioridade no acesso à universidade ou a determinados empregos.
O comando do Exército faz um balanço ‘‘positivo’’ do voluntariado: “Permite dispor de um efectivo adequado em praças para garantir a prontidão da força operacional do Exército em três teatros de operações (Bósnia, Kosovo e Afeganistão) e, a partir de Outubro, no Líbano”.