Tomkat:
A sua anáilise acertou na mouche.
Hoje vivemos no primado do chamado realismo e pragmatismo, e os partidos de poder deixam na gaveta, tanto a ideologia como as promessas.
Mas se isso poderá ser bom para que se governe de acordo com as novas modas do neo-liberalismo, a verdade é que isso acabará a prazo com a credibilização da Politica e dos politicos.
Os partidos com mais votalão acabam por se "institucionalizar" como parece estar a acontecer agora com o BE, por exemplo.
Do outro lado, o CDS está em crise, exactamente porque também ele, sedento de poder, parece estar a esquecer as suas ideologias social-cristãs e a render-se às delícias do liberalismo.
O que acontecerá é que com tempo, a participação cívica das sociedades será cada vez menor, e haverá um divórcio entre a chamada "classe politica" e a população que não se revê nas politicas pragmáticas.
Quem deve fazer a politica são as pesoas e não as leis e manuais do neo-iberalismo e do monetarismo.
Sei que isso não é exclusivpo de Portugal.
Em praticamente todos os países, quando se chega ao poder, esquece-se o passado, esquecem-se as promessas, metem-se na gaveta os princípios, apressa-se a governar de acordo com o que se considera ser o correcto para os dias de hoje.
Deste modo, eu diria que a democracia estará condenada a prazo a uma doença.
Parece que vivemos agora novamente no podre rotativismo do século XIX que acabou por desgastar o prestígio das instituições e levou ao fim da Monarquia em Portugal.