Às vezes fico com a impressão de que em certos setores ligados à marinha, as pessoas realmente acham que neste país, não há ninguém que entenda como funcionam navios, como flutuam, como se movem, como funciona o sistema de locomoção e como funciona a eletrónica embarcada.
Em defesa desta senhora, no artigo que escreveu, ressalvo que ela mesma coloca a frase patética que volto a colocar aqui, como sendo da autoria de
um camarada mais antigo.
Ou seja, se eu tivesse que defender a Dama. diria que a senhora sabia perfeitamente que o que estava a dizer era um disparate, tanto que, atribui a autoria da frase a um velho que lhe disse umas quantas coisas ...
Usando as palavras de um camarada mais antigo: “Os NPO são patrulhas de nome, corvetas de tamanho e fragatas em complexidade”.
Este alegado «camarada mais antigo», lembrou-me a semana do mar (em Setubal) em que visitei a Sagres. Junto com algumas pessoas amigas.
No cais ao lado do navio, falavamos sobre o que significava NRP, ao que eu respondi que queria dizer «Navio da Republica Portuguesa».
Nessa altura, um senhor de já alguma idade,
apresentou-se como antigo marinheiro, que navegou na Sagres por mais de 20 anos e explicou que NRP, queria dizer "Navio Republicano Português"Obviamente, ninguém lhe disse nada, por uma questão de respeito ...
Mas isto faz-me crer que há realmente uma bolha em certos setores das forças armadas, que não resiste nem um minuto à agulha da inspeção de pessoas com um minimo, e repito, um minimo, de conhecimentos nestas áreas.
HelicópteroTemos falado sobre a questão do helicoptero nos NPO e estariamos aqui a fazer chover no molhado e a repetir a história toda.
Os NPO são grandes, por causa das condições de mar, porque são patrulhas e não navios combatentes.
A plataforma de voo já existia nas corvetas, mas não servia para grande coisa.
A versão espanhola dessas corvetas, era muito mais sofisticada, mas pura e simplesmente nem considerou helicóptero para nada, mantendo apenas uma pequena área para reabastecimento vertical ou evacuação de emergência.
O problema não é o navio não poder receber um helicoptero, o problema é que, no desempenho de uma das suas principais funções - o salvamento marítimo - que normalmente ocorrerá quando as condições de mar forem muito más, o vento e a ondulação tornam a operação do helicóptero demasiado perigosa.
Por favor, não me venham com o video já cossado, de um stunt publicitário que está online de um helicoptero a pousar num pequeno patrulha.
Há centenas de casos, em que vemos evacuações em alto mar a serem realizadas até de navios comerciais de cruzeiro, em que os helicopteros não pousam, e não pousam por alguma razão.
A questão do helicoptero nos NPO é um «não problema»Sistema Integrado de GestãoDepois de ler o artigo com um pouco mais de atenção, fico a saber que a complexidade de fragatas atribuida aos dois últimos navios NPO, advém da instalação de um sistema de gestão integrada, que dá ao comandante uma visão geral do estado do navio e que permite desempenhar tarefas com apenas alguns toques num ecrã.
Ora... Quem já tiver estado na ponte de comando, ou cabine de comando mesmo de pequenos navios, ou embarcações de recreio de 50 pés, sabe que os sistemas de gestão deste tipo, não só não são uma novidade, como são comuns e com o desenvolvimento dos processadores na última década, têm dado um pulo impressionante. É possível por exemplo, transferir combustível de um tanque para o outro, apenas com um toque num monitor táctil.
Os navios estão pejados de sensores, é verdade, e isso torna-os mais complexos, mas isso é o pão nosso de cada dia nos navios com menos de 10 anos.
É como a diferença entre um Smartphone 4G e um telemovel da Nokia daqueles mais antigos (não me lembro o nome).
Ou seja, dizer que os NPO têm a complexidade de fragatas, é a mesma coisa que dizer que o telemovel 4G, tem a complexidade de uma nave espacial.Isto é verdade, mas só quando comparamos os computadores das naves que foram à Lua a partir do final da decada de 1960 e inicio da de 1970, com o telemovel da Samsung ...
Fica esta impressão, como que a de um amargo de boca, desagradavel, de que esta senhora, como outros como ela, escreve estas coisas apenas para que os outros dentro da bolha se convençam entre si.
Na realidade, o rei vai nú.