Não se tratou de uma morte em instrução, isso é algo que pode acontecer e é um risco inerente à formação dada aos instruendos de forças de elite. Trata-se de mais de uma dezena de instruendos a ter de receber assistência médica em 67 efectivos durante um treino. Resultado final são 2 mortos 4 hospitalizados em diversos graus de gravidade.
Como isto faz parte de um historial de duvidosa honra para a instituição Comandos e atendendo ao percentual de afectados, não sei como se pode consideram isto um "acidente".
Digo e afirmo, ninguém com conhecimentos mínimos pode considerar a formação dada aos Páras, aos Fuzos ou aos Rangers, para não falar de algumas unidades de escol no seio dessas forças (DAE, SOGAS, PRECS, etc) pois são de um outro nível, como inferior física ou tecnicamente à que é dada nos Comandos. Que porra de justificação é que se consegue arranjar para a taxa de atrito que faz com que o numero de "acidentes", lesionados para a vida e mortos seja maior que a soma de todas as outras unidades da FA juntas e ainda podemos juntar as foras de elite da GNR e da PSP?
Existe uma diferença entre preparar fisicamente homens para o calor sede, frio e cansaço e simplesmente "lixar o cabedal" até tombar para o lado aos recrutas. Isso é fácil, qualquer grunho consegue fazer isso.
Não fui a favor da reactivação dos Comandos nos moldes com foi feito. Julgo que apenas vieram desviar recursos precisos e já de si escassos em outras unidades com mais valências e competências e capacidade de projecção (Páras), em nome de mais uma quintinha para enfiar mais uns entachados e, de enfiada, correr com a Armada (Fuzileiros) das missões ONU/OTAN (sim, fazia muita comichão a certas personalidades).
Agora, visto que o erro já foi cometido, também não sou a favor da extinção dos mesmos, mas se as mentalidades não se adaptarem, se a instituição Comandos não tirar as devidas lições disto, se estas imbecilidades continuarem a ocorrer, não tenho a mínima dúvida que devem ser extintos sem agravo nem apelo. Neste grupo em treino, o numero de baixas durante o exercício implicava que, pelos padrões OTAN, a unidade tinha deixado de existir como força operacional para combate. Espero que se tenha bem a noção disto.