Depois de ler as mensagens sobre este tópico, parece que há matéria, tema, controvérsia. A opinião maioritária dos linguistas foi sempre, e continua a ser, que o galego é uma forma de português. A Gramática de Lindley Cintra e Celso Cunha, de 1984, inclui um mapa dos dialetos do português europeu em que inclui os dialegos galegos. É também a opinião tradicional da romanística. Mesmo na Espanha, Menéndez Pidal sempre defendeu o galego dentro da língua portuguesa.
A teor dos vídeos que temos visto neste foro, a opinião da Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras, responsáveis em Portugal e no Brasil pela norma linguística, parece ser também a favor de considerar o galego uma variedade da língua comum. A integração de léxico da Galiza no Vocabulário da Porto Editora é outro exemplo. Portanto, há motivos linguísticos e culturais para a Galiza fazer parte da CPLP. Aliás, o governo autónomo já solicitou a sua entrada como observadora nesse organismo internacional. Não é uma questão de verdade ou mentira, acerto ou engano, mas de estratégia de futuro. Num mundo globalizado manter-se de costas à CPLP é uma grave perda de oportunidades, especialmente em termos económicos.
Outra questão é a das maiorias e minorias políticas, ou se existem as condições adequadas, ou se o governo espanhol está de acordo, ou a existência de partidos políticos galegos que defendam ideias com maior ou menor acerto. Acho que é possível opinar deste tema serenamente, com os dados na mão. Os que aqui andam a fomentar o fantasma do medo a um suposto "perigo galego" deveriam informar-se melhor e pôr cada coisa no seu lugar.