África 15:05Angola regista a maior taxa de crescimento do mundoO Fundo Monetário Internacional (FMI) revelou que Angola é o país que tem o maior crescimento económico do planeta, devendo expandir-se em cerca de 35% este ano.Pedro DuarteSegundo o FMI, em 2002, com o fim da guerra civil, o país arrancou para um novo ciclo marcado por um forte crescimento económico, sustentado principalmente pelo aumento das receitas associadas ao petróleo, reconstrução de infra-estruturas produtiva e realojamento de cerca de 4 milhões de deslocados internos. O Fundo nota que, na estrutura da economia Angolana, assumem especial relevância os recursos naturais – Petróleo e Gás (49%) e Diamantes (5%) representam 54% do PIB – e, na óptica da despesa, as exportações pesam 80% do PIB. Portugal e Angola mantêm relações económicas próximas: Angola é o nono mercado-destino das exportações Portuguesas e Portugal é o principal país de origem das importações Angolanas. Por outro lado, o nosso país está entre os cinco principais investidores no país Africano e, actualmente, há mais de 120 empresas lusas instaladas em Angola, segundo dados do Instituto Nacional de Estatíticas (INE). O investimento dirige-se, maioritariamente, para o sector imobiliário e financeiro e atingiu, em 2005, 64,59 milhões de euros. As relações económicas entre os dois países vão estar em debate na conferência "Portugal-Angola: Relações de Confiança", no próximo dia 22 de Junho, no Porto. A iniciativa é organizada pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal - Angola (CCIPA) em conjunto com o Banco Internacional de Crédito (BIC), e conta com a presença do Dr. Aguinaldo Jaime, Ministro-Adjunto do Primeiro Ministro de Angola, Eng.º Joaquim David, Ministro da Indústria de Angola, Professor Dr. João Cravinho, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, e Eng.º Mira Amaral, Presidente do Fórum para a Competitividade.Fonte
Angola's uncertain futureNov 16th 2007 From The Economist Intelligence Unit ViewsWireWhat happens when the oil runs dry?Angola continues to post strong growth rates, thanks to the booming oil sector. However, the industry is going to start shrinking from 2010 according to government figures, and it is far from clear that Luanda has an alternative growth strategy.Since 2005 Angola has been Africa’s fastest-growing economy, with GDP growth averaging 17% a year, and the rate is forecast to accelerate further, to 23.6%, next year. This strong economic performance is almost entirely attributable to increased oil production and booming prices, supplemented by strong growth in the construction and manufacturing sectors. Oil and gas account for more than 60% of GDP while diamonds bring in another 3%. Between them trade and agriculture account for a further quarter, but the manufacturing sector’s share is tiny. Equally, mining exports accounted for more than 99% of the total in 2006, with diamonds providing 3.6%, refined oil products and gas 1.8%, and crude oil almost 94%.The combination of oil wealth and a relatively small population (15.9m) means that Angola is one of the continent’s richer countries, with incomes per head in constant (2000) dollars having virtually doubled over the past five years. Income per head in 2000 prices now stands at US$1,340; this is still a long way behind small-population, oil-rich countries like Gabon (with an income per head of US$4,100) and Equatorial Guinea (US$3,300), but Angolan incomes are three times higher than in Nigeria (US$430).Poor human development track recordDespite this social development remains poor: Angola scores an index figure of 0.44 in the UN Development Programme's Human Development Index, compared with the Sub-Saharan average of 0.49. Life expectancy is only 41 years (six years below the Sub-Saharan average) and the infant mortality rate is 50% above the average for the continent. These figures illustrate the two main challenges facing the government: spreading oil wealth more fairly and diversifying the economy to reduce dependence on oil and diamonds before the oil wealth starts to run out.The government’s medium-term scenario shows GDP growth fluctuating between a high of 26.6% in 2008 and a low of 1.6% in 2011, to average some 8% annually over the next six years. However, the oil sector is forecast to shrink in 2010-14. Crude oil exports, projected to jump 44% to US$56bn in 2008, peak at some US$60bn in 2010 before declining to US$55bn in 2012. Diamond exports are forecast to grow another US$1bn to US$2.5bn by 2012 and other exports by some US$600m over the period. This means that, on current projections, the oil boom will turn down from 2010, by which time Angola must have found a new engine of growth and new source of government revenue.The country scores very poorly when it comes to competitiveness and Doing Business indicators, suggesting that the authorities need to make major reforms soon. However, as is so often the case in resource-rich countries, politicians are unlikely to prioritise difficult if essential structural reforms while oil and diamond exports are booming—all the more so when foreign investors, from China and elsewhere, are willing to pump money into the system regardless of the state of governance, very high levels of corruption or overall business conditions. Equally, the prospect of elections—the first in the country for 15 years—in late 2008 suggests that politicians will continue to defer potentially unpopular reforms, meaning that Luanda is likely to struggle to achieve sustained improvements in living standards and poverty reduction when oil-sector growth starts to falter.
Angola vai criar um fundo para investimentos nos mercados de capitais internacionais, alimentado com as receitas excedentes da venda de petróleo, anunciou hoje o ministro das Finanças angolano.Falando à imprensa à margem de uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) na capital da Arábia Saudita, Riade, José Pedro de Morais escusou-se a adiantar pormenores sobre a criação do fundo.Morais anunciou que até 31 de Dezembro estarão liquidadas todas as dívidas angolanas ao Clube de Paris, que chegaram a ascender a 2,3 mil milhões de euros.Em Março deste ano, Angola devia ao clube de credores 800 milhões de dólares em juros. Quanto ao financiamento futuro da reconstrução do país,o ministro afirmou que o governo vai privilegar operações de emissão de obrigações e empréstimos directos, em vez de acordos de financiamento garantido por petróleo como o mantido com o Eximbank da China."Dado que estamos a normalizar a nossa situação de crédito, não vamos usar mais petróleo como garantia para obter financiamento", afirmou. Este mês, Angola concluiu um acordo com um sindicato bancário, envolvendo vários bancos portugueses, para concesão de um empréstimo de 3,5 mil milhões de dólares.Dentro de meses, adiantou, será tomada uma decisão final sobre o lançamento de uma operação de venda de obrigações a investidores estrangeiros. Também para financiar projectos de reconstrução do país, será lançada uma operação de emissão de obrigações no valor de 1,5 mil milhões de dólares em 2008 e de mil milhões em 2009.Segundo afirmou hoje Morais, Angola deverá registar um excedente orçamental equivalente a dois por cento do PIB este ano e oito por cento no próximo ano.O ministro angolano adiantou ainda a intenção de aumentar o peso do euro nas reservas angolanas de moeda estrangeira - avaliadas em 10 mil milhões de dólares, das quais 70 por cento na moeda norte-americana."Estamos seriamente a considerar a possibilidade de diversificar para euro o portfolio das nossas reservas", adiantou, citado pela agência AP.Lusa
São já mais de 80 mil os portugueses emigrados em Angola. Aquele país africano é visto como o novo Eldorado para trabalhadores e empresários portugueses. Dois voos diários são já insuficientes.Porto, 4 de Fevereiro, 10 horas. Ana Rodrigues, 49 anos, impacienta-se frente ao balcão da Consulta do Viajante. Há mais de um mês que tem marcada a consulta médica indispensável para obter o visto que, em breve, lhe vai permitir ir trabalhar para Angola. Mas tem de aguentar. Os centros de saúde apenas com muita dificuldade conseguem dar vazão a tantos pedidos de vacinação. Ana, administrativa no Marco de Canaveses, reconforta-se com um pensamento: em breve, vai viver num clima quente, como gosta, e passar a auferir 2300 euros mensais contra os miseráveis 750 que tem levado para casa.Porto, Hotel Sheraton, 5 de Fevereiro, 10 horas. Centenas de empresários nortenhos enchem um vasto salão para ouvirem falar sobre as relações económicas entre Portugal e Angola. Para gáudio da assistência, uma instituição bancária acena-lhes com possibilidades de crédito para a internacionalização das empresas. Na mesa, um perito aguça-lhes o apetite com números: as exportações para Angola cresceram mais de 30% só nos primeiros 10 meses do ano passado. Contudo, alguém alerta: "Angola não é uma nova árvore das patacas. É um mercado exigente, que requer muito trabalho e qualidade".Ana Rodrigues e as centenas de empresários que, no Porto, sonham com Angola representam a esperança com que muitos milhares de portugueses de Norte a Sul do país olham a ex-colónia portuguesa. O desemprego e a falta de oportunidades parecem estar a encontrar respostas naquele país africano, onde a árdua tarefa de reconstrução nacional exige braços esforçados e grandes investimentos.Os dois voos diários para Luanda - operados pela TAP e TAAG - são já insuficientes para tamanha debandada. Isabel Palma, do Gabinete de Comunicação da TAP, confirmou ao JN que, no ano passado, a companhia tranasportou mais de 156 mil passageiros na rota Lisboa-Luanda-Lisboa. Ou seja, um aumento de 13% face a 2007. O objectivo da companhia é o aumento do número de voos semanais de forma a dar resposta à elevada procura. Também na TAAG, Agnela Wilper confirmou ao JN a intensa procura que tem sido registada nos voos entre Lisboa e Luanda.E como para a obtenção do visto de entrada em Angola é obrigatória uma vacinação prévia, as consultas do viajante de todo o país estão a ter grande dificuldade em dar vazão a tantos pedidos. Delfina Antunes, directora do Departamento de Saúde Pública do Norte, confirmou ao JN que dos 13500 utentes atendidos em 2008 nos cinco centros da região com consulta de viajante (três no Porto, um em Braga e um em Viana do Castelo), 9500 tinham como destino o continente africano. Destes, 70% rumavam a Angola.Para aumentar a rapidez de atendimento - no momento, a marcação de uma consulta pode demorar cerca de um mês - serão abertos mais dois centros de saúde em Bragança e Vila Real, além de alargados os períodos de funcionamento e instalado um programa informático de gestão integrada de marcação de consultas.Rui Encarnação, responsável pelo portal Netempregos, revelou ao JN que tem tido cerca de 150 ofertas de emprego por mês para Angola. "Em média, para cada oferta de emprego, recebemos cerca de 450 candidaturas", realçou.E o futuro trará ainda mais oportunidades aos portugueses, como afirmou ao JN Basílio Horta, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.