:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: Ordem do Infante para os "Gatos" JÁ
Lisboa: Câmara manda retirar cartaz do Gato FedorentoLisboa, 05 Abr (Lusa) - A Câmara de Lisboa vai mandar retirar um cartaz do grupo humorístico Gato Fedorento colocado "ilegalmente" esta noite no Marquês de Pombal, que satiriza outro cartaz contra a imigração colocado pelo Partido Nacional Renovador (PNR). Segundo uma nota do gabinete do vereador dos Espaços Públicos, António Proa, o cartaz dos Gato Fedorento, colocado ao lado do do PNR, "não possui licença camarária". Caso a notificação para a retirada do cartaz não seja cumprida, a autarquia vai "proceder à sua remoção coerciva", que terá que ser paga pelo infractor. Onde o PNR defende que "Basta de Imigração", com a imagem de um avião a descolar e a mensagem "Façam Boa Viagem", os humoristas do Gato Fedorento contrapõem "Mais Imigração!", com a imagem de um jacto a aterrar acompanhado da legenda "Bem vindos!". A sátira à mensagem do PNR estende-se a outras frases que os Gato Fedorento colocaram no cartaz: "a melhor maneira de chatear estrangeiros é obrigá-los a viver em Portugal" e "Nacionalismo é parvoíce". As caras dos quatro humoristas surgem caracterizadas à semelhança do presidente do PNR, José Pinto Coelho, com bigode e pêra, e reproduzindo a sua expressão facial no cartaz que na semana passada originou polémica pela mensagem contra a imigração e que foi vandalizado no dia a seguir a ser colocado. A nota da autarquia refere que em relação ao cartaz do PNR, cujas mensagens ficaram praticamente ilegíveis depois do vandalismo, "não tem capacidade legal" para o remover, ressalvando que "a lei confere total liberdade" às forças políticas e que a autarquia não pode agir "mesmo quando a razoabilidade e o bom senso assim o pareçam exigir". José Diogo Quintela, um dos "gatos", disse à agência Lusa que "se o cartaz estiver ilegal, tem de ser retirado", adiantando que a sua colocação passou pela produtora do programa "Diz que é uma espécie de magazine", que os quatro humoristas protagonizam. Contactado pela agência Lusa, o presidente do PNR, José Pinto Coelho afirmou que "saiu pela culatra" a intenção dos Gato Fedorento de "achincalhar" o cartaz dos nacionalistas. "É uma prova que o nosso cartaz não passou indiferente e que tocámos na ferida", afirmou. José Pinto Coelho referiu-se ao vandalismo que o cartaz do PNR sofreu, afirmando que mostra que "a liberdade de expressão é só para alguns". "Gozar com os portugueses que trabalham de sol a sol e que os enriquecem, comprando os seus DVD, é que é grave", disse o presidente dos nacionalistas, referindo-se à frase "Com os portugueses não vamos lá", inscrita no cartaz dos humoristas. O cartaz dos Gato Fedorento provocou crispação em alguns meios nacionalistas, como no site do Fórum Nacional Internet, em que vários utilizadores ameaçam explicitamente os humoristas, e do qual José Pinto Coelho fez questão de demarcar o PNR. Questionado pela agência Lusa sobre as ameaças, José Diogo Quintela afirmou esperar que "sejam só fogachos intempestivos", acrescentando que o grupo "não esperava reacções violentas, porque não há razões para isso". José Diogo Quintela recusou que o cartaz seja uma provocação aos nacionalistas, afirmando que é "uma piada e uma paródia, não é ofensivo e não pode ser visto como uma provocação".
Gato com protecção policialA Polícia Judiciária (PJ) já está a investigar as ameaças contra Ricardo Araújo Pereira, o principal rosto dos Gato Fedorento. Mais, o humorista tem protecção policial, classificada de “não intrusiva” e assegurada pelo corpo de protecção pessoal da PSP. E a Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB) “está a acompanhar as movimentações da extrema-direita, nomeadamente as ameaças a Ricardo Araújo Pereira”, apurou o CM.Tudo começou com a colagem de um cartaz, mesmo ao lado de outro do PNR sobre imigração no Marquês de Pombal, em Lisboa, da autoria do quarteto humorista. Um dia depois, no site Fórum Nacional – espaço cibernáutico da Juventude Nacionalista – os ‘posts’ de ameaça sucederam-se, ao ponto de se prometer uma visita ao colégio da filha de Ricardo Araújo Pereira, sob anonimato. As ameaças físicas são extensíveis a José Diogo Quintela, Tiago Dores e Miguel Góis.O visado considera “estranhas” as ameaças, mas recorda que já não é a primeira vez. No referendo ao aborto os Gato também foram alvo de ameaças. E assegura ao CM: “Não tenho medo nenhum desses idiotas.” Diogo Quintela acrescenta que os Gato “nunca deixaram de fazer nada por causa de pressões”. Não foi possível ouvir Nuno Santos, director de programação da RTP, onde os Gato fazem o seu programa.José Pinto Coelho, líder do PNR, lamenta as ameaças, mas, diz, só responde pelo partido.Ricardo Araújo Pereira, à beira dos 33 anos, é considerado um dos maiores humoristas da actualidade. É a figura mais visível do quarteto Gato Fedorento e estranha as ameaças.O OUTDOOR dos Gato Fedorento foi retirado ontem de manhã por ordem da Câmara de Lisboa. O do PNR ainda lá está mas, em virtude da poluição visual vai substitui-lo por outro na terça ou quarta-feira.2007-04-07 - 00:00:00fonte: http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=237552&idselect=90&idCanal=90&p=200
Castigando os costumes14.04.2007, José Pacheco PereiraNem o PNR, nem os Gatos Fedorentos fizeram os seus cartazes para os automobilistasO cartaz dos Gatos Fedorentos foi saudado encomiasticamente como uma nova forma de civismo, como representativo de uma acção política eficaz, com novidade e criatividade. As razões que são dadas têm a ver com o poder do humor, do riso "castigador dos costumes". Penso, no entanto, que essa não é a questão essencial... Duvido. Duvido da sua eficácia, duvido da sua vantagem, medindo-a em função dos objectivos explícitos dos seus autores e da mensagem pública que pretendiam transmitir. Duvido que, neste caso, haja riso suficiente para castigar os costumes. Bem pelo contrário, nem riso, nem castigo.Uma coisa é fazer uma capa do Inimigo Público, ou um cenário de um sketch televisivo, outra é um cartaz numa praça pública, ao lado de outro cartaz a que pretende servir de contraponto, instalados no terreno de uma questão política por excelência - a emigração - e que, por o ser, divide interesses, percepções e preconceitos. A transposição de uma linguagem como o humor de um meio controlado pelos seus próprios termos espectaculares - visto que a eficácia dos Garos Fedorentos vem essencialmente do texto representado e não da escrita - para o espaço público de uma praça, onde já praticamente ninguém "faz" política, é uma mudança qualitativa. O humor na Praça do Marquês de Pombal não transporta consigo os mesmos códigos do "espectáculo" original e tem efeitos perversos, ruído, incontroláveis pelos seus autores. É que do outro lado está o cartaz do PNR.É verdade que nem o PNR, nem os Gatos Fedorentos fizeram os seus cartazes para os automobilistas do Marquês de Pombal, mas sim para a comunicação social. O problema é que o cartaz do PNR foi um grande sucesso em todos os palcos e o dos Gatos Fedorentos comporta uma ambiguidade que o torna bastante menos eficaz. Comecemos pela desproporção de meios. O cartaz do PNR é o fruto de uma actividade minoritária e sitiada, feita no limbo da política portuguesa, com fracas possibilidades de ultrapassar os muito pequenos círculos de adeptos e fiéis da extrema-direita. Em condições normais nunca chegaria às páginas da imprensa e muito menos aos ecrãs da televisão a não ser em reportagens sobre os seus "perigos", feitas de forma claramente hostil. O cartaz solitário do PNR foi, por si só, uma grande publicidade e completamente conseguido nas suas intenções: fazer propaganda do partido e do seu líder. Na verdade, é ilusório pensar que o efeito de eficácia do cartaz fosse a sua mensagem antiemigrantes. Não, o efeito de eficácia do cartaz é dizer que aquele grupo e aquele senhor da fotografia têm a coragem de dizer aquelas coisas, "que muitos pensam", sobre a emigração. Ora este efeito foi plenamente conseguido, a contrario da tendência dominante da comunicação social. O PNR só tirou vantagens de colocar o cartaz pela visibilidade incomodada que obteve, alimentando-se das reacções que provocou.Pelo contrário, o cartaz dos Gatos Fedorentos vem desse mainstream, é mais uma manifestação desse mainstream comunicacional. Os Gatos exprimiram aquilo que toda a gente acha bem pensar sobre a emigração, mesmo que depois o sinta bastante menos do que o pensa. A sua mensagem passa não pelos interstícios, onde tudo corre com mais força, como acontece com a do PNR, mas no amplo leito de cheia de um rio de planície. É por isso que o efeito de humor não é subversivo, para usar esta palavra, prega aos convencidos.Por outro lado, quando o cartaz dos Gatos foi lá colocado ao lado, o do PNR já se encontrava vandalizado, coberto por jactos de tinta que pretendiam cobrir as frases mais polémicas e a cara do dirigente do PNR. As pinturas de tinta nos olhos são uma metáfora do acto de cegar, transmitem uma imagem de violência, contrariamente, por exemplo, aos bigodes ou aos narizes de palhaço (que apareceram na última campanha eleitoral) que pretendem apenas ridicularizar. Ora aqui também ganha o PNR, visto que a imagem vandalizada do cartaz reforça subjectivamente a sua imagem de perseguidos, mostra uma intolerância qualquer de que eles são vítimas. O cartaz limpinho dos Gatos face ao cartaz vandalizado do PNR resulta muito menos poderoso como mensagem. É verdade que a comunicação social não deu relevo, como devia dar, à vandalização do cartaz do PNR, talvez percebendo que a força simbólica daqueles olhos perfurados favorecia o PNR. Aqui a eficácia do cartaz do PNR continuou, é certo que apenas para os automobilistas, enquanto a retirada do cartaz dos Gatos pela CM Lisboa, por não ter cumprido os requisitos legais, suscitou críticas, mas nenhum sobressalto da opinião pública. O efeito de intolerância e de vitimização esteve sempre do lado do PNR. O segundo cartaz do PNR colocado há poucos dias reforça essa imagem com a frase "As ideias não se apagam / Discutem-se", o que mostra como o PNR percebeu bem como explorar o sucesso do primeiro cartaz.O problema não está, como é óbvio, no facto de os Gatos Fedorentos, enquanto grupo de humoristas, fazerem política pura e dura, em pleno espaço público. Nem sequer penso ser comparável o acto de fazer este cartaz com os sketches que foram criticados como "políticos" na última campanha referendária sobre o aborto. Só que a intervenção dos Gatos Fedorentos será agora julgada pela sua eficácia política e não pelo riso que provoque.Este palco suplementar implica um risco acrescido de trivialização da imagem do grupo, acentuada igualmente pelo peso da publicidade, multiplicando actos de humor sucessivos que, a uma dada altura, tem uma pérola de humor para dez pedras de meia graça esforçada. Foi este caminho que levou esse outro humorista genial, Herman José, à crise actual. Mas o risco maior é o de as pessoas começarem a identificar uma orientação política explícita na actuação do grupo. Porque, depois, começam a perguntar-se por que razão é que eles acham o PNR, Portas e Lopes ridículos e Louçã não. Ora esta pergunta não tem humor nenhum, porque os maus "costumes" que o riso "castiga" estão bastante bem distribuídos em todos os lados da política. Historiador
In a world filled with so much geopolitical uncertainty, an escape hatch has an enduring appeal. For those with means, the so-called golden visa — a citizenship by investment program, technically — has almost unlimited upside. But political pressure to end or overhaul such programs has increased in recent years, which means there may be no time like the present to obtain one. One country whose program recently changed is Portugal, and the country's revised approach — that funds must be invested locally rather than just used to buy real estate — may be creating a new kind of safe-haven asset, for now.