CPLP acordo ortográfico da língua portuguesa

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Re: CPLP acordo ortográfico da língua portuguesa
« Responder #75 em: Maio 20, 2015, 02:07:04 am »
O império ortográfico
Citação de: "Rui Ramos, Observador"
O chamado “Acordo Ortográfico” tornou-se obrigatório esta semana – ou talvez não, pois que tudo nesta matéria é confuso. O Brasil ou Angola são, geralmente, as razões dadas para passarmos do acto ao ato. Mas o Brasil nunca mostrou demasiado entusiasmo ou pressa em partilhar uma mesma ortografia com Portugal – a nova grafia ainda nem sequer é obrigatória por lá. Quanto a Angola, continua a pensar. A parte portuguesa andou aqui à frente. Porquê?

Para perceber o Acordo Ortográfico, não basta recuar a 1990. É preciso, pelo menos, voltar a 1961. Nesse ano, o ditador Salazar, sem consultar o país, decidiu que Portugal desenvolvera com os povos extra-europeus sujeitos à administração portuguesa uma relação tão especial, que se justificava defender essa administração contra tudo e contra todos. Em 1974, a direcção revolucionária das forças armadas, também sem consultar o país, decidiu abdicar dessa administração e abandonar territórios e populações à ditadura e à guerra civil dos chamados “movimentos de libertação”. Não renunciou, porém, ao mito da relação especial. Essa relação teve uma novo avatar enquanto “solidariedade anti-imperialista”, quando uma parte do MFA também quis ser “movimento de libertação”, para depois, em democracia, se redefinir como “comunidade de língua”.

Foi assim que, para além das independências, as oligarquias democráticas mantiveram o império numa versão linguística, a que era consentida por uma das “línguas mais faladas do mundo”. Alguém então se terá lembrado que Fernando Pessoa escreveu algures que “a minha pátria é a língua portuguesa”. Nunca importou a ninguém o que Pessoa quis dizer com a frase, logo entendida como o direito de qualquer português continuar a sonhar com mapas onde Portugal, sendo talvez pequeno, tem uma língua muito grande (“a sexta mais falada do mundo”, etc.). Acontecia, porém, que, entre Portugal e o Brasil, havia diferenças. Era preciso apagar esses vestígios de fronteiras, pelo menos no papel. Só assim (argumentava-se), a língua poderia emergir como única e grandiosa, reunindo o que se separara e impondo-se ao que resistia. No fundo, este acordo ortográfico é apenas o sintoma de uma descolonização mal resolvida.

Dir-me-ão: mas não temos ou não deveremos cultivar as tais relações especiais com os Estados onde o português é língua oficial? Sim, claro. Mas é importante, a esse propósito, não esquecer duas coisas. A primeira é que relações especiais não significam necessariamente ausência de diferenças e de distâncias. Estas diferenças e distâncias são aliás, no que diz respeito ao Brasil, muito mais profundas e irreversíveis do que convém admitir ao imperialismo linguístico. O português escrito no Brasil não se distingue apenas pela ortografia, mas pelo vocabulário e sobretudo pela sintaxe. A existirem, as relações especiais não deviam depender de quaisquer homogeneizações, irrelevantes ou impossíveis, mas de uma maior intensidade de comunicação, que habituasse portugueses e brasileiros às características de escrever e de falar uns dos outros. Ao reconhecer isso, há porém que reconhecer isto: não há assim tanto interesse de um lado e do outro num intercâmbio demasiado enérgico. As culturas que tradicionalmente mais fascinam portugueses e brasileiros não são as dos outros países de língua portuguesa, mas, por muitas razões, a das grandes potências do Ocidente, como os EUA. Este Acordo Ortográfico é, portanto, uma ilusão.

Mas há uma segunda coisa: a língua portuguesa não nos une apenas ao Brasil ou a Angola ou a Moçambique, mas também à Espanha, à Itália, à França, mesmo à Inglaterra e a outros países europeus ou de formação europeia. E a esse respeito, o Acordo Ortográfico tem um efeito perverso: afasta o português escrito dessas outras línguas europeias, com as quais tem raízes comuns, por via da rejeição, como em reformas anteriores, da grafia etimológica. A palavra acto assim escrita ainda sugere a palavra act para um inglês que não fale português. Ato, não. Num momento de integração europeia, optamos por uma grafia tropical, destinada a complicar a decifração do português pelos nossos vizinhos e parceiros mais próximos (como se já não bastasse a nossa pronúncia impenetrável). Não vou reclamar o regresso da philosophia. Mas é pena que tivéssemos deixado de ter uma palavra que evocasse imediatamente a philosophie francesa ou a philosophy inglesa. Era aliás assim que Pessoa gostava da sua pátria: “Philosopho deve escrever-se com 2 vezes PH porque tal é a norma da maioria das nações da Europa, cuja ortografia assenta nas bases clássicas ou pseudo-clássicas”.

O Acordo Ortográfico é, entre nós, a última manifestação de um paroquialismo colonial que se voltou contra si próprio: não podendo aportuguesar o Brasil, vamos abrasileirar Portugal, a ver se salvamos o mapa onde não somos pequenos. Mas é precisamente assim que parecemos e somos pequenos. A grandeza, hoje em dia, deveria consistir em tratar os países que têm o português como língua oficial sem fraternidades falsas, paternalismos deslocados, ou sujeições ridículas. E passa também por perceber que há muito mais populações, para além das que falam português, com quem temos uma história e um destino em comum.

O resultado de todos estes devaneios de imperialismo linguístico é que deixámos de ter uma ortografia consensual. O regime tenta agora compensar isso através do terrorismo escolar exercido sobre crianças e jovens. O que começou como um disparate acaba numa indignidade.
Fonte: http://observador.pt/opiniao/o-imperio-ortografico/

Cumprimentos,
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Re: CPLP acordo ortográfico da língua portuguesa
« Responder #76 em: Maio 20, 2015, 06:28:17 pm »
Paulo Rangel, deputado do Parlamento Europeu, no programa Conselho Superior (RDP – Antena 1) emitido em 18 de Maio de 15: http://www.rtp.pt/play/p296/e195315/conselho-superior.

AO90 «É língua política, não política da Língua»
Citar
[transcrição]
Aquilo que realmente aqui importa ter em atenção é que o “acordo ortográfico” já vem dos anos 90, agora foi imposto definitivamente nas escolas (os alunos que não escreverem segunda a nova regra, no fundo, passarão a estar a errar e portanto serão penalizados nos seus exames e nos seus testes por essa circunstância), mas este “acordo ortográfico”, que pretendia unir todos os países de falantes de Português, na verdade só está em vigor em Portugal; quer dizer, não está no Brasil, onde não foi levado avante, não está em Angola e não está em Moçambique, para falar, no fundo, daqueles três países que aqui poderiam “contar”, do ponto de vista da população e da sua importância futura. E portanto, no fundo, isto não é um “acordo ortográfico, isto é uma “norma ortográfica” puramente para o continente europeu.

Qual é o problema, aqui? É que isto, basicamente, é uma língua política e é muito mau misturar política e Língua. Portanto, não compreendo como é que o Governo continua a insistir neste erro, que aliás já vem de vários governos anteriores, não sei o que é que se passa na "5 de Outubro", de cada vez que chega lá um Ministro acaba por se deixar deslumbrar pelo "acordo ortográfico",  mas o que eu acho que isto revela é que em vez de nós termos uma política da Língua temos uma Língua politizada e uma língua política.

Repare: não tem sentido nenhum, o “acordo ortográfico”; ele retira-nos das nossas raízes, que são as raízes do Latim, em particular; afasta a Língua, hoje, de um conjunto de… para estrangeiros que estudam Português torna-se muito mais difícil porque nós estamos cada vez mais um pouco com a norma italiana, que é uma norma puramente ortográfica e que não tem a ver com as raízes das palavras, que nos permitiam identificá-las, no Inglês, no Francês, no Espanhol, ainda Rui Ramos recentemente chamou a atenção para isso, e portanto temos esse problema.

Há um outro aspecto que me parece que é lamentável também, aqui, que é o aspecto de, no fundo, nós sairmos cada vez mais da busca dos Clássicos, do Grego, do Latim, que seriam fundamentais para a aprendizagem das nossas crianças e que eu lamento imenso que estão completamente abandonados, nomeadamente o Latim – em Portugal – está numa situação que não tem paralelo nos outros países da Europa, como Língua estrangeira (embora uma Língua morta mas fundamental para a compreensão do Português), e na verdade isto representa muitas outras coisas; eu lembro que, no início, este Governo, enfim, de que eu sou apoiante, como é sabido, chegou a pensar eliminar a segunda Língua, nomeadamente o Francês; quer dizer, o que é uma coisa que não tinha sentido absolutamente nenhum, portanto, a segunda Língua estrangeira, digo eu; portanto, eu acho que, sinceramente, nós temos neste momento, depois do exemplo que foi dado na semana passada, língua política a mais e política da Língua a menos.

E portanto eu pedia que, agora, que vamos entrar em período eleitoral, os Partidos pensassem bem numa política da Língua, que acabassem com este disparate que foi o "acordo ortográfico" e que pensassem [inaudível]  na política para segundas Línguas estrangeiras, para além do Inglês.  Acho que era fundamental que num país como Portugal, que é um país europeu, periférico, os nossos alunos têm capacidade multi-linguística; isso fará uma diferença enorme no futuro a favor deles. E portanto seria oportuno pensar no Português, pensar no Inglês e pensar nas restantes Línguas que nós temos de falar. Eu prefiro política da Língua a Línguas politizadas, a línguas políticas.
[/transcrição]
Fonte: http://ilcao.cedilha.net/?p=18503

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Re: CPLP acordo ortográfico da língua portuguesa
« Responder #77 em: Maio 23, 2015, 06:18:27 pm »
Na barafunda ortográfica
Citação de: "Arsenio Mota"
Consumou-se o facto: sozinho, Portugal nada em seco nas águas estagnadas do Acordo Ortográfico assinado no Rio de Janeiro em 1990. Sozinho porque nenhum outro dos países lusófonos o ratificou até hoje ou parece interessado na sua aplicação. Mas cá no rectângulo ibérico, “orgulhosamente a sós” como se sabe, o AO90 passou a ser artigo de lei.

A situação consumou a barafunda. Nenhum país lusófono segue a ortografia acordada ou uma mesma ortografia com poucas e pequenas variantes. Vinte e cinco anos depois, o Acordo descambou em desacordo, o tratado (que realmente a ninguém servia), foi destratado.

O governo, que desgoverna Portugal, pode ter muito jeito para lidar com as estratégias do neoliberalismo e os negócios escuros das privatizações dos bens nacionais lucrativos cobiçados por especuladores internacionais. Pode até pretender-se convincente a evangelizar o povo para o empobrecimento. Mas é completa a sua falta de jeito para avaliar simplesmente o valor patrimonial principalíssimo da nossa língua materna.

Assim chegámos à situação actual, tão incomodativa, desagradável e acabrunhante, que põe na boca expressões de repúdio e desconforto, contundentes e feias que a pessoa cordata tem de evitar. É deprimente, canhestra e mesmo algo idiota. Deixou o país encurralado na caricata figura em que se vê.

Não se entende à primeira, nem talvez à segunda, que uma instituição idónea como a Academia das Ciências continue a assistir aos acontecimentos sem esboçar intervenção correctiva rápida e eficaz. A “nova ortografia” das consoantes mudas não unificou nada, serviu apenas para criar divisões no ambiente nacional e agravar a confusão de quem escreve. Urge resolver a situação, encontrar uma saída, de modo a libertar as escolas, as editoras de jornais e livros, enfim, toda a comunicação social da sujeição à ortografia que a lei estabeleceu definitivamente como a única legal.

O lado dos críticos que se opunham ao AO90 de facto não tem parado de crescer. Ganham força as evidências do que se passa no terreno, a barafunda ortográfica que se estabeleceu. É preciso que esta questão, de relevo verdadeiramente nacional, ganhe sem delongas espaço no parlamento e, também ali, as posições e decisões que a emergência da situação aconselhe.
Fonte: http://arseniomota.blogspot.pt/2015/05/na-barafunda-ortografica.html

Politico sem qualidades
Citação de: "Artur Coimbra"
1) Há declarações que chocam, pelo menos quem ainda tem um pingo de consciência, pela desvergonha com que são proferidas. Como há limites para os desaforos de um primeiro-ministro, seja ele quem for. Neste caso, verdadeiramente, um “Politico sem Qualidades”, parafraseando um título retirado ao célebre romance de Musil…

No início da semana passada, e em ambiente de pura demagogia, ante um auditório de jotinhas do seu partido, Passos Coelho não se coibiu de afirmar que os fins que prossegue justificam os meios. Nem mais. A mesmíssima metodologia usada nas ditaduras, nos totalitarismos. Os portugueses foram meros joguetes nas mãos de um autocrata que apenas se preocupou em reduzir o défice, “custasse o que custasse”, sem o mínimo respeito pelas pessoas concretas, pelas famílias.

O homem teve a lata de afirmar que, perante a situação que encontrou em 2011, e depois de eleições que venceu com base na mentira e na aldrabice (isso não disse, porque toda a gente sabe…), tinha um remédio para “ministrar” aos portugueses, ou seja, uma agenda política, quer gostassem, quer não gostassem.

Num registo patético, referiu, não antevendo qualquer contestação: «O objectivo que temos é o de vencer a doença, não é o de perguntar se as pessoas durante esse processo têm febre ou têm dor, se gostam do sabor do xarope ou se o medicamento que tomam lhes faz um bocado mal ao estômago ou qualquer outra coisa. Quer dizer, se os efeitos secundários de todo o processo por que se passa valem ou não valem a cura».

O primeiro-ministro esteve-se marimbando, ao longo destes anos, ele o reafirmou, para os alegados “efeitos secundários”, segundo a sua pobre literatura, ou seja, para os problemas concretos dos portugueses, para os centenas de milhares que foram para o desemprego, para os centenas de milhares que foram obrigados a emigrar (chegou, entretanto, ao ridículo de criar uma brincadeira de crianças a tentar com que regresse quem ele forçou a abandonar o país…), para os milhares de portugueses que ficaram sem casa e sem carro, que passaram para a situação de insolvência, que foram obrigados a tirar os filhos dos infantários ou das universidades e os pais dos lares; para as centenas de milhares de funcionários públicos a quem cortou salários e férias, além de feriados que tinha obrigação de respeitar, se tivesse alguma cultura histórica. O mesmo se aplica aos reformados de diferentes sectores.

O homem de memória curta que se “esqueceu” de pagar os impostos que todos pagam, e que não se lembra hoje, porque não convém, o que era a Tecnoforma, quando toda a gente sabe a aldrabice que foi; o homem que não olha a meios para atingir os fins; o homem que obrigou os portugueses a pagar as vigarices do BPN e que se prepara para fazer o mesmo relativamente ao BES/Novo Banco; o homem que vendeu em saldo tudo o que havia para vender no país, e que quer à fina força alienar a TAP, nem que seja a custo zero, criminosamente, enfim, o homem que deixa o país sem anéis nem dedos e que se gabou desde o início de ir “muito além da troika”, é um político sem qualidades, sem carácter, naturalmente bem coligado com espécie idêntica e irrevogável de um partido menor.

Um homem cuja “doença incurável” é o primarismo, o arrivismo, a sede de poder, a arrogância. Um político vaidoso hoje já insuportável!...
Um homem que merece em Outubro ser recambiado definitivament e para Massamá, porque já ontem era tarde…

2) A partir de 13 de Maio, entrou em vigor outra monstruosidade, chamada “Acordo Ortográfico”, que vem dos tempos moribundos do primeiro-ministro Cavaco Silva (1990).
Mais nenhum país de expressão oficial portuguesa tem o acordo em vigor; há países que ainda nem sequer o aprovaram.

Mas, como sempre, impera a mania bem portuguesa de querer ir à frente… nem que seja para o abismo, ou a imbecilidade, como é o caso. O português é secularmente provinciano e empenha-se em fazer gala de aplicar um acordo de que mais ninguém quer saber…

Somos um país de idiotas, sem qualquer dúvida.

Como há muito se defende, e eu subscrevo, não há qualquer razão válida para este acordo que não uniformiza coisa nenhuma, pelo simples facto de que mantém a dupla grafia em diversas palavras, torna ouras ilegíveis, instaura a confusão onde deveria continuar a haver clareza.

O Acordo de 1990 que entrou em vigor 25 anos depois, representa tão só uma inqualificável capitulação do lado português perante o Brasil, alegadamente para facilitar as relações comerciais e económicas, o que nem sequer acontece por causa da língua, mas por outros factores, como a distância geográfica e a política proteccionista do lado de lá em relação aos produtos portugueses. Além de que, leu-se na comunicação social, deu-se o caso anedótico de Portugal exportar livros escritos segundo o alegado AO para o Brasil que foram mandados para a lixeira, porque não seriam legíveis para os brasileiros. Estamos a brincar ou quê? Ou a quê?

E a culpa não é dos brasileiros, obviamente, é dos políticos sem coluna vertebral, nem a mínima dignidade, que nos têm governado ao longo deste quarto de século, numa manifestação de parolismo que envergonha.

É evidente que, depois do Acordo e apesar do Acordo, Portugal e o Brasil continuam a não se entender em matéria de ortografia. Porque, sendo a língua a mesma, a grafia não o é, nem o significado das coisas.

O rato em Portugal, é mouse no Brasil; o adepto é torcedor, o guarda-redes é goleiro, o comboio é trem, o autocarro é ônibus, o fato terno, o golo gol, o ramo de flores é o buquê e o calção é short.

A casa de banho portuguesa é banheiro no Brasil, como o pequeno-almoço é o café da manhã, o telemóvel é o celular, e conduzir é dirigir.

E já nem falamos em palavras que em Portugal não se utilizam, como desgrudar, curtir, fofocar, gatona, chope, vipões, garçonete. E tantas outras…

Que acordo é que é possível num universo em absoluto desacordo?

Só se explica por uma estratégia de rendição por parte de políticos portugueses sem qualquer craveira, que querem à força obrigar todo um povo a usar a língua de um modo uniformizado, padronizado, obsessivo, irrespirável.

Chama-se a essa abjecção totalitarismo, absurdo, ainda que estejamos em democracia formal, desde há quatro décadas. São os cadáveres nos armários do cavaquismo!...

Obviamente, não me sinto obrigado, nem o farei, a escrever os meus textos, a minha liberdade livre, de acordo com aquilo de que discordo geneticamente.

Estarei em absoluto desacordo ortográfico com a idiotice dos nossos governantes e da Academia das Ciências, que deveria defender a Língua Portuguesa, a Pátria simbólica de todos nós!

Não o faz. Tem de ser cada um de nós a fazê-lo individualmente! É o que continuarei a fazer, neste e em outros areópagos!...
Fonte: http://www.correiodominho.com/cronicas.php?id=6788

Ler com um bocado de sal:

O Acordo Ortográfico e o Ataque à Identidade da Nação Portuguesa
Citação de: "João José Horta Nobre"
O passado dia 13 de Maio de 2015, ficará nos anais da história de Portugal como o dia em que se deu mais uma facada na identidade portuguesa com a alegada obrigatoriedade de se passar a escrever conforme o Acordo Ortográfico de 1990. Consumado assim o vil crime, é preciso dizer-se que esta alegada "obrigatoriedade" não tem qualquer base legal e constitui mesmo uma ofensa dirigida contra todos aqueles que ainda se orgulham de ser portugueses e que resistem corajosamente, como e onde podem, aos permanentes ataques que contra si são dirigidos pela imprensa anti-patriótica e o actual regime dito "democrático", que desde 1974 parece tirar um prazer especial em atentar contra tudo aquilo que seja elemento constituinte da identidade portuguesa.

O porquê do Acordo Ortográfico é fácil de entender e explica-se em poucas linhas. Trata-se acima de tudo de mais uma "peça" no grande plano que desde 1974 está a ser aplicado contra Portugal e que tem como fim último a destruição e aniquilação definitiva da Nação Portuguesa. As ideologias malsãs e internacionalistas, tais como o Liberalismo e o Marxismo, não vão descansar enquanto não reduzirem a pó as nações e as suas respectivas identidades. A destruição da língua (elemento fulcral de qualquer identidade nacional) é um passo essencial no caminho para a destruição da Nação.

O actual regime que se alega como sendo "democrático", mas que nem sequer fez um referendo a perguntar aos portugueses se queriam o maldito Acordo Ortográfico, (tal como não fez nenhum referendo aos milhões de portugueses que abandonou no Ultramar durante a "descolonização exemplar"), é o exemplo perfeito de um regime criminoso, dirigido por criminosos e que nos pretende arrastar a todos para o abismo da desonra eterna se não lhe colocarem rapidamente travões.

O Acordo Ortográfico constitui uma traição à identidade dos portugueses e à sua cultura. É no mínimo escandaloso que hajam "intelectuais" que se arroguem assim o direito de tentar moldar a nossa cultura ao sabor das suas preferências ideológico-políticas. Acaso julgam que somos o quê? Uma Nação artificial como muitas das que foram inventadas no Terceiro Mundo, nas décadas de 1960 e 1970 para servir os interesses soviéticos e americanos?

Não! Não! Não! Mil vezes NÃO!!!

Quando os "intelectuais" adeptos do totalitarismo políticamento correcto pretendem falar de Portugal, é bom que dobrem a língua antes de o fazer, pois estão a falar de uma das nações mais antigas da Europa e do Mundo. Aliás, fica-lhes até mal falar em língua portuguesa, pois têm a língua demasiado suja para tal devido a tanta asneira que proferiram ao longo das últimas décadas...

Para os internacionalistas que desde 1974 estão aos comandos dos destinos da Nação portuguesa, destruir Portugal é não apenas um dever, como uma obrigação. É imperativo para esta gentalha destruir a nossa língua, a nossa memória colectiva, a nossa história e as nossas raízes identitárias. Desprovida destes elementos, qualquer Nação irá necessariamente transformar-se numa presa fácil do internacionalismo apátrida que pretende provocar a dissolução das nações.

Mas é preciso que se diga o nome da canalha que promoveu e permitiu a concretização deste autêntico atentado à nossa identidade. Desde logo e em primeiro lugar, o Presidente da República Cavaco Silva que nunca devia sequer de ter saído do covil em Boliqueime onde em má hora foi parido. Em segundo lugar, o ex-Primeiro-Ministro Pedro Santana Lopes, o tal playboy dos "violinos de Chopin". Em terceiro lugar, o ex-Primeiro-Ministro José Sócrates, um "artista" que dispensa apresentações e que eu apenas espero que continue hospedado na prisão de Évora por muitos e bons anos. Em quarto lugar, o Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, que decidiu ir em frente com a loucura e tornar obrigatório o Acordo Ortográfico, em lugar de simplesmente o ter revogado. Em quinto lugar, todos os ministros da educação desde 1990 que não tiveram a coragem de denunciar o Acordo Ortográfico. Em sexto lugar, todos os primeiros-ministros desde 1990 que não foram aqui nomeados, mas que também partilham da responsabilidade na traição à identidade portuguesa.

A escumalha que acima foi nomeada constitui inegavelmente o núcleo duro dos arquitectos da tragédia nacional que se está a começar a revelar em pleno nos dias actuais e cujas consequências ainda estão longe, muito longe, de se fazerem ver e sentir no seu pleno. Os portugueses a seu tempo logo irão abrir os olhos e perceber a "massa" de que esta gente é ou foi feita...

Estou certo de que o Acordo Ortográfico irá acabar por ser cobrado politicamente mais tarde, ou mais cedo. Da mesma forma de que estou certo de que o povo português irá acabar por ter um ajuste de contas com a história e fazer justiça contra aqueles que hoje o pretendem destruir, furtando-lhe a Pátria e tudo o que esta tem de mais belo e Sagrado.
Fonte: http://historiamaximus.blogspot.com/2015/05/o-acordo-ortografico-e-o-ataque.html

Cumprimentos,
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Re: CPLP acordo ortográfico da língua portuguesa
« Responder #78 em: Maio 25, 2015, 08:00:45 pm »
Como o AO90 é visto lá fora: «A vitória das telenovelas brasileiras.»

Il portoghese si fa ‘più brasiliano’ con l’accordo ortografico
Citação de: "EuroNews Italiano"
Nel 1968 il poeta brasiliano Vinicius de Moraes incontra a Lisbona Amália Rodrigues. Da quell’incontro nasce un album Amália/Vinicius.

Portogallo è entrato in vigore il nuovo accordo ortografico della lingua portoghese. Un evento importante perché a dicembre toccherà anche al Brasile.

La CPLP – Comunità dei Paesi di Lingua Portoghese – ha stabilito la creazione di vocabolari ortografici nazionali e, ulteriormente, un vocabolario ortografico comune che consoliderà tanto il lessico quanto le specificità di ogni Paese di lingua portoghese.

La vittoria delle telenovele brasiliane
In molti parlano della vittoria della telenovela brasiliana. Infatti, già da decenni i portoghesi si sono abituati all’accento dell’ex colonia, sui teleschermi per diverse ore al giorno.

La Comunità dei Paesi di Lingua Portoghese
La CPLP – Comunità dei Paesi di Lingua Portoghese – ha stabilito la creazione di vocabolari ortografici nazionali e, ulteriormente, un vocabolario ortografico comune che consoliderà tanto il lessico quanto le specificità di ogni Paese di lingua portoghese. Oggi sono 8 le nazioni che fanno parte della CPLC: Brasile, Portogallo, Angola, Capo Verde, Guinea Bissau, Mozambico, San Tomè e Principe e Timor Est.

I termini dell’accordo
L’accordo è frutto di un lungo lavoro dell’Accademia Brasiliana di Lettere e dell’Accademia di Scienze di Lisbona. È stato firmato nel 1990 ed è entrato in vigore, non in maniera definitiva, nel 2009 sia in Brasile che in Portogallo.

Entrambi i paesi hanno stabilito insieme un periodo di transizione in cui sarebbero valide le normative anteriore e quelle nuove. Questo periodo avrebbe dovuto essere di 3 anni in Brasile (per il Brasile scaduto nel 2012) e di 6 in Portogallo.

Cosa cambia
I fautori della riforma sostengono che i benefici saranno notevoli: dall’uniformità nelle ricerche via Internet al linguaggio giuridico internazionale. Il progetto è un importante tentativo di dare al portoghese un’identità internazionale. Ma cosa cambia? Fondamentalmente, la maniera di scrivere di alcuni vocaboli. Su internet ci sono, già, dei siti con un istrumento di correzione ortografica che mostra com‘è adesso e come diventerà ogni vocabolo che subirà un cambiamento.

Le modifiche ortografiche
Un esempio su tutti è la parola ‘selezione’, che si scriverà ovunque ‘seleção’, come i brasiliani chiamano tra l’altro le proprie squadre nazionali. Chi cambia di più è il Portogallo, con l’1,4 per cento delle parole contro appena lo 0,4 del Brasile. Su alcuni vocaboli, in mancanza di accordo, le differenze sui due lati dell’Atlantico verranno mantenute. Così come, ovviamente, sulla lingua di tutti i giorni, che differisce assai di più che quella ortografica. Probabile che traduzioni e doppiaggi di film restino separati, come già avviene adesso.

Libri scolastici
Nelle scuole portoghesi, per esempio, il processo è stato rimandato di qualche anno e i libri di testo sono stampati ancora con la vecchia ortografia. Se alcuni giornali si stanno preparando ad adeguarsi alla nuova norma, altri dichiarano che tale adeguamento non fa parte delle loro priorità.

Il ‘bivio’ linguistico degli autori e le parole di José Saramago
Le case editrici hanno deciso di lasciare agli autori la scelta della norma da utilizzare per i loro testi. La società civile continua a presentare le sue proteste soprattutto attraverso internet. Riteniamo anche che l’applicazione di una riforma di questo tipo riguardi non soltanto quello che viene pubblicato ma anche il modo di scrivere degli individui, interferendo con i processi cognitivi legati alla scrittura e imparati nell’infanzia.

“Io continuerò a scrivere come sempre – disse prima di morire José Saramago, commentando l’accordo – Poi sarà un problema dei correttori di bozze”.

Portoghese quarta lingua più parlata al mondo
La riforma trova ispirazione nella potenzialità del portoghese, di fatto la quarta lingua più parlata al mondo dopo mandarino, inglese e spagnolo. I madrelingua portoghesi nel mondo sono 290 milioni. Se si calcola il numero di coloro che parlano portoghese sul pnostor pianeta, la cifra raggiunge quota 400 milioni.

Un processo lungo e complesso
In Brasile, il processo è più avanzato dato che l’Academia Brasileira das Letras ha pubblicato in fretta il suo VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), che però riguarda soltanto la norma brasiliana.

Per contro, l’Angola e il Mozambico, i due più importanti paesi africani di lingua portoghese, non hanno ancora firmato il trattato. Capo Verde e a S. Tomé e Príncipe, seguono quello che avviene in Portogallo.

Il precedente
In Cina, nella metà dello scorso secolo, sono stati semplificati i caratteri tradizionali e oggi, quell’alfabeto rappresenta uno dei due modi standard della scrittura cinese contemporanea. La semplificazione fu decisa dal governo della Repubblica Popolare Cinese per promuovere l’alfabetizzazione.

I protagonisti della rivoluzione ortografica
Portal da Língua Portuguesa (Fundação para a Ciência e Tecnologia) – Vocabulário Ortográfico Português (VOP) – http://www.portaldalinguaportuguesa.org

Porto Editora – Infopédia – http://www.infopedia.pt

Academia Brasileira das Letras – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) – http://www.academia.org.br /a nossa língua / busca no vocabulário

Livraria Melhoramentos – http://www.livrariamelhoramentos.com.br /Guia Reforma Ortográfica
Fonte: http://ilcao.cedilha.net/?p=18606

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Re: CPLP acordo ortográfico da língua portuguesa
« Responder #79 em: Maio 27, 2015, 01:41:46 am »
Língua estufada
Citação de: "Alberto Gonçalves"
O AO permitiu que o idioma que já se praticava maravilhosa mas obscuramente nos romances, na academia, no jornalismo, na retórica política, nos programas televisivos e nas "redes sociais" indígenas alcançasse projecção, desculpem, projeção internacional.

Quase nem valeria a pena lembrar o que aconteceu à língua inglesa. Durante séculos, foi falada e escrita de maneiras diferentes na Inglaterra e na Irlanda, na América e na Austrália, na Libéria e no Gana. Não era uma simples questão de cor local, mas uma tragédia que levava um sujeito de Norwich, em Norfolk, a rabiscar colour e um sujeito de Norwich, Connecticut, a preferir color. E nunca os governos dos referidos países, inspirados por académicos e cidadãos responsáveis, impuseram um padrão comum, que unisse a grafia de Monróvia, Uganda, à de Monrovia, Califórnia. Se houve gente sensata a propor a união, ninguém a ouviu. O resultado é o que se sabe: o inglês definhou e hoje apenas subsiste, para consolo de nostálgicos e excêntricos, no cinema, na televisão, na música popular, na Internet, nos jogos de vídeo, na diplomacia, em muita literatura contemporânea, em boa parte dos ensaios científicos e no jargão das ruas do Ocidente. O desleixo paga-se caro.

Felizmente que em Portugal não se brinca com coisas solenes. Por cá, a prevenção manda e mandou consagrar aquilo que, na alma navegante de cada lusófono, constituía uma necessidade gritante: um acordo ortográfico (AO) para o português. A ideia, inicialmente mastigada por duas dúzias de génios nos seus imensos tempos livres, tornou-se oficiosa em 1991, mereceu a aprovação do prof. Cavaco em 2008, subiu a regra nos documentos do Estado em 2012 e fez-se obrigatória há dias.

Não imagino que sanções se aplicarão aos prevaricadores daqui em diante (sugiro açoites na praça ou a digestão dos discursos da dra. Edite Estrela). Sei que o AO se mostrou fundamental na afirmação do português no mundo. À semelhança de um grupo coral de afónicos, uma língua repleta de "cês" mudos, por exemplo, não convenceria ninguém. Falo (e escrevo) por experiência própria: sempre que narrava um "facto" trivial a um estrangeiro, o fulano olhava-me com desprezo ou troça. Desde que passei a contar-lhe "fatos" é vê-lo encolher-se perante a pujança da expressão. E quem respeitava os acentos agudos nas paroxítonas? Sem acentos, o português -língua fica igual ao português -povo da gesta marítima: heróico, perdão, heroico.

Por enquanto, o AO permitiu que o idioma que já se praticava maravilhosa mas obscuramente nos romances, na academia, no jornalismo, na retórica política, nos programas televisivos e nas "redes sociais" indígenas alcançasse projecção, desculpem, projeção internacional. Em breve, graças às desenfreadas exportações livreiras (crescimento de cerca de 0% em seis anos, segundo a Porto Editora) e ao contágio do tipo ébola, a projecção, chiça, projeção vai transformar-se em domínio: os anglófonos, francófonos e etc. irão abdicar dos seus dialectos, mau Maria, dialetos e, enfim, ceder ao verbo de Natália Correia e Marco António Costa.  

Não tarda, a Terra toda escreverá e falará como nós. Excepto, agora a sério, alguns países lusófonos que ignoram o AO, para irritação dos que, na língua, se afligem mais com a forma do que com o conteúdo. São os mesmos que, em matéria de livros, gostam de os cheirar, tocar e dormir com eles – e depois não lêem, irra, leem nada que preste. É tara de semi -analfabetos, raios me partam, semianalfabetos.
Fonte: http://www.sabado.pt/print/opiniao/104/lingua_estufada.html (via ILC AO)

Cumprimentos,
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Re: CPLP acordo ortográfico da língua portuguesa
« Responder #80 em: Maio 30, 2015, 05:50:27 pm »
Discussão sobre o novo Acordo Ortográfico ignorou países africanos diz linguista
Citação de: "Lusa"
O linguista moçambicano Feliciano Chimbutane defendeu que a discussão sobre o novo Acordo Ortográfico nos países lusófonos foi bipolarizada, considerando que o debate foi dominado por Portugal e Brasil, ignorando os outros países falantes de língua portuguesa.

"O grande problema sobre o Acordo Ortográfico reside no facto de que, inicialmente, disse respeito a Portugal e Brasil apenas e as outras nações foram simplesmente levadas na trela. Não houve atenção de integrar as preocupações das outras nações", disse à agência de notícias Lusa o professor de linguística da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane, a maior de Moçambique.

Para o investigador moçambicano, as intenções do novo Acordo Ortográfico “são boas”, na medida em que é importante que se aglutinem as várias formas existentes, procurando uma uniformização da escrita na língua portuguesa.

"A escrita é resultado de uma convenção, as pessoas sentam-se e decidem como deve ser a escrita", afirmou Feliciano Chimbutane.

Por seu turno, a especialista em línguas Fátima Ribeiro considera que a questão do novo Acordo Ortográfico não possui nenhuma relevância para Moçambique, na medida em que o país ainda tem muitos problemas que deviam constituir prioridades.

"Nós não temos capacidade financeira para aplicar tudo aquilo que a adesão ao Acordo Ortográfico implica, por exemplo, a questão da revisão dos livros escolares, a formação dos professores e dos próprios jornalistas", afirmou Fátima Ribeiro.

Para a especialista, o Acordo Ortográfico não atingiu o seu principal objectivo, que era o de uniformizar a escrita entre Portugal, Brasil e os outros países falantes de língua portuguesa.

"Nós continuamos a ter grafias duplas para muitas palavras", afirmou, acrescentado que "não é relevante que a escrita seja universalidade".

Fátima Ribeiro entende ainda que o novo Acordo Ortográfico não contempla todos os aspectos que devia, ilustrando, a título de exemplo, a questão das influências que o português está a ter das línguas bantu.

"O acordo ortográfico devia ter sido uma oportunidade para discutir, por exemplo, como representar alguns sons das línguas bantu. Isso seria útil para países como Angola e Moçambique", declarou.

Fátima Ribeiro disse também que o ensino bilingue, que está a ser introduzido no ensino primário em Moçambique, vai diminuir o contacto que as crianças têm com a língua portuguesa, principalmente nas zonas rurais.

"A língua portuguesa, com o ensino bilingue, vai entrar apenas como uma disciplina. Sendo a escola um importante meio de difusão da língua, tenho uma certa reserva sobre o que será da língua portuguesa", adiantou a especialista.
Fonte: http://noticias.sapo.mz/info/artigo/1442901.html

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Re: CPLP acordo ortográfico da língua portuguesa
« Responder #81 em: Junho 15, 2015, 08:30:49 pm »
“O português brasileiro precisa ser reconhecido como uma nova língua. E isso é uma decisão política”
Citar
Um dos mais importantes linguistas do País, professor da UnB diz que na academia se faz política o tempo todo e se assume militante da causa do idioma nacional.
http://www.jornalopcao.com.br/entrevistas/o-portugues-brasileiro-precisa-ser-reconhecido-como-uma-nova-lingua-e-isso-e-uma-decisao-politica-37991/ (via ILC AO)

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Re: CPLP acordo ortográfico da língua portuguesa
« Responder #82 em: Junho 20, 2015, 04:55:09 pm »
Referendo ao "acordo ortográfico" de 1990
Citar
O “Acordo Ortográfico” de 1990 (AO90) não é, em rigor, um “Acordo”, uma vez que, internamente, não tem consistência ao nível da “unificação” da ortografia; e, externamente, não foi ratificado por todos os Países de Língua oficial portuguesa; nem é “Ortográfico”, pois o seu texto prevê a existência de facultatividades.

1. Não foram produzidos quaisquer estudos prévios para justificar as relações de custo-benefício advenientes da adopção do AO90. Não houve qualquer discussão pública sobre o AO90, nos seus vários momentos. Por exemplo, entre 2005 e 2008, durante o processo de aprovação do 2.º Protocolo Modificativo ao AO90, foram emitidos 27 Pareceres, dos quais 25 foram negativos em relação à ratificação. Tais Pareceres negativos de Especialistas e das entidades consultadas não foram minimamente tidos em conta pelos governantes, que aprovaram e ratificaram o 2.º Protocolo Modificativo ao AO90, ao mesmo tempo que corria uma Petição-manifesto contra o mesmo, subscrita por 113.000 cidadãos. Ou seja, quer a opinião negativa da maioria das entidades consultadas, quer a movimentação da contra a sociedade civil foram totalmente escamoteadas, por parte dos decisores políticos.

2. Não há nenhum argumento de carácter linguístico, pedagógico ou cultural que justifique a adopção de mais uma reforma ortográfica em Portugal. Bem pelo contrário.

Os resultados da imposição forçada do AO90, por via da Resolução do Conselho de Ministros n.º 8/2011, estão à vista: o “AO”90 falhou os seus objectivos, nomeadamente o objectivo quimérico da unificação das variantes do Português (objectivo impossível, dado que o AO90 regula apenas certos aspectos da ortografia, não incidindo sobre nenhum dos restantes aspectos da linguagem escrita: o léxico, a sintaxe, a morfossintaxe e a semântica), bem como uma alegada “simplificação” da “língua”, a que corresponde a uma total insegurança ortográfica.

O caos ortográfico grassa nos vários dicionários, correctores e conversores, gerando, amiúde, erros ortográficos anteriormente inexistentes.

Os efeitos do AO90 reflectem-se também na linguagem falada, adulterando a forma como os Portugueses pronunciam as palavras alteradas pelo “Acordo”.

Nos últimos 4 anos, foi criada uma língua artificial “orwelliana”, com centenas de palavras novas, até aí inexistentes em qualquer das ortografias (“conceção”, por “concepção”; “receção”, por “recepção”; “perceção”, por “percepção”).

Além disso, existem na ortografia brasileira casos de duplas grafias, nas quais, porém, a variante do uso das consoantes etimológicas “c” e “p” é mais frequente: “perspectiva”, “respectivo”, “aspecto”.

De qualquer dos modos, a eliminação arbitrária das consoantes “c” e “p”, ditas “mudas”, em boa verdade afasta as ortografias do Português europeu e do Brasil.

E, mais grave do que isso, as “aplicações” do AO90, com as entorses referidas, afastam a ortografia do Português-padrão da ortografia das principais Línguas europeias, de matriz ou influência greco-latina. Quereremos nós afastar-nos da civilização global e da identidade de matriz europeia, protegida constitucionalmente (artigo 7.º, n.º 5)?

A situação actual, de anarquia gráfica, é insustentável e lesa inapelavelmente a Língua Portuguesa, o nosso Património Cultural imaterial, bem como a estabilidade ortográfica.

A riqueza de uma Língua está na sua diversidade. O AO90 não corresponde a uma “evolução natural” da língua, mas a uma alteração forçada, em sentido negativo e empobrecedor.

3. Há muito que a maioria dos Portugueses vê como indispensável um Referendo Nacional, de modo a dar a voz ao Povo nesta matéria.

Ora, a Constituição da República Portuguesa (CRP) permite justamente a submissão a Referendo das questões de relevante interesse nacional que sejam objecto de Tratado internacional (artigo 115.º, n.º 3, da CRP); o que é o caso do Tratado do AO90 e das alterações que sofreu (através dos seus Protocolos Modificativos).

A Iniciativa poderá provir dos cidadãos (artigo 115.º, n.º 2, da Constituição), como é o caso da presente.

4. Antes da realização de eleições (ou, se for o caso, após estas), os agentes políticos deverão dizer qual o seu sentido de voto, na Assembleia da República, em relação à presente Iniciativa de Referendo: se votarão a favor; ou se, no mínimo, viabilizarão esta Iniciativa, através da abstenção na AR.

5. Convocado o Referendo Nacional, faremos campanha.

Os resultados reflectirão o modo como todos os utentes da Língua pensam acerca da ortografia que melhor corresponde a um uso sustentado da mesma, no quadro das línguas europeias da mesma família.

6. Apelamos a cada Português para que assine esta Iniciativa de Referendo; e, na medida do possível, pedimos que angarie assinaturas(dentro do seu meio, da sua família, do seu círculo social; ou até, mais latamente, de forma pública).

(...)

7. A Lei Orgânica do Referendo exige um mínimo de 75.000 assinaturas; o que torna ingente este trabalho logístico.

Esta Iniciativa apenas poderá chegar a bom porto com o seu contributo.

Cada impresso pode conter 30 assinaturas; o que facilita a angariação de subscrições.

O Património cultural imaterial da Língua Portuguesa agradece encarecidamente o seu inestimável contributo.

(...)
Fonte: https://referendoao90.wordpress.com/

Cumprimentos,
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Re: CPLP acordo ortográfico da língua portuguesa
« Responder #83 em: Julho 10, 2015, 04:48:25 pm »
Vice do Supremo diz que o acordo ortográfico é inconstitucional e não pode ser usado nos tribunais
Citação de: "Pedro Sales Dias, Público"
O vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça Sebastião Póvoas considera que a aplicação da resolução do Conselho de Ministros que obrigou as escolas e todos os organismos do Estado a aplicar o novo acordo ortográfico é inconstitucional e não pode ser aplicada também nos tribunais.

“Independentemente de abordar a constitucionalidade e a legalidade desta resolução, é inquestionável que a mesma não se aplica aos tribunais mas, apenas, e eventualmente à Administração Pública”. Sebastião Póvoas denuncia que o Conselho de Ministros, com esta resolução que é “inconstitucional a título orgânico”, violou “os princípios da separação de poderes”, não respeitou a “equiordenação entre os órgãos de soberania” e a “independência dos tribunais“. Acusa também o Conselho de Ministros de “usurpação de poderes”.

A denúncia foi deixada pelo magistrado da mais alta instância judicial em Portugal numa declaração de voto de vencido a propósito da decisão do Supremo que recentemente confirmou a pena disciplinar ao juiz Rui Teixeira por este ter rejeitado receber documentos com o novo acordo ortográfico. “Nos tribunais, os factos não são fatos, as actas não são uma forma do verbo atar, os cágados continuam a ser animais e não algo malcheiroso e a Língua Portuguesa permanece inalterada até ordem em contrário”, escreveu então Rui Teixeira num despacho.

Sebastião Póvoas concorda e elogia aquele juiz, destacando que foi “rigoroso” por ter, afinal, tentado evitar “a aplicação de um tratado não vigente”.

E porquê é que o tratado não está afinal em vigor? “Se o Acordo/Tratado não foi ratificado por todos os Estados que o subscreveram (e não o foi, seguramente, por Angola e Moçambique) não está em vigor na ordem jurídica internacional”, esclarece Sebastião Póvoas.

O juiz avisa que o novo acordo ortográfico coloca em causa princípios e direitos consagrados na Constituição da República, como o “princípio da identidade nacional e cultural”, o “direito à Língua Portuguesa” e o “princípio da independência nacional devido às remissões para usos e costumes de outros países, para se apurar quais as normas resultantes de algumas disposições do acordo ortográfico, que remetem para o critério da pronúncia”.

Neste ponto, o Sebastião Póvoas sublinha que a Constituição “não pode ser alterada através de uma lei de revisão constitucional, mediante a consagração de vocábulos estranhos ao Português europeu, seguindo o acordo ortográfico, por atentar contra limites materiais de revisão”.

A resolução do Conselho de Ministros de 2011 determinou que, “a partir de 1 de Janeiro de 2012, o Governo e todos os serviços, organismos e entidades sujeitos aos poderes de direcção, superintendência e tutela do Governo aplicam” a nova grafia “em todos os actos, decisões, normas, orientações, documentos, edições, publicações, bens culturais ou quaisquer textos e comunicações”. Para o vice-presidente do Supremo, porém, esta resolução “consubstancia uma ordem” e um poder que o Governo “não tem em relação à administração indirecta e à administração autónoma”, onde se incluem os tribunais.

[continua]
Fonte: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/vice-do-supremo-diz-que-o-acordo-ortografico-e-inconstitucional-e-nao-pode-ser-usado-nos-tribunais-1701581?page=-1

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Re: CPLP acordo ortográfico da língua portuguesa
« Responder #84 em: Agosto 19, 2015, 05:24:26 pm »
A pseudodefesa do português
(18 de Agosto de 2015)
Citação de: "Paulo Ranger / Público"
1. A ratificação pelo Presidente da República do Acordo relativo ao Tribunal Unificado de Patentes e àquilo a que, com algum simplismo, se pode chamar o regime da patente europeia criou uma grande celeuma acerca da defesa do uso do português nas instâncias internacionais. Quem conhecer bem o andamento dos trabalhos na concepção e feitura desta legislação – e, designadamente, os meandros das discussões travadas no Parlamento Europeu –, logo se aperceberá como esta guerra em pretensa defesa da língua portuguesa não passa de uma bravata serôdia.

A ideia inicial foi sempre a de propor como única língua de trabalho o inglês. O que fazia todo o sentido. É sabido que hoje mais de 90 por cento das patentes são directamente redigidas em inglês, porque resultam do labor de grupos de cientistas e investigadores de equipas multinacionais, que adoptaram o inglês como sua “língua franca”. Por outro lado, porque, para afirmar a competitividade europeia no quadro global, é absolutamente determinante ter um regime comum de patente, que seja facilmente acessível a qualquer um dos outros agentes empresariais, científicos e competidores globais. Negar a evidência de que o inglês tem hoje, enquanto veículo de comunicação o papel de autêntica língua franca (embora não francesa…) é o mesmo que negar idêntico estatuto ao latim na Idade Média e até na Idade Moderna. Importa salientar que os alemães em geral aceitavam esta posição. E que mesmo italianos e espanhóis mostravam alguma abertura para não impor a sua língua como língua de trabalho, se a escolha recaísse única e somente no inglês. Sucede, todavia, que os franceses, com o seu habitual escrúpulo francófono, não aceitavam, em caso algum, deixar cair o francês. E, nessa hipótese, os alemães, cuja importância em matéria de patentes era evidente, não abdicavam do alemão. E idêntica posição assumiram espanhóis e italianos, que, porque as suas línguas não foram reconhecidas, acabaram por ficar de fora do Acordo. A posição alemã é compreensível: prescindiriam do uso da sua língua, se se conseguisse o objectivo de fixar uma única língua (o inglês). E a posição italiana ainda poderia ter alguma sustentação, já que 10 por cento das patentes europeias têm origem italiana (embora, como se frisou, a respectiva materialização seja já escrita em inglês). Já a espanhola, só se compreendia à luz de uma profícua indústria de tradução, que muito tinha a perder com este novo regime e de pruridos nacionalistas (ou castelhanistas) equivalentes aos franceses. A solução final foi a que tanto se critica: inglês, francês e alemão, deixando a Espanha e a Itália fora da cooperação reforçada.

2. Confesso que não compreendo o alcance da crítica. A defesa do português não passa por este tipo de “nichos”. Como dezenas de vezes, tentei explicar aos colegas espanhóis, a importância do espanhol e também do português impõe-se por si mesma e não por decreto. É antes do mais um facto demográfico e geopolítico – e por mais que alemães e franceses ponham em letra de forma a possibilidade de uso dos seus idiomas, nenhum desses tratados vai parar a expansão do espanhol ou do português. Não é pela circunstância de a França ser intransigente em cada negociação diplomática que o francês, enquanto língua de comunicação global, deixou de entrar em declínio irreversível. Insisto: não há lei que trave a dinâmica demográfica. Como, aliás, por experiência amarga, tem evidenciado a actual crise migratória…

3. A defesa do português faz-se por um ensino competente e exigente da língua nas escolas. Faz mais pela soberania e pela identidade um bom ensino da língua e da história que mais um voto no Conselho Europeu ou um deputado no Parlamento Europeu. Faz-se também e decisivamente pela cooperação – através do envio de professores – com Timor, com a Guiné-Bissau, com Moçambique ou com Macau, onde a língua sofre ameaças. Faz-se pela abertura de institutos de língua portuguesa nas metrópoles globais, nos territórios económicos-alvo, em velhas praças portuguesas (como Goa ou Malaca). Não é em sede de registo de patentes e de outros nichos análogos que se defende o português.

4. Isto leva-nos até mais longe. Haverá alguém que ponha em causa o orgulho nacional sueco, dinamarquês ou norueguês, apesar de serem línguas faladas por um punhado de milhões de pessoas? E de praticamente todos os seus habitantes serem hoje bilingues, falando um inglês de nível altamente satisfatório (especialmente se comparado com o de outros povos)? E de, pasme-se, a grande maioria dos seus políticos se exprimir nas instituições europeias, não na língua nacional, mas em inglês? Com o argumento, de resto, autêntico, de que defendem melhor os interesses dos seus povos fazendo-se entender perfeitamente do que passando por interpretações simultâneas directas ou até consecutivas. Será que os escandinavos são masoquistas e querem destruir a sua cultura e língua?

5. O que falta não é o português no regime das patentes. O que falta – e nunca houve – é uma política da língua, ou melhor, uma política das línguas. Uma política que tenha como primeiro pilar um ensino rigoroso e exigente do português. E que não desdenhe o papel do latim (e do grego) – que começa timidamente a ser recuperado – e que é raiz essencial da nossa língua e cultura. Que tenha como segundo pilar, uma aprendizagem universal, e desde tenra idade do inglês, enquanto língua franca, sem nacionalismos nem patriotismos bacocos. Que tenha como terceiro pilar, a obrigatoriedade de ensino de uma segunda língua estrangeira (de preferência, não a mesma para todos os alunos e cuja oferta deve ter em conta a importância para a nossa rede cultural e comercial). Que tenha como quarto pilar, o fomento do português nas zonas dos países lusófonos em que este está em risco. E como quinto pilar, o investimento no ensino do português em cidades que, pelo relevo económico ou cultural, justifiquem essa aposta. Isto sim devia ser patenteado. E em português.

(...)
Fonte: http://www.publico.pt/politica/noticia/a-pseudodefesa-do-portugues-1705268?page=-1 (via Apartado 53)

Cumprimentos,
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Especialistas debatem Acordo Ortográfico
« Responder #85 em: Novembro 08, 2015, 02:24:57 pm »
Que fantochada, infelizmente será uma das poucas oportunidades das pessoas mostrarem realmente que não aceitam o acordo e como a sua implementação foi um abuso; não foram ouvidas as pessoas - apenas foi consultado quem lhes dava jeito - e nem foram respeitadas as próprias regras do acordo.

Especialistas debatem Acordo Ortográfico, por "uma verdadeira reforma"
(8 de Novembro de 2015)
Citação de: Jornal i / Lusa
Mais de duas dezenas de especialistas discutem o Acordo Ortográfico, a partir de segunda-feira, durante dois dias, uma iniciativa da Academia das Ciências, que quer debater "uma verdadeira reforma ortográfica".

"O que o português precisa é de uma verdadeira reforma ortográfica. Há muitos pontos que necessitam de revisão e que não estão contemplados no texto do Acordo Ortográfico", disse à Lusa uma das organizadoras do colóquio, a lexicógrafa Ana Salgado.

Ana Salgado respondia assim à questão de uma possível extemporaneidade da iniciativa, já que o Acordo Ortográfico entrou em vigor em 2011 e só agora a Academia o debate. É que, disse, não se trata de discutir o acordo de 1990 ou o de 1945, “porque recuar agora no Acordo Ortográfico seria um descalabro”, mas sim porque "há a necessidade de olhar a ortografia, trabalhar novos documentos, estabelecer uma reforma ortográfica".

"Com esta iniciativa pretende-se envolver as comunidades científicas lusófonas e todos os interessados numa questão de transcendente importância para o futuro da língua portuguesa, no respeito e valorização das tradições nacionais, sem prejuízo de eventuais aproximações aconselhadas pelo uso comum do mesmo idioma em circunstâncias idênticas", diz a Academia de Ciências na apresentação do colóquio.

E Ana Salgado acrescenta que esta será a primeira de outras iniciativas sobre o mesmo tema, porque é preciso "abrir portas" e "ouvir opiniões".

"Ortografia e Bom Senso" é o tema da acção e, como salientou a responsável, junta pessoas que defendem o acordo de 1990, outras que consideram que devia ser revisto e outras que querem a sua abolição pura e simples.

Se, por um lado, está presente por exemplo Malaca Casteleiro, que defende o Acordo, estará também Ivo Barroso, liminarmente contra e que à Lusa lamentou que o documento tenha sido "negociado secretamente" e nunca discutido com os portugueses.

Para o professor e jurista, o Acordo é mesmo inconstitucional, já que os cidadãos portugueses nunca foram informados dele e, em 25 anos, apenas se fizeram dois debates, ambos no parlamento.

É por isso que, diz, o colóquio de segunda e terça-feira "será um evento histórico" e "uma oportunidade rara de as posições científicas prevalecerem sobre a retórica".
Fonte: http://www.ionline.pt/479191

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« Última modificação: Novembro 08, 2015, 02:28:30 pm por Get_It »
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«O injustificável acordo orto(?)gráfico»
« Responder #86 em: Agosto 07, 2016, 09:14:01 pm »
O injustificável acordo orto(?)gráfico
(7 de Agosto de 2016)
Citação de: Gastão Cruz, Público
Reabriu, porventura com redobrada intensidade, a (felizmente) nunca fechada querela acerca do chamado “acordo ortográfico”.

Importa começar por dizer que a alteração às normas da escrita do português que dá por esse nome é uma aberração injustificável, assente em equívocos provenientes de uma notória falta de ponderação e de uma gritante insensibilidade linguística.

É, evidentemente, por isso que tantos escritores recusam ter em conta o rol de incongruências que compromete e invalida essa proposta nova forma de escrever português.

Chamando as coisas pelos seus nomes, é uma completa irresponsabilidade que os políticos (de vários sectores) persistam em defender tamanha aberração, ou, como fez, há dias, numa entrevista, o meu velho amigo e excelente poeta Luís Filipe Castro Mendes, assumam uma atitude de ligeireza e quase indiferença perante a medonha agressão que o “Acordo” representa.

A questão do chamado “acordo ortográfico” consiste, essencialmente, no facto de ele ser uma completa inutilidade, que desfigura desnecessariamente o português escrito, em nome de um suposto objectivo cujo ponto de partida não passa do erro gerado por um entendimento absurdo do que faz divergir os diferentes usos da língua.

A que se destinariam, então, as alterações agora introduzidas na nossa grafia, tal como ela tem existido desde 1945?

O “objectivo” seria, segundo se afirma, “a unificação da ortografia do português em todo o espaço lusófono”.

A pretensa necessidade de aproximação colocar-se-ia, sobretudo, entre as duas variantes ortográficas principais, as utilizadas em Portugal e no Brasil.

O que foi feito assenta na suposição errónea de que as diferenças entre o português europeu e o sul-americano são fundamentalmente ortográficas, quando sabemos bem que a separação maior dessas duas vertentes não reside no domínio da ortografia, e sim nos planos vocabular e sintáctico.

Nenhum brasileiro, alguma vez, deixou de entender um texto oriundo de Portugal, por causa da grafia usada até há pouco (e que continua a ser utilizada por muitos, entre os quais me incluo), assim como nenhum português jamais encontrou qualquer especial dificuldade, por causa das diferenças gráficas, em apreender o que tenha sido escrito de acordo com as normas vigentes em terras brasileiras.

Poderei, a simples título de exemplo, citar um caso que me parece representativo de diferenças de outra ordem, que não a ortográfica, entre as duas vertentes da língua.

Encontrei, em dado momento, uma notícia publicada no jornal O Globo, com o curioso título “Jornalista preso por grampos”.

[continua]
Fonte: https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-injustificavel-acordo-ortografico-1740498?page=-1

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Re: CPLP acordo ortográfico da língua portuguesa
« Responder #87 em: Novembro 17, 2016, 10:11:33 am »
Fim do Acordo Ortográfico nas escolas? Professores avançam com acção em tribunal

As escolas podem deixar de ter de ensinar segundo o Acordo Ortográfico, caso vingue a acção que um grupo de cidadãos e a Associação Nacional de Professores de Português (Anproport) entrega hoje em tribunal.



A acção contra o acordo ortográfico no sistema de ensino público é entregue no Supremo Tribunal Administrativo, em Lisboa, e impugna a resolução do Conselho de Ministros 8/2011, que mandou aplicar nas escolas o Acordo Ortográfico de 1990 (AO90).

Além da Anproport, a acção é uma iniciativa do grupo “Cidadãos contra o Acordo Ortográfico de 1990”, constituído na rede social Facebook e que já tem mais de 30 mil membros.

Artur Magalhães Mateus, primeiro autor da acção, jurista e membro do grupo, explicou à agência Lusa que, caso a acção vingue, o AO90 continua mas deixa de ser imposto, não será vinculativo. E o responsável acredita que, não sendo vinculativo, em pouco tempo será esquecido.

Já em maio passado os mesmos autores tinham apresentado uma acção para anular a norma jurídica que aplica o AO90. “A acção de hoje segue-se a outras intentadas na administração pública (o mesmo objectivo que a de hoje) e também temos apresentado petições”, disse Artur Magalhães Mateus, lembrando que decorre igualmente a recolha de assinaturas para um referendo sobre a matéria.

Questionado sobre se uma nova mudança na forma de escrever não ia confundir os alunos o responsável disse: “Regressar a uma grafia correta e não responsável por novos erros é sempre positivo. Quando foi feita esta resolução do Conselho de Ministros, também ninguém questionou se seria penoso para as crianças”.

De acordo com Artur Magalhães Mateus, a vantagem da mudança é uma grafia “muito mais lógica, mais fácil de aprender e que não causa erros como a de agora”, tanto mais que, com o AO90, há palavras que estão a ser escritas e acentuadas de forma errada.

A resolução do Conselho de Ministros 87/2011 (do XVIII Governo Constitucional, liderado por José Sócrates) mandou aplicar o AO90 ao sistema de ensino, a partir de 2011/12.

Os autores do processo entendem que esta resolução contém “ilegalidades flagrantes”, que o AO90 “não está em vigor juridicamente” e que é “inconstitucional a vários títulos”.

“Já pedimos ao provedor de Justiça que requeresse ao Tribunal Constitucional a apreciação da constitucionalidade do AO90”, salientou Artur Mateus, lembrando que a iniciativa de referendo ao Acordo já tem 32.800 assinaturas em papel, das 60.000 necessárias.

“Continuamos a recolher assinaturas, o processo é moroso mas estamos confiantes que conseguiremos as assinaturas necessárias”, disse.

A aplicação do AO90 sempre gerou polémica em Portugal e até o Presidente da República falou do assunto, admitindo que o Acordo podia ser repensado em Portugal, se países como Angola e Moçambique também o fizerem.

Fonte: http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/fim-do-acordo-ortografico-nas-escolas-professores-avancam-com-acao-em-tribunal
« Última modificação: Novembro 17, 2016, 10:43:48 am por Viajante »
 
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Re: CPLP acordo ortográfico da língua portuguesa
« Responder #88 em: Dezembro 07, 2016, 10:17:58 am »
Fim do Acordo Ortográfico nas escolas? Professores avançam com acção em tribunal

As escolas podem deixar de ter de ensinar segundo o Acordo Ortográfico, caso vingue a acção que um grupo de cidadãos e a Associação Nacional de Professores de Português (Anproport) entrega hoje em tribunal.



A acção contra o acordo ortográfico no sistema de ensino público é entregue no Supremo Tribunal Administrativo, em Lisboa, e impugna a resolução do Conselho de Ministros 8/2011, que mandou aplicar nas escolas o Acordo Ortográfico de 1990 (AO90).

Além da Anproport, a acção é uma iniciativa do grupo “Cidadãos contra o Acordo Ortográfico de 1990”, constituído na rede social Facebook e que já tem mais de 30 mil membros.

Artur Magalhães Mateus, primeiro autor da acção, jurista e membro do grupo, explicou à agência Lusa que, caso a acção vingue, o AO90 continua mas deixa de ser imposto, não será vinculativo. E o responsável acredita que, não sendo vinculativo, em pouco tempo será esquecido.

Já em maio passado os mesmos autores tinham apresentado uma acção para anular a norma jurídica que aplica o AO90. “A acção de hoje segue-se a outras intentadas na administração pública (o mesmo objectivo que a de hoje) e também temos apresentado petições”, disse Artur Magalhães Mateus, lembrando que decorre igualmente a recolha de assinaturas para um referendo sobre a matéria.

Questionado sobre se uma nova mudança na forma de escrever não ia confundir os alunos o responsável disse: “Regressar a uma grafia correta e não responsável por novos erros é sempre positivo. Quando foi feita esta resolução do Conselho de Ministros, também ninguém questionou se seria penoso para as crianças”.

De acordo com Artur Magalhães Mateus, a vantagem da mudança é uma grafia “muito mais lógica, mais fácil de aprender e que não causa erros como a de agora”, tanto mais que, com o AO90, há palavras que estão a ser escritas e acentuadas de forma errada.

A resolução do Conselho de Ministros 87/2011 (do XVIII Governo Constitucional, liderado por José Sócrates) mandou aplicar o AO90 ao sistema de ensino, a partir de 2011/12.

Os autores do processo entendem que esta resolução contém “ilegalidades flagrantes”, que o AO90 “não está em vigor juridicamente” e que é “inconstitucional a vários títulos”.

“Já pedimos ao provedor de Justiça que requeresse ao Tribunal Constitucional a apreciação da constitucionalidade do AO90”, salientou Artur Mateus, lembrando que a iniciativa de referendo ao Acordo já tem 32.800 assinaturas em papel, das 60.000 necessárias.

“Continuamos a recolher assinaturas, o processo é moroso mas estamos confiantes que conseguiremos as assinaturas necessárias”, disse.

A aplicação do AO90 sempre gerou polémica em Portugal e até o Presidente da República falou do assunto, admitindo que o Acordo podia ser repensado em Portugal, se países como Angola e Moçambique também o fizerem.

Fonte: http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/fim-do-acordo-ortografico-nas-escolas-professores-avancam-com-acao-em-tribunal







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Cabo Verde: Português passa a ser ensinado como língua estrangeira
« Responder #89 em: Dezembro 17, 2016, 11:47:31 pm »
Em Cabo Verde, naquele país que vai receber cerca de 45 mil de euros do Instituto Camões:

Português passa a ser ensinado como língua estrangeira
(8 de Dezembro de 2016)
Citação de: Lusa
A Ministra da Educação, Maritza Rosabal, anunciou que o português passa a ser ensinado como língua estrangeira, o que vem ao encontro do desejo de muitos pais e encarregados de educação que há muito pedem que o português não seja ensinado como língua materna. Isto pelo simples facto das crianças «não entendem o português» ou, como disse uma aluna da 1ª classe ao seu pai no fim do seu primeiro dia de aula, «papa um ca intende nada que quel senhora tava ta dze». A Ministra explica o porquê da alteração. «A língua portuguesa é abordada como língua primeira de Cabo Verde, quando não é. Temos uma eficácia do sistema muito baixa, onde apenas 44% das crianças que começam o primeiro ano finalizam o 12º em tempo. Temos muitas perdas».

[continua]
Fonte: http://noticiasdonorte.publ.cv/53398/portugues-passa-ensinado-lingua-estrangeira/

Ensino do Português: Medida do governo gera polémica
(14 de Dezembro de 2016)
Citação de: Expresso das Ilhas
Anunciada que foi a decisão do governo de, a partir do próximo ano lectivo, passar a efectuar o ensino do português como língua segunda, estalou a polémica. Apesar das boas intenções do executivo - que justifica a medida como meio de fortalecer a língua portuguesa no país – não faltaram vozes a sentenciar a degradação da língua e a auto-exclusão dos cabo-verdianos da esfera da lusofonia, com prejuízos avultados para o país. Também não faltou quem, por outro lado, aplaudisse a medida por interpretá-la como valorização do crioulo que, sendo a língua materna, consideram ser marginalizado.

[continua]
Fonte: http://www.expressodasilhas.sapo.cv/sociedade/item/51340-ensino-do-portugues-medida-do-governo-gera-polemica

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque: