Um massacre levado a cabo no sábado em Angola está a causar polémica dentro e fora do país. As autoridades terão matado entre seis e 15 civis pertencentes ao Movimento do Protetorado de Lunda Tchokwe, motivando uma investigação policial e a forte condenação por parte da Igreja Católica.
Mas que movimento é este que alega que metade do país historicamente não pertencia a Angola? E o que querem os ativistas do Movimento do Protetorado Português de Lunda Tchokwe, que se dizem perseguidos pelo Estado de Luanda?
O Movimento do Protetorado Português de Lunda Tchokwe nasceu em 2006. O grupo tem uma modesta presença online, incluindo uma página no Facebook e um blogue. Curiosamente, apesar de o blogue não conter apelos à violência, o Facebook não permite seguir o link da página naquela rede social para o site do blogue, dizendo que ele viola os seus padrões.
O blogue do MPPLT inclui várias tomadas de posição, incluindo sobre este mais recente massacre, e alega que mais de 300 dos seus ativistas estão presos “uns julgados e condenados outros nem por isso”.
O que é o Protetorado Português de Lunda Norte?
O Protetorado foi uma realidade de finais do Século XIX, quando a diplomacia portuguesa garantiu a soberania sobre grande parte do interior de Angola onde não tinha uma presença efetiva. Fê-lo através da assinatura de tratados com os soberanos tribais de várias regiões, que o movimento reclama representar. O território conjunto abrange praticamente a metade leste do país de Angola.
Os responsáveis do movimento alegam que todo esse território nunca foi administrativamente incluído no Estado de Angola, mas ilegalmente anexado a Angola quando esta se tornou independente em 1975.
01 fev, 2021 - 19:33 • Filipe d'Avillez