Uma aliança militar Brasil-Portugal-Angola-Moçambique

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João Vaz

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Re: Uma aliança militar Brasil-Portugal-Angola-Moçambique
« Responder #45 em: Dezembro 14, 2010, 12:42:54 pm »
Salve, Vicente

Citação de: "Vicente de Lisboa"
Quanto à CPLP dever ser prioridade... Hepa, também gostava, mas o Brasil não nos quer para nada, e de Angola só vem dinheiro sujo.

I beg to differ. O Brasil sob Lula nunca esteve mais perto da Europa, logo, de nós aqui do rectângulo.

A crescente importância "oficial" do Português a nível internacional (e a consequente petição para torná-la uma das línguas oficiais das Nações Unidas, ou Plano de Ação para a Promoção, Difusão e Projeção da Língua Portuguesa), impulsionada pelo notável e sustentado crescimento económico de terras brasílicas, a compra de dívida soberana lusitana, o aumento exponencial do volume de negócios privados e estatais entre ambos os países (sendo o Brasil o 7.º maior investidor externo em Portugal e 4.º maior destino do investimento português no estrangeiro) configuram a aproximação que sempre deveria ter existido e tem sido adiada durante décadas. Não por acaso 2011 será o Ano de Portugal no Brasil e 2012, o Ano do Brasil em Portugal.

Outras áreas de cooperação: a segurança, a fiscalidade, a criação de um canal de televisão lusófono, a formação de professores para o ensino do Português na América Latina, a promoção do património cultural, etc.

Particularmente motivador é todo o potencial ainda por explorar, literalmente.

Angola tem problemas bem conhecidos, é verdade, mas o capital é bem vindo. Na situação em que estamos, não nos podemos dar a luxos. Aliás, também temos algumas instituições bancárias "sujas" e banqueiros muito pouco recomendáveis. Neste caso, convém fixarmo-nos e colaborarmos na sua ZEE ainda mal explorada, dentro dos 3 principais/maiores espaços marítimos (Portugal, Brasil e Angola). Sendo que esta omissão já está a ser preparatoriamente colmatada pelas pretensões dos Estados Unidos nas ajudas/parcerias através da sua recente política de "viragem" africana. E o nosso BRIC (Brasil) já lá está, cada vez mais instalado. Não se trata, portanto, de inventar a pólvora, mas sim de potenciar todas as ligações que a própria língua e a recente prosperidade possibilitaram.

Citação de: "Vicente de Lisboa"
(...) Sim, há projectos conjuntos e investimentos consideráveis dos dois lados (PT e ViVo/Oi) mas isso não é o mesmo que uma aposta na CPLP ou sequer em Portugal como parceiro. O que é real é pontual, e o que é sustentado é teórico..
 

Ainda referente à África lusófona, há sinais prometedores de interesse comum, que resultam por ex,, na Operação Felino, exercícios militares conjuntos a serem realizados em Angola em Março de 2011.

Citação de: "Vicente de Lisboa"
(...) Se pudermos ajudar os povos amigos, só temos mesmo é de o fazer. Não me parece é ser propriamente um investimento com retorno interessante.

Ainda não é todo o retorno, porque isto é apenas o início. A meu ver, é só essa a questão. Há muito trabalho a fazer, sobretudo no campo militar. Mas, precisamente, para preparar o melhor da festa é que devemos apoiar esta reaproximação e investirmos / diversificarmos os nossos interesses, que na Europa afundaram para um estado vegetativo.

Mais uma vez, sobressai a importância vital do sector marítimo-naval. Na Europa, não temos senão estagnação. Todo o potencial subaquático ainda espera parecer da ONU e não será para breve. Mesmo após aprovação da extensão dos limites da plataforma continental, ainda temos muito trabalho pela frente para garantir a logística, operacionalidade e especialização nos diversos tipos de recursos ainda em estudo.



A oportunidade para o desenvolvimento do comércio maritimo está presente no conjunto das nações da CPLP criarem uma área de livre comércio, ultrapassando as barreiras económicas, tarifas alfandegárias e dinamizar o movimento de cargas entre os diferentes países.

No início deste mês, e ao cabo de três anos de encontros formais, ficou decidida no 3.º Encontro dos Portos da CPLP em Luanda a constituição da Associação de Portos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa destinada ao incremento das trocas comerciais entre os países da CPLP”. Os dados preliminares de um estudo de um estudo de mercado e dos portos da CPLP realizado pela Associação dos Portos de Portugal confirmam a importância desta iniciativa.
A representação portuguesa (puxando a brasa à nossa sardinha  c34x

"E se os antigos portugueses, e ainda os modernos, não foram tão pouco afeiçoados à escritura como são, não se perderiam tantas antiguidades entre nós (...), nem houvera tão profundo esquecimento de muitas coisas".
Pero de Magalhães de Gândavo, História da Província Santa Cruz, 1576
 

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Re: Uma aliança militar Brasil-Portugal-Angola-Moçambique
« Responder #46 em: Dezembro 21, 2010, 03:21:30 pm »
Quiçá a palavra mais sensata para resumir o suposto bloco militar é “burrice”. São países que não se comunicam de uma forma paralela, uniforme; ambos têm interesses estratégicos, militares, econômicos, políticos, etc. totalmente divergentes. Ora, como criar algo sendo que as idéias não se cruzam? Não é burrice? Além disso, nada adianta criar uma união militar e, em conseqüência, depender tecnologicamente de países desenvolvidos. Entretanto, na ossada da temática tecnológica, pergunto: O que Portugal produz? O que Angola produz? Que tal Moçambique? Viver apenas de recursos naturais e não saber tirar proveito dela é o mesmo que não o ter. Um grande exemplo que acontece: o Brasil produz o Látex e exportamos para fabricação de pneus; ironicamente ou ‘burricemente’ importamos! Enfim, o que adianta exportarmos matéria-prima e não sabermos produzir? O que o Brasil produz? Super-tucanos? Barquinho de patrulha marítima? Enfim, não temos nada, nem um centro tecnológico e acadêmico descente, tampouco investimentos pesados para produção de tecnologia. Afinal, o que é tecnologia? Indo mais além: o que um acordo/aliança militar? Não é nada simples! Em conclusão, retorno a palavra “burrice” como objeto de tal aliança, pois se trata de algo muito bonito e interessante no papel, mas impossível de acontecer fisicamente.
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Uma aliança militar Brasil-Portugal-Angola-Moçambique
« Responder #47 em: Dezembro 21, 2010, 05:04:34 pm »
Seja bem vindo ao fórum Login.

Não sei até que ponto Portugal poderia embarcar numa aliança militar estando já na OTAN. De qualquer maneira discordo que o Brasil não produza nada, basta pesquisar um pouco para perceber que felizmente não é essa a realidade.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Uma aliança militar Brasil-Portugal-Angola-Moçambique
« Responder #48 em: Dezembro 21, 2010, 06:20:37 pm »
Obrigado pelas boas-vindas ao ilustre fórum. No entanto, meu caro colega, acredito que o Brasil não produz nada quanto à defesa – que é a essência do debate e não se limita a outras manufaturas. Temos a terceira maior indústria aeronáutica do mundo, mas o que exatamente produzimos? Em verdade, nada! Até porque os equipamentos que incorporam nossos aviões são importados, vejamos: A-29 possui motor importado, sistema de navegação, armas, controle, acento ejetável, etc. Você, de fato, pode me citar sequer um produto do avião produzido nacionalmente? É claro que o fato de o montar aqui no Brasil saia com a denominação “made in Brazil”, porém, até que ponto é produzir? O que é produzir, afinal? Acredito que temos a terceira maior montadora aeronáutica do mundo; e estamos engatinhando ainda quanto à produção aeronáutica. Eu penso que dizer que produzimos AMX, R-99A/B ou até Super-tucanos, estamos errando quanto à semântica da palavra produzir, mas montar.
 

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Re: Uma aliança militar Brasil-Portugal-Angola-Moçambique
« Responder #49 em: Dezembro 22, 2010, 10:15:22 am »
Estamos caminhando a passos pequenos, porém seguros, nesse quesito.
Já fabricamos um modelo de turbina, que está em vias de homologação. Não é lá uma turbina supersônica, nem a turbina do KC-390, mas já é um bom começo. Devo te lembrar, todavia, que este é um mundo globalizado, nem mesmo os caças de superioridade aérea norte-americanos são 100% made in USA.

EDIT: E, se ter a terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo é engatinhar, o que seria caminhar a passos largos?
"Não corte uma árvore no Inverno; pois sentirás falta dela no Verão." Jairo Navarro Dias
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Uma aliança militar Brasil-Portugal-Angola-Moçambique
« Responder #50 em: Dezembro 22, 2010, 12:03:26 pm »
Citação de: "Login"
Obrigado pelas boas-vindas ao ilustre fórum. No entanto, meu caro colega, acredito que o Brasil não produz nada quanto à defesa – que é a essência do debate e não se limita a outras manufaturas. Temos a terceira maior indústria aeronáutica do mundo, mas o que exatamente produzimos? Em verdade, nada! Até porque os equipamentos que incorporam nossos aviões são importados, vejamos: A-29 possui motor importado, sistema de navegação, armas, controle, acento ejetável, etc. Você, de fato, pode me citar sequer um produto do avião produzido nacionalmente? É claro que o fato de o montar aqui no Brasil saia com a denominação “made in Brazil”, porém, até que ponto é produzir? O que é produzir, afinal? Acredito que temos a terceira maior montadora aeronáutica do mundo; e estamos engatinhando ainda quanto à produção aeronáutica. Eu penso que dizer que produzimos AMX, R-99A/B ou até Super-tucanos, estamos errando quanto à semântica da palavra produzir, mas montar.

Login, se fosse assim a Saab também não construía o JAS-39 Gripen, apenas montava; se fosse assim a CASA não construía o C-295M, apenas montava; etc. Hoje em dia há muito poucos países que podem construir tudo sozinhos sem usar sistemas estrangeiros. Não a Embraer desenha e constrói aviões, não é uma montadora, para isso já a Embraer já tem a OGMA cá em Portugal que monta e repara aviões. São coisas diferentes.

O mesmo se passa na Marinha com o SNB, sim a dita classe de submarinos nucleares terá muita coisa estrangeira, mas será desenhada e construído no Brasil.

Será que a Embraer poderia construir tudo, absolutamente tudo no Brasil sem usar dispositivos estrangeiros? Até que poderia, mas os aviões sairiam muitíssimo mais caros. Nem os Norte-Americanos fazem isso.
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Re: Uma aliança militar Brasil-Portugal-Angola-Moçambique
« Responder #51 em: Dezembro 22, 2010, 01:15:15 pm »
Obrigado pela resposta! Eu ainda defendo a tese de que nenhuma empresa constrói aviões, assim como usei em respaldo aos meus argumentos a Embraer. Como você vem citou, a Gripen, CASA, realmente apenas montam; o fato de desenhar não quer dizer produzir, pois possuem semântica divergentes – ou não? Produzir é começar algo do zero, i.é., inclui todas as etapas para fabricação da aeronave. Não é a toa que questionei no tópico anterior: o que é produzir, afinal? Acredito que não é criar um desenho e colocar peças de várias empresas. Compreendo também que nem os EUA o fazem do zero, mas eles dominam todas as etapas, o que é totalmente distinto da Embraer: dominação Parcial. Os EUA dominam todos os processos. Uma empresa que produz domina todos os processos. Logo, os EUA dominam. O Brasil domina parcialmente todos os processos. Uma empresa que produz domina todos os processos. Logo, o Brasil não produz porque não domina todos os processos.
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Uma aliança militar Brasil-Portugal-Angola-Moçambique
« Responder #52 em: Dezembro 22, 2010, 03:35:24 pm »
Uma noticia deveras interessante:

Citar
Reequipamento militar custará R$ 350 bilhões [205 mil millones de dolares]
17 de dezembro de 2010


Valor é a soma dos planos estratégicos de Exército, Força Aérea e Marinha para as duas próximas décadas; porcentagem sobre o pré-sal é alternativa para obter recursos


Marcelo Cabral

O Brasil terá que gastar pelo menos R$ 350 bilhões ao longo dos próximos 20 anos para modernizar suas Forças Armadas. Esse é o valor estipulado pela soma feita pelo BRASIL ECONÔMICO dos planos de reequipamento de Exército, Marinha e Aeronáutica até 2030 para superar o panorama de sucateamento que afeta boa parte do segmento militar do país hoje.

A maior fatia desse bolo (43%) deve ficar com o Exército. A Estratégia Braço Forte – documento que planeja o futuro da força terrestre — prevê R$ 149 bilhões de investimento a longo prazo. Na seqüência, vem a Força Aérea (37%), comos R$ 131 bilhões que constam do Plano Militar Estratégico da Aeronáutica (Pemaer) até 2030. Já os meios navais devem ficar com 20% das inversões, com os cerca de R$ 70 bilhões que constam no Plano de Reaparelhamento da Marinha (PRM) para o mesmo período.

Suaves prestações

Embora o número de R$ 350 bilhões assuste, ele seria amortizado ao longo de duas décadas, o que deixaria uma demanda anual média em torno de R$ 17,5 bilhões. Um valor bastante inferior ao orçamento anual atual do Ministério da Defesa, na casa de R$ 60 bilhões. O grande problema é que, tradicionalmente, a maior parte da verba ministerial acaba contingenciada pelo próprio governo. O que sobra é quase todo utilizado no pagamento de salários, benefícios e gastos de custeio. “Muitos dos recursos da Defesa também acabam indo para projetos como recapeamento de estradas e serviços sociais, como hospitais e escolas mantidas pelos militares na Amazônia”, diz Geraldo Cavagnari Filho,
pesquisador da Unicamp.


Fonte de renda

Assim, qual é a saída? A alternativa defendida pelo Ministério da Defesa é seguir o modelo do Chile, que criou uma porcentagem fixa sobre as vendas de cobre — principal produto de exportação do país—para financiar seus militares e hoje possui as Forças Armadas mais modernas da América Latina.

No caso do Brasil, em vez do metal, a taxa seria cobrada sobre o petróleo extraído do pré-sal. O problema é que, além de enfrentar resistência da Petrobras, a proposta também é vista como problemática por analistas.

“Contar com o pré-sal é algo complicado. Há dúvidas sobre a quantidade de petróleo e a viabilidade da exploração”, diz Renato Vaz Garcia, professor da Veris Faculdade. “É um dinheiro com que eles podem estar contando sem ter certeza da fonte”.

O que fica claro é que, com ou sem vinculação ao pré-sal, o governo terá que abrir mais as torneiras financeiras para os militares caso queira efetivamente modernizar as Forças Armadas. “Trata-se de uma realidade e não de um luxo. Se até o rádio-relógio torna-se obsoleto em seis meses, imagine a tecnologia militar”, afirma José Gregori, ex-ministro da Justiça e atual secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo. “O reequipamento é um imperativo, como forma de garantir a soberania e o regime democrático”.

É uma discussão que toma impulso justamente no momento em que o novo governo planejam um ajuste fiscal, com um corte voltado para os gastos de custeio. E, conforme lembra Garcia, mesmo após a compra de equipamento é necessário levar emc onta as despesas com manutenção, combustível e munição. “Tudo isso gera uma pressão enorme nas contas públicas a longo prazo”.

Por outro lado, Cavagnari afirma que, do ponto de vista econômico, faz muito sentido desenvolver a indústria de defesa, uma das que mais faturam no mundo. E diz que as compras de equipamento militar geram uma série de vantagens competitivas para o país no longo prazo com a incorporação de tecnologia estrangeira pela indústria nacional, como aconteceu com a Embraer.

“Dinheiro existe. A questão é saber se o governo vai ou não considerar a defesa uma questão prioritária nos próximos anos”, afirma Cavagnari. O Ministério da Defesa foi procurado, mas não retornou até o fechamento desta edição.

O preço da Defesa

Veja quais devem ser os principais investimentos das Forças Armadas até 2030 Fontes: Forças Armadas e portal Contas Abertas Aquisições



Compra de aviões deve ser o principal investimento militar

Em termos de projetos, o maior valor previsto pelas Forças Armadas é para a compra de novos caças, a arrastada concorrência F-X2, iniciada em 1996. O anúncio do vencedor já deveria ter saído há dois anos, mas voltou a ter seu desfecho novamente em dúvida com o início do governo Dilma.

O segundo maior investimento deve ser feito pelo Exército, com a mudança de sede de várias unidades e a transformação da maior parte da infantaria em unidades mecanizadas. O terceiro programa consiste nos novos navios para a Marinha. O destaque são os submarinos nucleares, programa considerado
altamente prioritário dentro do almirantado. No dizer de um oficial do Ministério, o submarino nuclear nacional será “a máquina mais sofisticada já construída no país em mais de 500 anos”.



Análise

Brasil ainda investe menos em Defesa do que os demais países do Bric
Embora em linha crescente nos últimos anos, o investimento militar brasileiro ainda é muito inferior ao de China, Rússia e Índia, os demais países emergentes que compõem o grupo de nações conhecido como Bric. Enquanto os militares brasileiros contam com um orçamento de cerca de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB), tanto China quanto Rússia investem mais do que o dobro desse percentual (4,3% e 3,9%, respectivamente). No caso dos indianos, esse número é de 2,5%.

Se em valores relativos a comparação é desfavorável, em valores absolutos a situação brasileira não é melhor. Enquanto o país fala em R$ 350 bilhões ao longo de 20 anos, a Rússia anunciou na semana passada um pacote de investimento militar de 20 trilhões de rublos para os próximos dez anos — o equivalente a R$ 1,1 trilhão, ou um valor anual médio seis vezes superior ao previsto pelo Brasil.
“Estamos alocando fundos muito significativos para o programa de rearmamento. Eu até estou assustado de pronunciar esta quantia: 20 trilhões de rublos”, afirmou na ocasião o premiê russo Vladimir Putin.

Os EUA são o país que mais gasta com armas. O orçamento anual do Departamento de Defesa americano está em torno de US$ 700 bilhões, mais do que a soma das despesas militares anuais da Europa e da China. Afinal, por que gastar tais valores em armamento? “Investir em defesa se tornou fundamental com o novo status geopolítico que o Brasil passou a ocupar”, pondera o pesquisador Geraldo Cavagnari. “Crescemos muito do ponto de vista econômico e político nos últimos anos, mas o lado militar não acompanhou.

E países sem poderio militar não tem voz ativa no cenário mundial”, completa. Ele cita como exemplo a participação russa e chinesa no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), enquanto a inclusão da Índia já recebeu apoio dos EUA. A conquista do assento no Conselho é um dos principais objetivos da política externa brasileira, até agora não atingido. Nem todos, porém, compartilham dessa visão. “Não acho que o poderio militar seja uma questão fundamental para que o país possa crescer internacionalmente. É uma questão de prioridade. E a sinalização dada pelo governo brasileiros nos últimos anos é que a prioridade é crescer de dentro para fora”, diz Renato Vaz Garcia, da Veris. “Além disso, existem países que gastam uma fortuna em defesa e que são um desastre em outras áreas”.

No entanto, Cavagnari afirma ainda que o gasto em armas é importante até para conquistar a paz. “Ao contrário do que poderia parecer quanto mais gasto militar menor a chance de você entrar em guerra. Forças Armadas fortes são a melhor forma de dissuasão”, pondera. M.C. [...]

FONTE: Brasil Econômico / Via Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Defesa
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.