Cabo Verde e EUA reforçam cooperação na Defesa
Cabo Verde e Estados Unidos assinaram hoje, na Cidade da Praia, dois acordos de cooperação destinados a reforçar o combate às atividades marítimas transnacionais ilícitas, bem como o apoio logístico recíproco.
Na ocasião, o ministro da Defesa cabo-verdiano, Jorge Tolentino, reforçou a ideia de que Cabo Verde "jamais será refúgio" para a criminalidade transnacional organizada e lembrou os esforços do Governo, com um "forte apoio" dos Estados Unidos, para garantir a vigilância das águas territoriais do arquipélago."Nenhum país está imune às novas ameaças globais e Cabo Verde, devido á localização geográfica, está sujeito a diversos tipos de tráfico, mas tem combatido firmemente, e com sucesso, a criminalidade no mar", salientou, lembrando também os perigos da pirataria marítima no Golfo da Guiné e na costa ocidental africana.
Para Jorge Tolentino, é vontade do Governo em tornar a Zona Económica Exclusiva (ZEE) cabo-verdiana "mais segura", sendo disso prova a colaboração com os Estados Unidos que, além de envolver Cabo Verde em exercícios militares conjuntos, instalou, na Cidade da Praia, o Centro de Operações Marítimas (COSMAR), que permite vigiar, via satélite, as águas territoriais nacionais. O ministro da Defesa cabo-verdiano salientou, porém, que são necessários mais meios humanos e equipamentos, para reforçar a ação da Guarda Costeira e as polícias Nacional (PN) e Judiciária (PJ).
Por seu lado, a embaixadora dos Estados Unidos em Cabo Verde manifestou a disponibilidade de Washington de apoiar a Cidade da Praia nos esforços de manutenção da paz e estabilidade na região oeste-africana, elogiando sobretudo o que já foi feito no combate à pirataria, tráfico de drogas e lavagem de capitais. Jorge Tolentino e Adrienne O'Neal assinaram um acordo para reforçar a capacidade de combate e resposta às atividades marítimas transnacionais ilícitas.
O segundo acordo, de "aquisição e apoio mútuo" entre o Departamento da Defesa norte-americano e o Ministério da Defesa de Cabo Verde, foi assinado pelo diretor nacional da Defesa, tenente-coronel Paulo Lopes, e pelo diretor de Logística do Comando dos Estados Unidos para África (AFRICOM), brigadeiro-general James Johnson. O acordo pretende facilitar o apoio logístico recíproco, a ativar principalmente em exercícios conjuntos, treino, destacamentos, escalas em portos, operações ou outros esforços de cooperação, circunstâncias ou exigências imprevistas nas quais uma das partes possa ter necessidade de apoio logístico, abastecimentos e serviços. A cooperação internacional no domínio do combate às atividades ilegais no mar constitui um "elo importante" na estratégia de Defesa e Segurança em prol de estabilidade e desenvolvimento de Cabo Verde enquanto país de "profundas raízes marítimas", salientou ainda Jorge Tolentino.
Neste contexto, concluiu, o reforço das relações de cooperação no combate a todo o tipo de licitude marítima, desde o tráfico marítimo de drogas, pesca ilegal, ou outras formas de crime organizado transnacional, exige dos países do atlântico um esforço conjunto na criação de respostas a esses desafios.
Lusa