Cooperação Militar

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comanche

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« Responder #30 em: Abril 16, 2008, 12:02:27 pm »
CPLP: Exercício "Felino 2008" será ponto de partida para doutrina militar comum - CEMGFA Portugal

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Brasília, 16 Abr (Lusa) - A partir do exercício "Felino 2008", previsto para Outubro, em São Jacinto (Aveiro), será possível iniciar os procedimentos para uma doutrina militar comum da CPLP, disse à Lusa o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) de Portugal.

"Teremos maior semelhança e maior identidade na formação dos militares da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e, se conseguirmos isto, podemos, evidentemente, ver desenvolvidas as possibilidades de intervenções conjuntas no quadro mundial", afirmou o general Valença Pinto.

Os exercícios da série "Felino" realizam-se desde 2000, em regime de rotatividade nos países da CPLP, visando treinar as forças militares da Comunidade e melhorar a sua capacidade em planeamento, comando, controlo e conduta de missões de manutenção de paz e de ajuda humanitária.

O general Valença Pinto falava terça-feira à agência Lusa, à margem da X Reunião de Chefes de Estado-Maior-General das Forças Armadas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre em Brasília de 15 a 18 de Abril.

De acordo com o militar, já existe uma cooperação bilateral "sólida e frutuosa" entre os países da CPLP e a intenção agora é intensificar a cooperação no âmbito multilateral.

"Um dos nossos objectivos é reforçar, mais do que até aqui tem sido possível, a coperação de âmbito multilateral, certamente associado aos nossos oito países, mas também em articulação com as organizações regionais e subregionais de segurança e defesa que existem no mundo", assinalou.

O general Valença Pinto destacou ainda o incremento das relações da União Europeia com a África, a partir da Presidência Portuguesa da UE no segundo semestre do ano passado.

"Consolida-se na União Europeia, no plano da segurança e defesa, esta perspectiva de uma relação muito estreita com a União Africana e na qual há espaço para uma afirmação particular do idioma português e dos Países Africanos de Língua Portuguesa", referiu.

Actualmente, as Forças Armadas de Portugal contam com 49 mil elementos, sendo 41 mil militares e 8.000 civis, e têm 900 militares em missões em vários países.

Portugal tem forças constituídas hoje no Afeganistão, Líbano e Kosovo, Chade e possui contingentes no Congo e em Timor-Leste, além de estar presente em todos os países da CPLP, à excepção do Brasil, através de missões de cooperação técnico-militar, onde estão empenhados cerca de 100 militares.

Segundo o general Valença Pinto, Portugal vai participar também, de forma muito expressiva, na Missão da União Europeia de Apoio à Reforma do Sector da Segurança na Guiné-Bissau, criada a 12 de Fevereiro, com um mandato de 12 meses a partir da declaração de capacidade operacional, prevista para meados de Junho.

A CPLP reúne Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

CMC

 

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André

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« Responder #31 em: Maio 17, 2008, 12:18:57 am »
Ministros tentam em Timor-Leste melhorar articulação na formação

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A melhoria da articulação da formação na área da Defesa estará em destaque no X Encontro dos Ministros da Defesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que hoje começa em Díli, Timor-Leste.

No Encontro, que se prolonga até domingo, espera-se a aprovação da Declaração de Díli, que tem como ponto central, por proposta portuguesa, a aprovação do conceito de centros de formação de formadores militares, chamados Centros de Excelência, em diferentes países da CPLP.

Estes deverão permitir que os países da CPLP possam desenvolver e beneficiar do treino e da formação em cada um dos restantes países membros.

A intenção é criar áreas de especialidade militar em cada estado-membro da CPLP, com Portugal a apontar o exemplo de Moçambique que poderia apostar no seu centro de Fuzileiros navais de Catembe.

Além do desenvolvimento dos acordos existentes neste sector entre Portugal, Angola, Brasil, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, Díli será ainda palco para debate sobre assuntos como a segurança internacional.

Na ocasião, a presidência rotativa anual deste foro ministerial será entregue por Cabo Verde a Timor-Leste.

Portugal está representado pelo ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira.

À margem da reunião, Severiano Teixeira mantém conversaçõeso com o Presidente timorense, José Ramos Horta, e com o primeiro-ministro e ministro da Defesa Nacional, Xanana Gusmão, para debater a cooperação bilateral entre Portugal e Timor-Leste.

Lusa

 

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comanche

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« Responder #32 em: Maio 17, 2008, 10:20:40 pm »
Defesa: Declaração de Díli aprovada por unanimidade dos países da CPLP



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Díli, 17 Mai (Lusa) - A Declaração de Díli, que propõe o conceito de Centros de Excelência de formação militar, foi hoje aprovada por unanimidade em Timor-Leste na X reunião dos ministros da Defesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O primeiro dia da reunião ministerial em Díli introduziu apenas alterações mínimas de redacção ao texto e termos de referência que estavam em discussão, explicou o ministro da Defesa português, Nuno Severiano Teixeira, à agência Lusa.

O documento será assinado domingo pelos ministros da CPLP, excepto por São Tomé e Príncipe, que não enviou delegação a Timor-Leste mas que concordou previamente com a Declaração de Díli.

Os Centros de Excelência, como são designados na Declaração de Díli, são uma proposta portuguesa para a política de defesa comum da CPLP e pretendem constituir uma rede de formação de formadores em áreas específicas.

Na sequência da reunião de Díli, o Secretariado Permanente da CPLP "vai receber o contributo dos Estados membros e, no espaço de um ano, concretizar uma proposta operacional, definindo as especialidades e os locais em cada um dos países", explicou Nuno Severiano Teixeira.

O ministro da Defesa português recordou que em matéria de defesa "há uns países que estão mais avançados, outros que estão menos, como é o caso de Timor-Leste, o que é natural".

"Dos países africanos, houve uma disponibilidade muito clara. Cabo Verde, Angola, Guiné e Moçambique manifestaram uma disponibilidade imediata" para receber centros de formação militar, acrescentou o ministro português.

"Portugal tem tido um empenhamento grande na CPLP, aliás vamos ter em breve a cimeira da comunidade, mas também uma vontade política e empenhamento técnico-militar que tem dado um grande impulso na área da defesa", salientou Nuno Severiano Teixeira.

"Para isso contribuiu muito a experiência adquirida no quadro da cooperação militar com os países da CPLP. Podemos multilaterizar o conhecimento adquirido ao longo de 17 anos de cooperação bilateral com os vários países. É um capital que é nosso e se traduz no avanço multilateral no quadro da CPLP", acrescentou o ministro da Defesa.

Os Centros de Excelência servirão para a formação de formadores com o objectivo de "criar uma unidade de doutrina e regras de empenhamento, mas virada para as operações de paz, que exigem segurança cooperativa e capacidade militar para poder intervir nos cenários regionais em que estão inseridos" os vários países da CPLP.

Missões de manutenção de paz e humanitárias no continente africano são o cenário típico em que países da CPLP poderão usar a capacitação das suas forças armadas para desempenhar operações que hoje outros países como o Senegal e a Nigéria asseguram com regularidade, exemplificou o ministro da Defesa português.

"A CPLP é um instrumento e uma mais-valia de cada Estado na sua afirmação nas organizações regionais em que se inserem. Isto é verdade, em particular, no sector da defesa, ao dar uma dimensão real de segurança à CPLP", afirmou Nuno Severiano Teixeira.

A X reunião ministerial de defesa da CPLP começou com a passagem da presidência do fórum de Cabo Verde para Timor-Leste.

A ministra da Defesa de Cabo Verde, Maria Cristina Fontes Lima, recordou, ao passar o testemunho ao seu homólogo timorense, o primeiro-ministro e titular da Defesa, Xanana Gusmão, que é importante "a materialização do protocolo da CPLP no âmbito da defesa".

O protocolo foi assinado na Cidade da Praia em 2006 e a ministra da Defesa de Cabo Verde apelou à ractificação do documento pelos Estados membros.

Este protocolo prevê a criação de um pacto de segurança entre os Oito países lusófonos, abrindo a possibilidade de intervenção da CPLP em caso de agressão de um dos seus membros.

A partir da reunião de Díli, onde Timor-Leste assume a presidência do fórum de defesa da CPLP, a direcção será ocupada rotativamente e por ordem alfabética de Estados membros, começando por Angola.

 

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comanche

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« Responder #33 em: Julho 03, 2008, 12:07:11 am »
CPLP/Marinha: PALOP com falta de meios navais e aeronavais


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Lisboa, 02 Jul (Lusa) - A falta de meios face às importantes Zonas Económicas Exclusivas (ZEE) foi a constante da apresentação hoje, em Lisboa, das actividades das Marinhas de Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau, situação contrariada pelos vastos meios do Brasil.

Apresentadas no quadro do I Simpósio das Marinhas (de Guerra) de Língua Portuguesa, que começou hoje e termina quinta-feira, as intervenções mostraram que, em tempo de paz, a principal prioridade passa pelo combate às actividades ilegais - controlo da pesca e fiscalização marítima - e pela preservação do meio ambiente, em detrimento do controlo das fronteiras marítimas.

O combate ao tráfico de estupefacientes e à imigração ilegal, bem como a actos de pirataria, são outras das preocupações das diferentes Marinhas que, à excepção da do Brasil, se debatem com gritantes faltas de meios navais, humanos e financeiros, necessitando de formação e de mais meios de fiscalização e vigilância.

A título de exemplo, Angola, que já assumiu publicamente que pretende ser uma potência em África, dispõe apenas de duas vedetas e quatro lanchas de pequeno porte para fiscalizar os mais de 162 mil quilómetros quadrados das suas águas territoriais.

A constatação foi feita pelo contra-almirante Francisco Martinho António, do Estado-Maior da Armada angolana, que adiantou, porém, que as autoridades de Luanda deram início este ano a um projecto ambicioso para reestruturar e modernizar a Marinha de Guerra nos próximos 15 anos.

"Há uns anos, apresentar um orçamento de 400 milhões de dólares (252 milhões de euros) para a Marinha levava os governantes a pôr as mãos na cabeça. Hoje, poderá já não ser assim", disse, adiantando estar estudada a possibilidade de aquisição de mais navios de guerra, lanchas rápidas e meios aeronavais.

Lembrando que é do mar que provém 70 por cento do PIB angolano (pescas e sobretudo petróleo) e que 95 por cento do comércio externo é feito com base na marinha mercante, o contra-almirante angolano argumentou que, em breve, haverá maior coordenação entre os diferentes ministérios que continuam a controlar, de forma descoordenada, as actividades nas águas territoriais.

Na Guiné-Bissau, a situação é semelhante, uma vez que o país dispõe apenas de três lanchas rápidas, duas delas a necessitar de reparação, para mais de 8.000 quilómetros quadrados (cerca de um quarto do tamanho do país), entre rios e o arquipélago dos Bijagós.

Segundo o tenente-coronel Sousa Cordeiro, assessor do CEMA guineense, José Américo Bubo Na Tchuto, está em curso a Reforma dos Sistema das Forças de Segurança, que prevê a modernização das Forças Armadas guineenses.

Actualmente, segundo Sousa Cordeiro, a Marinha conta com 430 homens, incluindo 215 fuzileiros.

Com a reforma, pensa reduzir-se o total de efectivos para 329, para depois, na fase de relançamento, criar uma verdadeira Marinha de Guerra, moderna e devidamente equipada, com 1.500 militares - 1.000 fuzileiros e 500 homens na Marinha.

Menos dramático, mas não menos problemática é a situação em Cabo Verde, onde, por força de ser um arquipélago disperso, as suas águas territoriais são 182 vezes superior à área do país.

Um navio vigilante e duas fragatas integram a Armada cabo-verdiana, apoiada por um avião Dornier 228, para fiscalizar as suas águas, onde ocorrem com frequência apreensões de pirogas com imigrantes clandestinos e com droga.

De acordo com o comandante de esquadrilha naval cabo-verdiano, major Duarte Monteiro, desde 2005, foram detectadas 1.414 embarcações (416 só nos primeiros seis meses deste ano) com imigrantes ilegais.

Menos complicado é o caso do Brasil, que conta com 7.800 quilómetros de costa atlântica, mas que dispõe de meios navais, aeronavais e pessoal em grande escala. Só na Marinha figuram cerca de 48.500 homens, 16 por cento do total das Forças Armadas brasileiras.

Mas é nos meios navais e aéreos que o Brasil é "grande": um porta-aviões, um contratorpedeiro, nove fragatas, cinco submarinos, outras tantas corvetas, 22 lanchas rápidas, seis caça minas e cinco rebocadores.

Quanto à aviação naval, dispõe de 76 aparelhos de diferentes tipos para ajudar as actividades de vigilância e de fiscalização dos 75 portos organizados e os mais de 4.500 milhões de quilómetros quadrados de águas territoriais.

Hoje, foram apresentadas, por ordem alfabética, as actividades das Marinhas destes quatro países, prevendo-se que quinta-feira sejam conhecidas as dos restantes quatro Estados membros da CPLP - Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

A sessão de abertura do evento foi presidida pelo ministro da Defesa português, Nuno Severiano Teixeira, que não fez qualquer intervenção.

 

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comanche

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« Responder #34 em: Julho 04, 2008, 12:24:44 am »
CPLP/Marinhas: Governos devem percepcionar poder das Marinhas, diz CEMA português


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Lisboa, 03 Jul (Lusa) - Os governos, em geral, devem percepcionar que a importância e o poder da Marinha é fundamental para a estratégia de um país, defendeu hoje à Agência Lusa o chefe do Estado-Maior da Armada português.

O almirante Melo Gomes, principal promotor do I Simpósio das Marinhas dos Países de Língua Portuguesa, que hoje termina em Lisboa, adiantou ser essa a "grande conclusão" dos trabalhos do seminário.

A constatação resulta do facto de seis dos oito membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) - Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste - disporem de meios escassos e, nalguns casos, obsoletos, para operações de vigilância e fiscalização das respectivas águas territoriais.

"A melhor Marinha não é a maior, mas sim a que melhor serve o Estado", frisou Melo Gomes, desdramatizando os atrasos naqueles seis países e reiterando a disponibilidade dos restantes dois membros da CPLP - Portugal e Brasil - em cooperar com as Marinhas mais necessitadas.

"Vejo isto como uma oportunidade para que se percepcione que em todos estes países as Marinhas são fundamentais. É essa a grande conclusão que estamos a tirar deste simpósio", sublinhou, insistindo na necessidade de se desdramatizar os atrasos.

"Há que começar. Há que criar a ambição. Sem ambição não há meios e isso é a questão essencial, que o poder político percepcione o poder que as Marinhas têm nos respectivos Estados", fundamentou.

Todos os oito estados membros da CPLP têm vastas costas oceânicas, havendo disparidades muito grandes entre a área territorial e a de teórica intervenção nas respectivas águas territoriais.

São Tomé e Príncipe é o caso mais paradigmático, pois cabe-lhe a fiscalização e vigilância de uma área 162.000 vezes superior à do seu pequeno território (1.001 km2 para 162.000 km2).

Mesmo no caso de Angola, país que já assumiu publicamente que pretende ser uma potência em África, o caso da Marinha de Guerra é outro paradigma, uma vez que os meios são demasiado escassos para uma tão vasta área de vigilância e fiscalização.

Para o CEMA português, mais uma vez, a palavra de ordem é "desdramatizar".

"Há sempre oportunidade para que essas ocorrências assim sejam. Não podemos parar no tempo e desconhecer a história passada, as circunstâncias em que as coisas ocorreram. Temos de enquadrá-las nos seus momentos históricos e projectá-los para o futuro. Por isso, tenho a certeza que Angola, no futuro, terá uma Marinha", realçou.

Sobre a disponibilidade de a Marinha portuguesa continuar a cooperar com as congéneres de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, Melo Gomes condicionou-a à existência de "um desígnio e vontade políticas".

"Desde que haja um desígnio e uma vontade políticas de concretizar estas oportunidades que foram identificadas, claro que estamos disponíveis, dentro dos nossos próprios recursos", referiu.

Sobre a importância de um simpósio desta natureza, o CEMA luso salientou que o que importa é que todos se apercebam que há a necessidade de cooperação comum e uma vontade de desenvolver as Marinhas, "para que possam servir os Estados da melhor maneira possível".

"É nesse sentido que esta troca de experiências e este primeiro simpósio tem uma valia muito importante, porque nos possibilita discutir abertamente, sem complexos, assuntos de interesse comum e vermos as oportunidades de cooperação que depois compete ao poder político concretizar", observou.

"Aliás, este simpósio é apenas uma primeira etapa de um caminho mais longo. Espero que possamos continuar estas acções no futuro", disse, lembrando que Timor-Leste manifestou disponibilidade para acolher idêntico evento em 2010.

 

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comanche

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« Responder #35 em: Julho 04, 2008, 12:31:21 am »
CPLP/Marinhas: Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste querem deixar de ter Marinhas "simbólicas"

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Lisboa, 03 Jul (Lusa) - Os comandos militares das Armadas de Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste querem deixar de ter Marinhas de Guerra "simbólicas", razão pela qual pretendem apostar no reforço da cooperação com Portugal e Brasil.

Os apelos foram feitos hoje no segundo e último dia de trabalhos do I Simpósio das Marinhas (de Guerra) dos Países de Língua Portuguesa, em Lisboa, em que os representantes de Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste lançaram as bases para uma maior cooperação com Portugal e Brasil.

Nesse sentido, e juntando-se à mesma caminhada que foi preconizada quarta-feira pelos seus congéneres de Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau, apelaram para que o poder político dos respectivos países dê "maior importância" ao "factor da maritimibilidade" das suas costas oceânicas.

A falta de meios técnicos operacionais, de navios de vigilância e de fiscalização, de recursos humanos e de uma "estratégia virada para o mar", por onde se regista actualmente 95 por cento do comércio mundial, justifica, no seu entender, o facto de a Marinha de Guerra, agora em tempo de paz, ter de contar com o apoio político dos governos.

Nos casos moçambicano, são-tomense e timorense, cujos responsáveis pela Marinha apresentaram hoje o "ponto de situação" nas respectivas "casas", à semelhança do que fizeram quarta-feira os de Angola, Brasil, Cabo Verde e Guiné-Bissau, as Marinhas de Guerra "podem ser vistas como simbólicas".

Isso mesmo realçou o chefe do Estado-Maior General da Marinha de Guerra de Moçambique, almirante Patrício Concuta Yotamu, lembrando que os cerca de 3.000 quilómetros de costa são fiscalizados por "poucas embarcações" de pequeno porte" e de "reduzida autonomia".

Segundo o almirante Yotamu, em tempo de paz, e tal como é comum a todos os Estados membros da CPLP, "o mar tem efeitos negativos" que não devem ser ignorados, situação agravada em Moçambique pelas cíclicas catástrofes naturais - cheias, seca, ciclones - e pelos fenómenos ilícitos - tráfico de seres humanos, armas e droga.

"A situação é complicada e, apesar de pertencermos a um conjunto de organizações ligadas ao Mar e às Marinhas de Guerra, apenas participamos nas reuniões, pois não temos meios para participar em acções de treino", sublinhou, lembrando, porém, estar em curso a formação de um batalhão de artilharia costeira no país.

Se a situação em Moçambique é gritante, em São Tomé e Príncipe, cujas águas territoriais são cerca de 162.000 vezes maior que o arquipélago, o problema ganha maiores contornos, sobretudo por se encontrar em pleno Golfo da Guiné, "zona de grande actividade de pirataria marítima".

Tal como referiu o tenente Hamilton Nascimento Sousa, comandante da Guarda Costeira são-tomense (a força paramilitar existente subordinada ao Exército, face à inexistência de uma Marinha de Guerra), o pessoal totaliza apenas 87 efectivos - 10 oficiais, 16 sargentos e 51 praças.

Uma lancha, três semi-rígidos e dois botes pneumáticos constituem a actual "frota" do arquipélago, não se prevendo alterações, no horizonte próximo, "a menos que haja vontade política nesse sentido", acrescentou Hamilton Sousa.

Em Timor-Leste, a situação é ainda "mais gravosa", assinalou o capitão-de-fragata Donaciano Gomes, comandante da Componente Naval das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), que conta, tal como em São Tomé e Príncipe, com apenas 87 efectivos para uma área de Zona Económica Exclusiva (ZEE) de cerca de 75.000 quilómetros quadrados (área quatro vezes superior à do território).

Com apenas seis anos de existência, os meios são, também, escassos, ressalvou Donaciano Gomes, como comprovam as duas lanchas de patrulha oferecidas pela Cooperação Militar de Portugal, que não conseguem evitar as perdas anuais de 30 a 40 milhões de dólares provocados pela pesca ilegal nas águas timorenses.

Portugal, que apresentou também hoje a sua intervenção, destacou a importância da Marinha de Guerra lusa, quer no âmbito das operações militares, quer nas de manutenção de paz quer ainda nas de interesse público.

Segundo o comandante Novo Palma, chefe da Divisão de Planeamento da Armada, Portugal tem a seu cargo uma área marítima 63 vezes superior ao conjunto do território nacional (5.800 milhões de quilómetros quadrados), dispondo da frota naval e aérea "possível".

Às missões militares, em colaboração com outras organizações internacionais, como a NATO, a Armada portuguesa junta às suas operações as relacionadas com o interesse público, como o combate à poluição e ao narcotráfico, busca e salvamento e ao terrorismo.

Actualmente, a Marinha de Guerra portuguesa conta com cerca de 13.200 homens, e tem sido a responsável pela maior parte da cooperação militar com as suas congéneres da CPLP, à excepção do Brasil, que já está em contactos com Moçambique para estudar a possibilidade de cooperação militar.

O Brasil fez-se representar neste simpósio pelo comandante de operações navais, almirante Aurélio Ribeiro Silva Filho.

 

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André

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« Responder #36 em: Dezembro 30, 2008, 05:10:07 pm »
Governo ratifica acordo de cooperação militar com Angola

O Governo ratificou hoje um acordo de cooperação entre Portugal e Angola na área da Defesa, especialmente ao nível técnico e militar, que já tinha sido assinado pelos dois países em Outubro de 1996, em Luanda.

Este acordo bilateral, que foi assinado pelo primeiro Governo liderado por António Guterres, visa acções de cooperação no apoio à organização e funcionamento do sistema de defesa das Forças Armadas de Angola».

O acordo prevê ainda o apoio de Portugal à organização e funcionamento do Ministério da Defesa Nacional de Angola, a «concepção e execução de projectos comuns das indústrias de defesa e militares», assim como a «assistência mutua em matéria de utilização de capacidades científicas».

Segundo o texto da proposta de resolução, os dois países vão ter colaboração entre as duas Forças Armadas ao nível do treino, organização e apoio logístico no quadro de operações de paz.

O Governo português refere ainda que, «para a execução destas acções, estão previstas assessorias temporárias deslocadas em Angola, sendo definidas as responsabilidades de cada uma das partes em matéria de deslocações e estadas».

O acordo prevê a possibilidade de Portugal conceder bolsas de estudo e a criação de uma comissão mista, que ficará responsável pela execução deste compromisso entre os dois Estados e reunirá com uma periodicidade anual de forma alternada em Portugal e Angola.

Lusa

 

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Miguel Silva Machado

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Cooperação Técnico-Militar em Cabo Ledo
« Responder #37 em: Janeiro 13, 2009, 11:25:53 pm »
Aqui têm informações sobre um aspecto pouco conhecido da Cooperação Técnico-Militar em Angola: O Grupo de Acções Especiais.
http://www.operacional.pt/%E2%80%9Cgae% ... angolanos/
Um Abraço,
Miguel Silva Machado
miguelmachado@operacional.pt
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André

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Re: Cooperação Técnico-Militar em Cabo Ledo
« Responder #38 em: Janeiro 13, 2009, 11:37:08 pm »
Citação de: "Miguel Silva Machado"
Aqui têm informações sobre um aspecto pouco conhecido da Cooperação Técnico-Militar em Angola: O Grupo de Acções Especiais.
http://www.operacional.pt/%E2%80%9Cgae% ... angolanos/
Um Abraço,
Miguel Silva Machado
miguelmachado@operacional.pt


Descupem-lá mas o nome não é o mais apropriado para uma força de Commandos ...  :lol:  :lol:  :Ups:

 

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Miguel Silva Machado

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« Responder #39 em: Janeiro 14, 2009, 09:58:05 am »
Pois a questão do nome terá a ver com a natureza das missões que cumprem e não com a origem, a formação base, destes militares. Não deixam de ser comandos. Por outro lado, apesar da nossa assessoria no local ser maioritariamente dos comandos portugueses (durante muitos e muitos  anos foi mesmo em exclusivo), não quer dizer que Angola tenha adoptado as mesmas referências doutrinárias que Portugal (e não adoptou!), logo os problemas muito típicos de Portugal nesta matéria lá não se colocam.
Miguel Silva Machado
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Cabeça de Martelo

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« Responder #40 em: Janeiro 14, 2009, 10:26:08 am »
Um artigo muito interessante. Há algum artigo na manga sobre os Páras Angolanos? Eles já estão a realizar saltos ou só são Pára-quedistas de nome?
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Miguel Silva Machado

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« Responder #41 em: Janeiro 14, 2009, 12:41:55 pm »
Os Páras de Angola têm uma história, pouco conhecida de facto (poderemos vir a falar disso até porque tiveram ligação aos páras portugueses e temos elementos sobre isso - lá e cá - ), mas agora a realidade da Brigada de Forças Especiais é a que está no final deste artigo.
MM
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Miguel Silva Machado
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Lancero

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« Responder #42 em: Março 12, 2009, 06:21:50 pm »
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Cabo-Verde/Portugal: Cooperação técnico-militar portuguesa permite abertura de Escola Militar - Severiano Teixeira    

   Cidade da Praia, 12 Mar (Lusa) -- O ministro da Defesa português destacou  hoje a importância do novo Programa Trienal de Cooperação Técnico-Militar  com Cabo Verde, realçando que a criação de uma Escola Militar é "indispensável"  para a formação de novos quadros das Forças Armadas cabo-verdianas.  

 

      "A criação da Escola Militar é absolutamente indispensável para a formação  de quadros das Forças Armadas cabo-verdianas. O mesmo se passa com a autonomização  da formação dos Fuzileiros, que se integrava no projecto da Guarda Costeira  e que passa agora a projecto próprio", disse Nuno Severiano Teixeira à Agência  Lusa, na Cidade da Praia.  

 

      Estas são as duas novas iniciativas que se enquadram no programa de  cooperação técnico-militar entre os dois países, hoje assinado na Cidade  da Praia e que vigorará até 2011, sendo que, neste primeiro ano, serão investidos  235 mil euros.  

 

   O programa anterior terminou a 31 de Dezembro de 2008, com o ministro  português a considerar "muito positivo" o respectivo balanço, uma vez que,  disse, "foram cumpridos todos os objectivos".  

 

      No entanto, destacou Severiano Teixeira, a cooperação vai continuar,  uma vez que se mantêm as áreas relativas ao aconselhamento e assessoria  em matéria de estrutura superior de Defesa Nacional e das Forças Armadas.  

 

      "Reforça até os programas de formação que estão em curso, ministrados  pelas Forças Armadas portuguesas às Forças Armadas cabo-verdianas, nomeadamente  na Polícia Militar, Guarda Costeira e no Centro de Instrução Conjunto do  Monte Branco", acrescentou.  

 

      "A cooperação técnico-militar foi a primeira cooperação entre os dois  países e é um projecto de continuidade. Tem 18 anos e provas dadas com sucesso",  sublinhou, lembrando que, até hoje, a cooperação portuguesa nesta área investiu  3,7 milhões de euros.  

 

   Os acordos surgem no quadro da visita oficial de três dias que José  Sócrates efectua a partir de hoje a Cabo Verde, a convite do seu homólogo  José Maria Neves, e foram rubricados de manhã no Palácio do Governo, na  Cidade da Praia.  
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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André

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« Responder #43 em: Março 18, 2009, 05:12:04 pm »
Portugal ajudou a formar mais de 20 mil militares desde 2005


Portugal formou desde 2005 mais de 20 mil militares, a maioria dos quais provenientes dos países de língua portuguesa, disse hoje em Lisboa o secretário de Estado da Defesa e dos Assuntos do Mar, João Mira Gomes.
O governante, que falava no Seminário «Segurança e Defesa no Espaço Lusófono», adiantou que daquele total, mais de 15.500 foram formados nos países de origem e os restantes em Portugal.

No quadriénio 2005/2008, o investimento total português na Cooperação Técnico-Militar (CTM) rondou os 19 milhões de euros, acrescentou.

«São números impressionantes, mas queremos ir mais longe», disse Mira Gomes.

Para o secretário de Estado, a avaliação da CTM com os países de língua portuguesa é «muito positiva» e é anterior à criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), formalizada em 1996, salientou.

«O traço mais importante desta cooperação é a flexibilidade e adaptabilidade para acções concretas nos vários ramos», das forças armadas dos países envolvidos, acrescentou.

Destas acções exemplificou a cooperação na formação da polícia militar, tropas especiais, designadamente fuzileiros, guardas-costeiros e engenheiros militares.

«As portas das academias militares (portuguesas) continuam abertas aos alunos dos países da CPLP», reforçou.

Lusa

 

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Portucale

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(sem assunto)
« Responder #44 em: Maio 18, 2009, 12:11:33 am »
Video do exercicio da NATO em Cabo Verde, desembarque de tropas Espanholas;

http://videos.sapo.pt/z70BL0BwBkCQrkQi0SFj
Eis aqui
quase cume da cabeça da Europa toda
O Reino Lusitano
onde a Terra se acaba
e o Mar começa.

Versos de Camões