Os heróis esquecidos da nossa história

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Re: Os heróis esquecidos da nossa história
« Responder #90 em: Julho 14, 2014, 09:31:21 pm »


Figuras do Padrão dos Descobrimentos.
« Última modificação: Fevereiro 11, 2021, 11:50:05 pm por HSMW »
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Re: Os heróis esquecidos da nossa história
« Responder #91 em: Agosto 23, 2015, 06:10:35 pm »
Kaúlza de Arriaga





Descendente de família açoriana, tendo completado o curso superior de Matemática e Engenharia. Formar-se-ia com distinção, mais tarde, nos cursos de Estado-Maior de Altos Comandos, no Instituto de Altos Estudos Militares.

Depois de concluir os seus estudos em Matemática e Engenharia, foi para o Exército Português, como voluntário a 1 de Novembro de 1935, tendo acabado o curso de Engenharia Militar e Civil da Academia Militar, em 1939. Em 1949, terminou o curso do Estado-Maior e dos Altos Comandos do Instituto de Estudos Militares.

Sob ordens de Salazar e Marcello Caetano, foi comandante das Forças Terrestres em Moçambique (1969-1970) e foi Comandante em Chefe das Forças Armadas em Moçambique (1970/1973) durante a Guerra do Ultramar. Foi membro do Conselho da Ordem Militar de Cristo (1966/1974).

Como militar, esforçou-se na reforma dos sistemas de recrutamento e de treino, preocupou-se com a modernização dos transportes aéreos militares e incentivou o Corpo de forças Pára-quedistas e a sua integração na Força Aérea. Ficou conhecido principalmente pelas campanhas militares que comandou em Moçambique, durante a Guerra do Ultramar, sobretudo na grandiosa Operação Nó Górdio (1970), que resultou num enorme sucesso militar que chegou a ser publicamente admitido pela FRELIMO que como consequência dessa operação moveu o seu esforço de guerra para a zona de Tete.

Colaborador fiel de Oliveira Salazar e de Marcelo Caetano, chegando a ser decisivo no fracasso do golpe de Estado de 1961, Kaúlza teve várias funções de carácter civil e militar, como a de Chefe de Gabinete do Ministério da Defesa, Subsecretário de Estado da Aeronáutica, professor do Instituto de Altos Estudos Militares, presidente da Junta de Energia Nuclear, presidente executivo da empresa de petróleos Angol SA, de comandante das forças terrestres em Moçambique e de Comandante em Chefe em Moçambique.

Depois do 25 de Abril de 1974 foi passado compulsivamente à situação de reserva sendo depois preso no dia 28 Setembro. Sem culpa formada, após 16 meses de detenção foi libertado em Janeiro de 1976. Em 1977 criou o Movimento para a Independência e Reconstrução Nacional (MIRN), um partido de direita, do qual foi presidente até à sua extinção a seguir às eleições legislativas de 1980.

A partir de 10 de Junho de 1994, o general Kaúlza de Arriaga integra a Comissão de Honra dos Encontros Nacionais de Combatentes, junto ao Monumento Nacional alusivo frente ao Forte do Bom Sucesso. Em 21 de Janeiro de 2004, desde há alguns anos afectado pela doença de Alzheimer, dá entrada nos Cuidados Intensivos do HMP-Estrela, onde passaria os seus últimos dias até falecer, às 19h30m de 2 de Fevereiro de 2004; às 13:00 de 4 de Fevereiro foi sepultado no cemitério dos Prazeres em Lisboa.

Condecorações

Oficial da Ordem Militar de Avis de Portugal (10 de Novembro de 1950)
Espanha Cruz de 2.ª Classe com Distintivo Branco da Ordem do Mérito Militar de Espanha (20 de Junho de 1953)
Brasil Grande-Oficial da Ordem do Mérito Militar do Brasil (21 de Janeiro de 1956)
Estados Unidos Comendador da Legião do Mérito dos Estados Unidos da América (17 de Novembro de 1958), atribuída pelo Presidente Dwight D. Eisenhower
Portugal Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo de Portugal (5 de Março de 1959)
França Grande-Oficial da Ordem Nacional da Legião de Honra de França (3 de Novembro de 1960)
Portugal Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (3 de Janeiro de 1961)
Portugal Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo de Portugal (19 de Dezembro de 1962)

Livros publicados

Energia Atómica - 1949
Portugal Novo, Grande e Rico - 1962.
Portuguese National Defence During the Last 40 Years and in the Future - 1966
A Defesa Nacional Portuguesa nos Últimos 40 anos e no Futuro (duas edições) - 1966
O Problema Ultramarino Português - 1967
Algumas Questões Nucleares em Portugal - 1969
Message on Taking Over Ccommand of Ground Forces in Mozambique on 15 July 1969 - 1969
Guerras Coloniais e Descolonização : Entrevista - 1970
A Solução Portuguesa - 1971
A Luta em Moçambique : 1970-1973 (duas edições) - 1973.
The Portuguese Answer - 1973
Coragem, Tenacidade e Fé (duas edições) - 1972
A Conjuntura Nacional e a Minha Posição perante o Momento Político Português (duas edições) - 1976
Pontos Programáticos de um Novo Presidente da República - 1976
No caminho das Soluções do Futuro (três edições) - 1977
A Proposta-MIRN : Comunicação ao País em 28 de Junho de 1977 - 1977
África - A Vitória Traída (co-autor) - 1977
Guerra e Política : Em Nome da Verdade, os Anos Decisivos (duas edições) - 1987
Estratégia Global - 1988
As Tropas Pára-Quedistas Portuguesas 1956-1993 (pref. Kaúlza de Arriaga) - 1992.
Sínteses (duas edições) - 1992
Maastricht : Pior ainda que o "25 de Abril"!? - 1992


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Re: Os heróis esquecidos da nossa história
« Responder #92 em: Dezembro 13, 2015, 06:27:22 pm »
José Manuel Bettencourt Rodrigues



José Manuel Bettencourt Conceição Rodrigues OA • ComA • GOA (Funchal, 5 de Junho de 1918 — Lisboa, 28 de Abril de 2011), mais conhecido por Bettencourt Rodrigues ou Bethencourt Rodrigues, foi um oficial general do Exército Português que, entre outras funções, foi Ministro do Exército (1968-1970), comandante da Zona Militar Leste de Angola (1971-1973), terminando a sua carreira como Governador-Geral da Guiné (1973-1974), cargo para que foi nomeado em Setembro de 1973, substituindo no cargo o general António de Spínola. Foi o último dos governadores daquela província ultramarina de Portugal, numa altura em que a situação militar das forças no terreno exigiam a chefia de uma qualidade de que já dera sobejas provas dominando a guerrilha no Leste de Angola. Por despacho da Junta de Salvação Nacional, passou à situação de reserva em 14 de Maio de 1974.

Nascido na Madeira, foi muito jovem para Lisboa, onde fez o curso secundário no Liceu de Pedro Nunes. Concluído o ensino secundário, frequentou os estudos preparatórios militares na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, ingressando de seguida no Curso de Infantaria da Escola do Exército, que terminou em 1939, como primeiro classificado do seu curso.

Em 1951 concluiu o curso de Estado-Maior com a classificação de Distinto. Em 1953, frequentou o curso de Comando e Estado-Maior do Exército Norte-Americano, no Command and General Staff College, em Fort Leavenworth, Kansas. A 28 de Dezembro de 1953 foi feito Oficial da Ordem Militar de Avis, a 30 de Julho de 1957 foi elevado a Comendador da mesma Ordem e a 6 de Julho de 1966 a Grande-Oficial da mesma ordem.[2] Em 1968, após a frequência do curso de Altos Comandos do Instituto de Altos Estudos Militares (IAEM), no qual teve a classificação de Muito Apto, foi promovido a brigadeiro e em 1972 a general.

Ao longo da sua carreira, foi comandante do Regimento de Artilharia n.º 1, professor e director dos Cursos de Estado-Maior, chefe do Estado-Maior do Quartel-General da Região Militar de Angola, comandante da Zona Militar Leste de Angola e comandante-chefe e governador da Guiné Portuguesa. Exerceu também as funções de adido militar e aeronáutico junto da Embaixada de Portugal em Londres.

Entre 1968 e 1970 foi Ministro do Exército do governo presidido por Marcelo Caetano. Em 21 de Setembro de 1973 tomou posse como governador da Guiné Portuguesa e comandante-chefe do Comando Territorial Independente da Guiné (CTIG), em substituição do general António de Spínola, que cessara funções a 6 de Agosto. Ocupava estes cargos aquando da Revolução de 25 de Abril de 1974, à qual não aderiu[4] . Em consequência, foi preso no 26 de Abril de 1974, no Forte da Amura, em Bissau, pelos seus subordinados que faziam parte do Movimento das Forças Armadas. Regressado a Lisboa, passou à situação de reserva em 14 de Maio de 1974, por despacho da Junta de Salvação Nacional.

Ao longo da sua carreira foi condecorado com a Medalha de Ouro de Valor Militar, com palma, com a Medalha de Ouro de Serviços Distintos, com palma e com a grã-cruz da Medalha de Mérito Militar.

Em co-autoria com os generais Joaquim da Luz Cunha, Kaúlza de Arriaga e Silvino Silvério Marques publicou o livro de depoimentos África, Vitória Traída.


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Re: Os heróis esquecidos da nossa história
« Responder #93 em: Agosto 22, 2016, 05:54:01 pm »
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Re: Os heróis esquecidos da nossa história
« Responder #94 em: Janeiro 28, 2023, 03:27:09 pm »
 
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Re: Os heróis esquecidos da nossa história
« Responder #95 em: Março 20, 2023, 03:00:33 pm »
António Tenreiro

António Tenreiro (Coimbra, 1485 – 1560 ou 1565?) foi um explorador português, militar no Estado Português da Índia e Cavaleiro da Ordem de Cristo e agente do rei D. João III . Ficou conhecido pelas sua viagens através do Próximo Oriente desde Ormuz a Portugal , da qual deu conta apenas na sua obra Itinerário publicado em 1560. Foi o primeiro português a relatar na primeira pessoa uma viagem de exploração numa obra impressa.

Em conjunto com Frei Pantaleão de Aveiro, António de Andrade, Pêro da Covilhã, Brito Capelo, Roberto Ivens e Serpa Pinto, é um dos membros da galeria de exploradores portugueses que empreendeu viagens por via terrestre.

Biografia

Pensa-se que será irmão do jurista Gaspar Tenreiro, corregedor da comarca de Coimbra na época, sendo, de acordo com Diogo de Couto, "homem nobre", tendo Barbosa Machado considerado-o "filho de pais ilustres".

Tudo o que de resto se sabe de António Tenreiro é o que nos conta ele mesmo no seu Itinerário: começou como soldado no Estado da Índia, daí viajando para Ormuz. Antes disso, foi membro da delegação da embaixada de Baltasar Pessoa em nome do governador D. Duarte de Meneses ao Xá Ismail I da Pérsia em 1523-1524. Pensa-se que agia como espião do governador, para o que terá aprendido persa, árabe e turco.

As viagens do Itinerário

A viagens descritas na obra de Tenreiro podem ser agrupadas em três partes principais:

A embaixada (1523-24)

Locais visitados por Tenreiro e rota provável na parte onde acompanhou a embaixada que foi ao encontro da corte do xá Ismail I da Pérsia
No primeiro capítulo, Tenreiro descreve a ilha de Ormuz, donde parte, e os locais que a embaixada dirigida por Baltazar Pessoa atravessou antes de chegar a Tabriz, capital da nação persa. Pelo meio do caminho, vai descrevendo os locais sob o ponto de vista da arquitectura, costumes, número de habitantes e alguns pormenores curiosos. Ao mesmo tempo, relembra factos históricos como quando visita Lara, suposta cidade natal do cã turco-mongol Tamerlão, cita-o comparando-o a Aníbal. Durante a sua jornada, faz uso de caravançarais para pernoitar, sendo talvez o primeiro português a empregar este termo. Atinge Tabriz, capital do império safávida, onde a embaixada vai prestar o devido tributo (a que Tenreiro chama páreas) devidas pelo rei de Ormuz ao soberano persa. No entanto, o xá Ismail (a que ele chama "sufi" na sua obra) morre durante a presença da embaixada em Tabriz.

A peregrinação (1524-25)

Gorados os objectivos da embaixada, devido à morte do xá Ismail, e devido ao desinteresse do herdeiro Tamaspe I pelas conversações, Tenreiro sente-se livre de deveres para encetar uma peregrinação tendo em vista atingir Jerusalém: para tal fim, ele acompanha cristões arménios: vai estar no monte Ararate, mas no meio do percurso acaba por ser detido em Caraemite (actualmente Diarbaquir, na Turquia) pelos turcos sob acusação de ser um agente do xá persa, sendo feito prisioneiro e deportado para o Cairo. Aí, graças à intervenção de um judeu exilado de origem castelhana, físico do paxá do Cairo, alcança a sua libertação. Aproveita depois para descer o Rio Nilo antes de chegar a Alexandria com intenção de regressar a Portugal viajando pelo Mediterrâneo. Chega a Chipre, mas devido ao contacto com venezianos que abasteciam as caravanas com destino ao Oriente, decide acompanhá-las para empreender o regresso a Ormuz através da Mesopotâmia, sem nunca ter conseguido concretizar o seu objectivo de visitar Jerusalém.

A mensagem para o rei (1528-29)

Após cinco anos do regresso a Ormuz, em 1528, recebe do capitão da cidade D. Cristóvão de Mendonça uma carta do Governador da Índia D. Duarte de Meneses que deveria ser entregue em Portugal ao rei D. João III. Daí, mais precisamente a 1 de Outubro, inicia a sua viagem de Ormuz para Portugal por terra, provavelmente para evitar ser capturado por indivíduos que seriam alvo de denúncia na missiva que transportava, se tivesse seguido viagem de regresso a Portugal de barco pela Carreia da Índia.

Deste modo, esteve em Chipre, Itália e Espanha, atingindo Lisboa a 22 de Maio de 1529 após quase nove meses de viagem, sendo finalmente recebido em audiência privada pelo rei.

Ao chegar a Lisboa, sobreviveu a uma tentativa de assassinato, de acordo com Diogo de Couto: no Rossio, ele foi ferido sofrendo 18 golpes. Conseguiu sobreviver, mas sofreu dessas feridas até à sua morte. O Rei atribuí-lhe, como préstimo dos seus serviços, uma tença de 30 000 réis, retirando-se do activo, regressando a Coimbra.

Uma investigação ordenada pelo rei ao atendado não surtiu qualquer efeito, não tendo sido encontrado qualquer implicada na conjura. Pensa-se hoje em dia que o provável autor da carta seria o filho de um militar português em Ormuz, denunciando casos de corrupção de militares portugueses envolvidos na vigia da costa de Malabar, dificuldades que o governador Nuno da Cunha teria com o sultão de Mombaça e a ameaça de uma enorme frota turca que estaria em fase de plano tendo em vista atacar as possessões portuguesas na Índia.

Após o regresso

Ele conta toda as suas jornadas apenas 30 anos depois, em 1560, no seu famoso "Itinerário de António Tenreiro, que da Índia veio por terra a este Reyno de Portugal, em que se contêm a viagem e jornada, que fez no dito caminho, e outras muitas terras, e Cidades, onde esteve antes de fazer esta jornada, e os trabalhos que em esta peregrinação passou o anno de 1529".

O seu estilo de escrita é considerado como imparcial para com os islâmicos, tendo-se descrito a si próprio como uma pessoa curiosa e interessada na exploração, mas também um homem de fé, quando decide empreender, por vontade individual, uma peregrinação a Jerusalém.

Em Coimbra ele residiu na Rua da Moeda, onde casou com Isabel de Brito, de que não teve descendência, e que terá morrido em 1586, de que se diz que era "molher que foi de Antonio Tenreiro o que fez o Itenerario da India", e que era "de cem anos ou mais".


Locais visitados

Durante a sua longa estadia em terras do Oriente na sua viagem de regresso a Portugal por terra, ele percorreu diferentes cidades, vilas, montanhas e rios que continuam importantes nos dias de hoje. Permanecendo a maior parte do seu tempo em Ormuz, visitou Alepo (na Síria), Baçorá (Iraque), Tripoli (Líbano), Xiraz (Irão), Ispaã (atualmente no Irão), Cum (Ghom , actual Irão), Balbeque (Líbano), Damasco hoje capital da Síria), Ramala (Palestina), Gaza (Palestina), Cairo (Egito), Najafe (Iraque), Hama (Síria), Alexandria (Egito), Tabriz (Irão), Şanlıurfa (a antiga cidade dos cruzados Edessa, agora na Turquia), Lara (actualmente Lar, província de Fars, Irão) , Alazaria (Palestina). Estas foram os principais cidades visitadas. Para além disso, terá visitado o mar Cáspio, o rio Nilo, o Ararate, e terá prestado homenagem nos túmulos das personagens bíblicas São Lázaro em Alazaria e Aarão, irmão de Moisés, no Monte Hor, actualmente Jordânia, para além do túmulo do califa Ali, em Najafe.

Origens e Genealogia

Os Tenreiro eram um família com origem galega, com posses em Portugal, mas que como terá apoiado o Rei de Castela na Crise de 1383-85, ter-se-iam exilado em Castela, regressando mais tarde a Portugal, radicando-se em Viseu. Seu pai seria João Lourenço Tenreiro e seus avós Pedro Lourenço Tenreiro e Catarina Rodrigues Cardoso.

Menções noutras fontes

Ele é mencionado nas Décadas da Ásia de João de Barros, assim como pelos historiadores Francisco de Andrade e Fernão Lopes de Castanheda em 1552.

É mencionado por Cristóvão Alão de Morais na sua Pedatura Lusitana, que diz "foi o 1.° Português que da índia empreendeu caminho por terra a este Reino, em tempo del-Rei D. João 3.°

Manuel Pinheiro Chagas e Francisco de São Luis Saraiva fazem menção a Tenreiro no volume 4 da edição de 1840 da sua obra Os Portuguezes em Africa, Asia, America e Oceania, ou Historia chronologica dos descobrimentos, navegações, viagens e conquistas dos Portuguezes nos paizes ultramarinos desde o principio da monarchia até ao seculo actual.

 :arrow: https://pt.wikipedia.org/wiki/António_Tenreiro
« Última modificação: Março 20, 2023, 03:57:57 pm por Lusitano89 »
 
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Re: Os heróis esquecidos da nossa história
« Responder #96 em: Março 25, 2023, 04:17:06 pm »
 

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Re: Os heróis esquecidos da nossa história
« Responder #97 em: Abril 13, 2023, 09:21:27 pm »
D. Sebastião sobreviveu Alcácer-Quibir | A PROVA (c/Rainer Daehnhardt)

Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 
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Re: Os heróis esquecidos da nossa história
« Responder #98 em: Maio 07, 2023, 02:40:57 pm »
Cipriano Jardim, o desprezado inventor português




Conheça a fascinante história de alguém que poderia ter o seu lugar nos manuais de história, mas Cipriano Jardim é desconhecido por todos… Ao longo da história do nosso país, muitos portugueses realizaram feitos que os tornaram populares, no seu tempo ou posteriormente. Há nomes ilustres em várias áreas. Tratam-se de pessoas que realizaram conquistas que as distinguiram entre os demais.

No entanto, houve muitas mais que nada fizeram. Entre umas e outras, encontram-se pessoas que até se distinguiram por algo, mas acabaram por ser remetidas para um papel secundário que levou ao seu esquecimento.

Já ouviu falar de Cipriano Jardim? Seguramente que não. Conheça a sua fascinante história…

Cipriano Jardim poderia estar nos manuais de história, ser recordado como alguém importante, um pioneiro da aviação militar e civil, como inventor do balão dirigível. No entanto, foi traído pelo seu tempo. Ele nasceu num país pequeno. O Portugal da sua época apresentava uma mentalidade tacanha, que manteve por muitos anos…

Mandaram Cipriano Leite Pereira Jardim ir a França, de modo a inteirar-se de como fazer um parque para a aeroestação no nosso país. Ele não se limitou a cumprir o seu papel. Fez mais do que lhe pediram. Ora, mostrar muito trabalho nem sempre é bom. Os seus superiores não gostaram muito da atitude Cipriano.

Cipriano Jardim tinha 46 anos. Ele estudou o problema da direção de balões. Mais tarde, regressou de Paris com um dirigível que mais ninguém conseguira fazer. Ele teve muito azar, porque se estivesse num país mais poderoso e visionário, Cipriano Jardim teria assegurado um lugar de destaque na história, como um pioneiro na área da aviação.

Cipriano Jardim nasceu em Coimbra no dia 24 de setembro de 1841. Ele foi o primeiro filho de Manuel Santos Pereira Jardim e de Guilhermina Amália Leite Ribeiro Freire. O seu pai lutou pelos liberais na guerra civil, antes de se vir a tornar num professor catedrático.

Cipriano Jardim tinha 19 anos quando se alistou no exército como voluntário. Nessa altura, ele já tinha feito o liceu. Por aqui tinha aprendido diferentes saberes, nomeadamente filosofia, história natural, oratória, inglês, francês, latinidade, geografia, história e cronologia.

Mostrou o seu valor no curso superior de artilharia na Escola do Exército. Teve bons resultados proporcionados pelo curso preparatório de artilharia, estado maior e engenharia militar e civil que frequentara antes, na Escola Politécnica de Lisboa.

Nesta escola, Cipriano Jardim tirou o bacharelato na Faculdade de Matemática de Coimbra. Ele não seguiu o seu pai. Optou pela Filosofia (o seu pai era professor da Faculdade de Filosofia). No entanto, Cipriano Jardim seguiu o seu pai na veia política, uma vez que aderiu ao Partido Regenerador.

No ano de 1872, Cipriano Jardim casou-se com Felismina Albertina Penalva de Figueiredo. Esta mulher era dez anos mais nova do que ele e o casamento de ambos realizou-se no dia seguinte a Cipriano ser nomeado adjunto da fábrica de armas.

Este casamento deu frutos. O casal teve dois filhos, Miquelina, que nasceu em 1778, e Luís, cujo nascimento acontece no ano seguinte, em 1879.

Neste ano, 1879, Cipriano esteve para enfrentar Camilo Castelo Branco num duelo. O escritor de obras tão emblemáticas como Amor de Perdição (1862) ou A Queda dum Anjo (1865) não gostou do texto de Cipriano Jardim “História e Sentimentalismo”. O capitão tinha publicado esse texto no “Trinta”. O escritor desafiou Cipriano Jardim para um duelo. No entanto, tudo acabou pacificamente, após algumas conversações.

Pouco tempo depois, Cipriano Jardim tornou-se jornalista. Ele também se fez dramaturgo, tendo escrito algumas peças. Entre elas, destaca-se o drama “Camões”. Esta obra foi escrita para assinalar o tricentenário da morte do poeta. A peça de teatro foi levada à cena no D. Maria II e ganhou o prémio de teatro em 1881.

Cipriano Jardim foi um homem inovador. No ano de 1884, ele lançou o jornal infantil “As Crianças”, em cujo editorial deu a seguinte explicação: “A criança, dado o estado embrionário do seu espírito, não recebe, não pode receber a educação da mesma forma que o adulto, isto é, a ideia concisa, nua de artifícios atraentes, despedida de rendilhados que lhe cintilem, expurgado de todas as substâncias inertes. Não é sob esta forma dogmática que as ideias se lhes hão de fixar no cérebro.”

Cipriano Jardim foi repetidor e substituto das cadeiras de matemática e ciências naturais no Real Colégio Militar. Mais tarde, é eleito deputado, em 1881, algo que também veio a suceder até 1887. Em 1889, herdará o lugar na Câmara dos Pares do Reino.

Seis anos mais tarde, em 1896, era Cipriano já um major, quando ficou destinado a algo diferente. Em setembro desse ano, o Ministério da Guerra enviou Cipriano Jardim para França. O propósito dessa viagem era Cipriano Jardim adquirir um parque de aeroestação.

No entanto, ele resolveu estudar o assunto de forma aprofundada e aproveitou a oportunidade de expor as conclusões aos congéneres franceses. Cipriano Jardim apresentou a sua invenção, materializada por Henri Lachambre.

Este homem era um fabricante francês de balões. A fábrica de Henri situava-se no subúrbio parisiense de Vaugirard. Ele chegou a participar em diversos voos em balão. A apresentação da sua invenção aconteceu no dia 28 de dezembro, que era uma data especial, dia do 16º aniversário da atribuição do título de visconde Monte São a seu pai, título esse que Cipriano herdara uns meses antes.

Cipriano Jardim tinha a consciência de que necessitava da aprovação pelos seus pares. Por isso, apresentou uma memória à Academia Real das Ciências de Lisboa. Meses mais tarde, Cipriano Jardim deu uma conferência na Sorbonne, encontrando-se perante uma assistência numerosa, fruto dos 2000 convites que tinham sido enviados a toda a comunidade científica e imprensa francesas.

Quando Cipriano Jardim regressou a Portugal, fez uma demonstração no Teatro de S. Carlos. Esse momento aconteceu no dia 23 de abril de 1888. Portanto, aconteceu 10 anos antes de o brasileiro Santos Dumont ter apresentado ao mundo o seu dirigível.

Na sua época, Cipriano Jardim apresentou um balão revolucionário, graças ao hidrogénio e a um motor de propulsão. O português tinha conhecido as experiências do pioneiro francês Charles Renard. No entanto, apurou-lhe a forma e sobretudo o sistema.

Segundo a revista “Ocidente”, até à data “não se conhecia meio de fazer subir um balão na atmosfera que não fosse o de lançar fora da barquinha uma porção de lastro” e de libertar gás para a descida. A revista refere ainda que se tratou de “uma viagem no balão Jardim será feita nas condições de uma viagem em caminho de ferro.”

O português, fornecendo ao aeronauta a capacidade de manobra, inventara o modo de evitar o “terrível choque com o solo” que constituía a aterragem. Cipriano acabou por ‘dar o ouro’ ao estrangeiro. O português triunfara num país que gastava “milhões de francos em estudos e experiências” sem, no entanto, conseguir obter “a última palavra sobre o assunto”.

O governo francês veio a agraciar Cipriano com a Legião de Honra. Contudo, em Portugal, Cipriano seria promovido de posto, mas ficou no esquecimento até ao momento da sua morte. Ele morreu no dia 27 de outubro de 1913, já como general reformado.

 :arrow: https://ncultura.pt/cipriano-jardim-o-desprezado-inventor-portugues/
 
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« Responder #99 em: Maio 20, 2023, 06:27:27 pm »
 

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« Responder #100 em: Março 21, 2024, 10:40:03 am »
Nos anais da História, muitos são os combatentes que o registo da memória trouxe até nós. Contudo, da Reconquista Cristã à Guerra do Ultramar e até aos nossos dias, há muitos outros que a História esqueceu, mas que, pelo seu contributo nos esforços de guerra e pelos seus valorosos actos, é importante não deixarmos esquecer.


« Última modificação: Março 21, 2024, 10:41:30 am por Lusitano89 »
 
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Duarte

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Re: Os heróis esquecidos da nossa história
« Responder #101 em: Junho 15, 2024, 04:08:00 am »
слава Україна!
“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower"
The Only Good Fascist Is a Dead Fascist

 

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goldfinger

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Re: Os heróis esquecidos da nossa história
« Responder #102 em: Julho 16, 2024, 07:02:00 am »
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El PNR Alfonso de Albuquerque enfrentándose a dos fragatas indias en Goa, el 18 de diciembre de 1961.
En las primeras horas del 18 de diciembre de 1961, el Afonso de Albuquerque recibió información de que las Fuerzas Armadas de la India habían lanzado la Operación Vijay



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(invasión india de la Goa portuguesa). Su tripulación se dirigió a los puestos de combate. Como la infraestructura de comunicaciones terrestres fue bombardeada y destruida por la Fuerza Aérea de la India, el barco recibió la responsabilidad de mantener las comunicaciones por radio entre Goa y Lisboa. A las 09:00, el Afonso de Albuquerque avistó tres buques de la Armada india, liderados por la fragata de clase Leopard INS Betwa, justo en las afueras del puerto de Mormugao. Las dos fragatas y un dragaminas formaban parte de un grupo de avanzada de una fuerza de tarea que incluía al portaaviones ligero INS Vikrant y unos diez cruceros ligeros, destructores, fragatas y dragaminas. A las 12:00, ante la negativa de los comandantes portugueses a rendirse, la INS Betwa y su buque gemelo, la INS Beas, forzaron la entrada al
puerto y abrieron fuego contra el Afonso de Albuquerque, que se dirigió hacia los barcos enemigos y respondió al fuego. Al mismo tiempo, se envió el último mensaje de radio a Lisboa: "Estamos siendo atacados. Estamos respondiendo". El Afonso de Albuquerque fue alcanzado por fuego enemigo. A las 12:20, cuando intentaba maniobrar para alcanzar una posición en la que pudiera utilizar todos sus cañones, su puente de mando fue alcanzado, matando a su oficial de radio e hiriendo gravemente al capitán Aragão. Aragão ordenó al primer oficial Sarmento Gouveia que asumiera el mando con instrucciones de no rendirse. Bajo un intenso fuego dirigido al buque, parte de la tripulación evacuó al comandante herido a la costa y lo trasladó en coche a las instalaciones médicas de Panjim . A las 12:35, bajo un fuego masivo y con sus calderas y motores ya destruidos, la tripulación de la fragata la hizo encallar en la playa para que sirviera como batería de tierra. La tripulación continuó resistiendo y luchando hasta aproximadamente las 14:10. Fueron capturados por fuerzas indias al día siguiente a las 20:30. Se estima que durante su último combate el Afonso de Albuquerque disparó casi 400 proyectiles. Del lado de la Unión India, dos fragatas fueron alcanzadas, matando a cinco marineros e hiriendo a trece, pero la ventaja de la Armada India fue significativa, ya que sus barcos eran más modernos. El Afonso de Albuquerque estuvo varado en la playa cerca de Dona Paula hasta 1962, cuando fue reflotado y remolcado a Bombay. Partes del barco están en exhibición en un museo de Bombay. El resto se vendió como chatarra.
A España servir hasta morir
 
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