Por outro lado, a Espanha já assinou o contrato para adquirir mísseis de cruzeiro Taurus KEPD 350 para os F-18, que são bastante equivalentes aos Tomahawk ( excepto no alcance).
Já li sobre este assunto. No entanto, a questão mantém-se. O problema não são os mísseis Tomahwk. A questão é a sua utilidade do ponto de vista táctico.
Esses mísseis são uma espécie de arma táctica, que pode ser utilizada contra Marrocos, mas na realidade para uma invasão de Portugal, seriam pouco úteis.
A única vantagem, sería talvez para atacar os Açores. Mas mesmo assim, a sua utilidade sería sempre pouca.
Só uma correcção: as F-100 são de concepção espanhola-europeia, derivando do projecto comum NFR-90, como as Sachsen ou as LCF. "Apenas" o armamento e o sistema AEGIS são americanos.
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Não discuto a intervenção europeia. No entanto, a verdade objectiva, é cruel:
Se retiramos os equipamentos americanos, as F-100, viram uma excelente barcaça de aço.
Quanto aos tanques, tanto quanto sei, são de facto alemães, e o que aconteceu recentemente, foi uma extensão do prazo de aluguer. A realidade, no entanto, é que os equipamentos só podem ser utilizados em caso de alguém atacar a Espanha.
Relativamente ao ataque por segura (margem norte do Tejo), com todas as forças, a verdade é que também não é a melhor das opções, exactamente porque o avanço pelo vale do Tejo, pode-se fazer ao longo de um único eixo. A região tem florestas, e zonas onde é possível alguma resistência. O problema dos espanhois, como o problema dos franceses, é sempre o mesmo. A possibilidade de atacar as linhas de abastecimento.
Depois há o problema do Zêzere e de Castelo de Bode. A passagem do Zêzere é complicada, quando nas margens do rio podem haver tropas emboscadas. Os M-109A5, podem apoiar tropas, até Abrantes (embora não sirvam de nada contra tanques).
De facto, o principal problema não seriam os Leopard, mas sim veículos ligeiros, que pudessem utilizar as estradas, e penetrar em profundidade. No entanto, o problema mantém-se. Penetrar em profundidade, sem aniquilar a resistência nos flancos, pode ser mortal. Os nossos M-60A3 não são necessariamente para atacar os Leopard, em batalhas tipo Kursk. As margens do Zêzere e do Tejo, não são as planícies da Rússia.
Eu nunca atacaria os tanques espanhóis com os nossos tanques. Sería uma estupidez.
A questão dos tanques leva-nos a mais um problema:
Normalmente considera-se como necessária a proporção de 3:1 para que o exército atacante tenha possibilidade de vitória. A Espanha, teria muita dificuldade em juntar na fronteira tal quantidade de forças, que conseguissem concentrar-se para atacar as unidades da BMI.
Eu conheci um número de pessoas de uma unidade de infantaria mecanizada da BMI e, embora as unidades possam ter dificuldades de abastecimento, que impedem a brigada, no seu conjunto de actuar de forma coordenada, na região centro, não acredito que fosse assim tão fácil ultrapassar esse obstáculo.
Depois de estudar, a situação, se eu fosse espanhol, optava por atacar pelo Alentejo, e enviar forças para norte, com o objectivo de impedir a acção da BMI.
Portanto, como aqui também já referimos, colocar as F.Armadas num ponto de operacionalidade que lhes permitisse impedir com sucesso qualquer ataque espanhol, é possível, e nem sequer é caro.
Acho que neste momento, não o devemos fazer, porque neste momento, não faría sentido. No entanto, como todos sabemos, com os espanhóis, nunca se sabe de que lado está o vento.
Mas dizer que o país seria tomado em 24 horas, não faz nenhum sentido. Só se estivéssemos na mão de velhos generais como na guerra das laranjas, onde de qualquer forma até se cumpriram os planos de resistência.
Não devemos nunca, esquecer as nossas enormes debilidades, os nossos inúmeros pontos fracos. Saber a nossa posição, é da maior importância. Mas conhecer o potencial inimigo, dá-nos a possibilidade de ver que também tem muitas debilidades, que, se aproveitadas em nosso favor, seriam vantagens tremendas.
De facto, como já discutimos anteriormente, temos o problema da debilidade anti-aérea. Sem esse problema, com bases aéreas protegidas, F-16 com capacidade de ataque com bombas JDAM (por exemplo), nem em 24 horas, nem em 24 anos.
Cumprimentos