Se fosse eu a comandar os destinos do nosso Governo, lixava os russos facilmente!
Comprava todo o material militar russo aos países que fazem parte da CPLP, pelo menos, e oferecia à Ucrãnia!!!!!
Melhor bofetada não existe!!!!
Creio que também teriamos que discutir a parte prática do negócio, que é a substituição do material russo por outro não russo, o qual naturalmente teriamos que ser nós a pagar ...
Só para Angola são 50 tanques T-72 que precisam ser substituidos... (para não contar com os 200 T-55 e os 50 T-62)
Mais 600 (seiscentas) BRDM, equivalentes às Chaimite, a que se juntam 250 BMP-1 e BMP-2
Nas viaturas sobre rodas 8x8, temos umas duzentas BTR...
E mais de 500 peças de artilharia de 122mm e outras 48 de 130mm e mais 70 BM-21
Para Moçambique é mais fácil porque só temos que substituir os 60 tanques T-54, mais 40 BMP-1 e quase trezentas BTR.
Na Guiné Bissau, teriamos que substituir os 10 T-34 que é suposto eles ainda terem... Talvez eles quisessem substitui-los pelos nossos M-46 Patton ...
Algo me diz que não é possível ...
Vou responder aos dois ao mesmo tempo, aproveitando a citação dupla.
Eu já tinha deixado no ar a ideia de que, se tivéssemos uma indústria de Defesa "a sério", era inteiramente possível dar vazão a uma boa parte do material russo que eles possuem. Era também possível fazê-lo com apoio da UE, nomeadamente para aquele material que não produzíssemos.
E é aqui que pego no que foi dito mais abaixo:
Sem dúvida e isso não está em causa. A questão é: Como?
Isto porque com a entrada da Russia e outros "players" vai levar a uma especie de leilão de quem oferece mais ao país.
Se tivessemos uma industria militar desenvolvida a coisa podia resolver-se à moda dos Estados Unidos, encomendava-mos novo para nós, injetavamos dinheiro na nossa industria e despachavamos equipamento obsoleto para lá. Mas infelizmente nem para nós temos....
Tirar lições de como os EUA fazem, é meio caminho andado. Nós infelizmente temos pouca indústria militar, mas se tivéssemos em áreas específicas, conseguíamos dar vazão a algumas necessidades desses países com material produzido em Portugal. Noutros casos não seria possível, mas mesmo esses podiam ser co-financiados pela UE/NATO/CPLP, por exemplo para carros de combate. Ter mais países alinhados com o Ocidente é sempre benéfico.
Agora:
-Foi um erro enorme ter-se denunciado o contrato dos Pandur, e consequentemente o fim da sua produção em Portugal. Teria sido mais benéfico resolver os problemas, e continuar a produzi-los, e hoje estaríamos a falar de um potencial mercado, só em países da CPLP, para 500-1000 viaturas.
-Outro erro foi não termos optado pela produção nacional das armas da FN que adquirimos, o que permitia produzi-las para vender aos ditos países, de forma a conseguirem substituir as suas armas antigas de proveniência soviética (que depois transitariam para a Ucrânia).
-Ao substituir o armamento ligeiro nestes países, decorre uma transição para os calibres NATO, que muitos deles podiam/deviam ser igualmente produzidos em Portugal, nomeadamente 5.56, 7.62 e até 9mm. As munições de origem soviética transitariam para a Ucrânia.
E existem outros exemplos em como se pode desenvolver a indústria nacional, e que terão nestes países um potencial mercado. Posso dar o exemplo das viaturas tácticas médias/pesadas (camiões), das lanchas de fiscalização e NPOs, até mesmo a realização de MLU a F-16 vindos do AMARG, para substituir os caças soviéticos em operação em alguns destes países, primariamente Angola e Moçambique, já que os outros pouca capacidade teriam para isso.
A isto, acresce a CPLP no seu todo, para a qual eu propunha a criação de consórcios, isto é, frotas conjuntas e financiadas por todos membros, da mesma forma que tal já acontece na NATO, com a frota dos E-3, a dos MRTTs e a dos C-17. O objectivo seria ter capacidades mais complexas e caras, que os membros não tenham capacidade de sustentar sozinhos. Que podiam incluir:
-uma Guarda Costeira, com OPVs e lanchas de fiscalização
-capacidade de transporte aéreo, possivelmente com alguns C-390
-capacidade de patrulha marítima, com C-295MPA ou similar, ou quiçá o avião português que está em desenvolvimento (podiam estar incluídos na GC)
-capacidade SAR, com helicópteros ocidentais (podiam estar incluídos na GC)
-capacidade de transporte marítimo/navio hospital, com 2 ou 3 embarcações
-frota de combate aos incêndios, com aeronaves dedicadas de um ou mais modelos (nomeadamente Canadair, Air Tractor, e eventualmente um modelo de helicóptero)
É natural que com isto, o interesse de outros países para entrar na CPLP aumente ainda mais, e com o crescimento da CPLP, teria que haver um reforço destas capacidades.
É também de notar que uma das criticas à CPLP, sempre foi a falta de reais benefícios económicos para alguns dos países (em que atirar 18 milhões para o país e este dinheiro acabar em destino incerto não ajuda a economia). Ao ter uma CPLP reformulada, que tem capacidade inerentes, e não apenas uma "cena diplomática", passam a haver benefícios a vários níveis para o país, tanto a nível da educação como da empregabilidade.
De repente, abre-se o caminho para postos de trabalho, como pilotos das diversas aeronaves, para marinheiros dos navios, para toda a cadeia logística necessária para sustentar e manter estes meios, e ainda os postos de trabalho criados para as infraestruturas, tanto na sua construção ou modernização/remodelação, como na sua sustentação.
Eu não acho provável que Timor Leste tivesse capacidade de construir um NPO. No entanto podendo ter capacidade de realizar a sua manutenção, já seria um grande passo. Muitos destes países, não tendo capacidade de edificar uma indústria de Defesa, terão muito mais facilidade em dinamizar a economia através da renovação de aeródromos/aeroportos, portos e docas navais, para receber os meios da CPLP, ou através da manutenção destes meios (pelo menos dos mais simples).