Então devemos manter a atual política?
Em termos diplomaticos, manter tudo na mesma pelo menos na aparência é o mais adequado.
As contribuições portuguesas para o orçamento destes países têm que ser vistas ao abrigo dos objetivos da politica externa portuguesa.
Este incidente constitui inegavelmente um revez para Portugal.
É um revez, na medida em que a diplomacia portuguesa pretende dentro do quadro da União Europeia, implicar que a existência de alguma capacidade para influenciar estes países constitui uma mais-valia para a Europa, o que no computo geral, aumenta em Bruxelas o peso específico de Portugal, que já de si é pouco.
Sair, é deixar o lugar vazio. Os russos provavelmente não vão ocupar lugar nenhum e no máximo o que poderemos ter é um grupo do estilo Wagner em São Tomé.
Eu acredito que muitas vezes estes dirigentes africanos são demasiado ingénuos e são influenciáveis.
O atual primeiro ministro sãotomense, eventualmente estará nessa lista.
Já na Guiné Bissau temos uma situação muito complicada, que a maioria das pessoas não tenta entender.
O presidente de São Tomé, Sisoko Embaló, não é de étnia Balanta, é de étnia Fula, e de religião muçulmana.
Isto explica as suas passagens pela Chechenia e ao mesmo tempo, lembra que um Fula, vai sempre temer um golpe de estado dado pelos balantas.
Ele próprio já se referiu a isso há pouco tempo atrás, quando afirmou que não era verdadeiro o rumor de que os balantas o queriam ver morto.
Portanto, com este tipo de situações, que provavelmente os portugueses conhecem melhor que os outros, e têm obrigação de conhecer, a cautela, o sangue frio e o calculismo, são a melhor e mais eficiente arma que podemos ter.
Reagir à latina, com cabeça quente é o que os russos estão à espera.
Bastaria ver a Zakharova quando se referiu hoje a Portugal e ao facto de em Portugal haver uma campanha anti-russa.
A tipa precisava realmente de ir às Caldas para se acalmar, já que evidentemente, o quel lhe falta é o que faz normalmente falta à pobres russas.
A nós, o que nos faz falta, é cabeça fria.