Política externa de Angola

  • 4 Respostas
  • 6403 Visualizações
*

JQT

  • Membro
  • *
  • 265
  • Recebeu: 13 vez(es)
  • +1/-0
Política externa de Angola
« em: Abril 24, 2012, 11:33:28 pm »
Jornal de Angola, 24.05.2012

Citar
Soluções africanas contra novas crises
Kumuênho da Rosa e Bernardino Manje| - Hoje

Angola e Gâmbia têm, desde ontem, um acordo geral de cooperação que estabelece as bases para um novo capítulo na História das relações entre os dois países.
O acordo foi assinado, no Palácio Presidencial da Cidade Alta, por Mambury Njie, ministro gambiano dos Negócios Estrangeiros, e por Georges Chikoti, titular da pasta das Relações Exteriores de Angola, numa cerimónia em que estiveram presentes os mais altos magistrados dos dois países.
À luz deste instrumento jurídico foram identificados alguns sectores como pescas, petróleos, agricultura e turismo, que as partes consideraram importantes para o começo desta nova etapa da cooperação entre os dois Estados e anunciado que, nas próximas semanas, são assinados acordos em outros sectores, como o da reconstrução, da cultura e da justiça.
A assinatura do acordo geral de cooperação foi precedida de um encontro privado entre José Eduardo dos Santos e Alhaji Ahya Jammeh, em que falaram sobre o reforço da cooperação bilateral e sobre questões da actualidade do continente africano, com realce para a situação no Mali e na Guiné-Bissau, que estão sob a mira da Comunidade Internacional depois dos golpes de Estado que depuseram os respectivos Governos.
Após a cerimónia de assinatura do acordo, por volta das 13h00, ambas as delegações tiveram um almoço oficial oferecido pelo Presidente José Eduardo dos Santos, no Salão Nobre do Palácio Presidencial. Alhaji Ahya Jammeh deixou a sede da Presidência angolana perto das 15h00, sem fazer declarações à imprensa. No aeroporto internacional “4 de Fevereiro”, na companhia do ministro Georges Chikoti, o Chefe de Estado da Gâmbia, que fez uma curta declaração sobre a visita de trabalho de 48 horas a Angola, agradeceu ao Presidente José Eduardo dos Santos convite e realçou a importância dos líderes africanos trabalharem juntos para o bem do continente.
“África jamais vai vencer se os Chefes de Estado não trabalharem juntos para resolverem os problemas do continente. Temos de ser nós, os africanos, a resolver os nossos problemas. Não podemos esperar por uma nova colonização”, disse Alhaji Ahya Jammeh, que confirmou ter conversado com o Presidente José Eduardo dos Santos sobre “vários assuntos”, entre os quais a situação na Guiné-Bissau.
O Presidente da Gâmbia considerou a visita “proveitosa, apesar de curta”. Antes de ir ao Palácio da Cidade Alta, Alhaji Ahya Jammeh e a delegação que o acompanhava estiveram, durante algumas horas, numa das novas centralidades em construção na província de Luanda, a Cidade do Kilamba, onde percorreu algumas artérias e visitou um dos apartamentos. O ministro das Relações Exteriores partiu ontem para Addis Abeba, onde participa, hoje, numa reunião extraordinária do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, mecanismo criado para promover a paz, a segurança e a estabilidade em África, cuja presidência rotativa foi assumida por Angola.


Georges Chikoti afirmou que na reunião vão ser analisados mecanismos para “implementar rapidamente o essencial” das posições que foram tomadas nos últimos dias sobre a situação na Guiné-Bissau, designadamente da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), do Conselho de Segurança das Nações Unidas e mais recentemente do Presidente do Conselho de Segurança das ONU. “Pensamos que estes instrumentos agora podem ser convertidos em alguma acção que possa eventualmente ajudar a Guiné-Bissau a encontrar a ordem constitucional”, disse Chikoti.

Ajuda angolana

O chefe da diplomacia angolana afirmou que a força de interposição para a Guiné-Bissau, defendida pela CPLP, tem como propósito “ajudar os militares a voltarem às casernas e a trabalharem com um governo civil”.
Angola foi eleita para o CPS da União africana na XVIII cimeira da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da UA, realizada em Janeiro de 2012, em Addis Abeba, para um mandato de dois anos.
Além de Angola, fazem parte do CPS da UA Líbia, Guiné Equatorial, Quénia, Nigéria, Zimbabwe, Egipto, Djibuti, Camarões, Congo, Tanzânia, Costa do Marfim, Gâmbia, Guiné Conacry e Lesoto.
O Conselho de Paz e Segurança da União Africana foi criado em Maio de 2004, em Addis Abeba, e é composto por 15 Estados-membros, dos quais cinco eleitos para um mandato de três anos e dez para dois anos.
A este órgão compete promover a segurança e a estabilidade no continente, garantir a protecção e o bem-estar da população e trabalhar para a manutenção da paz, incluindo missões de bons ofícios. O CPS tem também a missão de promover e desenvolver a construção da paz e a  reconstrução pós conflitos nos Estados-membros da União Africana.
Esta é a segunda vez que Angola é eleita para o Conselho de Paz e Segurança da União Africana, depois de cumprir o primeiro mandato de três anos iniciado em 2007.

http://jornaldeangola.sapo.ao/20/0/solu ... vas_crises
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 19938
  • Recebeu: 6291 vez(es)
  • Enviou: 7072 vez(es)
  • +7606/-10786
Re: Política externa de Angola
« Responder #1 em: Novembro 15, 2012, 09:17:52 am »
Rafael Marques
“Portugal é a lavandaria de Luanda”

Jornalista e activista angolano volta a criticar o regime de José Eduardo dos Santos mas especialmente Portugal pela sua relação especial com Luanda.

15-11-2012 0:20 por Daniel Rosário, em Bruxelas

Portugal é o único país da Europa onde o regime angolano consegue levar a cabo negócios inaceitáveis noutras partes do Velho Continente. A tal ponto que, para Rafael Marques, “Portugal é a lavandaria de Luanda”.

“Noutros países europeus esse tipo de operações que Angola faz em Portugal não é possível porque as autoridades reagem imediatamente ao fluxo de tanto dinheiro de forma ilegal. Por isso é que costumamos dizer que Portugal é a lavandaria de Angola”, disse.

As declarações do jornalista e activista angolano foram proferidas no Parlamento Europeu, no final de uma reunião organizada pela eurodeputada socialista Ana Gomes para discutir a situação neste país africano.

Foram as denúncias de Rafael Marques que estiveram na origem da investigação de altos responsáveis do regime de Luanda pela justiça portuguesa. Uma situação que levou à publicação de um violento editorial no “Jornal de Angola” que fala em perseguição e ameaça com consequências para as relações entre os dois países. Uma situação que, segundo o jornalista, não deve preocupar Lisboa.

“Em princípio não terá quaisquer consequências porque Angola depende de Portugal. A porta de entrada de Angola na Europa é Portugal e como Angola usa a diplomacia dos petro-dólares é muito dependente do apoio técnico que Portugal presta a Angola”, acrescenta.

Rafael Marques aproveitou ainda a ocasião para aconselhar Portugal a começar a preparar as relações com Angola num cenário em que José Eduardo dos Santos já não esteja na presidência.

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.as ... &did=85224
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

Edu

  • Especialista
  • ****
  • 1166
  • Recebeu: 155 vez(es)
  • Enviou: 12 vez(es)
  • +5/-4
Re: Política externa de Angola
« Responder #2 em: Novembro 15, 2012, 11:45:29 am »
O problema é que nós temos dirigentes em Porugal que não têm um minimo de orgulho e baixam-se perante tudo e todos, até perante países que no passado em governados por nós.

E assim esses senhores angolanos fazem o que querem em Portugal, chegando mesmo ao ponto de, como já me foi relatado por pessoas com ligações em angola, de chamarem metropole a angola em contextos onde se fala de angola e Portugal.
 

*

scrupulum

  • 101
  • +0/-0
Re: Política externa de Angola
« Responder #3 em: Novembro 15, 2012, 05:45:22 pm »
Ao diabo com os escrupulos ! Que pais ocidental se pode arrojar o titulo de "bom exemplo" ? Digam-me um nome de um pais "limpo" e asseguro-vos uma resposta a contradizer-vos.

Ja não basta Portugal têr que acatar as ordens dos EUA e da UE que nos proibem de fazer comércio com o Irão ou outros paises do "eixo-do-mal". Se fosse eu que mandasse, exportava para todos os paises que tivessem dinheiro para pagar nem que fosse para a Coreia do Norte. Pois alguem pensa que os outros paises nao fazem a mesma coisa, nem que seja por portas travesssas ?

Basta vêr o exemplo da maior ditadura do mundo, a China ; nâo detêm estes uma boa parte da divida norte-americana ? Não é o dinheiro deles  bem-vindo em Portugal ?

Badamerda para os escrupulos . E que viva o relacionamento Portugal/paises lusofonos !
scrupulum aka legionario
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 22978
  • Recebeu: 3035 vez(es)
  • Enviou: 260 vez(es)
  • +1338/-1533
Re: Política externa de Angola
« Responder #4 em: Setembro 04, 2015, 11:32:23 am »
Segurança marítima e energética discutida em Luanda no mês de outubro


Uma conferência internacional sobre segurança marítima e energética reúne em outubro, em Luanda, cerca de 300 participantes e deverá produzir uma declaração internacional sobre o combate à pirataria, nomeadamente no golfo da Guiné.

A informação foi transmitida hoje pela diplomacia angolana, que está a preparar este encontro internacional com o apoio dos governos dos Estados Unidos da América e de Itália, que permitirá aprovar a denominada "Declaração de Luanda sobre Segurança Marítima e Energética".

Possibilitará ainda, segundo o Ministério das Relações Exteriores angolano, "recolher ideias e experiências" para a posterior elaboração de uma Estratégia de Segurança Marítima Nacional "mais consentânea com os interesses, as oportunidades e o papel regional de Angola".

"A costa marítima de África, tanto do Atlântico quanto do Índico, continua a enfrentar grandes desafios de segurança, não obstante um número considerável de países do continente depender muito do mar, quer como sua principal via para levar produtos aos mercados regionais e internacionais, quer como espaço de atividade económica estratégica como a exploração petrolífera", disse hoje o ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti.

O governante falava num encontro com Corpo Diplomático acreditado em Angola, precisamente para apresentar os termos de referência e o programa da Conferência Internacional sobre Segurança Marítima e Energética, que terá lugar em Luanda, de 07 a 09 de outubro de 2015.

De acordo com a diplomacia angolana, a realização desta conferência é "estrategicamente necessária" e visa "contribuir para um reforço das iniciativas nacionais e regionais na resposta às ameaças na costa atlântica, em especial no golfo da Guiné".

"Para Angola, é fundamental a definição e a aplicação de uma estratégia marítima que responda efetivamente às ameaças e oportunidades contemporâneas no quadro do desenvolvimento da denominada 'economia azul'", divulgou o Ministério das Relações Exteriores.

A região do golfo da Guiné é afetada por fenómenos de pirataria e de tráfico de droga, de armas e de seres humanos, sendo utilizada por grupos terroristas subsaarianos que se misturam com imigrantes ilegais para alcançar a Europa, nomeadamente através do corredor da Líbia.

A Lusa noticiou a 27 de maio que mais de uma dezena de ministérios angolanos estão envolvidos na organização desta conferência internacional, com Angola preocupada com a exploração petrolífera.

A informação consta de um despacho presidencial, a que a Lusa teve acesso, que cria uma comissão nacional para organizar e realizar esta conferência internacional, que vai debater a segurança e pirataria no golfo da Guiné, envolvendo diretamente 12 ministérios, liderada pelo ministro Georges Chikoti.

O despacho defende que para o país "é fundamental a definição e aplicação de uma visão e estratégia marítima que responda efetivamente às ameaças e oportunidades contemporâneas", nomeadamente pela sua economia (Angola), "continuar a dependente em grande parte da exploração petrolífera 'offshore'".

José Eduardo dos Santos anunciou a 21 de julho passado o interesse de Angola em acolher a conferência sobre vigilância e segurança no golfo da Guiné, região afetada por atos de pirataria e tráfico de droga, associando-se à iniciativa dos Estados Unidos da América, que previa a realização deste encontro em 2015.

Lusa