Antes de mais, desejo-lhe a si (e a todos os que estão a ler este post) um bom Natal.
Antes de mais, gostaria de saber em que língua estou a escrever. Acho que é galego, pois eu nunca estudei a língua portuguesa. Gostaria de saber se o meu galego, com todas as evidentes diferenças, deve ou não ser considerado a mesma língua que o português, ou se essas diferenças são grandes demais.
En segundo lugar, se é impossível para a CPLP admitir a AGLP como observador consultivo, por que foi o senhor Paulo Portas o único ministro que votou contra esta proposta, tendo todos os outros ministros votado a favor?
As semelhanças com o português são inegáveis, não existe ninguém que possa afirmar o contrário, mas vamos por partes:
-O galego não é uno, mais do que os dialectos do português existem subdialectos que assumem uma morfologia completamente diferente do galego que você aqui escreveu, estou essencialmente a falar do galego falado em zonas de transição, o Galego-Leonês e o Galego-Asturiano...
- O português actual evoluiu a partir de um de esses sub-dialectos
- A partir do Séc. XIII e XIV, a diferença do português e do Galego começou a acentuar-se, do lado português muito por culpa D' El Rey D. Dinis (primeiro rei português a legislar sobre a língua), e do lado Galego, com o surgimento do Castelhano como língua oficial.
-Actualmente ambas as línguas evoluíram, e muita da evolução do Galego nem sequer foi forçada, o Galego aproximou-se naturalmente do Castelhano, essencialmente a um nível erudito.
Actualmente, eu não considero o Galego o mesmo que o português, é antes algo que deve ser preservado e protegido dos Castelhanismos.
Em relação à CPLP, considero bastante mais interessante a Galiza fazer parte dela do que o Senegal por exemplo, o facto, é que o pedido de integração não proveio de nenhum órgão oficial. Os trabalhos da CPLP levam muitas vezes à implementação de medidas oficias, sejam elas a nível de facilidades de transito entre os respectivos constituintes, sejam elas unicamente a nível sócio-cultural... medidas essas que a sua instituição não teria quaisquer meios de os por em marcha...
Se alguma vez o pedido de integração provier de algum órgão oficial, penso que não será recusado. Mas não nos cabe a nós fazer o vosso trabalho, têm de ser vocês.