Força Aérea Brasileira - 80 anos de história

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Força Aérea Brasileira - 80 anos de história
« em: Janeiro 21, 2021, 03:43:28 pm »
Força Aérea Brasileira - 80 anos de história


Exatamente há 80 anos nesta data era criado o então Ministério da Aeronáutica, absorvendo os meios aéreos, pessoal, instalações e demais equipamentos da Aviação Militar e da Aviação Naval, vinculadas respectivamente ao Exército Brasileiro e à Marinha do Brasil. É importante dizer que o Brasil foi o primeiro país das Américas e de todo o Hemisfério Sul a unificar sua Aviação Militar em uma estrutura de comando própria, a frente até mesmo dos Estados Unidos, que só criaram sua força aérea seis anos adiante, em 1947. Para celebrar o aniversário da Força Aérea Brasileira, elaboramos esta matéria especial, na qual vamos contar e mostrar, através de infográficos e tabelas inéditas e exclusivas, os fatos marcantes de sua história, sua estrutura organizacional, Unidades Aéreas, as aeronaves atualmente em uso e muito mais. Boa leitura!

Um pouco de história

A história da Aviação Militar brasileira tem início poucos anos após o feito de Alberto Santos Dumont, em demonstrar com seu 14-Bis, em 23 outubro de 1906, que o voo de uma aeronave por meios próprios e de maneira sustentada era possível. Entre os primeiros aviadores militares brasileiros estavam os Tenentes Jorge Henrique Möller (Marinha do Brasil) e Ricardo João Kirk (Exército Brasileiro), brevetados na França, respectivamente nos anos de 1911 e 1912, tornando-se os pioneiros em difundir a ideia do emprego do avião como arma aérea e na criação das primeiras escolas de formação de pilotos militares em nosso país. Nas próximas três décadas, a Aviação Militar e a Aviação Naval tomaram forma, ganharam experiência, expandiram suas asas e iniciaram a integração do imenso território nacional, através dos Correios Aéreos de ambas as forças. Entretanto, o advento da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) mostrou a importância da aviação centralizada em uma estrutura própria, unificando seu emprego e a tomada de decisões, prática que já vinha sendo adotada com sucesso por vários países do continente europeu e assim, em 20 de janeiro de 1941, o Decreto-Lei nº 2.961 instituía o Ministério da Aeronáutica, extinguindo as Aviações Militar e Naval e ao mesmo tempo criando as Forças Aéreas Nacionais, integrando ainda sob o mesmo comando, o Departamento de Aeronáutica Civil (DAC) e o Ministério de Viação e Obras Públicas, tendo como seu primeiro Ministro, o Sr. Joaquim Pedro Salgado Filho. Acompanhe nas tabelas abaixo, em ordem cronológica, alguns dos muitos fatos históricos e operacionais que marcaram a trajetória da Força Aérea Brasileira ao longo destes oitenta anos.




« Última modificação: Abril 10, 2021, 07:03:17 pm por Vitor Santos »
 

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Re: Força Aérea Brasileira - 80 anos
« Responder #1 em: Janeiro 21, 2021, 03:59:34 pm »
A Força Aérea Brasileira hoje

A fim de cumprir sua missão constitucional, a Força Aérea Brasileira está atualmente estruturada em 41 Unidades Aéreas operacionais de Caça, Ataque, Transporte e Reabastecimento em Voo, Guerra Eletrônica e Reconhecimento, Asas Rotativas, Patrulha Marítima, Busca e Salvamento, Treinamento e Calibração Eletrônica. Além dessas, conta ainda com um Esquadrão de Demonstração Aérea e um de Ensaios em Voo. Todas elas, podem ser vistas nas tabelas abaixo, contendo os respectivos emblemas, designação, códigos-rádio, sedes e aeronaves atualmente utilizadas.

Nota Editorial: Para aqueles que não estão familiarizados com a nomenclatura utilizada pela FAB na identificação de suas Unidades Aéreas, ela é composta de maneira geral por dois números dispostos na forma ordinal, separados por uma barra, onde o primeiro algarismo refere-se ao Esquadrão e o segundo, ao Grupo de Aviação (GAv) ao qual ele encontra-se subordinado. Como exemplo, ao vermos 1º/3º GAv, estamos falando do Primeiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação. Além dos GAv, existem outras designações de acordo com suas funções, assim temos, o GT (Grupo de Transporte), GTT (Grupo de Transporte de Tropas), GAvCa (Grupo de Aviação de Caça), GDA (Grupo de Defesa Aérea), ETA (Esquadrão de Transporte Aéreo) e EIA (Esquadrão de Instrução Aérea). Finalizando, temos ainda quatro Unidades que apresentam apenas a sigla, sem numeração associada, pois são únicas, são elas o EDA (Esquadrão de Demonstração Aérea), GEIV (Grupo Especial de Inspeção em Voo), GTE (Grupo de Transporte Especial) e IPEV (Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo).











Unidade Aérea de Ensaios em Voo da FAB

Além das Unidades Aéreas listadas acima, diversas outras Organizações Militares da Força Aérea Brasileira operam aeronaves em missões administrativas ou de ligação entre suas sedes e o restante do país. Os aviões utilizados nesta função são em grande parte modelos Cessna C-98 Caravan ou C-95 Bandeirante em diferentes versões.

Os Esquadrões operacionais da FAB encontram-se agrupados dentro da estrutura do Comando de Preparo (COMPREP), distribuídos em 12 Alas Aéreas espalhadas por todas as regiões do Brasil. Fora desta estrutura, a Academia da Força Aérea (AFA) em Pirassununga/SP, o Instituto de Pesquisa e Ensaios em Voo (IPEV), vinculado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aerospacial (DCTA), em São José dos Campos/SP e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), com sede no Rio de Janeiro/RJ, possuem Unidades Aéreas dentro de suas organizações, a fim de cumprir suas missões. As tabelas a seguir mostram a distribuição geográfica das Alas e demais Organizações Militares que operam aeronaves e suas respectivas Unidades Aéreas.



Outras sete Organizações Militares não foram convertidas em Alas Aéreas, permanecendo com a denominação de Base Aérea, porém, tiveram suas Unidades Aéreas realocadas e passaram a ser subordinadas à Secretaria de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica (SEFA), entretanto, estão completamente aptas a qualquer momento, a receber Unidades Aéreas desdobradas em caso de necessidade ou para a realização de Treinamentos Operacionais. São elas:

 

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Re: Força Aérea Brasileira - 80 anos
« Responder #2 em: Janeiro 21, 2021, 04:04:47 pm »
As aeronaves
Razão de ser de qualquer Força Aérea, apresentamos abaixo os Aviões, Helicópteros e Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs), atualmente em uso operacional com a Força Aérea Brasileira. Elas estão dispostas em forma de tabelas individuais contendo informações, dados técnicos e algumas fotos de cada uma delas. A quantidade atual de cada aeronave em uso foi baseada em grande parte nos dados publicados na Edição 573, de julho de 2020, da Revista Flap Internacional, Aviação Militar na América Latina, complementados com informações pessoais e pesquisas em outras fontes literárias ou na internet.

Nota editorial: Além das aeronaves listadas a seguir, a Força Aérea Brasileira opera junto à Academia da Força Aérea, um Clube de Voo a Vela (CVV/AFA), utilizado pelos Cadetes da AFA aos finais de semana em atividades de recreação e iniciação ao voo, frota composta por rebocadores Embraer EMB-202 Ipanema e diversos tipos de planadores. Por se tratarem de uso recreativo, estes equipamentos não constam das tabelas abaixo, entretanto, para fins de registro/matrícula e por efetivamente integrarem o inventário da FAB, os incluímos em tabela específica mais abaixo.
















 

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Re: Força Aérea Brasileira - 80 anos
« Responder #3 em: Janeiro 21, 2021, 04:09:14 pm »


















 

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Re: Força Aérea Brasileira - 80 anos
« Responder #4 em: Janeiro 21, 2021, 04:10:03 pm »
 

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Re: Força Aérea Brasileira - 80 anos
« Responder #5 em: Janeiro 21, 2021, 04:11:47 pm »
A Força Aérea Brasileira aos 100 anos

No final de 2016, a Força Aérea Brasileira deu início a uma grande reestruturação organizacional visando essencialmente a maximização dos recursos materiais, humanos e financeiros, em prol do seu emprego operacional e em consonância com sua missão, que é a de manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vista à defesa da Pátria. Nesse sentido foi elaborado um plano, chamado de "Força Aérea 100", de forma a garantir que em 2041, quando a FAB completará um século de existência, ela tenha uma estrutura plenamente operacional, moderna e integrada para atender suas demandas e desafios. Entre as primeiras ações implementadas estavam a criação das Alas Aéreas, a extinção ou redenominação de diversas Organizações Militares e a realocação de Unidades Aéreas, além de outras mudanças administrativas. Dada a sua grandeza, desde sua implantação, o plano vem continuamente sofrendo ajustes e aperfeiçoamentos. Mais recentemente foi anunciado o início da reativação das Bases Aéreas (complementando as atividades das Alas Aéreas) e dos Comandos Aéreos, agora em número de oito.

No momento, doze Alas Aéreas estão operacionais. Todas elas abrigam pelo menos uma Unidade Aérea. Fonte: FAB

Nova divisão dos Comandos Aéreos, agora com nomenclaturas regionalizadas similares às utilizadas pelo Exército Brasileiro (EB). Fonte: FAB

O Brasil possui dimensões continentais, com mais de 8 milhões de km², sendo o quinto país do mundo em extensão territorial. Além disso, nossa nação conta com uma Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e por força de acordos internacionais, é responsável por prover Controle Aéreo e também organizar e executar missões de Busca e Salvamento (SAR) sob uma vasta porção do Atlântico Sul, totalizando mais de 22 milhões de km², área equivalente ao dobro do continente europeu. Controlar, Defender e Integrar esta área é função da Força Aérea Brasileira e, para evidenciar e divulgar estas atividades junto à sociedade civil, em 2017 foi elaborado o conceito chamado de Dimensão 22. Além da veiculação de um vídeo publicitário nas redes sociais e emissoras de TV aberta, a campanha contou também com o lançamento de um selo e carimbo postais. Além disso, o logotipo pode ser visto estampado nos uniformes e macacões de voo dos militares e na fuselagem das aeronaves da FAB.


Esta imensa área é responsabilidade diuturnamente da Força Aérea Brasileira. Fonte: FAB

Organograma geral do Comando da Aeronáutica. Fonte: FAB







 

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Re: Força Aérea Brasileira - 80 anos
« Responder #6 em: Janeiro 21, 2021, 04:13:27 pm »
Palavras finais

Oito décadas passaram voando na velocidade de um caça supersônico, trazendo em sua esteira, as vitórias, os momentos difíceis, os desafios e as grandes conquistas, forjando a Força Aérea Brasileira no que ela é hoje, uma instituição respeitada dentro e fora do país, por sua capacidade operacional e profissionalismo. As dimensões do território brasileiro impõem uma parcela a mais de comprometimento aos homens e mulheres que vestem o azul, sempre prontos, seja em terra ou a bordo de seus pássaros de metal, diuturnamente a enfrentar nuvens e céus, para manter a soberania do espaço aéreo brasileiro, controlando, defendendo e integrando nossa nação sob as asas que protegem o país. Amparados nos sacrifícios e nas glórias do passado, repleto de feitos marcantes e heróicos protagonizados pelos desbravadores de outrora, os bandeirantes audazes do azul de hoje seguem com ânimo forte seu ousado voo, firme e destemido, sob a proteção do Cruzeiro do Sul e com a manete de potência toda à frente, seja em tempos de paz ou sob a metralha da guerra, mesmo tendo a tocaia da morte como companheira. O futuro sem dúvida trará novas demandas, mas também é certo que ao olharmos para cima, continuaremos a ver os filhos altivos dos ares, lançando-se sobranceiros ao vento, na salvaguarda de nossos campos, cidades e mares. É isso que importa! Que venham os próximos oitenta anos!

Referências Webgráficas e Bibiográficas:

FORÇA AÉREA BRASILEIRA. Força Aérea Brasileira, 2020. Disponível em: <https://www.fab.mil.br/index.php>. Acesso em: 13 out, 2020.

CUNHA, Rudnei Dias da. História da Força Aérea Brasileira, 2005. Disponível em: <http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/>. Acesso em: 16 out. 2020.

PORTO, Luciano. Spotter, 2020. Disponível em: <http://www.spotter.com.br/>. Acesso em: 11 nov. 2020.

FLORES Jr., Jackson. Aviação Militar Brasileira: 1916-2015. Rio de Janeiro: Action, 2015.

AVIAÇÃO Militar na América Latina. Aviação Militar na América Latina. Flap Internacional, São Paulo, n.573, p. 20-21, jul. 2020.

 :arrow:  http://aviacaoemfloripa.blogspot.com/
 

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Re: Força Aérea Brasileira - 80 anos
« Responder #7 em: Janeiro 21, 2021, 04:41:23 pm »
 

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Re: Força Aérea Brasileira - 80 anos
« Responder #8 em: Abril 09, 2021, 08:25:22 pm »
Há 39 anos a FAB realizava sua primeira interceptação real


Citar
No dia 9 de abril 1982 um avião de outro país invadira deliberadamente o espaço aéreo brasileiro

Há exatos 39 anos, uma sexta-feira Santa, pouco depois das 20h, chovia torrencialmente no Planalto Central. Foi neste momento que os controladores do espaço aéreo brasileiro captaram um sinal voando sem identificação. O sinal era enorme. Não havia dúvidas, era preciso averiguar.

A Base Aérea de Anápolis (BAAN) estava as escuras por naquele momento por falta de energia elétrica em decorrência das fortes chuvas, obrigando assim a base a fazer uso do seu sistema de emergência.

O alarme soou no 1.º GDA (Grupo de Defesa Aérea) e dois caças Mirage IIIEBR F-103 foram acionados.

Às 21h os jatos decolaram na escura e molhada pista. Com plena potência rasgaram as pesadas nuvens de chuva a um ponto 300 kma Oeste de Brasília. Vetorados pelo CINDACTA I (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), perto do que hoje é a cidade de Tocantis, os pilotos da FAB localizaram um grande Ilyushin II-62M, matrícula CU-T1225, de fabricação soviética e pertencente à companhia aérea estatal de Cuba, denominada de Cubana de Aviación. No mundo da Guerra Fria, Brasil e Cuba não mantinham relações diplomáticas.

O piloto cubano resolveu ignorar os caças. No Palácio do Planalto a Presidência havia sido informada e como os cubanos não colaboravam, o Presidente deu um prazo para resolverem, ou então os caças poderiam derrubar o invasor.

O controlador avisou ao piloto cubano para observar ao seu lado a demonstração de fogo, foi quando os cubanos resolveram ter bom senso e passaram a colaborar.


O Ilyushin 62 foi escoltado até o Aeroporto Internacional de Brasília e retido no solo pelas autoridades, podendo prosseguir voo no dia seguinte.

Os F-103 pousaram com menos de 5 minutos de combustível nos tanques.

Fidel Castro decidira se intrometer na disputa bélica entre Argentina e Reino Unido. Ele precisava urgentemente ter acesso a junta militar argentina e ordenara que seu embaixador fosse ter com Galtieri. A menor distância entre Havana e Buenos Aires era uma linha reta e Fidel tratou o Brasil como um nada, resolvendo passar por cima sem dar satisfação a ninguém. Quebrou a cara. Em terra brasilis havia o Mirage da Força Aérea Brasileira.

 :arrow:  https://www.cavok.com.br/ha-39-anos-a-fab-realizava-sua-primeira-interceptacao-real
 
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Re: Força Aérea Brasileira - 80 anos de história
« Responder #9 em: Abril 22, 2021, 07:57:01 pm »
22 de abril – o Dia da Aviação de Caça


Citar
O mês de abril de 1945 deu início a chamada Ofensiva da Primavera, operação iniciada em 6 de abril pelas forças Aliadas envolvidas na Campanha da Itália na 2ª Guerra Mundial. O objetivo era lançar o maior esforço de ataques para desarticular as forças do Eixo naquela região.

O Brasil, profundamente envolvido naquele Teatro de Operações, tomou parte das ações daquela ofensiva, sendo que a Força Aérea Brasileira (FAB), através do 1º Grupo de Aviação de Caça, escreveu um dos capítulos mais gloriosos da sua história no dia 22 de abril, num dos ápices daquela operação.

Com uma terrível meteorologia que encobria o aeródromo de Pisa, onde estava sediado o 1º Grupo de Aviação de Caça, a primeira decolagem só foi possível às 8h30 com quatro caças Republic P-47D Thunderbolt da Esquadrilha Azul (C) que portavam duas bombas de 250kg cada além de um total de 7.680 cartuchos das oito metralhadoras calibre .50 polegadas.

Aquela Esquadrilha foi composta pelo Cap. Av. Horácio Monteiro Machado, 2º Ten. Av. Leon Roussolière Lara de Araújo (remanejado da Esquadrilha Amarela depois que essa deixou de existir em fevereiro de 1945 dada a elevada taxa de atrito), 2º Ten. Av. Pedro de Lima Mendes e o Asp. Av. Raimundo da Costa Canário (também proveniente da Esquadrilha Amarela).

Essa esquadrilha atacou e danificou, às 9:10, uma ponte de pontões construída pela engenharia alemã ao norte de San Benedetto.

A partir das 08h30, a cada cinco minutos, uma esquadrilha decolou para atacar um determinado alvo.

Naquele dia, o 1º Grupo de Aviação de Caça tinha 23 aviões e 22 pilotos disponíveis para o voo, sendo realizadas ao todo 11 missões com quatro aviões cada, resultando em 44 saídas num intervalo de sete horas.

Dessa forma, o Cap. Av. Horácio, o 2º Ten. Av. Lara e o 2º Ten. Av. Lima Mendes voaram três missões cada naquele dia. O 1º Ten. Av. Rui Barbosa Moreira Lima, 2º Ten. Av. Hélio Langsch Keller e o 2º Ten. Av. Alberto Martins Torres, uma missão cada. Os demais, duas missões cada.

Ao longo do dia, o 2º Ten. Av. Marcos Eduardo Coelho de Magalhães, na sua segunda missão, foi abatido, saltando de paraquedas e feito prisioneiro de guerra pelos alemães.

Os resultados do dia 22 de abril foram 97 transportes a motor, 35 veículos à tração animal, um parque de viaturas e 14 edifícios ocupados pelo inimigo destruídos ou imobilizados. Outros 17 veículos a motor, uma ponte de barca e uma ponte rodoviária foram avariadas, sendo atacadas, ainda, quatro posições militares.

Por conta do dia 22 de abril de 1945, o 1º Grupo de Aviação de Caça recebeu, em 22 de abril de 1986, a condecoração norte-americana “Presidential Unit Citation”, entregue para as unidades que se destacaram por extraordinário heroísmo.

 :arrow:  https://tecnodefesa.com.br/22-de-abril-o-dia-da-aviacao-de-caca/
 

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