Portugal comecerá a recuperar?

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comanche

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« Responder #165 em: Outubro 17, 2007, 07:07:48 pm »
Dez milhões de euros por dia nos próximos 6 anos



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Dez dos 14 programas operacionais do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) são assinados esta tarde pelo ministro português do Ambiente e Desenvolvimento Regional, Nunes Correia, e a comissária europeia para a política regional, Danuta Hübner.

Estes programas envolvem a atribuição de uma verba de 21,5 mil milhões de euros até 2013, o que significa que Portugal vai receber 10 milhões de euros por dia dos fundos comunitários. “No total estes 21 mil milhões de euros de fundos comunitários vão corresponder a um investimento total da ordem dos 44 mil milhões em três componentes: fundos comunitários, comparticipação pública e privada”, afirmou o ministro do Ambiente.

Em declarações ao “Jornal da Tarde”, Nunes Correia desdramatiza a expressão “última oportunidade” aplicada à dimensão da verba oriunda da União Europeia. “Esta é seguramente uma grande oportunidade no quadro dos fundos comunitários a que temos tido acesso, por ventura, o último grande quadro com esta dimensão”, declarou.

A qualificação dos recursos humanos, o aumento da competitividade e a valorização territorial são as áreas para as quais a verba será canalizada.

“Naturalmente a grande prioridade definida pelo Governo é o “potencial humano”, visando a qualificação dos portugueses (....) há todo um conjunto de programas que vão fazer a diferença”, acrescenta o ministro. A aplicação dos programas será articulada entre os ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social, da Educação, da Ciência e do Ensino Superior.

O programa temático para a qualificação dos recursos humanos é dotado com mais de seis milhões de euros, sendo financiado pelo Fundo Social Europeu. O seu objectivo é a redução da percentagem de abandono escolar, que em 2005 se situava nos 38 por cento. A ideia é que todos os jovens até aos 18 anos tenham formação profissional que lhes dê equivalência ao ensino secundário.

O aumento de competitividade visa estimular o conhecimento, o desenvolvimento tecnológico, a modernização e a inovação. Com uma verba de 3.104 milhões de euros, uma das suas metas será a duplicação das empresas tecnológicas no sector da indústria até 2010.

A valorização do território destina-se ao desenvolvimento de projectos de redes e equipamentos nas áreas dos transportes e ambiente. O comboio de alta velocidade e o novo aeroporto de Lisboa inscrevem-se neste programa financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. O montante destinado à valorização do território é de 4.659 milhões de euros.

Foram ainda criados cinco programas regionais para o continente, assim como mais dois para a Madeira e Açores.

O regulamento para apresentação de candidaturas, que começam em Novembro, estará disponível na Internet.


Espero que o governo, empresários, etc. saibam aproveitar esta oportunidade, os portugueses merecem isso.
 

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comanche

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« Responder #166 em: Novembro 06, 2007, 08:33:25 pm »
Sócrates diz que tirará 5 mil milhões de euros ao défice do Estado


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O primeiro-ministro afirmou que tirará "em três anos" mais de 5 mil milhões de euros ao défice e acusou Santana Lopes e Paulo Portas de terem protagonizado "um dos maiores fracassos governamentais".


As posições de José Sócrates foram assumidas na abertura do debate da proposta de Orçamento do Estado para 2008 na Assembleia da República, num discurso em que fez críticas às opções políticas do PSD e do CDS-PP.

Numa alusão indirecta ao facto de o CDS-PP ser de novo liderado por Paulo Portas e de o ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes desempenhar agora as funções de presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Sócrates disse estar perante "uma ironia amarga".

"Entre 2002 e 2004, foram impostos aos portugueses muitos sacrifícios, mas esses sacrifícios não trouxeram resultados. E que ironia amarga ver agora a direita neste debate do Orçamento ser liderada pelos mesmíssimos responsáveis por aquele que foi, sem dúvida, um dos maiores fracassos governamentais da democracia portuguesa", apontou.

Em contraponto, o primeiro-ministro procurou apresentar os resultados do seu Governo, partindo da meta do défice de 2,4 por cento projectada para 2008, "o que significa uma redução em mais de 60 por cento do défice verificado em 2005".

"Em três anos tiraremos mais de cinco mil milhões de euros ao défice do Estado", disse, antes de defender que a despesa corrente primária passará para 38 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

"Significa três anos consecutivos de redução - e isto nunca se verificou nos 30 anos da democracia. Isto quer dizer poupar 3,5 mil milhões de euros à despesa pública portuguesa", apontou.

Ainda de acordo com os dados apresentados por Sócrates, as despesas com pessoal das administrações públicas também serão reduzidas, passando a representar 12,2 por cento do PIB, e a dívida pública cairá em 2008 para 64,1 por cento.

Na Segurança Social, o primeiro-ministro advogou que Portugal "deixou de ser considerado um país de alto risco" em relação à sustentabilidade do seu sistema público e que, por outro lado, a proposta de Orçamento para o próximo ano se traduzirá num aumento do investimento público em 6,3 por cento.

"Não esquecemos a coesão territorial e, por isso, reduzimos a taxa de IRC para as empresas no interior do país em cinco pontos percentuais", sustentou.

Parte significativa do discurso do primeiro-ministro foi dedicada a passar a ideia de que a proposta do Orçamento para 2008 vai ter prioridades sociais.

Segundo Sócrates, a par de um aumento dos investimentos em sectores de soberania (Justiça, Defesa e segurança interna), o orçamento da ciência e da tecnologia passará a representar um por cento do PIB em 2008 e a dotação financeira para as políticas activas de emprego "aumentará de 1,7 para 2,3 mil milhões de euros - uma subida de 35 por cento".

Antecipando críticas da oposição, o primeiro-ministro referiu-se ao tema do desemprego, mas para dizer que conseguiu "conter" o ritmo de crescimento da taxa de desemprego em Portugal.

Neste ponto, Sócrates entrou em comparações com os executivos PSD/CDS-PP, dizendo que, desde 2005, o desemprego cresceu 0,4 por cento contra 3,1 por cento entre 2002 e 2005.

"Desde que o Governo iniciou funções, a economia criou 60 mil postos de trabalho líquidos. Nos três anos anteriores, a economia perdeu 37 mil postos de trabalho", declarou, sendo, de imediato, contestado pelas bancadas da oposição.

Para o próximo ano, Sócrates prometeu aumentar os investimentos em creches (em 2008 serão lançadas mais 200) e sublinhou que o Orçamento vai "alargar benefícios fiscais em sede de IRC para as empresas que invistam em creches para os filhos dos seus trabalhadores".

Sócrates aludiu ainda a medidas de apoio (através de aumentos das deduções fiscais) às famílias com filhos até três anos e à "plena implementação do Complemento Solidário para Idosos".

Em 2008, este subsídio "abrangerá os maiores de 65 anos. Desta forma, no próximo ano, nenhum idoso viverá com rendimento abaixo do que é considerado limiar da pobreza", disse.

 
 

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comanche

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« Responder #167 em: Novembro 06, 2007, 08:40:57 pm »
O primeiro-ministro garantiu hoje que o Governo honrará os compromissos assumidos em 2006 na concertação social para a valorização gradual do Salário Mínimo Nacional (SMN) até atingir os 500 euros em 2011.

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"O Governo apresentará uma proposta que honra os compromissos políticos assumidos na concertação social", afirmou José Sócrates.

O primeiro-ministro, que respondia a uma pergunta do deputado comunista Honório Novo, não revelou, contudo, qual o valor que será fixado pelo Governo para o SMN no próximo ano.

"Quanto pensa aumentar o SMN em 2008?", questionou Honório Novo, do PCP, partido que já anunciou que irá apresentar na Assembleia da República uma proposta de aumento do SMN para os 426,5 em 2008, valor que consideram corresponderá ao aumento gradual do SMN para poder chegar em 2009 aos 450 euros e em 2011 aos 500 euros.

Em Dezembro de 2006, em sede de concertação social foi alcançado um acordo que que prevê uma valorização gradual do SMN de forma atingir os 500 euros em 2011.

O acordo prevê que o SMN seja fixado nos 450 euros em 2009 e que os valores intermédios (2008 e 2010) sejam sujeitos à analise e parecer anual da comissão tripartida, a ser criada, e serão fixados pelo Governo depois de ouvidos os parceiros sociais.

O SMN é actualmente de 403 euros.

Na ronda de perguntas de todos os partidos ao Governo no primeiro dia do debate da generalidade do Orçamento de Estado para 2008, a empresa Estradas de Portugal voltou a estar em destaque, com a deputada do BE Helena Pinto a questionar o primeiro-ministro sobre a possibilidade do contrato de concessão permitir ou não a cobrança de portagens fora das auto-estradas.

Na resposta, José Sócrates respondeu taxativamente: "a resposta é não".

José Sócrates insistiu ainda que não está "decidida nenhuma privatização" da empresa Estradas de Portugal na proposta de Orçamento de Estado para 2008, mas "apenas está definida essa possibilidade".

"Não há nenhum plano para a privatização, essa possibilidade está apenas enunciada", salientou.

Instado pelo líder parlamentar do CDS-PP, Diogo, Feio, a pronunciar-se sobre a proposta dos democratas-cristãos para a publicação da dividas do Estado a particulares, José Sócrates esclareceu que actualmente só são publicadas as dividas dos contribuintes à Administração Fiscal, deixando de fora as dividas dos particulares a outras entidades públicas, como as autarquias.

Além disso, acrescentou, se os particulares quiserem o Estado publica as dívidas que tem, mediante a apresentação de um requerimento para o efeito.

Em resposta a uma questão do vice-presidente da bancada do PSD José Eduardo Martins, o primeiro-ministro voltou a insistir que a consolidação orçamental está a ser feita com recurso ao corte da despesa e não através do aumento da receita.

"Uma mentira mil vezes repetida não passa a ser verdade", gracejou.

 

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Luso

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« Responder #168 em: Novembro 07, 2007, 09:27:28 am »
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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« Responder #169 em: Novembro 07, 2007, 02:33:28 pm »
Até chove dinheiro... :roll:  :roll:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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comanche

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« Responder #170 em: Novembro 08, 2007, 07:39:41 pm »
Previsões/UE: Bruxelas revela nas Previsões Outono se Lisboa tem razões para estar optimista com evolução da economia



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Bruxelas, 08 Nov (Lusa) - Bruxelas revela sexta-feira se concorda com a previsão de Lisboa de descida do défice orçamental para 3,0 por cento em 2007, cumprindo o Pacto de Estabilidade e Crescimento um ano antes do que se previa anteriormente.

Nas suas Previsões Económicas do Outono a Comissão Europeia também irá indicar se acredita ser possível Portugal crescer em 2008 acima da média da zona euro após seis anos a divergir, como estima Lisboa.

O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou em Outubro que o défice orçamental português iria ficar, um ano antes do previsto, dentro da meta imposta pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento, de 3,0 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), já em 2007, permitindo a Portugal deixar a lista de países com "défice excessivo".

"Caso se confirme, é uma justa recompensa, especialmente alcançada no contexto difícil de Portugal, sendo uma consolidação não-artificial", afirmou na altura o comissário europeu da Economia e Assuntos Monetários, Joaquin Almunia.

Nas (últimas) Previsões Económicas da Primavera de Maio último, a Comissão Europeia previa um défice orçamental de 3,5 por cento do PIB para Portugal em 2007.

Na altura, a previsão do governo português (Março) apontava para um défice de 3,3 por cento.

Lisboa é alvo de um "procedimento de défices excessivos", por ultrapassar um desequilíbrio das suas contas superior ao limite de 3,0 por cento previsto no Pacto de Estabilidade e Crescimento europeu, tendo-se comprometido a tomar medidas para reduzir essa percentagem para um valor inferior a esse limite até 2008.

A Comissão Europeia deverá, por outro lado, fazer uma revisão em baixa da taxa de crescimento prevista para a economia portuguesa em 2008, seguindo a tendência de outras instituições internacionais.

Na apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2008, o ministro das Finanças baixou de 2,4 por cento para 2,2 a previsão de crescimento da economia portuguesa, que mesmo assim ficaria acima dos 2,1 previstos para a Zona Euro.

Nas Previsões da Primavera Bruxelas tinha sido mais pessimista, estimando um crescimento de 2,0 por cento para a economia portuguesa no ano que vem.

Analistas contactados nos últimos dias pela agência Lusa admitem que a Comissão Europeia reveja em baixa ligeira as previsões económicas para o próximo ano.

"É normal que a Comissão reveja em baixa" os números para Portugal, sobretudo os de 2008, já que "o movimento global é nesse sentido", afirmou Gonçalo Pascoal, economista-chefe do BCP.

Bruxelas deve justificar a revisão com a "degradação do contexto de crédito", continuou o mesmo analista, dizendo que as previsões do BCP apontam para um crescimento de 1,9 por cento em Portugal este ano, e de 2,1 por cento em 2008.

 

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comanche

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« Responder #171 em: Novembro 09, 2007, 02:14:36 pm »
Bruxelas acredita que Lisboa vai baixar défice para 3% do PIB em 2007



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A Comissão Europeia alinhou as suas previsões para o défice orçamental português deste ano com as do Governo, para 3,0%, mas é mais pessimista que Lisboa para 2008.

Nas suas Previsões Económicas de Outono para 2007-2009, o chamado executivo comunitário também dá uma indicação em como deverá propor já em Maio a saída de Portugal do procedimento de "défice excessivo".

A Comissão Europeia estima que o desequilíbrio das contas portuguesas deverá ser de 3,0 por cento do PIB em 2007, mas de 2,6 por cento em 2008, ou seja, mais 0,2 pontos percentuais do que as previsões governamentais.

Para 2009, Bruxelas aponta para nova redução do saldo negativo das contas públicas, para 2,4 do Produto Interno Bruto (PIB), num cenário de políticas inalteradas.

Nas Previsões Económicas da Primavera, divulgadas a 7 de Maio, a Comissão Europeia previa um défice orçamental de 3,5 por cento do PIB para Portugal em 2007 e uma descida para 3,2 em 2008, numa altura em que a previsão do Governo português apontava para um desequilíbrio de 3,3 por cento no corrente ano.

Bruxelas mostra assim que acredita na previsão do Governo de colocar o défice nos 3,0 por cento um ano antes do que se previa anteriormente.

O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou em Outubro que o défice orçamental português iria ficar dentro da meta imposta pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento, de 3,0 por cento do PIB, já em 2007, permitindo a Portugal deixar a lista de países com "défice excessivo".

"Caso se confirme, é uma justa recompensa, especialmente alcançada no contexto difícil de Portugal, sendo uma consolidação não-artificial", afirmou, na altura, o comissário europeu da Economia e Assuntos Monetários, Joaquin Almunia.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) irá confirmar em Março próximo se Portugal obteve no final do corrente ano um défice de 3,0 por cento.

Se a trajectória descendente do défice para 2008 e 2009 for também confirmada no início de Maio, nas próximas previsões económicas da Comissão Europeia, na Primavera, é muito provável que, logo em seguida, Bruxelas proponha o fim do procedimento de "défice excessivo" aberto em 2004 contra Portugal.

Isso mesmo aconteceu este ano com a Alemanha, Grécia e Malta, quando a Comissão Europeia propôs a 16 de Maio último o arquivamento dos respectivos procedimentos depois de verificar que a descida do défice se fazia de uma forma "sustentada".

Lisboa é alvo de um "procedimento de défices excessivos", por ultrapassar um desequilíbrio das suas contas superior ao limite de 3,0 por cento previsto no Pacto de Estabilidade e Crescimento europeu, tendo-se comprometido a tomar medidas para reduzir essa percentagem para um valor inferior a esse limite até 2008.

Crescimento da economia europeia vai abrandar em 2008 e 2009

A economia europeia deverá crescer a um ritmo 0,5 pontos percentuais mais lento nos próximos dois anos, limitada a 2,4 por cento, sobretudo devido às perturbações registadas nos mercados financeiros, estima Bruxelas.

De acordo com as previsões económicas de Outono hoje divulgadas pela Comissão Europeia, esse abrandamento ocorrerá também na Zona Euro, com o crescimento a passar de 2,6 por cento em 2007 para 2,2 em 2008 e 2,1 no ano seguinte.

Trata-se de uma revisão em baixa das perspectivas económicas da Primavera, divulgadas em Maio passado, com o executivo comunitário a assinalar, no entanto, que, devido a um "contexto mundial ainda positivo" e "parâmetros macroeconómicos sólidos", essa revisão no sentido descendente é limitada a 0,3 pontos percentuais em 2008, tanto na UE a 27 como no espaço monetário único.

"O clima económico foi ensombrado pelas perturbações ocorridas nos mercados financeiros este Verão, pelo abrandamento da economia dos Estados Unidos e pelo aumento constante dos preços do petróleo. Por conseguinte, o crescimento económico abrandou e os riscos de deterioração da situação aumentaram claramente", comentou o Comissário responsável pelos assuntos económicos e monetários, Joaquín Almunia.

O comissário europeu ressalva que "graças ao forte crescimento da economia mundial e a sólidos parâmetros macroeconómicos, o impacto negativo deverá ser limitado", sustentando Bruxelas que o abrandamento do crescimento é de certa forma compensado por outros factores como o consumo privado, "o principal impulsionador do crescimento no início deste ano", que deverá aumentar a "um ritmo robusto".

A Comissão estima também um crescimento "relativamente sustentado do emprego", com a criação de 8 milhões novos postos de trabalho na UE entre 2007 e 2009, além dos 3,5 milhões criados em 2006, o que, a concretizar-se, contribuirá para a redução da taxa de desemprego da União para 6,6 por cento em 2009 (7,1 na Zona Euro), "níveis nunca observados nos últimos quinze anos".

Já a inflação deverá aumentar nos próximos trimestres, "na sequência de preços mais elevados dos produtos de base", mas deverá diminuir para cerca de 2 por cento em meados de 2008 na zona do euro.

"Em relação aos preços, a inflação deverá manter-se moderada, existindo, todavia, o risco de recrudescer", observou Almunia.

Quanto ao défice orçamental, Bruxelas continua a acreditar que em 2007 diminuirá para atingir "o nível mais baixo desde há muitos anos", tanto no conjunto da União Europeia como na Zona Euro, mas prevê que, em termos estruturais, se assista posteriormente a uma interrupção da consolidação orçamental.

As previsões apontam para uma diminuição do défice das administrações públicas em 2007 para 1,1 por cento do PIB na União Europeia (era de 1,6 por cento em 2006) e 0,8 por cento na "Eurolândia" (contra 1,5 por cento no ano passado), mas o cenário para 2008 é menos risonho, prevendo "um agravamento em alguns países, devido ao abrandamento da actividade económica e à utilização de receitas excepcionais para financiar despesas suplementares nalguns países".

A Comissão estima então que se verifique um aumento do défice global em 2008, situando-o em 1,2 por cento do PIB na UE e em 0,9 por cento na zona do euro, devendo estabilizar-se em 2009, "no pressuposto de políticas inalteradas".

Em termos estruturais, a consolidação orçamental deverá ser interrompida em 2008 e 2009.

Segundo as previsões de Outono, a dívida das administrações públicas encontra-se numa trajectória descendente, prevendo-se que se situe em 63,4 por cento do PIB na zona do euro em 2009 e que diminua para menos de 60 por cento na UE já em 2007 Por fim, antecipando os riscos de deterioração, a Comissão considera-os "acentuados", apontando designadamente os acontecimentos ocorridos nos mercados financeiros e a possibilidade de um abrandamento económico mais acentuado ou mais prolongado nos Estados Unidos.

"Alguns segmentos dos mercados financeiros continuam a apresentar disfunções e não se pode excluir a eventualidade de um período mais longo de incerteza que afectaria as condições de crédito e, concomitantemente, o mercado imobiliário de forma mais incisiva do que o previsto", assinala Bruxelas.

A Comissão adverte também que "a ocorrência de novos aumentos do preço do petróleo, bem como dos produtos alimentares e de base, pode implicar riscos de recrudescimento" da inflação face ao cenário de base.

Como nota positiva, Bruxelas acredita que o mercado de trabalho poderá reservar à Europa "boas surpresas", o que "aumentaria os rendimentos do trabalho e a confiança dos consumidores".
 

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comanche

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« Responder #172 em: Novembro 12, 2007, 12:51:39 pm »
Bruxelas facilita baixa de impostos em Portugal em 2009


A Comissão vai levantar as restrições orçamentais a Portugal em 2008, um ano antes do previsto. Assim, sócrates não terá problemas em baixar os impostos no ano das eleições. Bruxelas poupa a política económica do Governo.


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Luís Rego em Bruxelas

Ao anunciar o fim do contencioso com Portugal, por causa do défice excessivo, já a partir de Maio de 2008 – um ano antes que era previsto em 2005 – o comissário Joaquín Almunia oferece ao Governo a possibilidade de redigir um Orçamento do Estado para 2009, ano de eleições, com mãos livres para propor uma descida do IVA.

O ministro português das Finanças, Teixeira dos Santos, explicou no Parlamento que “Portugal não pode baixar impostos enquanto tiver um défice que está perto dos 3%”. Mas os planos da Comissão são de, ainda antes do Verão, dizer que Portugal fez muito bem o seu trabalho de casa e já não corre riscos de violar o défice de 3% aliviando assim a vigilância sobre a sua economia e arquivando o procedimento de défice excessivo (PDE). Desta feita, o ministro tinha razão quando vaticinou que, dados os bons resultados orçamentais, “a data [para uma descida de impostos] poderá ocorrer em breve”.

Este cenário tomou forma na passada sexta-feira com a Comissão a confirmar o défice de 3% do PIB em 2007 – tal como o DE tinha antecipado na sexta-feira – e prevendo um valor de 2,6% para 2008. No final de Abril de 2008, assim que a Comissão confirme, com base nas indicações do Eurostat, o respeito pelo Pacto em 2007 e reitere previsões de um défice claramente abaixo de 3% em 2008, o mecanismo de vigilância apertada das contas públicas nacionais pode ser arquivado. “Se a correcção [do défice] é sustentável, o processo de revogação do PDE far-se-á a partir de Maio de 2008”, explicou Almunia, que fará a proposta ao conselho Ecofin nesse mês, para ser aprovada ainda antes do Verão.

Pela primeira vez desde que Portugal está com défice excessivo, o comissário coibiu-se de dar recados ao Governo ou mesmo de encorajar a continuação das reformas até atingir equilíbrio orçamental. Almunia não mencionou o facto da sua previsão para a correcção do défice em 2009 (2,4%) não condizer com o objectivo do Governo de défice de 0,4% em 2010 – a missão última do processo de consolidação. Nem para o facto de Lisboa, entre 2007 e 2009 não respeitar o corte anual obrigatório de 75 décimas de défice estrutural, conforme foi recomendado pelo Ecofin. O relatório de Outono regista uma décima de correcção ajustada do ciclo no OE/2008 e nenhuma em 2009.

Do mesmo modo, Teixeira dos Santos desvalorizou as diferenças de expectativas: “O que me parece importante não é comparar os valores, é o sentido das previsões”.

Mas este relatório dos serviços da Comissão não é imune aos sinais de abrandamento no processo de consolidação do OE/2008. Reconhece que a “despesa deverá continuar a crescer a abaixo do PIB nominal, mas agora com uma margem menor do que nos anos anteriores”.

No que toca à dívida, sem valorações, a Comissão constata que “depois de atingir 65% em 2006, o rácio deve ficar ao nível de 64,5%” até 2009, enquanto o Governo espera que a trajectória descendente, depois de sete anos de subidas, tenha vindo para ficar.
 

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Lancero

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« Responder #173 em: Novembro 12, 2007, 10:26:01 pm »
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Igreja: Bispo Forças Armadas reconhece que há mulheres que seguem vida militar

para fugir ao desemprego    

   Lisboa, 12 Nov (Lusa) - O Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal  Ferreira, reconhece que algumas mulheres seguem a vida militar para "fugir  ao desemprego", apesar da maioria fazer essa opção por "vocação", noticiou  hoje a Agência Ecclesia.  

     

   Em declarações à Agência Ecclesia acerca do encontro com o papa Bento  XVI, o bispo das Forças Armadas destacou a elevada taxa de mulheres na vida  militar, considerando que a razão principal para essa opção é "a vocação",  embora também existam "situações para fugir ao desemprego".  

     

   "Bento XVI mostrou que conhecia a realidade portuguesa, ao afirmar que  Portugal estava a lutar contra o desemprego e a economia está a dar passos  largos", salientou o prelado português.  

     

   D. Januário Torgal revelou ainda que a "grande directiva que Bento XVI  deixou ao Ordinariato Castrense" foi o facto de numa sociedade onde a Igreja  tem dificuldade em dialogar com a juventude, a pastoral no mundo militar  é de "extrema importância para a Igreja" porque "contacta com um grande  número de jovens".  

     

   No diálogo com Bento XVI, o prelado português realçou também que a "grande  preocupação" da maior diocese portuguesa passa "pela formação de todos estes  jovens".  

     

   "Uma formação que respeite o pluralismo visto que temos militares, tal  como a sociedade portuguesa, que não são crentes", acrescentou.  

     

   Em relação às missões internacionais e à presença da Igreja nesses campos,  D. Januário Torgal Ferreira assegurou que "a Igreja portuguesa está presente"  com o intuito de "ajudar espiritualmente e humanamente os militares".  

     

   O Bispo das Forças Armadas lamentou ainda "a falta de capelães militares".  

     
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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comanche

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« Responder #174 em: Novembro 14, 2007, 12:01:00 pm »
Economia portuguesa cresceu 1,8% no terceiro trimestre


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Lisboa, 14 Nov (Lusa) - A economia portuguesa cresceu 1,8 por cento no terceiro trimestre deste ano, face a igual período de 2006, em desaceleração, mas depois de o INE ter revisto em alta o ritmo de expansão nos dois primeiros trimestres.

A estimativa rápida do Produto Interno Bruto (PIB), hoje divulgada, mostra que a economia cresceu mais rapidamente do que se pensava nos primeiros seis meses, tendo o Instituto Nacional de Estatística (INE) revisto em alta os valores estimados.

Assim, a economia portuguesa cresceu 2,1 por cento nos primeiros três meses do ano, o que traduz uma revisão em alta de 0,1 pontos percentuais, e expandiu-se a um ritmo de 1,9 por cento no segundo trimestre, o que representa uma revisão em alta de 0,3 pontos percentuais.

Na evolução em cadeia, o PIB português estagnou no terceiro trimestre, face ao trimestre imediatamente anterior, depois de ter crescido 0,7 por cento nos primeiros três meses e 0,6 no segundo trimestre.

RSF.

Lusa/Fim
 

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comanche

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« Responder #175 em: Novembro 14, 2007, 06:16:35 pm »
Banco de Portugal corta previsão de inflação para 2,3%



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Lisboa, 14 Nov (Lusa) - O Banco de Portugal reviu hoje em baixa a previsão para a taxa de inflação em 2007, para 2,3 por cento, segundo o boletim económico de Outono hoje divulgado.

"A actual estimativa representa uma revisão em baixa de 0,2 pontos percentuais face à previsão do boletim de Verão", escreve o banco central, a beneficiar de uma expectativa de menor crescimento dos preços dos bens industriais (energéticos e não energéticos).

Dentro desse segmento dos preços, a instituição presidida por Vítor Constâncio refere que foi importante a queda dos automóveis novos verificada entre Julho e Setembro, após a implementação da nova legislação sobre a tributação de veículos, bem como a diminuição na classe do vestuário e calçado.

O governo espera que os preços cresçam 2,3 por cento em 2007, pelo que a nova previsão do Banco de Portugal coincide com o cenário do Executivo.

O banco nota ainda que uma taxa de inflação de 2,3 por cento representa uma diminuição de 0,7 pontos percentuais face à taxa de 3,0 por cento registada em 2006, num ano em que Portugal está a ser ajudado pela "forte" desaceleração dos preços dos bens energéticos, por um menor crescimento dos custos unitários do trabalho no sector privado e abrandamento dos preços da importação de bens de consumo.

 

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comanche

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« Responder #176 em: Novembro 14, 2007, 06:57:02 pm »
Banco de Portugal diz que o Governo tem praticado política restritiva de contas públicas

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O Banco de Portugal considera que o Governo tem praticado uma política de contas públicas "restritiva", ajudado pelo aumento das receitas e pela redução das despesas, segundo o boletim económico de Outono hoje divulgado.

Nesse documento, a instituição presidida por Vítor Constâncio diz que o saldo primário estrutural, ou seja, a diferença entre despesas e receitas descontados os juros e ajustado do ciclo económico e de medidas temporárias, deve ficar em 2007 nos 0,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

"Este é um valor positivo, pela primeira vez nos últimos anos, e representa uma melhoria de 1,2 pontos percentuais", face ao ano anterior, acrescenta o banco.

Um saldo positivo quer dizer que o Estado obteve mais receitas do que despesas, pelo que houve um excedente.

Esta melhoria, continua o Banco de Portugal, indica "uma orientação inevitavelmente restritiva da política orçamental nesta fase de consolidação das finanças públicas".

Ela resulta do aumento da receita fiscal e da redução do peso das despesa com pessoal, afirma o banco central, numa altura em que as despesas com pensões continuam a crescer a um ritmo "expressivo".

Continua a haver um aumento da eficácia fiscal e um alargamento da base do IRC.

Além disso, a redução do número de funcionários públicos, o congelamento das progressões automáticas desses trabalhadores e a redução do salário médio por via da aposentação/contratação têm ajudado a controlar a despesa, acrescenta o Banco de Portugal.

 

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Lancero

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« Responder #177 em: Novembro 14, 2007, 08:15:52 pm »
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Investimento estrangeiro em Portugal aumentou 30% em 2006 - estudo

Lisboa, 14 Nov (Lusa) - O investimento directo estrangeiro em Portugal aumentou no ano passado 30 por cento e deverá continuar a crescer nos próximos três anos, se bem que a um ritmo mais lento do que o desejável, concluiu um estudo da Ernst&Young.  

     

    "O ano de 2006 foi bom na captação de investimento directo de capital estrangeiro, aumentando em 30 por cento [38 projectos] em relação a 2005 [29 projectos]", sendo estimada a criação de 10 mil postos de trabalho, disse à agência Lusa, José Gonzaga Rosa, coordenador do estudo da Ernst&Young sobre atractividade de investimento estrangeiro, que será apresentado hoje à noite.  

     

    Em declarações à Lusa, o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho frisou que "Portugal é visto como um país mais atractivo" e que o facto de os gestores internacionais acreditarem que se vai tornar ainda mais atractivo nos próximos 3 anos "é uma boa notícia e confirma a subida de Portugal nos índices internacionais de competitividade e o bom comportamento das exportações".

     

    " Os velhos do Restelo dizem que Portugal não é atractivo, que não é competitivo e que não tem capacidade em exportar. Quem trabalha diz que Portugal está a ficar mais atractivo, mais competitivo e com maior capacidade de exportar", disse o ministro.  

     

    José Gongaza explicou que face o número de projectos que entram, tendo em conta a população, "o desempenho português é tão bom como o de Espanha, Alemanha e Polónia".  

     

    "Oitenta por cento dos projectos são novos, relativos a investimentos que não existiam em Portugal, sobretudo na área de prestação de serviços, o que é um sinal de um envolvimento maior, designadamente na assumpção do risco", frisou o coordenador do estudo.  

     

    Segundo José Gonzaga Rosa, o estudo realizado indica que as expectativas dos investidores para os próximos anos em Portugal são positivas", mostrando que 64 por cento do investidores é favorável à política de competitividade portuguesa, sendo que 58 por cento acredita mesmo que Portugal vai aumentar a atractividade.  

     

    Pelo contrário, o número de investidores que acredita num recuo de Portugal desceu de 8 por cento em 2005 para 6,5 por cento em 2006.  

     

    "As expectativas são muito mais positivas na área das médias e altas tecnologias, no sector das telecomunicações e dos equipamentos, do que em sectores da indústria, como a automóvel, e de bens de consumo, afectados pelo elevado IVA e o lento crescimento da economia em Portugal", disse o responsável.  

     

    Manuel Pinho salientou a grande subida das importações com elevada intensidade tecnológica e a baixa das importações com baixo tecnológico.  

     

    "Mostram que o modelo de especialização da economia portuguesa está a mudar", frisou o ministro.  

     

    José Gongaza Rosa sublinhou que a "alteração no perfil de especialização do sector da economia", mas referiu que há também razões de preocupação.

     

    "Portugal ainda não está a captar investimento estrangeiro a um ritmo tão acelerado como o desejável, devido a restrições no recurso a mão-de-obra qualificada. Nós não temos capacidade de qualificar recursos suficientes para fazer face à procura. Por outro lado, devíamos estar a produzir mais bens de tecnologia", alertou.  

     

    Os sectores mais atractivos abrangem os serviços, com uma improtante contribuição do turismo e lazer.  

     

    Manuel Pinho frisou que o "turismo está com um dinamismo sem precedentes" e disse acreditar que "ainda tem grande margem de progresso".  

     

    A Espanha e os EUA estão no top dos investidores estrangeiros em Portugal, com dez e seis projectos respectivamente, seguindo-se o Reino Unido e a Alemanha com quatro projectos cada.  

     

    Segundo o estudo, Lisboa, Porto e as zonas costeiras continuam a ser os locais mais apetecíveis para a realização da maioria dos investimentos.

     
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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Doctor Z

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« Responder #178 em: Novembro 15, 2007, 08:54:50 pm »
Boas,

Quando iniciei este tópico, nunca pensei que tivesse tanto sucesso, porque
pensava que interessava pouca gente, afinal de contas enganei-me.

É verdade que Portugal estava mal e ainda assim, apesar de parecer que
estamos a sair da cabeça de baixo da água, as coisas estão a demorar
a normalizar, mas será que já houve alguma vez em que foram normais?

Infelizmente, tem conhecimento de pessoal meu conhecido que não tem
outra solução que de sair do país, não por querem, mas porque não podem
fazer de outra maneira... :cry:

Tive a sorte de ter regressado a Portugal em 2006, mas os casos parecidos
com o meu devem ser marginais em relação a saída do país, o que me
entristece, porque é sintoma que nem tudo está bem ou resolvida. Também
sei que somos um povo de navegadores e de descobridores, mas não será
apenas esta razão que nos leva a saír do país...
Blog Olivença é Portugal
"Se és Alentejano, Deus te abençoe...se não
és, Deus te perdoe" (Frase escrita num azulejo
patente ao público no museu do castelo de
Olivença).

:XpõFERENS./
 

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Luso

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« Responder #179 em: Novembro 15, 2007, 10:09:13 pm »
E aproveitando esta deixa recente do Doctor Z...

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/ ... 57847.html

Estudo da Ernst & Young 2007-11-15 00:05
Há três vezes mais empresas dispostas a sair de Portugal

Estudo da Ernst & Young revela que 20% dos empresários têm a intenção de deslocalizar a produção. Dados de Bruxelas mostram que Portugal já é mais pobre do que a Estónia.

Mónica Silvares

Triplicou o número de investidores estrangeiros que manifestou a sua intenção de deslocalizar a produção de Portugal nos próximos três anos. A principal razão: reduzir custos. E o principal destino: a Europa de Leste. Esta é uma das principais conclusões do relatório que a Ernst & Young apresentou ontem à noite na sequência de um inquérito junto de 200 executivos.

Portugal conseguiu atrair 38 projectos de investimento estrangeiro, no ano passado, e destes 31 foram totalmente novos – “o que exige um maior risco e empenho por parte dos investidores”. Mais de metade dos executivos inquiridos acreditam que Portugal tem capacidade para aumentar a sua atractividade ao investimento estrangeiro, mas o estudo revela que 20% das empresas questionadas antecipa uma deslocalização do país, contra os 7% do ano passado.

“Este estudo vem confirmar que a realidade em Portugal se está alterar e que o país já deixou de ser competitivo”, afirmou ao Diário Económico José Gonzaga Rosa. O 'partner' da Ernst & Young responsável pela elaboração do estudo ontem apresentado reconhece que “Portugal, para algumas indústrias, passou a estar riscado do mapa do IDE”.

A General Motors, abandonou a unidade da Azambuja – onde laboravam mais de 600 trabalhadores –, que manteve por décadas, e concentrou a produção em Espanha. Valeo, Lear Corporation e Yazaki Saltano são outros exemplos de empresas do sector que crescentemente têm abandonado a produção no país.

Portugal apresenta vários riscos para os investidores estrangeiros, como seja o sistema fiscal para as empresas (um IRC pesado, complicado e em constante mutação), a fraca produtividade e flexibilidade laboral, o que faz com que alguns sectores de actividade demasiado concentrados em mão-de-obra intensiva deixem de consi- derar o país interessante. Esta realidade é percebida pelas próprias empresa nacionais que também optam por deslocalizar parte da sua produção para países emergentes. “Fazemos gáspeas na Índia, um país mais vantajoso quando é necessário mão-de-obra intensiva”, disse fonte oficial do grupo liderado por Artur Duarte. A Aerosoles tem procurado também a sub-contratação na China. Mas a estratégia de deslocalização afectou principalmente o segmento dos componentes automóveis. Os portugueses da Simoldes deslocalizaram parte da produção para os países da Europa de Leste, República Checa e Roménia.

Paulo Nunes de Almeida, presidente da têxtil DRF e  da Associação  Têxtil e Vestuário defende que, na maior parte das vezes,  a melhor opção não é deslocalizar mas “optar por comprar em mercados locais ou fazer acordos de produção, o que exige menos investimento e menos responsabilidade”, sublinha.

Mas nem todas as empresas têm a mesma percepção. A Bosch é um exemplo de uma empresa estrangeira que reforçou o seu investimento em Portugal, por considerar que o país apresenta boas condições. “Não partilho das críticas que são feitas”, diz Alexandre Silva, administrador da Bosch Portugal. “A empresa tem o centro de competências em Portugal e as nossas fábricas têm condições que nos permitem exportar 750 milhões de euros. Fomos, no ano passado, o quinto ou sexto maior investidor do país”, acrescentou o responsável que se orgulha de ser “um dos protagonistas de medidas para debelar as dificuldades”.


Algumas conclusões do estudo

1 - IDE e exportações estão intimamente ligados
Os cinco principais investidores em Portugal (Espanha, EUA, Reino Unido, França e Alemanha) coincidem com os cinco principais de mercados de exportação dos produtos nacionais, constata José Gonzaga Rosa. Estes cinco países representam 74% do investimento estrangeiro em Portugal e estes cinco mercados representam 67% das exportações de Portugal. O partner da Ernst & Young sublinha que “o comércio internacional é cada vez mais intra-indústria e intra-empresa”, por isso, conclui, “potenciar as exportações é potenciar o IDE”.

2 - Fiscalidade é um dos problemas em Portugal
Se em 2007, o dedo era apontado à Administração Pública, os investidores internacionais reconheceram os esforços no âmbito Simplex e 81% dos inquiridos diz que há maior flexibilidade no procedimento administrativo. Mas a fiscalidade continua a ser o calcanhar de Aquiles. Não o valor do IRC é demasiado elevado, como todo o sistema de tributação das empresas é considerado complexo e sem estabilidade. 53% dizem que os impostos não são atractivos. E é feita uma ressalva para o IVA particularmente nocivo para as empresas na área dos serviços, por sinal, aquelas onde Portugal apresenta maior atractividade ao investimento.

3 - Modelo de especialização da economia está a mudar
“Portugal tem vindo a aumentar as importações com elevada intensidade tecnológica e a baixar as importações com baixa intensidade tecnológica”, sublinhou o ministro Manuel Pinho, na apresentação do estudo da Ernst, um sinal, segundo o ministro da Economia que “o modelo de especialização da economia portuguesa está a mudar”. O responsável pela pasta da Economia frisou que “o Turismo está com um dinamismo sem precedente” e destacou os dois projectos de IDE lançados este ano que estão “na fronteira da tecnologia mundial”: a aquacultura da Pescanova e as pilhas de combustível da Agni.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...