Radar para a Madeira

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mad20001

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(sem assunto)
« Responder #30 em: Fevereiro 22, 2008, 05:05:56 pm »
Algumas novidades no DN de hoje, com as habituais polémicas ambientais à mistura...

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Radar em Março prejudica a Freira  
A cafetaria será entregue ao gR que vai decidir o seu modo de funcionamento  
Data: 22-02-2008  

As obras de construção da estação do radar do Pico do Areeiro deverão avançar em Março, justamente no mês em que tem início o período de nidificação da Freira da Madeira, uma ave endémica, classificada como criticamente ameaçada.

Ana Isabel Fagundes, directora da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) - Madeira, teme que os ruídos provocados pela construção venham a perturbar a espécie, que costuma permanecer em terra até Setembro.

Apesar da mudança de localização, Ana Isabel Fagundes sublinha que a ameaça mantém-se. Inicialmente o radar estava previsto para o caminho de acesso ao miradouro do Juncal tendo sido 'transferido' para uma zona mais próximo do marco geodésico existente, junto à pousada.

Também Hélder Spínola reitera que os riscos persistem. O presidente da Quercus considera que a nova localização não é tão prejudicial, mas continuam a existir grandes implicações ambientais, nomeadamente ao nível dos efeitos negativos da radiação na reprodução das aves.

O ambientalista contrapõe as afirmações de que o radar é fundamental em matéria de Defesa, referindo que a tecnologia de hoje oferece outras alternativas, como o controlo por satélite, através do sistema Galileu, e também por meio de radares costeiros, como o que está, de resto, a ser implementado na costa portuguesa.

Hélder Spínola questionou ainda a compatibilização do Pico do Areeiro para fins turísticos com as medidas de segurança que terão de existir em torno do radar.

Dada a decisão firme do Estado, o ambientalista adiantou que no orçamento da obra deveriam estar previstos meios para um maior conhecimento e acompanhamento das aves, após a instalação do radar. Algumas dessas preocupações estão inseridas no estudo de incidências ambientais, referente à nova localização, que prevê a definição de um Plano de Monitorização para "que se evitem, minimizem ou compensem as incidências negativas e se potenciem as positivas" e contempla a recuperação das zonas envolventes ao radar.

Em 2003, já depois do primeiro estudo de incidências ambientais encomendado pelo Ministério da Defesa, foram descobertos novos ninhos da Freira da Madeira, o que levou a uma quase duplicação do número de aves. Segundo a SPEA existirão, actualmente, entre 70 a 80 casais.

A Direcção-Geral de Infra-estruturas, entidade dependente do Ministério da Defesa pela implementação do projecto, adiantou ao DIÁRIO que o processo de adjudicação está em fase de conclusão, pelo que o início da empreitada terá início assim que forem cumpridas as formalidades legais, como a assinatura do contrato e a consignação da obra. Estima, assim, que em Março tenham início os trabalhos, com um prazo de execução de 180 dias. O projecto inclui uma cafetaria que "será depois entregue ao Governo Regional, que decidirá qual o seu modo de funcionamento e exploração".

estação e cafetaria

O concurso público, lançado em Outubro de 2006, para a 'Construção da Estação de Radar e Cafetaria no Pico do Areeiro', tem um preço base de quatro milhões de euros. A obra está incluída no projecto de extensão ao Arquipélago da Madeira do Sistema de Comando e Controlo Aéreo, no valor de 16.902.150 euros, que inclui, além da estação e da instalação do radar, equipamentos de comunicações terra-ar, na Madeira e no Porto Santo.

O radar foi já adquirido em 2004 pelo Ministério da Defesa à empresa espanhola IDRA e permitirá a cobertura completa do espaço aéreo na Região Autónoma da Madeira, com particular atenção para as ilhas Selvagens, no passado alvo de sobrevoos por aviões e helicópteros espanhóis.

A polémica que surgiu em torno a construção daquela infra-estrutura prendeu-se com os efeitos nocivos que a mesma possa vir a ter na Freira da Madeira, uma ave que está entre um dos endemismos da Madeira, se não o mais forte, pois não habita em mais nenhum local.

É uma ave muitíssimo rara e ameaçada ao nível mundial, pelo que chegou a ser considerada extinta até a década de sessenta, sendo redescoberta, no fim daquela mesma década por Paul Alexander Zino.

 
Sílvia Ornelas  


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comanche

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(sem assunto)
« Responder #31 em: Março 02, 2008, 03:36:22 pm »
Madeira: Movimento Partido da Terra manifesta-se contra radar militar no Pico do Arieiro

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Funchal, 02 Mar (Lusa) - O Movimento Partido da Terra (MPT) da Madeira afirmou-se hoje "totalmente contra a instalação de um radar militar" no Pico do Areeiro, segundo maior Pico da Região, por motivos paisagísticos e ambientais.

"A instalação desta estrutura será altamente prejudicial ao Pico do Areeiro, tanto a nível paisagístico como a nível amiental", referiu João Isidoro, líder do MPT-Madeira.

"Está mais do que provocado que a instalação do radar será prejudicial à Freira da Madeira", afirmou, referindo-se a uma ave dada como extinta na década de 1970, mas que tem presentemente uma população estimada na ordem dos 80 casais.

O também deputado do MPT à Assembleia Regional disse, aliás, que se este radar não fosse prejudicial, as autoridades militares não tinham adiado a sua construção desde este mês de Março, em que ocorre o período de nidificação da ave, para o mês de Setembro.

O responsável referia-se à notícia, avançada sábado pelo semanário Expresso, de que o Ministério da Defesa admite adiar o avanço do projecto para não colidir com o período de nidificação da ave.

João Isidoro disse por outro lado que existem outros meios para fazer a vigilância do espaço áereo, designadamente satélites.

Contudo, manifestou-se satisfeito por a obra poder ser adiada, pois "vai potenciar um debate sério e participado sobre a instalação daquele radar", estimado em 16 milhões de euros.

O Ministério da Defesa Nacional informou na semana passada que o projecto de instalação do radar estava em fase de conclusão, podendo as obras começar em Março.

O projecto tem gerado muitas críticas, por ser um local onde nidifica a Freira da Madeira.

Em comunicado, o Ministério garantiu que "cumprirá escrupulosamente as medidas minimizadoras e recomendações constantes do Estudo de Incidências Ambientais".

"As obras não poderão conflituar com as cláusulas particulares do caderno de encargos realizado para esta obra, nomeadamente no que respeita aos requisitos ambientais, com natural ênfase na protecção da fauna e em especial o da espécie "freira", uma ave endémica classificada como criticamente ameaçada", conclui a nota do Ministério da Defesa Nacional.

O radar faz parte do projecto de extensão ao arquipélago madeirense do Sistema de Comando e Controlo Aéreo que permite uma cobertura de todo o espaço da região.

Além da estação e instalação do radar, inclui equipamentos de comunicação terra-ar nas ilhas da Madeira e Porto Santo, e uma cafetaria no Pico do Areeiro cujo funcionamento ficará depois na responsabilidade do Governo Regional.



Também acho que podem adiar e deixar passar o periodo de nidificação, para proteger a freira, mas este radar é estratégico e é uma obra que deve ser executada, claro minimizando o mais possivel os impactos ambientais.
 

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Nuno Calhau

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« Responder #32 em: Março 02, 2008, 06:49:43 pm »
O argumento apresentado pelo respeitavel sr deputado, faz lembrar os argumentos dos ambientalestas do continente aquando da construção da ponte Vasco da Gama.
Os animais habituam-se!
Retomam as suas rotinas ao constatarem que não existe ameaças.
Quando é que paramos com este tipo e atitudes sem cabimento.
É uma obra de interesse nacional, assim sendo, siga!

Um Abraço.
 

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pedro

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« Responder #33 em: Março 02, 2008, 10:02:10 pm »
Sou da mesma opiniao.
Se depois os espanhois entram em espaço aereo nacional, é por que o governo nao investe na Madeira. :roll:
Cumprimentos
 

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EB

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(sem assunto)
« Responder #34 em: Março 04, 2008, 02:27:17 pm »
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Freira trava NATO
Ministério de Severiano Teixeira poderá adiar a instalação de radar para preservar a Freira-da-Madeira, uma ave protegida que nidifica entre Março e Setembro no Pico do Areeiro.
Mário de Carvalho
13:20 | Terça-feira, 4 de Mar de 2008
 
 
A Pterodroma Madeira, ou a Freira da Madeira
A Freira da Madeira (Pterodroma madeira), embora seja uma pequena ave, é uma espécie protegida na Região Autónoma da Madeira, que poderá travar o arranque da obra para a instalação de um radar do Sistema de Comando e Controle Aérea (POACCS), no Pico do Areeiro. O surgimento da colocação deste sistema é uma medida preconizada pela NATO e que será complementada com mais três radares instalados no Continente.

O Ministério de Defesa pondera adiar o avanço do projecto (orçado em mais de 16 milhões de euros), previsto para Março, por poder colidir com o período de nidificação desta espécie, na zona. Como disse ao Expresso uma fonte do Ministério da Defesa - "se o estudo de incidência ambiental apontar para esse impedimento respeitaremos integralmente as suas recomendações".

A decisão de colocar a estação de radar no Pico do Areeiro foi de Paulo Portas, então ministro de Defesa, que determinou também, em 2001, a realização de um estudo de incidência ambiental, visto tratar-se de uma zona ecológica integrada na Rede Natura, do Parque Natural de Madeira.

Miguel Coutinho, do Instituto do Ambiente e Desenvolvimento da Universidade de Aveiro, presidente da Associação Portuguesa de Avaliação de Impactes e coordenador do Estudo de Incidência Ambiental, refere que o estudo recomendava que as obras não decorressem entre Março e Setembro, altura de reprodução da Freira da Madeira, e deveriam evitar o período nocturno: "Esta ave passa o dia no mar regressando antes do anoitecer ao Pico do Areeiro. A fase mais dura do projecto é o seu arranque com maior movimentação de máquinas".

Na Madeira, apenas a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal contestou o projecto. "O Pico do Areeiro não precisa de radar. O que precisa é de acções de reflorestação, com espécies indígenas, de forma a aumentar a infiltração da água da chuva", indica Raimundo Quinta desta Associação.
 


EXPRESSO, 04Mar08
"Dos Fracos Não Reza a História"
 

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typhonman

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« Responder #35 em: Março 04, 2008, 07:44:32 pm »
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Na Madeira, apenas a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal contestou o projecto. "O Pico do Areeiro não precisa de radar. O que precisa é de acções de reflorestação, com espécies indígenas, de forma a aumentar a infiltração da água da chuva", indica Raimundo Quinta desta Associação


Não precisa de radar? Mas quem c****** é esta gente para dizer isto??? São entendidos na matéria????
 

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Bravo Two Zero

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« Responder #36 em: Março 04, 2008, 09:36:56 pm »
Citação de: "Typhonman"
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Na Madeira, apenas a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal contestou o projecto. "O Pico do Areeiro não precisa de radar. O que precisa é de acções de reflorestação, com espécies indígenas, de forma a aumentar a infiltração da água da chuva", indica Raimundo Quinta desta Associação

Não precisa de radar? Mas quem c****** é esta gente para dizer isto??? São entendidos na matéria????


Em reflorestação e laurisilva , sim............
Um até queria vigiar o espaço aéreo com satélites  :?
Mas, não será o fim do mundo a decisão de adiar por 7 meses para a nidificação da Freira da Madeira
"Há vários tipos de Estado,  o Estado comunista, o Estado Capitalista! E há o Estado a que chegámos!" - Salgueiro Maia
 

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dmbc

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Re:
« Responder #37 em: Março 10, 2008, 09:04:22 am »
Caros,

Como contribuinte, este adiamento não me agrada pois implica o pagamento da prolongação de armazenamento e aumento dos custos de projecto inerentes a ter toda uma estrutura de pessoal e equipamento a aguardar ordem de marcha...Afinal temos o radar pronto e empacotado a ganhar pó em armazém...

Como cidadão consciente da fragilidade do ambiente e da necessidade de protecção do património ambiental com que fomos abençoados, creio que o preço a pagar será justo para tentar proteger esta espécie. Asseguro-vos que todos os esforços foram feitos para minimizar (até mesmo eliminar) qualquer efeito negativo sobre esta e qualquer outra espécie que poderia ser afectada pela instalação e utilização deste equipamento.

Sem mais,
dmbc
 

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Raul Neto

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Re:
« Responder #38 em: Março 10, 2008, 01:54:38 pm »
Citação de: "dmbc"
Caros,

Como contribuinte, este adiamento não me agrada pois implica o pagamento da prolongação de armazenamento e aumento dos custos de projecto inerentes a ter toda uma estrutura de pessoal e equipamento a aguardar ordem de marcha...Afinal temos o radar pronto e empacotado a ganhar pó em armazém...

Como cidadão consciente da fragilidade do ambiente e da necessidade de protecção do património ambiental com que fomos abençoados, creio que o preço a pagar será justo para tentar proteger esta espécie. Asseguro-vos que todos os esforços foram feitos para minimizar (até mesmo eliminar) qualquer efeito negativo sobre esta e qualquer outra espécie que poderia ser afectada pela instalação e utilização deste equipamento.

Sem mais,
dmbc


Fala quem sabe :wink:
 

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NVF

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« Responder #39 em: Março 11, 2008, 02:02:27 am »
Ora bem e, afinal estamos so' a falar de um atraso de alguns meses, nada comparavel 'a questao das 'limalhas' com os NPO.
Talent de ne rien faire
 

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nelson38899

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« Responder #40 em: Março 11, 2009, 12:44:22 pm »
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Mau tempo empata radar
Ministério da Defesa assume que o processo está agora a ser reajustado


Desta vez, é o mau tempo está a empatar o arranque da obra de construção do polémico radar no Pico do Areeiro. Assim se queixam alguns dos trabalhadores responsáveis pela parte das canalizações que já estão no terreno mas que passam o dia mais dentro dos contentores, devido ao nevoeiro e à chuva, do que a cumprir a missão no terreno.

Mas não é só a natureza a 'trocar as voltas' ao radar. Também o Ministério da Defesa Nacional faz saber que "as obras no terreno ainda não começaram". Os tapumes a envolver a zona de intervenção foram colocados, mas o dono da obra garante que ainda não é já que a execução do famigerado radar terá o seu início. Desta vez, a assessora do Ministro da Defesa, Inês Rapazote, explica que "o processo está a ser reajustado", não precisando, contudo, as razões de mais um reajustamento num processo constantemente adiado e que remonta a quando Paulo Portas era titular da pasta da Defesa.

Do Poiso ao Pico do Areeiro, os funcionários dos dois restaurantes que vivem da clientela turística acreditam que as obras já estão em marcha devido aos tapumes e contentores já instalados. Não estão preocupados com tal construção. A chuva e a neve que marcam este Inverno têm sido o principal aliciante que faz rumar ao Areeiro madeirenses e forasteiros. O comércio continua a render por conta do frio e da neve e ninguém se queixa do radar, até porque ainda não tomou forma e são desconhecidas, na prática, as suas características.

Região 'policia' obra

O investimento é da alçada do Ministério da Defesa e foi considerado uma obra de "interesse estratégico nacional." Porém, os melindres de natureza ambiental e turístico também têm o seu peso, tanto mais que o Governo Regional faz questão de dizer "sim" à obra, desde que sejam acautelados os princípios da preservação ambiental e o acesso turístico permanente ao local, antes e depois da empreitada, até mesmo com melhores condições de acesso e de apoio.

Neste processo, a Região, através da Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, desempenha um pouco o papel de vigilante da empreitada nacional, a ver se as obrigações acordadas são cumpridas. O secretário Manuel António não se pronuncia sobre o cronograma da obra nem os detalhes da sua execução, remetendo os comentários para a Defesa Nacional. A sua preocupação, reafirma, é "acautelar os interesses ambientais e de promoção de visitação do local, através da sua manutenção durante a obra e requalificação urbanística no seu final (Despacho n.º 6/2009)." Manuel António incumbiu o arquitecto Paulo Silva gestor deste processo.

República trata com 'pinças'

A assessora do Ministro da Defesa explica, em resposta curta enviada ao DIÁRIO, que tem havido "o maior cuidado em conciliar a instalação do radar com a preservação da espécie Freira da Madeira." Mas o Governo da República procura conciliar os interesses em jogo: "E embora o radar do Pico seja um equipamento fundamental em termos de defesa do espaço aéreo, com enormes vantagens para a busca e salvamento, assim como evacuações sanitárias em ambiente marítimo, fiscalização das actividades ilícitas e o controlo de poluição na Região, a sua instalação terá de cumprir as recomendações constantes do Estudo de Incidências Ambientais."

Para além do Pico do Areeiro constituir uma zona especial de preservação ambiental, a necessidade de não afectar a Freira da Madeira que ali nidifica pesa também nas decisões do Executivo central. Sabe-se que, o período de nidificação da Freira, decorre entre Março a Outubro. Mas também constam dos estudos que as obras, neste período, apenas não poderão ser feitas à noite, altura em que podem ocorrer distúrbios sérios nesta espécie. Este e outros aspectos estão a ser ponderados pelo promotor da obra, o que também concorre para atrasar a sua execução.

Questionado sobre o cronograma, o projecto e os custos globais, Inês Rapazote considerou "prematuro" avançar com respostas, justamente porque o processo sofre "reajustamentos." No entanto, o DIÁRIO apurou que tais "reajustamentos" se prendem com a necessidade de melhorar alguns aspectos mas que não colocam em causa a necessidade e a estrutura de base já definida deste investimento.

Turistas não contestam radar

No snack-bar "Pico do Areeiro", sabe-se que a obra do radar já está a mexer no terreno. "Pelo menos, foi vedada a zona", contam-nos um dos funcionários, embora sem grande convicção de que a execução propriamente dita da obra vá arrancar a curto prazo. O mau tempo persiste com o nevoeiro a cobrir qualquer visibilidade, agravado com chuva e vento. Numa das mesas, dois alemães saboreavam o café. Werner Schmurr e Egon Rosenthal passam uma semana de férias na Madeira e foram surpreendidos com o frio, típico do seu país. Schmurr é controlador aéreo e considera que a construção do radar no Pico do Areeiro não é problemática. Lembra que, na Alemanha, há várias estações do género, sem qualquer reflexo negativo na paisagem nem na população. Já Rosenthal, aposentado, considera que é preciso conhecer todo o projecto, mas não vê qualquer drama nesse investimento. Por um lado, acha que não há razões para controlar o espaço aéreo porque a Madeira não costuma ser sobrevoada por tantos aviões. Mas, por outro, medita sobre as questões da segurança.

Quanto às consequências negativas para a Freira e para o turismo, ambos rejeitam essa possibilidade. Rosenthal, meio a sério meio a rir, comenta: "Mais depressa os turistas prejudicam a Freira da Madeira do que o próprio radar".

http://www.dnoticias.pt/default.aspx?fi ... 0208100309
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Lancero

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« Responder #41 em: Abril 01, 2009, 09:42:08 pm »
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Madeira: Radar no Pico do Areeiro não influencia "Freira da Madeira", director Parque Natural    

   Funchal, 01 Abr (Lusa) -- O director do Parque Natural da Madeira garantiu  hoje que a instalação de um radar no Pico do Areeiro não terá qualquer influência  negativa na "Freira da Madeira", a ave endémica ameaçada que nidifica naquelas  serras da região.  

 

   Paulo Oliveira falava no Funchal à margem da apresentação do projecto  de criação de um altas sobre as aves da região, 39 espécies, entre as quais  algumas em perigo.  

 

      A "Freira da Madeira", que nidifica no Pico do Areeiro entre os meses  de Março e Setembro, foi dada como extinta na década de 70, mas voltou a  ser avistada na região e presentemente tem uma população estimada nos 80  casais.  

 

   A decisão de colocar o radar naquele local - uma zona especial de conservação  que está integrada na Rede Natura, visitada por milhares de turistas e próxima  da floresta laurissilva - foi tomada pelos governos da República e Regional  em 2000 e tem suscitado muita polémica na região.  

 

   O radar  é uma infra-estrutura que faz parte do projecto de extensão  ao arquipélago madeirense do Sistema de Comando e Controlo Aéreo que permite  uma cobertura de todo o espaço da região, enquanto área de importância geoestratégica,  inclui equipamentos de comunicação terra-ar nas ilhas da Madeira e Porto  Santo, e uma cafetaria no Pico do Areeiro cujo funcionamento ficará depois  na responsabilidade do Governo Regional.  

 

   Paulo Oliveira sustenta que "existem outros lugares com espécies semelhantes  em idêntica situação, que a Freira da Madeira nidifica à sombra e não será  afectada e que as rotas de chegada da ave à área, subindo os vales, estão  para lá do radar, pelo que nunca utilizam aquela zona".  
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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Mercurio

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« Responder #42 em: Abril 02, 2009, 07:40:45 am »
As novas tecnologias de RADAR já não afectam os organismos como antigamente. Hoje em dia os RADARES já não trabalham com pulsos mas sim com variações doppler. Por outro lado, as aves em questão nidificam alguns metros (em altitude) abaixo da posição  das antenas RADAR) e isso foi estudado.

Por fim, a Madeira não tem RADAR de jeito (seja de defesa, de tráfego marítimo ou de tráfego aéreo). Este tipo de facilidade poderá ajudar a região não só no tocante à defesa aérea, mas também à segurança física de bens e pessoas que se desloquem no ar e no mar (neste segundo caso na proximidade da ilha uma vez que a curvatura da terra não permite a cobertura RADAR à superfície da àgua muito longe). Qualquer navio ou avião que entre em emergência será imediatamente detectado por esta facilidade e o apoio será muitíssimo melhorado. Enfim, ..., se as pessoas soubessem aquilo que se arriscam por (nos sistemas actuais de navegação aérea) andarem no ar sem cobertura NENHUMA de RADAR, ..., pensavam duas vezes. Não faz muitos anos que uma aeronave civil se espetou num monte de uma ilha dos Açores por causa do nevoeiro, ..., e por não haver cobertura RADAR no arquipélago.
 

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Instrutor

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« Responder #43 em: Abril 02, 2009, 11:44:50 am »
CHARLES DARWING defende que as espécies evoluem e adaptam-se ao meio envolvente, a adaptabilidade faz parte da evolução humana e animal, quem nao evolui neste sentido extingue-se.... os animais o único inimigo que têm é o Homem, neste sentido se o Homem não apresenta neste caso nenhuma ameaça á especie de ave que nidifica nesse pico então não existe nenhum problema na construção do radar. Muitas grandes obras que foram realizadas, muitas delas foram contra as intençoes ambientalistas e de tentativas de sabotarem os projectos.  Mas uma coisa eu pergunto? Esses ambientalistas de meia tigela que tudo fazem para travar o progresso e obras de extrema importancia para o País, fazem as suas deslocações como??? Andam de carro contribuido assim para a poluição, ou andam sobre as suas canetas??? Não são esses ambientalistas que tanto defendem a natureza e os animaizinhos, esses senhores alimentam-se de que???? Animais (vaca, porco, galinhas ....) coitadinhos dos animaizinhos, ou entao são vegetarianos (couves, alface, soja, cenouras....) coitadinhas das plantinhas, entao não sao esses senhores ambientalistas que tanto defendem o ambiente e depois por tras comem os animaizinhos e plantinhas e andam de carrinho a contribuirem para o aquecimento global???? Entao em que ficamos senhores ambientalistas??? Não são os senhores ambientalistas que tanto alarido fazem quando se constroi uma barragem, mas depois gostarem de ter em suas casas todo o conforto prorporcionado por tal, aguinha para beber, tomar banho, cozinhar entre outras coisas...... Ambientalistas igual a hipocrisia


Vamos é la construir o dito radar que bem precisamos para monotorizar os passeios dos F-18 espanhois e deixemo-nos de tretas.... Esses senhores ambientalistas que vão fazer uma visitinha ao Conde Ferreira e deixem a avezinha em paz que ela tem mais resistencia que qualquer humano e muito mais inteligencia e capacidade de se adptar ao meio envolvente.
"Aqui na Lusitanea existe um povo que não se governa nem se deixa governar" voz corrente entre os Romanos do Séc. I a.C
 

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nelson38899

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Re: Radar da FAP na Madeira (pico do Arieiro)
« Responder #44 em: Maio 11, 2010, 02:33:22 pm »
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O radar da NATO, cuja infra-estrutura está em construção no Pico do Areeiro, vai custar mais de meio milhão de euros ao custo adicional do contrato inicial, que era sensivelmente superior a 19,1 milhões de euros.

Um despacho assinado pelo ministro da Defesa Nacional a 20 de Abril, mas só publicado ontem em Diário da República, vem dar razão aos ambientalistas que defendiam um plano de preservação da ave 'Freira da Madeira', cuja zona de nidificação fica precisamente na abrangência do radar.

No documento que Augusto Santos Silva mandou publicar, lembra-se que as obras, iniciadas em 2004 e ampliadas em 2008, estão "suspensas de forma a garantir um impacto negativo reduzido junto de uma ave marinha endémica da Madeira", decisão "exclusiva do Estado Português", contribui para que a obra custe mais caro, exactamente mais 520.415 euros, acrescidos aos 19.105.090 euros.

Este valor a mais "corresponde à compensação de custos já suportados pelo adjudicatário (...), por força do atraso da disponibilidade por parte da entidade adjudicante (Estado) do local de instalação do equipamento", refere o ponto 1, cláusula 3ª do contrato adicional, por sinal o segundo a que é obrigado a rubricar para dar continuidade ao projecto.

Assim, e porque a empresa que ganhou o contrato de execução do projecto, a Indra Sistemas, S.A., com sede em Madrid, teve de suportar os custos de manutenção (estrutura técnica) do equipamento em condições de pronta utilização, desde a suspensão do projecto para o estudo do impacto causado na 'freira' até ao momento da entrega e instalação no Pico do Areeiro.

De referir que o contrato de fornecimento assinado em 2004 tinha um prazo de seis anos e três meses (75 meses) para ser executado. Desde então já se passaram exactamente seis anos e alguns meses, e o radar ainda está para ser instalado.

Aos dois valores já referidos, há que referir que já foi paga uma boa maquia, num total de 12.546,786 euros de um 'bolo' total de 17.923.980 euros da componente 'contractor logistic support', referente aos períodos de manutenção e apoio logístico do equipamento, desde 2004 até 2008. Fica em aberto a possibilidade de, em caso de novo atraso da obra de instalação do radar, a empresa que a vai instalar seja ressarcida em valor nas mesmas condições (contrato adicional) do que aconteceu em 2008 e no documento agora publicado.

O controverso radar da NATO, cuja localização seria no Pico do Areeiro, já ultrapassou quatro governos da República, sendo que o passo decisivo foi dado pelos então ministros do Estado e da Defesa Nacional, Paulo Portas, e das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, Amilcar Theias, que deram aval (financeiro e ambiental) em Dezembro de 2003, que seria e tem sido financiado pela Lei de Programação Militar.

A extensão do Sistema Integrado de Comando e Controlo Aéreo de Portugal ao Arquipélago da Madeira esteve estimado em 25 milhões de euros, agora as contas são outras, dado atraso na obra que deveria (deverá) estar concluída em 2010 e operacional em 2011.
http://www.netmadeira.com/noticias/economia/2010/5/11/radar-do-areeiro-derrapa-meio-milhao-de-euros
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