Caríssimos:
A Reserva Táctica da KFOR (KTM) é, presentemente, constituída pelo Batalhão Português. Desde há algum tempo - pelo menos dois anos - que a KFOR equaciona possuir uma reserva mais musculada, dado que assumiu que o Kosovo possui um conjunto de pontos críticos (chamemos-lhes assim) e que, em vez de se esgotar num efectivo de "quadrícula" robusto, deve efectuar "economia de forças" nas áreas de responsabilidade e manter uma reserva forte para intervir nos locais de maior necessidade (à semelhança do que aconteceu em Mitrovica, este ano, aquando da independência).
A KFOR faz os seus cálculos com base em unidades de escalão companhia. No momento possui duas unidades de escalão companhia na reserva táctica (as duas companhias de atiradores do batalhão português). Nos momentos mais críticos (e periódicamente, também, por uma questão de treino), convoca a reserva operacional, que é, rotativamente, um batalhão britânico, italiano ou alemão.
A necessidade de reforçar a reserva táctica (ao mesmo tempo que reduz os efectivos das Task Forces), fez com que alguns países se disponibilizassem prontamente para juntar duas companhias ou até garantir eles próprios as quatro companhias de manobra. Entre esses países estiveram a Eslovénia e a Espanha.
Significa isto que, caso a KFOR pretenda mesmo ter uma reserva a quatro companhias de manobra, e caso prefira tê-las de uma só nacionalidade (com vantagens a nível da unidade de comando e outras), a Portugal restam duas hipóteses: ou desiste da reserva táctica e tenta assumir de novo uma missão numa Task Force, ou garante mais duas companhias.
Claro que há mais possibilidades, tal como a KFOR assumir uma reserva táctica multinacional (à semelhança da outra reserva táctica que possui, a MSU).
Tudo isto é negociado não ao nível militar, mas sim ao diplomático.
Com os melhores cumprimentos,
JSL