Missão militar portuguesa na RCA

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #480 em: Janeiro 22, 2019, 02:23:03 pm »
É uma missão da ONU. Não estamos lá sozinhos.
Podemos ser a melhor força naquele teatro, mas não somos a única.
E depois temos de "pagar" a eleição do Guterres...
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 
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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #481 em: Janeiro 22, 2019, 02:28:41 pm »
Para o Mafets:

Citar
Emprego de meios aéreos e “drones”


A FND emprega basicamente dois tipos de veículos aéreos não tripulados, vulgo “drones”, uns de uso comercial, adquiridos directamente pelas FND – aliás já nos referimos a este tipo de aparelho no artigo PÁRAS PRONTOS PARA A RCA – e outros – os da Tekever  – que são fornecidos às FND pelo Comando das Forças Terrestres do Exército. O comandante do 2.º BIPara não tem dúvidas em afirmar que “tem sido sistematicamente usados e são uma capacidade decisiva no emprego assertivo da força e na sua proteção. O TACP/JTAC (Tactical Air Control Party / Joint Terminal Attack Controllers) foi empregue no solo e na aeronave. Sendo a equipa constituída por dois elementos qualificados, a opção da força é sempre colocar um junto da força de manobra e outro a bordo”. Em declarações ao jornal “Correio da Manhã” (que tem neste momento dois repórteres na RCA), em 17JAN, ainda no decurso destes combates, um dos dois Controladores Aéreos Avançados da Força Aérea que estão integrados na FND, afirmou que na “sequência da paragem forçada do helicóptero (MI-8/17 da Força Aérea do Paquistão ao serviço da MINUSCA que estava a ser utilizado pelos portugueses, incluindo um destes JTAC) nós no chão continuamos com as informações do UAV (Unmanned Aerial Vehicle/Veículo Aéreo não Tripulado ) de modo a apoiar a manobra terrestre o melhor possível”.  Também ainda no quadro destas acções em Bambari o TCor. Fontoura confirmou que “o TACP/JTAC da força coordenou vários treinos de ataque ao solo e demonstração de força da aviação francesa (dois Mirage 2000 vindos de N’djamena) em apoio à Força portuguesa”.

Para o pessoal que falava na possibilidade de haver no futuro ataques com RPG e do Morteirete 60mm:

 
Citar
Nas questões que colocamos directamente ao TCor. Óscar Fontoura abordamos também a sensível questão das baixas causadas e dos materiais capturados, tanto mais que algumas organizações internacionais falaram de pelo menos 1 morto e 34 feridos nos confrontos na cidade de Bambari. Quanto ao material capturado – mesmo que sem quantificar exactamente tudo, “pelo menos 8 viaturas pick up (02 armadas com Metralhadoras Pesadas), 6 espingardas automáticas, 1 pistola, 4 armas artesanais, 11 granadas de RPG, vários tipos de uniformes e documentação”, estão agora fora do alcance dos grupos armados! Quanto às baixas no “inimigo” “a informação, não oficial, que obtivemos, é que o número de feridos e mortos é significativamente maior do que estes números que apresenta, no entanto não sabemos exactamente quantos”.


A intensidade dos ataques sofridos não deixou no entanto outra alternativa aos portugueses do que usar todo o seu potencial de fogo. Nas imagens divulgadas é possível ver o emprego das nossas metralhadoras pesadas Browning 12,7mm, das HK MG3 7,62mm, dos canhões sem recuo Carl Gustaf 84mm e do Morteirete 60mm. Mas também “foram usados explosivos, os LAW 66mm (Light Anti-Tank Weapon), e os Lança Granadas Automáticos 40mm Santa Barbara”. Estes últimos como temos verificado aqui no Operacional por relatos vindos do TO desde o inicio da participação portuguesa em 2017 têm apresentado bastantes problemas, sendo certo que a próxima FND já deverá ir equipada com os novos GMG recebidos em Agosto de 2018.

Fonte: http://www.operacional.pt/os-combates-em-bambari-e-o-baptismo-de-fogo-das-pandur-ii/
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #482 em: Janeiro 22, 2019, 02:30:56 pm »
É uma missão da ONU. Não estamos lá sozinhos.
Podemos ser a melhor força naquele teatro, mas não somos a única.
E depois temos de "pagar" a eleição do Guterres...

Pois mas nada disso me convence.Sei que tem de outros países na MINUSCA que é a ONU e são cerca de 10.000 a 12.000 mas como referi só vejo algo moticiado na imprensa internacional leia-se francesa nós sobretudo ,nepaleses e paquistaneses e o resto?
Depois temos a formação onde até lideramos mas isso é outro assunto e no âmbito da UE.
Quanto ao Guterres essa argumentaão é para lá de pífifa não tem sentido algum pode ter num sentido mais abrangente pois somos muito cooperativos em missões ONU mas não nessa em particular.
É a pea do puzzle que me falta saber.
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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #483 em: Janeiro 22, 2019, 02:32:45 pm »
Já me tinham dito que os russos andam lá a tirar muito proveito deste conflito...

Tem uma semana que eu ando a tentar descobrir o que se passa nesse país africano e pelos canais de tv franceses e que estão disponibilizados no youtebe basta pesquisar há coisas que saltam à vista.
Primeiramente a Rússia é muito bem vista não so pelo governo da RCA mas também e sobretudo pelas suas "elites" que vivem em França e que são os paineleiros de plantão nessas tvs.
A guarda presidencial é russa e estes controlam os diamantes que apesar da proíbição ainda existe atividade,os franceses controlam os recursos hidricos e os chineses andam a ver o que sobra,pois andam por lá mas devido à instabilidade não se conseguem consolidar.
E,temos nós de quem reza a estória os nepaleses que também são vistos e aqui e acolá os paquistaneses aparecem com meios aéreos à mistura.
Temos duas missões uma da ONU onde somos uma forão de reação rápida e outra da UE onde damos treinamento para as tropas da RCA.
Os franceses estão empenhados em controlar o Sahél que sem dúvida é uma das chaves do problema e nos solicitou para esta missão e até aí nada demais contudo continuo sem resposta o que nos levou a ceitar,será que devemos algo à França e eu desconheço?
É que nossa missão é de altíssimo risco,não termos baixas deve-se tanto ao excelente treinamento que essas tropas têm hoje os Páras,ontem os Comandos e  a uma certa dose de sorte.
Isto não é missão de Paz isto é uma missão de imposião de Paz e são coisas distintas não há que confundir.
Nós que eu saiba de repende nem vinho do Porto exportamos para esse país e olha que essa façanha não digo que seja inédita mas é rara,o que nos move nesse país?Se alguém me conseguir explicar gostaria imenso.Será que vamos ficar com os eucapliptos?

Segundo a versão não oficial fomos para lá pois os Franceses precisavam de ajuda e não tinha capacidade (não dava jeito) de por lá uma força semelhante a de Portugal tem (isto porque estavam/estão noutros teatros de operações) como tal Portugal ofereceu-se a ajudar em troca do apoio da França e companhia à candidatura do Guterres na ONU.

Inicialmente não estava previsto a nossa missão na RCA ter um risco tão elevado pois as coisas estavam calmas, a 1ª FND realizou 3 operações importantes desde o seu destacamento, a 3ª FND realizou pelo menos 8 e esta FND já deve ter ultrapassado estes valores em muito.


Por isso a nossa ideia era ir lá dar uma ajudinha e parecermos bons rapazes entretanto a coisa tem piorado e só "Deus" sabe quando vai melhorar
 

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #484 em: Janeiro 22, 2019, 02:52:17 pm »

Segundo a versão não oficial fomos para lá pois os Franceses precisavam de ajuda e não tinha capacidade (não dava jeito) de por lá uma força semelhante a de Portugal tem (isto porque estavam/estão noutros teatros de operações) como tal Portugal ofereceu-se a ajudar em troca do apoio da França e companhia à candidatura do Guterres na ONU.

Inicialmente não estava previsto a nossa missão na RCA ter um risco tão elevado pois as coisas estavam calmas, a 1ª FND realizou 3 operações importantes desde o seu destacamento, a 3ª FND realizou pelo menos 8 e esta FND já deve ter ultrapassado estes valores em muito.


Por isso a nossa ideia era ir lá dar uma ajudinha e parecermos bons rapazes entretanto a coisa tem piorado e só "Deus" sabe quando vai melhorar

Sim eu sei que a França tinha na RCA cerca de 900 tropas e hoje nem 40 tem,também sei que priorizaram a regi~]ao do Sahél pois aí tem 5 países francófonos contudo nossas tropas são apenas 190 comandos ou páras na missão MINUSCA e o restante do contingente na missão UE para formação das tropas da RCA;
Quanto a nos termos oferecido essa é novidade não li isso em lugar algum.
Claroq ue dava jeito não acredito que a Frana não podesse ter uma fora de 160/180 homens na linha de frente na RCA e é nesse quesito e no outro já referidos que a conta não fecha pelo menos para mim.
Portugal ganha exatamente o quêm em ter um presidente da ONU a não ser o mesmo que ganha promoão pessoal,ele vai favorecer Portugal nalguma coisa?Não me parece.Lembram do Durão Barrosos e seus mandatos na UE o que ganhamos com isso,pois eu te digo ,bola.
Tem algo muito mal contado ou até não mas que carece de um melhor esclarecimento.
Atenção que não sou contra termos lá tropas pois estamos em tantos lugares e porque não nesse,mas convenhamos quando embarcamos para essa Missão ONU até nossos serviçoos secretos não deram aval pois tal missão sempre foi rotulada de grau elevadíssimo.
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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #485 em: Janeiro 22, 2019, 03:16:16 pm »

Segundo a versão não oficial fomos para lá pois os Franceses precisavam de ajuda e não tinha capacidade (não dava jeito) de por lá uma força semelhante a de Portugal tem (isto porque estavam/estão noutros teatros de operações) como tal Portugal ofereceu-se a ajudar em troca do apoio da França e companhia à candidatura do Guterres na ONU.

Inicialmente não estava previsto a nossa missão na RCA ter um risco tão elevado pois as coisas estavam calmas, a 1ª FND realizou 3 operações importantes desde o seu destacamento, a 3ª FND realizou pelo menos 8 e esta FND já deve ter ultrapassado estes valores em muito.


Por isso a nossa ideia era ir lá dar uma ajudinha e parecermos bons rapazes entretanto a coisa tem piorado e só "Deus" sabe quando vai melhorar

Sim eu sei que a França tinha na RCA cerca de 900 tropas e hoje nem 40 tem,também sei que priorizaram a regi~]ao do Sahél pois aí tem 5 países francófonos contudo nossas tropas são apenas 190 comandos ou páras na missão MINUSCA e o restante do contingente na missão UE para formação das tropas da RCA;
Quanto a nos termos oferecido essa é novidade não li isso em lugar algum.
Claroq ue dava jeito não acredito que a Frana não podesse ter uma fora de 160/180 homens na linha de frente na RCA e é nesse quesito e no outro já referidos que a conta não fecha pelo menos para mim.
Portugal ganha exatamente o quêm em ter um presidente da ONU a não ser o mesmo que ganha promoão pessoal,ele vai favorecer Portugal nalguma coisa?Não me parece.Lembram do Durão Barrosos e seus mandatos na UE o que ganhamos com isso,pois eu te digo ,bola.
Tem algo muito mal contado ou até não mas que carece de um melhor esclarecimento.
Atenção que não sou contra termos lá tropas pois estamos em tantos lugares e porque não nesse,mas convenhamos quando embarcamos para essa Missão ONU até nossos serviçoos secretos não deram aval pois tal missão sempre foi rotulada de grau elevadíssimo.

Ai entramos na política, e as coisas deixam de fazer sentido  ;D também sou da opinião que o guterres na ONU não serve de nada, mas isso é porque somos uns vendidos e não temos qualquer estratégia, pois ele nesse cargo podia impor uma política externa portuguesa, se houvesse uma contudo repare que para a nomeação do Guterres todos os partidos políticos estiveram alinhados, e o Guterres passou do gajo que fugiu quando viu que isto estava no lodo e passou a ser a melhor pessoa e político a face da terra.

Como tugas gostamos de dizer que somos fortes e poderoso mesmo que isso seja mentira. Mas enche sempre o peito dizer que o presidente da ONU é tuga  :bang:
 

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #486 em: Janeiro 22, 2019, 03:24:28 pm »
Esta notícia devia era ser colocada no tópico "Substituição dos Allouette III", é a preparação para os políticos orçamentarem verbas para novo modelo de helicópteros  :mrgreen:

‘Páras’ sem apoio de helicópteros na República Centro-Africana

Risco acrescido para militares que estão sem meios aéreos.

 Os paraquedistas portugueses em operação militar das Nações Unidas na República Centro-Africana não contam, desde meados de dezembro, com apoio de helicópteros de ataque, meios fornecidos pela MINUSCA (missão da ONU) e que são cruciais para os operacionais que combatem no terreno. O risco é acrescido. Os três hélis de ataque que apoiavam toda a MINUSCA ficaram inoperacionais num incidente bizarro no aeroporto de Bangui, capital da RCA. Uma manobra fora da norma de um avião a jato russo fez projetar pedras contra os aparelhos MI-35 senegaleses. Resultado: vidros do cockpit partidos e outros danos, que levaram a que as tropas ficassem sem apoio dos hélis que disparam rockets e têm um canhão de 20 mm. Os paraquedistas portugueses, apoiados no terreno por dois controladores aéreos avançados da Força Aérea, procuraram contornar a falha adaptando uma metralhadora à porta de um helicóptero de transporte MI-17 paquistanês. A solução permitiu fazer fogo de supressão, por atiradores especiais, mas no dia 17, numa operação que o CM acompanhou no terreno, em Bambari, esse héli foi atingido por dois disparos. Por não ser blindado sofreu danos e aterrou de emergência. Ficou inoperacional e quase que obrigou à suspensão do combate em curso para expulsar da cidade os grupos armados.

Meia dúzia de Whiskey Cobras ex-Marines é que era antes de ir boa parte deles parar muito provavelmente ao Exército Brasileiro. Com canhão, foguetes e Hellfires os bandidos até dançavam!  :diabo:




Se estão a pensar como heli de apoio armado no AW119Kx é melhor preparem-se para más surpresas ou então retirarmo-nos da MINUSCA.  ::)
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #487 em: Janeiro 22, 2019, 03:59:43 pm »
Ai entramos na política, e as coisas deixam de fazer sentido  ;D também sou da opinião que o guterres na ONU não serve de nada, mas isso é porque somos uns vendidos e não temos qualquer estratégia, pois ele nesse cargo podia impor uma política externa portuguesa, se houvesse uma contudo repare que para a nomeação do Guterres todos os partidos políticos estiveram alinhados, e o Guterres passou do gajo que fugiu quando viu que isto estava no lodo e passou a ser a melhor pessoa e político a face da terra.

Como tugas gostamos de dizer que somos fortes e poderoso mesmo que isso seja mentira. Mas enche sempre o peito dizer que o presidente da ONU é tuga  :bang:

Ok.Bem eu não disse que o Guterres não serve pra nada isso além de redutor é excessivo mas isso vale pelo que vale e nada além disso mesmo.
A mesma dúvida que eu tenho pelos vistos até pessoas infinitamente maos informada e conhecedora que eu também tem.O meu questionamento original não fecha por falta de um sentido aparente nisso tudo.Embora eu comece e ver a luz ao fundo do túnel ,n~pao estou sequer insinuando que é algo mau,nefasto e com más intenões só gostaria de entender esse súbito interesse dos franceses em nossos servios e o facto de lhes termos respondido não,independentemente da ação meritória subjacente mas o mundo real não se move por esses quesitos altruístas.

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #488 em: Janeiro 22, 2019, 04:39:24 pm »
Esta notícia devia era ser colocada no tópico "Substituição dos Allouette III", é a preparação para os políticos orçamentarem verbas para novo modelo de helicópteros  :mrgreen:

‘Páras’ sem apoio de helicópteros na República Centro-Africana

Risco acrescido para militares que estão sem meios aéreos.

 Os paraquedistas portugueses em operação militar das Nações Unidas na República Centro-Africana não contam, desde meados de dezembro, com apoio de helicópteros de ataque, meios fornecidos pela MINUSCA (missão da ONU) e que são cruciais para os operacionais que combatem no terreno. O risco é acrescido. Os três hélis de ataque que apoiavam toda a MINUSCA ficaram inoperacionais num incidente bizarro no aeroporto de Bangui, capital da RCA. Uma manobra fora da norma de um avião a jato russo fez projetar pedras contra os aparelhos MI-35 senegaleses. Resultado: vidros do cockpit partidos e outros danos, que levaram a que as tropas ficassem sem apoio dos hélis que disparam rockets e têm um canhão de 20 mm. Os paraquedistas portugueses, apoiados no terreno por dois controladores aéreos avançados da Força Aérea, procuraram contornar a falha adaptando uma metralhadora à porta de um helicóptero de transporte MI-17 paquistanês. A solução permitiu fazer fogo de supressão, por atiradores especiais, mas no dia 17, numa operação que o CM acompanhou no terreno, em Bambari, esse héli foi atingido por dois disparos. Por não ser blindado sofreu danos e aterrou de emergência. Ficou inoperacional e quase que obrigou à suspensão do combate em curso para expulsar da cidade os grupos armados.

Meia dúzia de Whiskey Cobras ex-Marines é que era antes de ir boa parte deles parar muito provavelmente ao Exército Brasileiro. Com canhão, foguetes e Hellfires os bandidos até dançavam!  :diabo:




Se estão a pensar como heli de apoio armado no AW119Kx é melhor preparem-se para más surpresas ou então retirarmo-nos da MINUSCA.  ::)

Que é que sabes sobre o heli CAS que iremos, provavelmente, adquirir, que o pessoal do Forum não sabe ???
Vá lá, CJ chega á frente.
Uns Lobo Mau davam cá um jeitaço !!











Abraços
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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #489 em: Janeiro 22, 2019, 04:47:31 pm »
Boa tarde , depois dos atentados em França as autoridades francesas lançaram a operação Sentinela que pôs na rua muitos milhares de militares a patrulhar . Como já estavam no Sahel pediram aos parceiros europeus ajuda . Como sabemos apenas um se disponibilizou para mandar tropas combatentes . Lembro me de ouvir o anterior ministro da defesa dizer que esta missão era menos arriscada que a do Mali .Em bom rigor ,ele tinha razão pois já morreram quase 200 capacetes azuis .Inda esta semana cerca de 10 tchadianos da Minusma morreram num ataque no norte do Mali .Agora parece claro que o governo não tinha bem a noção de onde é que ia meter os nossos militares . Sempre considerei que Portugal não tinha qualquer interesse estratégico a defender na RCA .Se a intenção era ajudar os franceses e a ONU para mim era melhor ir para o Mali , lá ao menos existem djihadistas . Os tais que dizem que mais tarde ou mais cedo vão recuperar o Al Andalus que engloba todo o centro e sul de Portugal . Estariamos a combater inimigos directos . A Estónia tem cerca de 50 soldados na operação Barkhane francesa , não na Minusma . Também foram para lá só para ajudar .Na RCA a UPC há poucas semanas em Alindao massacrou cerca de 60 pessoas com um contingente ali da Mauritânia , com alguns blindados , e não mexeram um dedo .Mais importante do que os números é a capacidade das forças que ali estão , ou a falta dela . Quinta feira no Sudão vai ter lugar uma reunião de negociações de paz . Vamos ver o que sai dali ,sabendo que a UPC não quis ir .Esse grupo rebelde é um problema que vai ter que ser resolvido . Ali Darassa , conhecido como o Senhor de Bambari , nunca desistiu de reconquistar aquele que ele considera ser o seu feudo . Esses senhores da guerra tornaram se também donos e senhores de grandes zonas do país , e para eles aceitarem submeter se às autoridades de Bangui não vai ser nada fácil . Também é verdade que para termos um Guterres na ONU , temos quase 200 cidadãos a arriscar a vida quase todos os dias na RCA. Tenho muitas dúvidas sobre este tipo de coisas . Se por um lado Portugal está inegavelmente a ser prestigiado com a actuação das nossas tropas , que não podemos esquecer também estão a defender pessoas inocentes de verdadeiros bandidos , as missões da ONU não têm o mesmo nível de qualidade das da OTAN por exemplo . Os riscos são por isso maiores .Para acabar apenas queria dizer que já ficava bem uma cruz de guerra de primeira classe no estandarte do 2 Bipara .MERECIDAMENTE . Um abraço .

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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #490 em: Janeiro 22, 2019, 05:03:04 pm »
Boa tarde , depois dos atentados em França as autoridades francesas lançaram a operação Sentinela que pôs na rua muitos milhares de militares a patrulhar . Como já estavam no Sahel pediram aos parceiros europeus ajuda . Como sabemos apenas um se disponibilizou para mandar tropas combatentes . Lembro me de ouvir o anterior ministro da defesa dizer que esta missão era menos arriscada que a do Mali .Em bom rigor ,ele tinha razão pois já morreram quase 200 capacetes azuis .Inda esta semana cerca de 10 tchadianos da Minusma morreram num ataque no norte do Mali .Agora parece claro que o governo não tinha bem a noção de onde é que ia meter os nossos militares . Sempre considerei que Portugal não tinha qualquer interesse estratégico a defender na RCA .Se a intenção era ajudar os franceses e a ONU para mim era melhor ir para o Mali , lá ao menos existem djihadistas . Os tais que dizem que mais tarde ou mais cedo vão recuperar o Al Andalus que engloba todo o centro e sul de Portugal . Estariamos a combater inimigos directos . A Estónia tem cerca de 50 soldados na operação Barkhane francesa , não na Minusma . Também foram para lá só para ajudar .Na RCA a UPC há poucas semanas em Alindao massacrou cerca de 60 pessoas com um contingente ali da Mauritânia , com alguns blindados , e não mexeram um dedo .Mais importante do que os números é a capacidade das forças que ali estão , ou a falta dela . Quinta feira no Sudão vai ter lugar uma reunião de negociações de paz . Vamos ver o que sai dali ,sabendo que a UPC não quis ir .Esse grupo rebelde é um problema que vai ter que ser resolvido . Ali Darassa , conhecido como o Senhor de Bambari , nunca desistiu de reconquistar aquele que ele considera ser o seu feudo . Esses senhores da guerra tornaram se também donos e senhores de grandes zonas do país , e para eles aceitarem submeter se às autoridades de Bangui não vai ser nada fácil . Também é verdade que para termos um Guterres na ONU , temos quase 200 cidadãos a arriscar a vida quase todos os dias na RCA. Tenho muitas dúvidas sobre este tipo de coisas . Se por um lado Portugal está inegavelmente a ser prestigiado com a actuação das nossas tropas , que não podemos esquecer também estão a defender pessoas inocentes de verdadeiros bandidos , as missões da ONU não têm o mesmo nível de qualidade das da OTAN por exemplo . Os riscos são por isso maiores .Para acabar apenas queria dizer que já ficava bem uma cruz de guerra de primeira classe no estandarte do 2 Bipara .MERECIDAMENTE . Um abraço .


Correcto e Afirmativo !!!
Sempre que possível devemos Combater o IN no seu território !

Abraços
« Última modificação: Janeiro 22, 2019, 05:06:13 pm por tenente »
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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #491 em: Janeiro 22, 2019, 07:06:03 pm »
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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #492 em: Janeiro 22, 2019, 08:34:15 pm »
A França sofreu ataques terroristas em 2015 mas em vez de usar o artigo 5 da NATO (como os EUA fizeram no ataque às torres gémeas), usou um artigo parecido da UE.
https://www.theguardian.com/world/2015/nov/17/france-invokes-eu-article-427-what-does-it-mean

Como a França queria concentrar as suas forças no Sahel, tinha interesse em retirar as tropas que possuía na RCA, é ai que entra o acordo com Portugal, substituindo (parcialmente) os Franceses ai, tendo o nosso governo como condição, os nossos militares teriam que estar integrados na missão das Nações Unidas. Também se fala em ser o "pagamento" pela eleição do Guterres para Secretario-Geral das Nações Unidas, mas o Guterres foi eleito no fim do ano 2016, e nessa altura já os Comandos estavam a preparar a primeira FND, mas pode ter ligação pois a França votou favoravelmente.

Seria interessante saber que acordos a França fez com os restantes países europeus, é que mais nenhum veio para a RCA. será que foram todos para o Mali?
 
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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #493 em: Janeiro 22, 2019, 09:20:13 pm »
Boa noite , os países europeus responderam ao apelo de França contribuindo com militares para a missão de treino das FACA . Tropas combatentes , só Portugal é que mandou . Também é verdade que vários países europeus têm ou tiveram tropas no Mali . Os holandeses e alemães já tiveram lá helicópteros , agora são os ingleses a apoiar as operações porque os franceses não têm helis pesados. Sei que também Espanha e Estónia têm tropas no terreno apesar de serem quase só os franceses a terem operações de combate . Parece que os italianos estão no Niger , também para tentar travar as rotas de migrantes sub saharianos . O tráfico de seres humanos é uma das fontes de rendimento dos grupos djihadistas . Já se sabia que a missão na RCA era o parente pobre das missões da ONU . Costuma ser habitual , quando um país quer candidatar um cidadão seu a um alto cargo , mostrar o exemplo e chegar se à frente . Quando a Holanda quis ter um secretário geral da OTAN , reforçou o seu contingente no Afeganistão e assumiu o controlo de uma zona problemática .Parece que fizeram um excelente trabalho . Para a candidatura de Guterres ter mais força , Portugal foi para a missão que mais precisava de ser reforçada . Não tenho a mais pequena dúvida sobre isso .Agora a avaliação dos riscos dessa missão não foi bem feita . A prova disso é termos mandado as Pandur e feito regressar os jipes sem qualquer tipo de protecção .Um abraço .
 
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Re: Missão militar portuguesa na RCA
« Responder #494 em: Janeiro 22, 2019, 09:32:18 pm »
Esta notícia devia era ser colocada no tópico "Substituição dos Allouette III", é a preparação para os políticos orçamentarem verbas para novo modelo de helicópteros  :mrgreen:

‘Páras’ sem apoio de helicópteros na República Centro-Africana

Risco acrescido para militares que estão sem meios aéreos.

 Os paraquedistas portugueses em operação militar das Nações Unidas na República Centro-Africana não contam, desde meados de dezembro, com apoio de helicópteros de ataque, meios fornecidos pela MINUSCA (missão da ONU) e que são cruciais para os operacionais que combatem no terreno. O risco é acrescido. Os três hélis de ataque que apoiavam toda a MINUSCA ficaram inoperacionais num incidente bizarro no aeroporto de Bangui, capital da RCA. Uma manobra fora da norma de um avião a jato russo fez projetar pedras contra os aparelhos MI-35 senegaleses. Resultado: vidros do cockpit partidos e outros danos, que levaram a que as tropas ficassem sem apoio dos hélis que disparam rockets e têm um canhão de 20 mm. Os paraquedistas portugueses, apoiados no terreno por dois controladores aéreos avançados da Força Aérea, procuraram contornar a falha adaptando uma metralhadora à porta de um helicóptero de transporte MI-17 paquistanês. A solução permitiu fazer fogo de supressão, por atiradores especiais, mas no dia 17, numa operação que o CM acompanhou no terreno, em Bambari, esse héli foi atingido por dois disparos. Por não ser blindado sofreu danos e aterrou de emergência. Ficou inoperacional e quase que obrigou à suspensão do combate em curso para expulsar da cidade os grupos armados.

Meia dúzia de Whiskey Cobras ex-Marines é que era antes de ir boa parte deles parar muito provavelmente ao Exército Brasileiro. Com canhão, foguetes e Hellfires os bandidos até dançavam!  :diabo:




Se estão a pensar como heli de apoio armado no AW119Kx é melhor preparem-se para más surpresas ou então retirarmo-nos da MINUSCA.  ::)

Que é que sabes sobre o heli CAS que iremos, provavelmente, adquirir, que o pessoal do Forum não sabe ???
Vá lá, CJ chega á frente.
Uns Lobo Mau davam cá um jeitaço !!










Vou-te responder no tópico da substituição do Alouette III, Tenente.  ;)
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)