Xanana estuda presença de militares timorenses na Guiné-Bissau
O primeiro ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, que é simultaneamente o ministro da Defesa, admitiu hoje que militares timorenses possam vir a integrar uma futura força de estabilização na Guiné-Bissau.
“Vamos estudar essas possibilidades. É nosso dever ajudar os países irmãos, mas ainda vamos estudar”, declarou à Lusa Xanana Gusmão.
Foi com um lacónico “vamos ver”, que o Presidente da República, José Ramos-Horta, comentou a possibilidade de Timor-Leste vir a integrar uma força internacional, salientando que a decisão de a receber cabe às autoridades guineenses.
“É uma prerrogativa do governo soberano da Guiné-Bissau. Se eles desejam uma força das Nações Unidas, espero que a ONU responda que sim”, disse.
O general Matan Ruak, Chefe do Estado Maior das Forças de Defesa de Timor-Leste (FALINTIL-FDTL), questionado pela Lusa, escusou-se a tecer considerações.
“É um problema que não me compete a mim comentar. Os guineenses saberão qual é a melhor forma de resolverem os seus problemas, assim como os timorenses, que têm os seus próprios problemas”, limitou-se a dizer.
As autoridades políticas e militares da Guiné-Bissau concordaram com o princípio da presença de uma força de estabilização, anunciou domingo em Bissau um porta-voz da presidência guineense.
Em declarações à imprensa, à saída de uma reunião do Conselho de Defesa Nacional guineense, presidida pelo Presidente Malam Bacai Sanhá, o porta-voz Soares Sambu afirmou que essa decisão havia sido tomada e que seriam agora iniciadas as formalidades necessárias.
Segundo Soares Sambu, a aceitação da futura força vem na sequência dos apelos nesse sentido feitos à Guiné-Bissau nas recentes cimeiras de chefes de Estado e governo realizadas na cidade de Sal, Cabo Verde, na cimeira da CPLP que se realizou em Luanda, Angola e as decisões da cimeira da União Africana, que se realizou em Kampala, Uganda.
Lusa